PROCESSOS DE ENFRAQUECIMENTO DO AGIR E SEUS RESPONDENTES ELICIADOS

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Transcrição da apresentação:

PROCESSOS DE ENFRAQUECIMENTO DO AGIR E SEUS RESPONDENTES ELICIADOS A QUESTÃO DA DEPRESSÃO Ant. Maia Olsen do Vale (UFC/Sobral) Mestre em Saúde Pública (UFC) Especialista em Saúde Mental (UECE)

Definindo a classe “O repertório de uma pessoa deprimida é, então, definido como resultado de um decréscimo na freqüência de certas classes de comportamentos e um aumento na freqüência de outras” (Ferster, 1973, p.700) Topografia X Função

Definindo a classe Respondentes – tristeza constante choro perda da reação de alegria desejo de suicídio baixo sentimento de auto-estima irritabilidade. sonolência / insônia apatia sexual sensação de esgotamento diminuição das ações imunológicas

Definindo a classe Operantes – dificuldade aumentada para realização de tarefas diminuição global das atividades dificuldade para tomar/efetivar decisões fuga/esquiva em alta freqüência ou passividade (mais comum) diminuição das interações sociais diminuição da classe “resolução de problemas”

Definindo a classe Operantes verbais – auto-avaliação negativa expectativas negativas do futuro e das pessoas culpar-se e criticar-se em alta freqüência indecisão morte e fatalismo como tema recorrente “Os relatos verbais do paciente sobre tristeza, passividade, autodepreciação, pessimismo, etc, seriam, deste ponto de vista, a tradução mentalista dessa falta de reforçadores” (Hünzinker, p.144)

Epidemiologia De 10% a 25% da pop. irá experienciar algum episódio de dep. maior. Entre os sexos a proporção é de 3 mulheres para 1 homem. A média de episódios durante a vida é 5 para os com diagnóstico positivo. Tx de letalidade para dep. maior é de 10%.

Filogênese Insensibilidade biológica do organismo aos reforçadores Variação natural da espécie quanto a receptores, produção e distribuição de neurotransmissores.

Filogênese Insensibilidade biológica do organismo aos reforçadores Ataques de microrganismos Danos físicos Falhas em outros sistemas Dietas Medicações Variação exógena quanto a receptores, produção e distribuição de neurotransmissores.

Ontogênese A relação com as contingências de reforço Baixa freqüência de reforçamento: Custo de resposta alto demais Extinção; Perda da fonte principal; Perda de comportamento reforçável; Inabilidade social para obter reforço; Perda da eficácia do reforço; Baixa taxa de reforçamento contingente;

Ontogênese O modelo do desamparo aprendido Learned Helplessness – Seligman Processo onde, ao passar por experiências aversivas incontroláveis, o indivíduo aprende que aspectos relevantes da sua vida não estão sobre seu controle.

Ontogênese O modelo do desamparo aprendido “(...) os indivíduos, humanos ou animais, expostos a eventos aversivos incontroláveis, deixam de mostrar sensibilidade aos reforçadores mesmo em circunstâncias em que respostas são emitidas e seguidas de eventos que anteriormente mantiveram seus comportamentos.” (Hünzinker, p.146) Assim, comportamentos de agir sobre o mundo caem de freqüência (“falta de motivação” “falta de esperança”), reduzindo também o efeito de prazer e o efeito de manutenção ou aumento de freqüência do que era antes reforçador.

Ontogênese O modelo do desamparo aprendido O desenho experimental: 3 grupos, 2 sessões Sessão 01: Grupo ingênuo Sem S- Grupo controlável Submetido à S- podendo ocorrer R- Grupo incontrolável Mesmos S-, mas sem R-

Ontogênese O modelo do desamparo aprendido Sessão 02: 24h depois, “todos os Grupo ingênuo Sem S- Grupo controlável Submetido à S- podendo ocorrer R- Grupo incontrolável Mesmos S-, mas sem R-

Ontogênese O modelo do desamparo aprendido “No caso da depressão humana, muitos desencadeadores de quadros depressivos se ajustam à definição de eventos incontroláveis (...). Por exemplo, morte de um ente querido, demissões no emprego, dificuldades financeiras, a impossibilidade de se alterar uma situação de vida insatisfatória, etc.” (Hünziker, 1997)

Ontogênese O modelo do desamparo aprendido Já foi demonstrado que o aspecto incontrolável do ambiente determina depleção de diversos neurotransmissores relacionados com o sistema neuroquímico de reforçamento. (Weiss et al, ,1975; Willner, 1985) Estudos sobre desamparo aprendido mostram que animais (humanos ou não) deixam de mostrar sensibilidade aos eventos anteriormente reforçadores dentro deste processo.

Ganho secundário Reforçamento positivo para o comportamento depressivo

Cultura Religião e sofrimento Individualismo e liberalismo Consumo como caminho para a felicidade O sofrimento como estética