São realizadas, predominantemente, atividades de saúde seguindo conteúdos de programas do Ministério da Saúde, e não baseadas no conhecimento dos indivíduos para os quais se destinam as ações de saúde (modelo dialógico). Apesar do aparente conhecimento teórico do que é Educação em Saúde por parte dos profissionais, há evidências de execução da educação baseada no conceito de uma educação bancária (preventiva, principalmente) e não na Educação em Saúde que abarca a transformação pela qualidade de vida. Observou-se que muitos profissionais de saúde definem Promoção de Saúde como conceito semelhante à Educação em Saúde. Isso demonstra a dificuldade em demarcar esses conceitos. MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo exploratório – descritiva. Utilizou-se para coleta de dados entrevistas com roteiro semi-estruturado realizadas por alunos bolsistas do PET-Saúde. Foi utilizado como referência Bardin (1979) e Minayo (2008) na análise do conteúdo das seguintes categorias: (1) Atividades de Educação em Saúde desenvolvidas pela equipe. (2) Objetivos da Educação em Saúde, segundo entendimento dos entrevistados. (3) Atividades de Promoção em Saúde desenvolvidas pela equipe. Foram entrevistados 25 profissionais de nível superior das unidades citadas, sendo 10 médicos, 09 enfermeiros e 06 odontólogos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Verifica-se que as práticas de Educação em Saúde desenvolvidas pelos profissionais entrevistados seguem o modelo tradicional, focalizando a doença e a intervenção curativa, ao invés da constituição de sujeitos para a transformação de condições de saúde e melhoria da qualidade de vida. INTRODUÇÃO A Estratégia da Saúde da Família (ESF) integra e organiza ações de promoção, prevenção, reabilitação e vigilância à saúde em território definido, objetivando a melhoria da qualidade de vida, com abordagem multidisciplinar e de integralidade. Neste sentido, a ESF, além da proposta de ampliar a cobertura de serviços, trouxe a perspectiva de mudar o modelo de atenção à saúde no Brasil. Pode-se dizer que, ao lado do preventivismo ainda dominante, um novo enfoque começou a ser desenvolvido, enfatizando a Educação em Saúde e a Promoção de Saúde. Em conformidade com o princípio da integralidade, a educação em saúde constitui uma das atribuições básicas de todos profissionais da Estratégia da Saúde da Família. A Educação em Saúde, ferramenta transformadora da Promoção de Saúde, procura desencadear mudanças de comportamento individual, e deve contar com a participação ativa da comunidade, baseando-se na troca de conhecimentos e experiências entre profissionais e usuários dos serviços. As atividades de Educação em Saúde apresentam-se como estratégia de ação da Promoção de Saúde no enfrentamento aos problemas identificados que possam interferir na qualidade de vida das famílias e do indivíduo,por meio da articulação técnica e popular. A Promoção de Saúde é baseada no encorajamento e apoio para que indivíduos e grupos sociais assumam maior controle sobre suas vidas e saúde na busca de transformações em sua realidade social, política e ambiental a níveis individual e coletivo (empoderamento). OBJETIVO Analisar o desenvolvimento das práticas de Educação em Saúde dentro da Estratégia da Saúde da Família nas Unidades de Saúde da Família (USF) de Santa Maria, Curicica e Morro do Alemão, no Rio de Janeiro. Autores: Aline Caldi Rodrigues, Camila Macedo dos Santos, Érika Loureiro Vieira, Gabriella Teixeira Pinto, Giselle Lopes Pereira, Narjara de Sant´ana Garcia dos Santos, Natasha Ferreira Teixeira Melleti, Natasha Sant´ana Candreva, Núbia da Silva Durães, Sílvia Calvano Orlando, Teresa Rachel Junqueira Carbone, Viviani Reis da Cunha.* Orientação: Ana Ferreira Coelho Catarino – PAPS/FM/UFRJ – Tutora PET Saúde / RJ * Bolsistas Educação em Saúde Área: EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO FERRAMENTA DE PROMOÇÃO DE SAÚDE: CONCEPÇÃO DO PROFISSIONAL QUE ATUA NA ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA Faculdade de Medicina UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO MINISTÉRIO DA SAÚDE PET-SAÚDE CONCLUSÃO A análise das entrevistas demonstrou que os profissionais das USF reconhecem Educação em Saúde como práticas curativas e preventivas voltadas para doenças prevalentes na população em geral e não baseadas na melhoria da qualidade de vida, objetivo da Promoção de Saúde ou no diálogo com a população adscrita.