Aula 25/04 Métodos Tradicionais de Alfabetização

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Transcrição da apresentação:

Aula 25/04 Métodos Tradicionais de Alfabetização Conceito de método Os métodos tradicionais de alfabetização Métodos de marcha sintética Métodos de marcha analítica Método Global Métodos mistos ou analítico-sintéticos

Conceito de método Caminho para atingir um fim Ação intencional na qual o educador relaciona cada ato, procedimento, atividade pedagógica com os resultados esperados Metodologia = estudo dos métodos Técnica = forma considerada mais eficaz para realizar uma atividade

Os métodos tradicionais de alfabetização Os primeiros métodos usados para alfabetizar foram os de marcha sintética (iam da "parte para o "todo“) O mais antigo é o da soletração ou letração (alfabético), utilizado já pelos gregos há 2.500 anos. Começa apresentando o nome das letras, que depois de decoradas são usadas para formar sílabas e palavras. Ex: b+a=ba

Métodos de marcha sintética Letração Parte das letras, ensinando depois a “juntar” para formar sílabas e letras. Não é propriamente um método. Silabação Parte das sílabas para formar palavras e frases. Destaca a primeira letra dentro da sílaba. Fonético ou Fônico Parte do som, mostrando a correspondência com as letras.

Características dos métodos sintéticos Iniciam o ensino da leitura/escrita com a apresentação das letras e seus nomes (método da soletração/alfabético), ou de seus sons (método fônico), ou das famílias silábicas (método da silabação), sempre de acordo com certa ordem – seja a ordem alfabética, seja uma ordem crescente de dificuldades lingüísticas ou ortográficas.

Exemplo de procedimento de ensino no método sintético da silabação:

Vantagens dos métodos sintéticos Simplicidade para o(a) alfabetizador(a) – requerem menor grau de conhecimento linguístico e pedagógico Oferecem uma sequencia bem estruturada de trabalho, com lições que se sucedem em uma ordem pré-determinada Facilitam a avaliação e o acompanhamento do progresso dos alunos

Críticas aos métodos sintéticos Processo lento, que exige grande esforço de memorização A leitura e a escrita são feitas mecanicamente sem compreensão do significado das palavras Os alfabetizando têm dificuldade com as sílabas mais complexas Os alunos não desenvolvem o gosto pela leitura e pela produção de textos

Os métodos analíticos A partir de 1890 com a reforma da instrução pública no Estado de São Paulo, torna-se obrigatória sua utilização. Influência da Pedagogia norte-americana No método analítico, o ensino da leitura deveria ser iniciado pelo “todo”, para depois se proceder à análise de suas partes constitutivas. Há diferentes variações, dependendo do que se considera o “todo”: a palavra, a sentença ou a "historieta“ (conto). O processo baseado na "historieta" foi institucionalizado em São Paulo, mediante a publicação do documento Instrucções praticas para o ensino da leitura pelo methodo analytico – modelos de lições. (Diretoria Geral da Instrução Pública/SP – [1915]).

Métodos de marcha analítica Palavração Parte de palavras-chave que são decompostas em sílabas e (eventualmente) em letras. Recorre em geral à associação da palavra com uma imagem. Sentenciação Parte das frases (geralmente com sentido moral) e decompõe em palavras, sílabas e letras. Contos ou historietas Parte do de uma pequena história escrita, destacando palavras e partes menores.

Método global Conto ou historieta Parte de uma pequena história escrita, destacando palavras. Não existe a decomposição de palavras em partes menores. Os alunos aprender a reconhecer as palavras pelo todo (gestalt) sem fazer a oralização (decodificação).

Nesse documento, priorizava-se a "historieta" (conjunto de frases relacionadas entre si por meio de nexos lógicos), como núcleo de sentido e ponto de partida para o ensino da leitura.

Vantagens dos métodos analíticos A criança tem contato com textos logo no início da alfabetização Incentivam a criança a desenvolver estratégias de descoberta a partir do material de leitura, estimulando a curiosidade e o interesse Estimulam o gosto pela leitura e a compreensão do que é lido

Críticas aos métodos analíticos As crianças “adivinham” as palavras em vez de ler Ênfase excessiva na leitura, deixando de lado a escrita Os textos de leitura são artificiais, produzidos pelo professor ou autor das cartilhas Os alunos decoram palavras e frases, mas não aprendem a ler ou escrever palavras novas

Tentativa de conciliação: os métodos analítico-sintéticos ou mistos Parte de uma unidade de significado (palavra, frase ou pequeno texto), trabalha a decomposição dessa unidade (fase analítica) e depois a formação de novas palavras, frases ou textos (fase sintética)

Críticas aos métodos tradicionais Críticas baseadas na Escola Nova e no Construtivismo: Os métodos tornam o processo mecânico, tolhem a liberdade do aluno e do professor Desconsideram os processos de elaboração da criança e suas etapas de evolução São baseados no ponto de vista do adulto sobre a linguagem escrita Consideram a escrita apenas como transcrição da fala

Críticas aos métodos tradicionais Críticas baseadas na Pedagogia Libertadora de Paulo Freire: Os métodos tradicionais desconsideram a realidade social dos educandos Os textos e as palavras usados na alfabetização são alienados (ocultam a realidade de exploração e dominação) São baseados na cultura dominante (do opressor) e abafam o desenvolvimento da cultura popular Consideram a escrita apenas como um fenômeno lingüístico e psicológico e não histórico e social

Questões para refletir Qual a importância de usar um método para Alfabetizar? Existe um método que seja “o melhor”? Por quê? Procure identificar qual o método pelo qual você foi alfabetizado(a).