Bases Neurofisiológicas da Emoção

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Transcrição da apresentação:

Bases Neurofisiológicas da Emoção

Emoção Estados fisiológicos e psicológicos complexos, os quais, em maior ou menor proporção, determinam valor a eventos. (Dolan, 2002)

Função biológica das emoções Damásio (2000): “Conjuntos complexos de reações químicas e neurais... que levam, de um modo ou de outro, à criação de situações favoráveis ao organismo que o manifesta.” Função biológica das emoções  Seleção evolutiva  adaptação do organismo.

Tipos de Emoção (Damasio) Emoções de fundo  Estado de “humor”  bem ou mal estar, tensão ou calma.  Pode ser avaliada pela postura, grau de contração de alguns músculos, velocidade dos movimentos.  Os indutores são mais internos, orgânicos.

Emoções Primárias ou Universais Paul Ekman  São inatas

Expressões emocionais universais: alegria, medo, raiva, tristeza, surpresa e repugnância.

“...o homem e os animais superiores têm os mesmos sentidos, sensações, afetos e emoções similares ...embora em graus muito diferentes”. Charles Darwin 1809-1882 Radicais biológicos: reações básicas e necessárias à sobrevivência que foram mantidas por toda a filogênese.

www.bushorchimp.com Red – angry faces, similar in chimp and human, seems to signal anger Orange – disgust Green, same muscles but different function, appeasement & Greeting

Emoções Secundárias ou Sociais São influenciadas por aprendizado e contexto social; Ex.: Ciúme, vergonha, culpa ou orgulho. Ex: Estudo de expressões faciais emocionais nos japoneses (Paul Ekman). Não conhecem a “culpa” Dalai Lama

Histórico X William James 1842-1910

James Cannon

Controvérsias: Críticas: - Expressão das emoções em animais e humanos com secção medular - Respostas autonômicas eram iguais em todas as emoções. Controvérsias:

Circuito de Papez James Papez (Década de 30)

Principais Regiões Cerebrais envolvidas na emoção

Amígdala

Estudos em animais: Kluver e Bucy (1937) Lesão de lobo temporal em macacos machos  Perdem o medo de animais perigosos como cobras e ficam extremamente mansos.  Comer objetos impróprios, Tentam copular com objetos inanimados, homossexualismo e  masturbação.  Perdem o medo de estímulos dolorosos. Artur Kling (década de 60 e 70) lesão restrita a amígdala.  Perdem o medo de animais perigosos como cobras e ficam extremamente mansos.  Quebra na hierarquia social.  Hipersexualidade nos machos e comportamentos de monta masculina nas fêmeas.

Macaco adulto participando do teste de responsividade a uma série de objetos novos. O animal apresentado nestas imagens sofreu uma lesão bilateral da amígdala. Ele imediatamente pega a uva colocada em frente à réplica da cobra (A) e após colocar a uva na boca passa a explorar a cobra sintética (B). Animais normais não se aproximam da cobra e nunca a manuseiam. Figura obtida de Amaral et al. (2003). The amygdala: is it an essential component of the neural network for social cognition? Neuropsychologia 41: pp.517-522.

Estudos em humanos:  Antônio Damásio e colaboradores  paciente S  depósito de cálcio nas amígdalas (Urbach-Wiethe)  Postura extremamente positiva.  Excesso de confiança em estranhos (ingenuidade).  Não reconhece expressão de medo (não desenha).  Exposição à situações de risco:

Amígdala e a percepção do medo

Déficit de atribuição de significado emocional em pacientes com lesão da amígdala Relato de um indivíduo normal: “O triângulo grande estava no controle, ou tentando assumir o controle do triângulo pequeno e do círculo. O local com forma triangular era similar a um quarto com uma porta fechada, se você entrasse ficava seguro até o triângulo entrar. O triângulo pequeno e o círculo estavam tentando escapar do triângulo grande e quando conseguiram, o triângulo grande ficou muito furioso e destruiu coisas.” Paciente com lesão da amígdala: “ OK, então um retângulo, dois triângulos e um pequeno círculo. Vamos ver, o triângulo e o círculo entraram no retângulo, e depois o outro triângulo entrou, e depois o triângulo e o círculo saíram, sobrando um triângulo lá. Depois as duas partes do retângulo fizeram como se fosse um V invertido, e foi isso.” Heberlein e Adolphs (2004) Proceedings of the National Academy of Sciences of the U.S.A. vol. 101: pp. 7487-7491.

Amígdala e condicionamento Ivan Pavlov

Choque: estímulo incondicionado Som: estímulo condicionado Resposta de medo: reação condicionada

Condicionamento de Medo

Lesão na amígdala: impede o condicionamento

Joseph LeDoux (Década de 80)  Via Rápida

Via subcortical: rápida e grosseira Via cortical: lenta e detalhada