DISCUSSÃO DE CASO CLÍNICO 3 Monitoria de CM II 2010.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Advertisements

Complicações e tratamento da hipertensão arterial.
HIPERTENSÃO ARTERIAL OFICIALMENTE A HIPERTENSÃO É DEFINIDA COMO UMA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA SUPERIOR A 140mmHg E UMA PRESSÃO DIATÓLICA MAIOR QUE 90mmHg.
HIPERTENSÃO E PRESSÃO ARTERIAL
INSUFICIENCIA CORONARIANA
HIPERTENSÃO ARTERIAL Medicina Interna José Pimenta da Graça
HIPERTENSÃO ARTERIAL DEFINIÇÃO
Mariana Bruinje Cosentino
Mariana Bruinje Cosentino
Triagem para Formas Secundárias de Hipertensão
Crise Hipertensiva Enfª Renata Flavia
DOENÇAS CRÔNICO DEGENERATIVAS, A EXPECTATIVA DE VIDA E A PARTICIPAÇÃO DO INDIVÍDUO NO TRABALHO PRODUTIVO. Silvana Aparecida Franco Nutricionista -
Hipertensão Arterial Sistêmica
ESTENOSE AÓRTICA Helio Marzo Zanela R1 Serviço de Cardiologia da Santa Casa Ribeirão Preto.
Ariane Borgonovo São José dos Pinhais, PR
Exame do Coração.
HIPERTENSÃO.
Sobrecargas atriais e ventriculares
DOENÇAS INFECCIOSAS DO CORAÇÃO
HGEB Laurence Santana Vacaro
FÍSTULA AORTO-ENTÉRICA F. Ávila, Costa Santos V., Pereira J.R., Rego A.C., Nunes N., Paz N., Duarte M.A. Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada,
Professora: Cíntia Fontes Alves
PRESSÃO ARTERIAL Automático.
PATOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO
C.M. é uma mulher de 24 anos de idade com DM1 desde os 10 anos de idade, quando teve cetoacidose diabética. À época do diagnóstico, observou-se que a paciente.
Orientador: Dr. Pedro Gordan Colaborador: Dr. Ricardo Ueda
Influenza / Gripe → DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO (CID-10: J.09 a J.11)
CRISE HIPERTENSIVA Francisco Monteiro Júnior
Caso-clínico Anestésico
Apresentação de Caso Anestésico:
SÍNDROME METABÓLICA Esta síndrome é um grupo de alterações clínicas, que podem decorrer de uma dieta inadequada, atividade física insuficiente e uma evidente.
Estrutura Geral Histologia Fisiologia Anatomia Bases Fisiológicas
Reunião Clínica Departamento de Cirurgia e Anatomia
Saulo da Costa Pereira Fontoura
Monitoria de Clinica médica I -2010
Ataque Isquêmico Transitório
Patologia Endócrina Anatomo-Clínica IV Universidade Federal da Bahia Faculdade de Medicina-HUPES Patologia Cirúrgica I.
Programa Nacional de Telessaúde Professora Rosália Morais Torres
Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do HC-FMUSP
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA.
Sindrome Coronariana Aguda
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA.
Hiperaldosteronismo Primário
CRISE HIPERTENSIVA HAS/PAS/PAD
Fatores de Risco Prevalência - Brasil 1-Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição, INCA – Instituto Nacional do Câncer, Campanha Nacional de.
REUNIÃO CL Í NICO-CIR Ú RGICA Divisão de Urologia REUNIÃO CL Í NICO-CIR Ú RGICA Divisão de Urologia Caso: Feocromocitoma
Trabalhe Coração com o Dia Mundial do Coração Como prevenir
DISCUSSÃO DE CASO CLÍNICO
Hospital Santo Antônio
Avaliação Clínica e Laboratorial da Função Renal
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ANAMNESE
Caso 02: Angina / Infarto do Miocárdio
Diagnóstico de Diferencial das Cefaléias e Algias Cranianas
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Palpitações Mais freqüente no normal do que no cardiopata Mais sintomático quando a arritmia é recente ou episódica Mais comum à noite ou durante.
Caso Clínico HGRS – Internato de Ginecologia e Obstetrícia
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS CEFALÉIAS
Caso Clínico GEMECS Ronaldo Rezende Jordão Neto Tatiane Benedita
EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
Cardiopatias Congênitas
SÍNDROME NEFRÓTICA.
BIZU!!!! PADRÃO TEMPORAL DA CEFALÉIA Cefaléia aguda emergente Cefaléia crônica recorrente Cefaléia crônica recorrente com mudança do padrão.
“CASO CLÍNICO” MONITORIA DE CLÍNICA MÉDICA
CASO 2 CARDIONUCLEAR - IC-FUC 53 ANOS, MASCULINO HAS, HISTÓRIA FAMILIAR CARD. ISQ. DISPNÉIA 1 SEMANA C/PIORA ÚLTIMOS TRÊS DIAS DOR TORÁCICA ANTERIOR ASSOCIADA.
Leonardo Gebrim Costa Julho 2009 Internato em pediatria ESCS
HAS: Diagnóstico e Classificação
Luiz Carlos Braga - UFRJ/Macaé  O QUE É:  Síndrome decorrente da diminuição ou ausência da produção de insulina ou ainda da resistência à ação.
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão
CASOS CLÍNICOS Regras desta atividade científica:
Caso clínico de hipertensão...
Transcrição da apresentação:

DISCUSSÃO DE CASO CLÍNICO 3 Monitoria de CM II 2010

ANAMNESE JL, sexo masculino, 43 anos, raça negra, jardineiro autônomo QP: “Eu acho que tenho pressão alta” HMA: O pcte refere que no último mês, em 3 ocasiões em que foi a uma UBS, mediu sua PA, a qual se apresentou da seguinte forma: 210/120, 180/110 e 220/120 mmHg.

ANAMNESE HMP: nega antecedentes; HMF: É filho adotivo; CHV: Nega tabagismo e etilismo

ANAMNESE RS: Cefaléias occipitais ocasionais ao final do dia que melhoram com uso de AAS. Não refere dispnéia aos esforços, ortopnéias, dispnéia paroxística noturna, palpitações, desconforto torácico ou precordialgia. Nega queixas de fraqueza muscular, déficit de memória, perda sensitiva, distúrbios visuais ou incoordenação.

EXAME FÍSICO Geral: - PA: 204/116 mmHg em MSD 200/ 114 mmHg em MSE - Fc: 76 bpm – pulso regular - Alt.: 1,83 Peso: 101,5 Kg  CV: - BCRNF ss e com presença de B4. - sem sopros carotídeos ou abdominais  Neurológico: Fundo de olho – estreitamento arteriolar e cruzamento AV patológicos, com hemorragias e exsudatos.

EXAMES LABORATORIAIS Ausencia de glicosúria Creatinina – 0,8 mg/dL K – 4,2 mEq/L Glicemia de jejum – 80 mg/dL Rx tórax: normal

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) DISCUSSÃO

Classificação VII JNC Pressão sistólica Pressão diastólica (mmHg) (mmHg) Normal < 120 < 80 Pré-Hipertensão Hipertensão Estágio 1 140–159 90–99 Estágio 2 >160 >100

DISCUSSÃO HAS  FR importante para: - AVC - ICC - IR - Doença coronariana  Tendência maior em: Homens e Negros

DISCUSSÃO Abordagem clínico-laboratorial: - Confirmar a elevação da PA e firmar dx; - Avaliar LOA; - Identificar FR para doenças cardiovasculares; - Diagnosticar, quando houver, a causa da HAS

DISCUSSÃO 90% dos casos  HAS Essencial ou Primária - Ocorrência familiar; - Labilidade da pressão durante a 2° e a 3° décadas de vida; - Doença silenciosa/ SS de cefaléia (occipital, pulsátil, presente pela manhã com melhora ao decorrer do dia), zumbido, tintura, desmaio, epistaxe... Nosso paciente descreve uma cefaléia tipo tensional

DISCUSSÃO 10%  HAS Secundária - Induzida por fármacos (AINES, cocaína, ACHO, EPO...) - Doenças renais (doença glomerular, doença tubular intersticial, rins policísticos); - Reno-Vascular ; - Hiperaldosteronismo primário, - Feocromocitoma; - Apnéia do Sono.

DISCUSSÃO – e o nosso paciente? Negro, obeso; Disparidade inferior a 20 mmHg entre as PA de ambos os braços exclui coartação da aorta Ausência de sopros carotídeos – fala contra aterosclerose carotídea ou vertebral significativa

DISCUSSÃO – e o nosso paciente? Ausência de sopros abdominais  fala contra doença isquêmica renovascular Apesar de ser obeso, não apresenta localização de gordura abdominal o que é característico de doença de Cushing

DISCUSSÃO – e o nosso paciente? Alterações oftalmológicas: estreitamento arteriolar e cruzamento AV patológicos, com hemorragias e exsudatos  doença vascular hipertensiva de longa data 4º bulha  indica início de hipertrofia concêntrica do VE  comprometimento de órgão alvo

DISCUSSÃO – e o nosso paciente? Ausência de glicosúria e Creatinina normal – exclui doença parenquimatosa renal como origem de uma HAS secundária Níveis séricos de K normais – exclui hiperaldosteronismo primário Feocromocitoma é excluído pois o paciente não apresenta estado hipermetabólico com tremores, palpitações e diaforese.

DISCUSSÃO – e o nosso paciente? Evolução... - Após 8 anos seguintes, o paciente fez tto clínico. Uma vez que não se sentia bem, não tomava os remédios regularmente e só raramente consultava o médico. - Sua PA manteve-se elevada, evolui com hipertrofia ventricular, microalbuminúria. - Aos 51 anos subitamente desenvolveu dores intensas no tórax, nas costas e no abdômen, necessitando de hospitalização;

DISCUSSÃO – e o nosso paciente? Durante o internamento o ECG e as enzimas permaneciam normais mas o paciente permanecia criticamente enfermo; As pernas ficaram freias e sem pulso, evoluiu com anúria e desenvolveu um sopro aórtico vindo a falecer subitamente...

DISCUSSÃO – e o nosso paciente? Ausência de adesão ao tto  MUITO comum; Evolução com LOA; - Evento agudo causando a ocorrência terminal  ANEURISMA DISSECANTE DE AORTA, o que é comum em hipertensos. A dissecação foi extensa, comprometeu e ocluiu a circulação das pernas e dos rins  dissecação do saco pericárdico  tamponamento  óbito.

OBRIGADA!