A apresentação está carregando. Por favor, espere

A apresentação está carregando. Por favor, espere

Carlos Cortes, DVM Praia da vitória 25 Março 2011.

Apresentações semelhantes


Apresentação em tema: "Carlos Cortes, DVM Praia da vitória 25 Março 2011."— Transcrição da apresentação:

1 Carlos Cortes, DVM Praia da vitória 25 Março 2011

2 1- MANEIO NUTRICIONAL DE NOVILHAS
-OBJECTIVOS A ATINGIR -CARACTERISTÍCAS DO CRESCIMENTO DE NOVILHAS -ALIMENTAÇÃO FASE DE ALIMENTAÇÃO LÁCTEA UTILIZAÇÃO DE FORRAGENS PASTAGEM 2- MANEIO NUTRICIONAL DE VACAS LEITEIRAS -NECESSIDADES NUTRICIONAIS - ALIMENTAÇÃO EM PASTOREIO -ALIMENTAÇÃO EM ESTABULAÇÃO -NECESSIDADES DE ÁGUA

3 3- REPRODUÇÃO E NUTRIÇÃO
-NUTRIÇÃO E GESTAÇÃO -NUTRIÇÃO E COMPLICAÇÕES PÓS-PARTO -LACTAÇÃO VERSUS CONCEPÇÃO -BALANÇO ENERGÉTICO E FERTILIDADE -PROTEÍNA E FERTILIDADE -MINERAIS, VITAMINAS E FERTILIDADE 4-INFERTILIDADES NUTRICIONAIS

4 Criação de Novilhas Com a criação de novilhas, o produtor pecuário prepara a renovação da manada, isto é a introdução de animais jovens para substituição das vacas mais velhas que serão reformadas. O trabalho de criação das novilhas é bastante longo e constitui uma operação importante para o futuro da produção láctea da exploração. Através de escolhas genéticas conduzidas de forma judiciosa, o criador coloca os trunfos do seu lado para obter animais interessantes, mas o mais difícil está ainda por fazer para valorizar totalmente todo esse potencial através de uma performance óptima das novilhas. Durante 2 a 3 anos, as capacidades futuras de produção leiteira vão ser determinadas em função do crescimento e desenvolvimento das jovens. Vejamos então o que se espera obter e como tentar melhorar os procedimentos para o conseguir.

5 Dever-se-á optar por uma taxa de renovação fraca ou, pelo contrário, elevada?
Taxa de renovação fraca (15 a 20%) Taxa de renovação elevada (25 a 40%) Vantagens Mais hipóteses de triagem das novilhas em vista do número reduzido que é necessário manter comparativamente às disponíveis, ou maior realização de cruzamentos industriais (baixa necessidade de novilhas de raça pura para a renovação do efectivo) Custos de produção mais reduzidos (maior número de novilhas vendidas mais cedo) Interessante face a instalações pecuárias com capacidade reduzida. Possibilidade de venda das novilhas em final de gestação. Progresso genético elevado graças a uma importante introdução de animais de valor genético interessante e normalmente superior ao das respectivas progenitoras. Escolha que permite maior severidade nas vacas a reformar Maior facilidade de eliminar um problema. Maior facilidade de sincronização dos partos de uma manada durante o período pretendido. Inconvenientes Menos hipóteses de triagem rigorosa das vacas a reformar, e obrigatoriedade de conservar alguns animais que, talvez se desejasse excluir «ver-se livre» Progresso genético reduzido; quaisquer que sejam os objectivos estabelecidos pelo criador (quantidade, qualidade, morfologia) serão alcançados mais lentamente. Venda de vacas de reforma jovens em relação às quais praticamente não houve tempo de amortizar os custos de produção. Custos elevados de criação das novilhas em número considerável (alimentação, alojamento, trabalho…) Menor possibilidade de rigor relativamente à escolha das novilhas face ao número que será necessário conservar. Mais problemas de adaptação das novilhas à manada (em virtude do seu número elevado) ou de primeiros partos susceptíveis de serem difíceis.

6 Objectivos pretendidos
No custo mais baixo possível nesta fase da criação em que o animal é ainda improdutivo No entanto, cuidado com as falsas economias que acabam por se pagar à posteriori! Um bom crescimento para obter: Uma puberdade precoce e boa fertilidade de modo a realizar um parto na idade pretendida: 2 anos; 30 meses ou 3 anos. Um peso óptimo durante o parto, o que permite que o animal apresente: Uma capacidade de ingestão considerável que o predisponha a ingerir grandes quantidades de alimento, sobretudo de forragens e consequentemente produzir um grande volume de leite. Boas características de parição associadas ao respectivo desenvolvimento esquelético. Boa longevidade, com menos reformas devido a insuficiência de produção ou problemas reprodutivos, o que se traduz numa taxa de renovação moderada e permite reduzir o número de novinhas a criar para a renovação do efectivo. Uma corpulência importante que acarreta um bom valor aquando da reforma.

7 Idade do parto e período de parição
A idade do parto e o período de parição das novilhas depende: Das aptidões da raça, isto é, a precocidade sexual que favoreça uma puberdade suficientemente cedo de modo a permitir, ou não, partos com 2 anos de idade. Nas Holstein-Frísia os primeiros cios surgem com cerca de 40% do peso adulto (aproximadamente kg) . Dos objectivos do produtor Se deseja ou não partos precoces, Período de parição pretendido para a manada, E da altura do nascimento das novilhas. Por exemplo, numa manada em que se pretendam partos no Outono: As novilhas nascidas no Outono ou no início do Inverno poderão parir com 2 anos em produção intensiva ou com 3 anos, Holstein-Frísias em produção menos intensiva. Em ambos os casos, os partos das jovens estarão direccionados para o período desejado. As novilhas nascidas na Primavera ou no final do Verão, portanto resultantes de de partos pouco comuns, deverão parir aos 30 meses de modo a ter partos no período pretendido para o conjunto da manada. Se as novilhas parirem com 2 ou 3 anos, perpetuar-se-ia a diferença ocorrida com as respectivas mães. Mantendo o objectivo de um parto aos 30 meses para estas novilhas - as que estejam presentes numa exploração em que os partos se produzam habitualmente aos 2 anos, terão um crescimento (depois dos primeiros 6 meses) um pouco menos consistente do que outras nascidas no período desejado. Enquanto ao invés, se o produtor desejar habitualmente partos com 3 anos de idade, as novilhas estarão mais desenvolvidas do que as congéneres nascidas no período ideal.

8 2. Características do crescimento das novilhas

9 Apresentação da situação em caso de parto aos 2 anos de idade
Para que o parto se produza a uma determinada idade é necessária uma curva de crescimento adaptada ao objectivo, particularmente para a parição com 2 anos, que requer uma puberdade precoce. O aumento de peso durante a fase de crescimento reveste-se de uma importância fulcral. É necessário um crescimento rápido mas sem engordar o animal, e mais especificamente sem acumulo de adiposidades no tecido mamário. Para além disso, apesar das flutuações previstas, o ganho de peso não deverá sofrer variações demasiado acentuadas durante todo o período de desmame. Exemplo: Caso de vitelas a parir aos 2 anos (objectivo de peso adulto = 700 kg dois meses após o parto). Distinguem-se 3 fases principais durante o período de crescimento:

10 Nascimento até aos 6 meses
Objectivos: cerca de 90 kg ao desmame (2 a 2,5 meses) - 180 a 210 kg com 6 meses (variável consoante os tipos genéticos) ou 30% do peso adulto. O crescimento deverá ser intenso 800 a 900 g/d. Durante esta fase, há pouco risco de engordar os animais uma vez que se trata do período de desenvolvimento prioritário dos tecidos ósseos e musculares. Este crescimento elevado mas não excessivo permite optimizar a posterior produção leiteira e o valor do animal na reforma.

11 Dos 6 Meses até à fecundação (15 meses)
Objectivos: Peso superior a 300 Kg com 12 meses (330 kg para Holsteins) - e cerca de 370 a 420 Kg com 15 meses (i.e. 60% do peso do animal adulto) Neste caso também, estas directrizes variam ligeiramente consoante as raças; no caso das Holstein-Frísias deverá ser da ordem de 400 – 420 kg. Para alcançar estes objectivos, a taxa de crescimento não pode ser muito fraca senão as novilhas estarão insuficientemente desenvolvidas e a sua reprodução produzir-se-á demasiado tarde implicando partos não sincronizados em relação ao conjunto dos animais adultos. Para além disso, tal como no período anterior, qualquer atraso de crescimento é dificilmente recuperável e corre o risco de se saldar por um porte em adulto reduzido. No entanto, o ganho de peso diário deverá ser mais moderado do que no período anterior 600 a 800 g/d (700 a 800 g/d nas Holstein-Frísias) para evitar depósitos de gordura ao nível dos órgãos genitais e do úbere. Com efeito este momento é crucial para o desenvolvimento de células produtoras de leite para as quais o excesso de gordura será prejudicial. De igual forma se a classificação da condição corporal for superior a 3,5, pode induzir alterações da fertilidade. Atenção: é igualmente de evitar uma subalimentação azotada. Imediatamente antes da fecundação, o crescimento é mais intenso ou seja 800 a 900 g/d antes de favorecer a ovulação e sucesso da IA.

12 De 15 a 24 Meses (isto é, durante a gestação)
Esta fase é caracterizada por um crescimento mais intenso do que no período anterior: 700 a 900 g/d no início da gestação (altura em que o ganho do peso do feto é mais importante). O objectivo será um peso superior a 600 kg antes do parto (580 a 630) para qualquer raça mas no caso das Holstein-Frísias situar-se-á aproximadamente em kg, isto é 90% do peso adulto, ou 530 a 560 kg após o parto. Atenção: Pesos e condições corporais muito elevados podem traduzir-se em partos difíceis e retenções placentárias ou outros problemas reprodutivos.

13 Sumário recapitulativo das 3 fases anteriores com um exemplo: novilhas nascidas no Outono e parição também no Outono. As três fases atrás referidas irão ser integradas em 4 períodos de criação, cada um dos quais com uma duração de cerca de 6 meses (entre 5 a 7 meses) e alternância de passagem para estábulo ou pastagem. Primeiro período: De 0 a 6 meses, em estabulação com alimentação láctea (apenas na fase inicial) e forragem. Objectivos: 800 a 900g/d, 200 Kg com 6 meses. Segundo período: De 6 meses a 1 ano, em pastagem ou estabulação. Objectivos: 600 a 800 g/d, 330 kg com 1ano. Terceiro período: De 1 ano a meses, em pastagem ou estabulação. Objectivos: 700 a 800 g/d, 400 kg com 15 meses ou aquando da IA. Quarto período: De 18 a 24 meses, em pastagem. Objectivos: 800 a 900 g/d, 630 kg no parto.

14 Situação com parto aos 30 meses
Caso de novilhas nascidas na Primavera e parição no Outono Primeiro período De 0 a 6 meses, em estabulação Objectivos: 800 a 900 g/d, 180 a 200 kg com 6 meses.  Segundo período De 6 meses a 1 ano, em estabulação Objectivos: 600 g/d, 290 kg a 310 kg com 1 ano.  Terceiro período De 1 a 1 ½ anos, em pastagem Objectivos: 600 g/d.  Quarto período De 1 ½ a 2 anos, em estabulação (Inverno durante o qual se realiza a IA) Objectivos: 500 a 600 g/d, 450 kg na IA (21 meses), 500 kg com 24 meses.  Quinto período De 2 a 2 ½ anos, em pastagem Objectivos: 700 a 900 g/d, 620 a 660 kg no parto, 560 a 600 kg no pós-parto.

15 Importância das pesagens
Parto aos 3 anos Pratica-se sobretudo no caso das raças tardias e se a exploração tiver bastantes áreas de pastagem. Os crescimentos invernais são moderados em virtude dos animais serem alimentados à base de silagem de erva ou feno com uma suplementação reduzida. O tempo improdutivo é mais longo do que nas parições com 2 anos mas no início da carreira reprodutiva, os animais serão mais pesados e por conseguinte irão ingerir maior volume de alimentos com necessidades de crescimento mais reduzidas do que as novilhas com partos aos 2 anos, o que à priori deveria criar a predisposição para uma produção mais elevada. Importância das pesagens Qualquer que seja o objectivo em termos de idade de parição, é muito importante pesar regularmente as novilhas para: Verificar se os crescimentos pretendidos se processam correctamente; Avaliar a eficácia da ração; Reajustar a abordagem, caso se revele necessário Determinar o momento oportuno para a colocação em reprodução

16 Alimentação À nascença, os vitelos são monogástricos e digerem o leite de modo bastante eficaz.   Mas, em explorações de gado leiteiro, como o vitelo é quase sempre separado da progenitora, é necessário administrar um leite de substituição reconstituído a partir de leite em pó. Uma vez que esta alimentação láctea é dispendiosa, o produtor tenta encurtar a duração desta fase favorecendo, através de práticas adaptadas, a transformação do aparelho digestivo do vitelo num aparelho digestivo de ruminante. Desta forma poderá alimentar bastante rapidamente a cria à base de forragens e concentrados, o que constitui uma alimentação menos dispendiosa e permite preparar o animal para o futuro regime alimentar. Mas antes disto, vão decorrer ainda bastantes semanas e primeiro, será necessário administrar colostro.

17   A administração de colostro é essencial tanto para nutrição do recém-nascido como para assegurar a sua protecção contra agressões posteriores, graças ao seu teor em imunoglobulinas que o jovem consegue utilizar em seu benefício, desde que seja ingerido, logo a seguir ao parto, nas primeiras horas de vida (é essencial que seja no mínimo 3 litros) e durante 5 a 7 dias. Quanto mais tardia for a ingestão de colostro, por um lado, menos permeável será a membrana intestinal do vitelo às grandes moléculas que compõem os anticorpos e por outro lado menos elevado será o teor desses elementos no leite. Por conseguinte, a sua eficácia será consideravelmente reduzida. Uma vez que o colostro não é comercializável, a administração desta substância poderá prosseguir na semana seguinte ao parto iniciando-se ao 6º dia a transição para a alimentação láctea.

18 Utilização de alimentos lácteos
Existem dois tipos de alimentos lácteos: os clássicos, à base de leite em pó magro e matérias gordas de origem animal e vegetais, e os que não contêm leite em pó magro e são compostos por soro lácteo ou derivados e proteínas de origem vegetal. Cada uma destas categorias de alimento comporta vantagens mas também inconvenientes. Assim, se um alimento tiver um teor de leite em pó inferior a 50%, não irá coagular no abomaso do vitelo pois não contém caseína em quantidade suficiente. O seu trânsito no tubo digestivo é mais rápido e a digestão das proteínas menos eficiente. Os alimentos com leite em pó são melhor digeridos e podem ser administrados desde muito cedo sob a forma de 1 refeição/dia. Mas são mais dispendiosos. Os produtos em pó «instantâneos», de rápida e fácil diluição facilitam o trabalho de preparação do leite. Tratando-se de produtos sem leite em pó, é necessário manter 2 refeições/dia excepto se for incorporado leite gordo na preparação do leite reconstituído. Estima-se que um vitelo alimentado unicamente com leite reconstituído vai consumir cerca de 50 kg de alimento em pó até ao desmame. A partir da 2ª semana, para além da água colocada à disposição do vitelo, poderá ser fornecida forragem ad libitum assim como concentrado. Progressivamente, o animal vai ingerir volumes cada vez maiores destes alimentos pelo que será possível reduzir a quantidade de leite administrado diariamente. Quando o consumo de concentrado atingir os 2 kg/dia poder-se-á realizar o desmame, que em geral, ocorre por volta de 1 ½ - 2 meses

19 Regras a aplicar durante a reconstituição dos leites reconstituídos:
Respeitar escrupulosamente as concentrações bem como as temperaturas de diluição e distribuição preconizadas para evitar problemas de diarreia. Efectuar a distribuição das refeições a horas fixas. Calcular um balde por vitelo Limpar e secar bem o material de distribuição Armazenar os sacos de alimentos bem fechados e ao abrigo da humidade Ter em atenção a qualidade da água utilizada para a preparação da bebida.

20 Utilização de forragens
Tal como atrás tivemos ocasião de ver as forragens serão precocemente utilizadas para preparar o desmame das novilhas. Durante este período, como a capacidade de ingestão dos animais é ainda fraca, os concentrados ocupam um lugar importante na dosagem. Mas um pouco mais tarde, as forragens irão ocupar um lugar preponderante na alimentação das jovens novilhas. O rúmen tem um volume de cerca de 2 litros à nascença contra 12 a 14 litros aos 14 meses! Do desmame aos 6 meses, por dia: Feno à descrição + 2,5 kg de concentrado equilibrado (0,9 a 1 UF, 120g de PDI/kg) (Proteínas digestíveis no Intestino) Ou silagem de milho racionada: 4 kg de MS + palha à descrição + 600g de ração. As forragens serão utilizadas em grande quantidade: Entre 6 e 12 meses no caso de novilhas nascidas no Outono e não colocadas em pastagem ou durante o primeiro Inverno no caso de novilhas nascidas na Primavera; Tratando-se de novilhas nascidas no Outono: entre 12 e 18 meses, isto é durante o Inverno seguinte ao seu primeiro ano de vida (será o Inverno da sua reprodução se parirem com 2 anos) e em redor do momento do parto (22 a 24 meses) durante a retirada da pastagem para preparação do parto e evitar decréscimos de crescimento associados à queda de qualidade da erva; Entre 18 e 24 meses para novilhas nascidas na Primavera, tratar-se-á do Inverno do seus 2 anos de vida e do parto (se parirem com 2 anos).

21 Forragens utilizadas durante o primeiro ano
Fenos apetentes P.ex. cerca de 1,7 MS/dia/100 kg de PV para um feno de qualidade média mas com boa apetência com uma suplementação de 600g de ração. Silagem de erva de qualidade Realizado com erva (gramíneas?) até 22-25% de MS colhida antes da formação de espigas. Se a qualidade for de um nível mais baixo será forçoso utilizar mais concentrados. Silagem de milho Este alimento deve ser racionado porque se for distribuído à descrição, os ganhos de peso são demasiado importantes com engorda excessiva e riscos de problemas de fertilidade. Assim, as rações devem ser compostas por silagem de milho e feno ou silagem de erva. Em contrapartida, a silagem de milho é pouco utilizada e é desaconselhável para parições aos 3 anos. Rolos de erva Forragens utilizadas durante o segundo ano As mesmas, mas tendo em atenção que a silagem de milho em quantidade elevada pode provocar, para além dos inconvenientes já referidos, colocar problemas de edemas mamários. Deve, por consequência, ser racionada e associada a feno/rolo ou palha para facilitar o desenvolvimento da capacidade de ingestão das novilhas. Os fenos/rolo revestem-se de um interesse assinalável: Facilidade de distribuição; A sua utilização limita o nível de gordura das novilhas e, consequentemente, problemas de fertilidade e parição; Uma vez obtido o ganho de peso, apesar de mais fraco do que com os outros regimes, é seguido por um bom crescimento de compensação na pastagem; Custo reduzido deste tipo de alimentação; Permitem uma boa preparação das novilhas para se tornarem ruminantes com boa capacidade de ingestão. Exemplo do arraçoamento: 6 a 7 kg de MS de feno/rolo de boa qualidade + suplementação com uma ração de novilhas variável de acordo com os objectivos de crescimento e qualidade do feno (+/- 2 kg ).

22 Pastagem Qual o interesse de colocar as novilhas em pastagem?
A pastagem durante o primeiro ano de vida (entre os 6 e 10 meses de idade) constitui um regime alimentar bem adaptado às novilhas. Permite: Um bom crescimento (graças à correcta valorização da erva) com bom desenvolvimento esquelético sem depósitos de gordura, o que favorece a longevidade dos animais; Reduzir os custos comparativamente à alimentação em estabulação (economia de forragens colhidas, menos tempo de trabalho); Actividade física benéfica para o estado geral do animal; Desenvolvimento óptimo da pança favorável à futura produção; Boa adaptação à pastagem de 2º ano. O crescimento posterior das novilhas em pastagem que já tenham pastado anteriormente é melhor do que os animais que não abandonem a estabulação durante o primeiro ano. O interesse desta prática deve ser relativizado em função das diferentes situações de seca estival. Com efeito, em certas situações críticas (problema de instabilidade climática), o abrandamento do crescimento da erva vai comprometer o bom desenvolvimento dos crescimentos ou precisar de ser compensado através de distribuição de forragem ou concentrados.

23 Regras a respeitar para uma boa eficácia da técnica
Não soltar animais demasiado jovens (menos de 5-6 meses) porque, por um lado, ainda são frágeis e ainda não foram expostos a condições climatéricas adversas (excepto vitelos jovens criados em boxes) e por outro lado, a sua capacidade de ingestão é demasiado fraca para lhes permitir alimentar-se de forma suficiente com erva jovem (muito rica em água e com o consequente risco de provocar diarreia). No caso das novilhas nascidas no Outono, levantam-se poucos problemas. Em contrapartida, se nascerem bastante mais tarde no Inverno, é preferível aguardar pela Primavera já avançada antes de as soltar na pastagem, ou mesmo no início do Verão tratando-se de novilhas nascidas em Fevereiro-Março. Ter atenção à estabilidade do clima na altura de soltar as novilhas. As jovens receiam e ressentem-se com o frio e a humidade. Na medida do possível, é desejável colocar as vitelas em parcelas separadas ou que disponham de um abrigo ou com acesso directo à estabulação, isto porque é importante não esquecer que se trata de animais que até aí se encontravam num local com dimensões reduzidas. Realizar uma fase de transição com uma distribuição diária de feno e um pouco de concentrado (1 kg/d) no mínimo durante 3 semanas após terem sido soltas. Tomar as providências necessárias para que os animais disponham de erva de qualidade à descrição, graças: Rotação das pastagens com um mínimo de fertilização; Utilização de espécies de gramíneas interessantes. Áreas adaptadas: cerca de 1 are/mês de idade na Primavera, p.ex. com 6-7 meses (início da pastagem de 1º ano): 6-7 ares/novilha – isto é, 15 novilhas/Ha; Com 10 meses (final da pastagem de 1º ano): 10 ares/novilha – isto é, 10 novilhas/Ha;

24 De seguida procurar-se-á compensar a diminuição de qualidade e quantidade multiplicando as áreas disponíveis por 1,5 a 2 durante o início do Verão e 2 a 3 no final do Verão. Como é óbvio, estes valores são variáveis e deverão ser apreciados em função da importância de seca estival e da qualidade da pastagem. Não manter os animais nas parcelas durante muito tempo. Introduzir uma suplementação à base de forragem e/ou ração de fibra no período seca estival e no Outono (1 - 1,5 kg de ração por dia ). Esta prática deverá ser retomada para as pastagens de 2º ano. Combater o parasitismo vigiando atentamente o estado geral dos animais e através da realização de análises coprológicas para intervir rapidamente, se necessário durante a pastagem. Colocar os animais em parcelas sãs sem passagem prévia de bovinos adultos para evitar a contaminação com ovos de parasitas excretados nas bostas. Realizar um controlo de crescimento para verificar a concretização dos níveis previstos, sendo o objectivo animais com bom porte e boa condição corporal mas não gordos. Se se procurar respeitar este conjunto de regras, é possível obter crescimentos superiores a 700 g/d no conjunto do período de pastagem de primeiro ano (com picos de 800 a 1000 g/d na Primavera). A pastagem de 2º ano é particularmente interessante no caso dos partos aos 30 meses ou 3 anos uma vez que se pode tirar partido do crescimento compensatório e o maneio é mais flexível. Se o parto se produzir aos 2 anos, é necessário contar com 25 a 30 ares disponíveis por novilha.

25

26

27

28

29 MANEIO NUTRICIONAL EM VACAS LEITEIRAS
O maneio alimentar das vacas leiteiras é um dos factores com maior incidência na produção de leite. Isto é ainda mais importante se considerarmos que o custo alimentar incide pelo menos em 50% do custo total do litro de leite. Por outro lado, uma boa alimentação permite melhorar a produção láctea, a saúde e reprodução do gado leiteiro. As vacas devem ser alimentadas de acordo com as suas necessidades nutricionais, que variam consoante o peso vivo, nível de produção e fase da lactação em que se encontram. Todos estes aspectos devem ser tomados em consideração de modo a formular um arraçoamento óptimo, que contemple uma correcta proporção entre forragem e concentrado.

30 A alimentação de um ruminante começa pela nutrição da sua microflora
BACTÉRIAS PROTOZOÁRIOS A alimentação de um ruminante começa pela nutrição da sua microflora

31 Necessidades nutricionais das vacas leiteiras
Um dos aspectos mais importantes a ter em conta na alimentação das vacas leiteiras é que estas consigam tirar o maior partido possível do consumo de alimento, de forma a maximizar a produção. Uma série de factores podem influenciar o consumo voluntário dos ruminantes, em geral, e das vacas leiteiras, em particular: - Características específicas do animal. - Características do alimento administrado. - Efeito do tipo de maneio utilizado. - Efeito das condições climáticas. O consumo é importante, uma vez que é através dele que os animais ingerem os nutrientes que precisam para viver, produzir, reproduzir-se e outros. Os principais nutrientes são: açúcares, proteína, gordura, água, minerais e vitaminas.

32 1. Características específicas do animal
As características específicas do animal, em conjunto com as características da ração são os factores mais importantes e sobre os quais existe maior quantidade de informação. Em termos mais simples, poder-se-ia dizer que o animal está capacitado para realizar um determinado consumo potencial, que por sua vez é afectado por uma série de factores, tais como: - Peso do animal - Rendimento em potencial de leite. - Fase de lactação. - Digestibilidade do alimento consumido pelo animal.

33 Peso do animal Os investigadores são unânimes quanto ao papel preponderante desempenhado pelo peso do animal. Contudo, este não é independente do rendimento do leite e da qualidade da dieta consumida. Por exemplo, se considerarmos duas vacas com pesos idênticos, mas diferentes níveis de produção, o consumo mais elevado registar-se-á na que possa produzir maior quantidade de leite. Rendimento potencial O rendimento potencial de leite de uma vaca é uma característica genética do animal, resultante da capacidade produtiva transmitida pelos progenitores. O rendimento potencial de leite só se expressará se a alimentação administrada for a adequada, tanto em termos de quantidade como de qualidade. Quanto maior for o nível de produtividade dos animais mais eficientes se tornam no tocante à utilização do alimento. As necessidades de matéria seca aumentam cerca de 0,2 a 0,4 kg por kg/leite/dia produzido comparativamente a kg de leite produzidos durante toda a fase de lactação. Isto significa que esta situação deve ser tomada em conta aquando do cálculo das necessidades energéticas do animal.

34 DADOS DE LACTAÇÃO “IDEAL”
Lactação = 10 meses = 305 dias Secagem ≈ 2 meses = 60 dias (8 semanas) Intervalo entre partos = 365 dias Produção Inicial (PI) = média dos 4º, 5º e 6º dias de lactação Produção Máxima (PM) = PI + 6 à 10 kg Potencial de Lactação - vaca : PM x 190

35 Fases da lactação Na Figura seguinte pode observar-se que a produção máxima de leite é atingida entre o 45º e o 60º dia após o parto. O criador deve tentar atingir realmente o ponto de produção máxima, uma vez que cada litro a menos que o animal revele em relação ao seu potencial, significa uma diminuição de 180 litros em termos de produção. Por outras palavras, se um animal tiver a capacidade de produzir potencialmente 25 litros no pico da lactação mas não for adequadamente alimentado e apenas produzir 20 litros, existem 5 l de diferença entre o valor potencial e o valor realmente obtido. O que implica que a vaca irá produzir 900 litros a menos em todo o período de lactação (180*5=900). É por este motivo que é fundamental que o animal expresse realmente todo o seu potencial produtivo, devendo o factor consumo de ração ser perfeitamente ajustado pelo lavrador.

36 Produção de leite, consumo e peso vivo durante a lactação

37 Na figura anterior constata-se que o consumo máximo está desfasado em relação à produção de leite. Por outras palavras, nos 2 primeiros meses de lactação a vaca encontra-se num período de balanço energético negativo. Face a esta situação, o animal “defende-se” mobilizando gordura corporal com o objectivo de suprir o défice de energia. Em geral, este comportamento regista-se em todas as vacas leiteiras, no entanto é possível “manipular” o ponto de produção máxima através de medidas de maneio alimentar. É assim que a utilização de rações permite antecipar o nível de “máxima produção láctea”. Ao observar a figura é bem patente que as necessidades nutricionais das vacas leiteiras variam em função da fase de lactação em que se encontrem. O consumo de proteína expresso como percentagem da dosagem total para o 1º, 2º e 3º terço da lactação deve ser 17, 15 e 13%, respectivamente, enquanto que o teor energético deve ser da ordem de 2,9 a 2,7 Mcal de energia metabolizável por kg de matéria seca.

38 1º terço da lactação - 3,6% do peso vivo
Como atrás foi referido o 1º terço é o período mais exigente em termos da alimentação da vaca leiteira, e a fase que requer maior esforço por parte do criador para suprir as necessidades nutricionais dos animais. É nesta fase que a vaca produz cerca de 45% do volume total de leite da lactação. No 2º e 3º terço vai produzir 32% e 23%, respectivamente. Ou seja, uma vaca de 6000 litros de leite na lactação produzirá ,2 - 13,8 l/dia no 1º, 2º e 3º terço da lactação, respectivamente, por kg de matéria seca. As recomendações de consumo de matéria seca por kg de peso vivo durante as diferentes fases da lactação são as seguintes: 1º terço da lactação - 3,6% do peso vivo 2º terço da lactação - 3,0% do peso vivo 3º terço da lactação - 2,5% do peso vivo

39 Em termos práticos significa que um animal com 500 kg de peso deve consumir 18 kg, 15 kg e 12.5 kg de matéria seca durante a 1ª, 2ª e 3ª fase da lactação, respectivamente. Designa-se por «matéria seca» “o que subsiste depois de se extrair a água de um determinado alimento”. É uma unidade utilizada para comparar o teor das diferentes forragens ou concentrados.

40 A perda de peso em vacas leiteiras é inevitável
A perda de peso em vacas leiteiras é inevitável. Contudo, a dimensão desta perda vai depender entre outros factores da alimentação pré-parto, grau de acumulação de reservas corporais, nível de produção da vaca e dieta administrada no início da lactação. Considera-se normal que uma vaca adulta perca cerca de 10% do seu peso durante os primeiros meses após o parto, aceitando-se como média 1,0 a 1,2 kg/dia. Portanto, do 2º ao 5º mês o animal deve manter o peso. Finalmente, a partir do 5º até ao 10º mês, deverá começar a aumentar, chegando ao momento de ser secada com um peso idêntico ao que apresentava pós parto. A partir daí, a vaca começa a aumentar de peso em consequência do crescimento do feto, chegando a ganhar cerca de 60 kg devido à gestação. É necessário referir que, do ponto de vista reprodutivo, enquanto a vaca perder peso dificilmente ficará prenhe. Por isso, é extremamente importante minimizar a perda e o período durante o qual a vaca leiteira perde peso.

41 Valores da condição corporal
Período Condição corporal Vacas no parto a 4- Vacas no pico lactação a 3 Metade da lactação Final da lactação Vacas em secagem a 4- Novilhas a 3

42 VACA MUITO MAGRA

43 VACA MAGRA

44 VACA EM BOM ESTADO CORPORAL

45 VACA ACIMA DO NORMAL

46 VACA GORDA

47 Características do alimento administrado às vacas.
As vacas leiteiras caracterizam-se por serem muito selectivas quanto à alimentação. Por outro lado, uma vez que cortam a forragem com a língua precisam que o pasto tenha, no mínimo, 12 cm de altura, ou em caso contrário terão de caminhar bastante para obter o seu próprio alimento. De igual forma, as vacas conseguem distinguir quais são as forragens de melhor qualidade, e em relação à mesma planta, darão preferência às folhas sobre os talos. Sabe-se também que do total de forragem disponível administrada às vacas leiteiras, os animais apenas comerão cerca de 65%. Como é lógico, se diminuir a disponibilidade de forragem o consumo ressentir-se-á.

48 A disponibilidade é afectada pelo número de animais por unidade de superfície (carga animal) e velocidade de crescimento das plantas que compõem o pasto. Por outras palavras, quanto maior for a quantidade de animais por unidade de superfície mais se ressentirá o consumo, uma vez que a cada um deles corresponderá menor quantidade de forragem. O crescimento das forragens varia em função da espécie e consoante a época do ano. Na Primavera-Verão, os pastos produzem cerca de 70% do volume total de forragem anual, o que implica que durante essa época o crescimento é muito rápido, sendo por isso o momento adequado para proceder à sua conservação sob a forma de ensilagem e/ou feno.

49 Efeitos do maneio Os efeitos do maneio consistem basicamente no tempo de acesso dos animais ao alimento. Para além disso, consideram-se também os efeitos de frequência (número de vezes que as vacas entram para comer) e a forma de apresentação das forragens (inteira, moída, triturada, outras…). Estas condições são importantes em animais estabulados, uma vez que em sistemas de pastoreio perdem relevância.

50 Efeito das condições climáticas
Os fenómenos meteorológicos com influência no consumo são: a temperatura, a humidade, o vento, a radiação, a chuva e a altitude. Os efeitos do clima sobre a produção animal podem ser directos ou indirectos. Directos porque afectam as necessidades energéticas dos animais. Indirectos, uma vez que têm influência na disponibilidade de forragem. Um dos factores mais importantes é a acção da temperatura. É sabido que influencia o consumo do alimento, de água , a produção e composição do leite, a taxa de gestações, etc. A produção máxima de leite é obtida com uma temperatura situada entre 14-21ºC. O principal problema climático é constituído pela associação chuva/vento. Todos os criadores de gado leiteiro terão tido ocasião de observar que quando existe chuva e vento os animais deixam de comer, o que implica uma queda da produção de leite. Face a esta situação é aconselhável que durante o Inverno os animais permaneçam estabulados durante todo o dia, ou pelo menos, durante a noite.

51 ALIMENTAÇÃO DAS VACAS LEITEIRAS EM REGIME DE PASTOREIO
Os sistemas produtivos de cerrados constituem o principal recurso forrageiro. A produção de leite em pastoreio é mais barata do que em sistemas com os animais estabulados durante todo o ano. A grande vantagem do regime de pastoreio consiste em que é a vaca a colher o seu próprio alimento. Contudo, o maior contra é que nessas condições não é possível estimar o consumo individual por cabeça, nem a variação individual, nem sequer o consumo de toda a manada. Como não se sabe qual é o consumo de energia e de outros elementos nutricionais, não é fácil administrar através do concentrado as quantidades adequadas de nutrientes para proporcionar uma dieta equilibrada.

52 Num regime de pastagem é necessário ter em consideração a disponibilidade de forragem existente no campo. A colocação dos animais deve ser feita quando se verifique uma disponibilidade entre kg de matéria seca por ha, o que corresponde aproximadamente na Primavera com uma altura de cerca de 15 cm. Este valor vai depender da densidade da pastagem e do período do ano em causa. Na Primavera a matéria seca da pastagem pode atingir 18-20%. Os dias em que as vacas leiteiras poderão pastar no cerrado vai depender de factores como a disponibilidade, número e peso dos animais, consumo de matéria seca (MS), período da lactação, entre outros. Consideremos o caso de um criador com as seguintes características: Número de vacas : 50 Disponibilidade de forragem : kg. de matéria seca por hectare Percentagem de utilização : 65 % Peso das vacas : 500 kg. Consumo MS 1º terço : 3,6% do peso vivo

53 Para calcular os dias que os animais poderão pastar,
realiza-se o seguinte cálculo: Disponibilidade real de forragem de acordo com a percentagem de utilização 2000*0.65= 1300 kg de matéria seca. Consumo de matéria seca por animal = 500*0.036= 18 kg de MS Consumo das 50 vacas da manada = 50* 18 kg. MS = 900 kg de MS Dias de pastagem = 1300/900= 1,5 dias de pastagem nesse campo com todo o rebanho. Como norma de maneio é aconselhável em seguida à 1ª utilização, usar a mesma pastagem com animais de menor produção, gestantes ou em crescimento, uma vez que estes são menos selectivos e portanto ingerirão a forragem remanescente. Em relação aos diferentes níveis de necessidades dos animais, o criador de vacas leiteiras deve pelo menos dois grupos de animais, se bem que o ideal seja 3. Nestes grupos devem manter-se animais em fases de lactação semelhantes ou com níveis similares de produção.

54 ALIMENTAÇÃO DE VACAS ESTABULADAS
Numa perspectiva teórica, a alimentação das vacas estabuladas afigura-se mais fácil. Contudo, em termos do trabalho que requer é mais complicado e oneroso. Tal como em condições de pastoreio, os animais devem ser separados por grupos de acordo com a fase de lactação e nível de produção. Para realizar uma boa alimentação no período de Inverno, é fundamental realizar amostragens das silagens e fenos, remetidas a um laboratório especializado para análise. Devem ser determinados os níveis de matéria seca, proteína bruta e teor de energia metabolizável. O maneio alimentar invernal pode ser feito de duas formas: Administração de forragens e concentrados por separado. Utilização de alimentos completos. Na primeira alternativa, considera-se a administração de silagem, feno e ração, em comedouros instalados no recinto de estabulação ou na sala de ordenha.

55 Com base no nível produtivo das vacas e composição das forragens pode ser determinada a quantidade de silagem ou feno e tipo de ração a administrar. De modo geral, a qualidade dos fenos e silagens produzidos na região varia em qualidade, ao longo do ano. O que implica a necessidade de formular rações em termos energéticos ou proteicos adequados e específicos relativamente à situação e contrariamente ao conceito antiquado de formulação genérica.

56 O sistema de alimentação à base alimentos completos (unifeed) consiste na mistura proporcional de todos os ingredientes de modo que cada kg de ração apresente o mesmo teor proteico e concentração energética. Este sistema comporta uma série de vantagens : Não existe selecção entre os diferentes componentes do alimento. Quando se administra um nível adequado das forragens e ração é possível evitar uma eventual redução da matéria gorda do leite. Como desvantagens poder-se-á mencionar: Não permite a armazenagem. Uma vez feita a mistura tem de ser consumida. Requer «unifeeds», o que pressupõe um custo elevado. Contudo, pode ser realizado manualmente mas implica muito tempo. É indicado para manadas grandes. Não deve ser aplicável em período de pastoreio Para utilizar este sistema é necessário aplicar um número considerável de cálculos aritméticos, especialmente se se utilizar silagem, rolo de erva, ração ou outros na preparação.

57

58 QUANTIDADE DE ÁGUA NECESSÁRIA
A água é o nutriente que a vaca requer em maior quantidade e é extremamente importante para a produção de leite; A produção de leite diminui imediatamente se o nível de água for deficiente ou não for disponibilizada em quantidade ou qualidade suficientes  A vaca leiteira deve ter a possibilidade de regular o seu próprio consumo de água, em qualquer altura. ☞ Principais factores que influenciam a quantidade de água ingerida:  Ingestão de matéria seca  Produção de leite  Temperatura ambiental  Ingestão de sal Regra geral, a vaca lactante bebe 3.5 a 5.5 kg de água por kg de matéria seca ingerida. Por exemplo: uma vaca que coma 12 kg de matéria seca consome 12 x 4.5 = 54 kg de água/dia no mínimo. 

59 CONCLUSÕES As vacas leiteiras devem ser alimentadas de acordo com a fase de lactação em que se encontram. São particularmente importantes os primeiros 100 dias, período durante o qual o animal produz 45% do volume total de leite produzido durante toda a fase de lactação. É importante promover o máximo consumo de matéria seca nas vacas leiteiras, de forma a que os animais possam revelar todo o seu potencial produtivo.

60 REPRODUÇÃO E NUTRIÇÃO

61 REPRODUÇÃO E NUTRIÇÃO VACAS LEITEIRAS
INTRODUÇÃO Água, energia, proteína, minerais e vitaminas são os requisitos para a reprodução normal. Estes nutrientes são os mesmos necessários para outros processos do organismo: manutenção, crescimento e produção de leite. O impacto do estado nutricional da vaca no seu desempenho reprodutivo pode afectar sua capacidade de: • Procriar (iniciar uma nova gestação); • Fornecer a quantidade adequada e o balanço de nutrientes para o desenvolvimento normal do feto; • Parir o vitelo sem complicações (retenção placentária, hipocalcemia, etc.).

62 Nutrição e gestação A má nutrição durante a gestação pode dar origem a: • Parto prematuro, malformações e vitelos fracos devido à carência materna em energia, proteína, vitaminas e minerais; • Aborto, raramente em consequência da má nutrição, excepto em casos graves de deficiência, ingestão de alimento com bolor, ou se estive contiver teores elevados de estrogénios (hormonas).

63 Nutrição e complicações pós-parto
Diversas complicações no decurso do parto estão relacionadas – pelo menos em parte - com desequilíbrios nutricionais: • A Síndrome da Vaca Gorda é uma condição resultante do excesso de energia durante a última etapa da lactação ou durante o período seco, que provoca obesidade. • A Hipocalcémia é devida a uma maior mobilização de cálcio do sangue para o leite nos primeiros dias pós-parto. Esta perturbação é causada, em parte, pelo excesso de cálcio ou desequilíbrio entre o cálcio e o fósforo da dieta. Poderá traduzir-se em paralisia e morte se os animais não forem tratados imediatamente. • O Deslocamento do Abomaso é uma condição na qual o abomaso se desloca para a direita ou para esquerda da sua posição normal. A principal causa deste problema pode ser um excesso de concentrado na dieta (falta de fibra) com o aumento do espaço na cavidade abdominal logo após o parto. • A Cetose é uma patologia metabólica observável em vacas com excesso ou insuficiência de reservas corporais no momento do parto: as vacas perdem o apetite, e, a produção de leite e a fertilidade diminuem. As vacas com hipocalcémia e síndrome da vaca gorda evidenciam também maior predisposição para retenção placentária, metrite, distócia e redução de concepções.

64 Lactação versus concepção
No início da lactação, há maior necessidade de disponibilização de nutrientes para a produção de leite. Para além dos nutrientes existentes na alimentação, em geral, as vacas mobilizam as suas reservas corporais (principalmente de energia) para manter a produção de leite. Se as vacas não se alimentarem de modo suficiente durante o início da lactação, entrarão num estado de carência energética, apresentando perda de peso e redução drástica da capacidade de procriar. Apenas num estádio avançado da lactação, quando a energia necessária para a produção de leite está em equilíbrio com a energia ingerida, aumenta a capacidade de iniciar uma nova gestação.

65 Balanço energético e fertilidade
Uma das causas mais comuns de baixa fertilidade em vacas leiteiras é a deficiência de energia em relação às necessidades do animal ou um balanço energético negativo. Dependendo da produção de leite no início da lactação, pode ocorrer um balanço de energia negativo nas primeiras duas a dez semanas de lactação (dois meses e meio). Os intervalos de concepção são menores em vacas inseminadas durante um balanço energético negativo (vacas com perda de peso) comparativamente a vacas inseminadas durante um balanço de energia positivo (vacas com ganho de peso). No entanto, é claro que as vacas com um balanço energético negativo se caracterizam por menor fertilidade, independentemente da capacidade de produção de leite.

66 Proteína e fertilidade
O efeito da proteína da dieta na reprodução é complexo. Em geral, quantidades inadequadas de proteína na dieta reduzem a produção de leite e o desempenho reprodutivo. Os excessos de proteína também podem ter efeitos negativos na reprodução. Contudo, por vezes, teores proteicos mais elevados na dieta estão associados a um nível de fertilidade mais alto. Alguns efeitos têm sido demonstrados para explicar o baixo desempenho reprodutivo observável nalgumas dietas com níveis excessivos de proteína: • Podem produzir-se concentrações elevadas de ureia no sangue, com um efeito tóxico sobre os espermatozóides, óvulos e no embrião em desenvolvimento; • O balanço hormonal pode estar alterado: os níveis de progesterona são baixos face a níveis elevados de ureia sanguínea; • Em vacas no início da lactação, teores proteicos elevados podem aumentar o balanço energético negativo e abrandar o regresso ao normal funcionamento dos ovários.

67 Minerais, vitaminas e fertilidade
Os minerais e vitaminas desempenham um papel importante na reprodução. Os efeitos das deficiências severas são geralmente bem definidos. Contudo, é difícil estabelecer os possíveis efeitos do excesso ou deficiências marginais a curto prazo. Além disso, existem inúmeras interacções entre minerais, particularmente ao nível dos microminerais. Em geral, a maioria das vitaminas e minerais necessários (com excepção do ferro) podem exercer uma acção directa ou indirecta sobre a fertilidade e capacidade da vaca de parir um vitelo saudável. A deficiência de fósforo também reduz a fertilidade das vacas leiteiras. A carência ou excesso, sobretudo de cálcio ou fósforo, na dieta pode conduzir a uma hipocalcemia no momento do parto. O rácio cálcio-fósforo desejável deve ser da ordem de 1,5:1 a 2,5:1. No entanto, a ração deve ser sempre balanceada para a quantidade de cálcio e fósforo necessária, não se baseando apenas na relação cálcio/fósforo.

68 Problemas reprodutivos
Efeito de deficiências em microminerais nos problemas reprodutivos Problemas reprodutivos Microminerais Cobre Cobalto Iodo Manganés Selénio Zinco Ferro Duração variável do ciclo éstrico Sim Não Anestro ou cio silencioso Aumento das cobrições por gestação Aborto Retenção placentária FONTE: Instituto Babcock para Investigação e Desenvolvimento Internacional da Indústria Leiteira - Universidade de Wisconsin – Madison

69 Efeitos das carências nutricionais durante a gestação na saúde dos vitelos recém-nascidos
Nutriente Sintomas de carência nos vitelos Energia Vitelo com baixo peso à nascença, falta de desenvolvimento, crescimento lento. Proteína Vitelo com baixo peso à nascença, crescimento lento, deficiência severa – imunidade deprimida. Cálcio e Fósforo Muitas vezes é um problema devido à grande quantidade de cálcio e fósforo que pode ser mobilizado dos ossos para o crescimento fetal. Iodo Bócio em vitelos recém-nascidos. Cobre Vitelos fracos, evidenciando sinais de raquitismo. Selénio Falta de desenvolvimento, degeneração muscular (doença do músculo branco), paralisia e falha cardíaca. Vitamina A Períodos de gestação curtos e em casos severos, abortos; nascimento de vitelos fracos, cegos ou sem coordenação; diarreia aguda (branca) em vitelos fracos. Vitamina D Nascimento de vitelos com raquitismo (raro). Vitamina E Relacionado com deficiências de selénio; dificuldade de locomoção e impossibilidade de sucção. FONTE: Instituto Babcock para Investigação e Desenvolvimento Internacional da Indústria Leiteira - Universidade de Wisconsin – Madison

70

71 INFERTILIDADES NUTRICIONAIS

72 Tendências médias em raças especializadas
CAUSAS ALIMENTARES (por ordem hierárquica) 1 – DÉFICE ENERGÉTICO, no início da lactação, sobretudo porque: Excesso de peso durante a secagem do leite Estado corporal >4 (não separação das vacas secas) Produtividade láctea superior - maior propensão para emagrecer - atraso médio de fecundação de 1 dia por 100 kg de leite suplementar por lactação - em 30 anos, potencial genético multiplicado por 3 e taxa de sucesso na 1ª IA diminuído de 30 p 100 infertilidade agravada pelo aumento da produtividade láctea inseminar quando as vacas deixam de emagrecer Tendências médias em raças especializadas FORMATO DURAÇÃO GESTAÇÃO PRODUTIVIDADE 1ª IA IF/IA IP 500 kg 600 kg 700 kg 9 meses 9 meses + 8 d 9 meses + 15 d 6 000 kg 7 000 kg 8 000 kg 9 000 kg 50 d 60 d 70 d 80 d 1,5 1,7 1,8 2,0 12,0 meses 12,5 meses 13,0 meses 13,5 meses IA= inseminação artificial; IF= inseminação fecundante; IP= intervalo entre partos

73 MECANISMOS PATOGÉNICOS
EMAGRECIMENTO Excessivo e prolongado  hipoglicémia (com perda de peso vivo >200g/VL/d)  hipoinsulinémia  decréscimo das hormonas reprodutivas  esteatose hepática  desequilíbrios hormonais hipoglicémia  infertilidade e cetose 1º estro 10 d após pico de emagrecimento → infertilidade em paralelo com a intensidade e duração do emagrecimento

74 2 – EXCESSO DE PROTEÍNAS RAPIDAMENTE DEGRADÁVEIS (PRD)
devido a: erva jovem, luzerna verde, forragem de colza , silagem de erva mal conservada excesso de , ureia, amoníaco com insuficiência de glúcidos fermentescíveis ou dessincronização dos aportes entre próteinas rapidamente degradáveis (PRD) e glúcidos fermentescíveis (GF) 3 – CARÊNCIAS MINERO-VITAMÍNICAS, sobretudo de: P (se bem que o excesso seja negativo a partir de 20 g/VL/d) Zn (défice frequente nas forragens) Cu (reforço das deficiências através de excesso de cálcio) por vezes Mn, Se, I (agravamento por via de antitiroideus) Vitamina A (± papel específico dos carotenos 4 – FACTORES ANTI-NUTRICIONAIS antitiroideus das crucíferas fitoestrogéneos das leguminosas (trevo, luzerna) zearalenona do bolor rosado do milho Hiperamoniogénese ruminal  hiperamonemia  hipoglicemia défice de progesterona toxicidade para o embrião  retornos tardios abortos (novilhas) Desequilíbrios hormonais Perturbação do equilíbrio hormonal, hipofisário e ovárico (ex. vit A  progesterona) Alteração dos epitélios ovárico e uterino → hipotiroidismo → hiperestrogenismo CORRECTA DOSAGEM AZOTADA Alteração progressiva de dietas Restrição dos aportes de proteínas degradáveis Equilíbrio PDIN/PDIE Sincronização entre aportes PRD e GF Distribuição ao longo do dia de PRD e GF Controlo do teor de ureia do leite (<0,40 g/l) Equilíbrio mineral Boa colheita e conservação das forragens e análises regulares (incluindo Zn, Cu…) Suplementação minero-vitamínica adaptada, sistematizada a todos os animais, em quantidade suficiente (≤ 1 kg para 100 l de leite) Higiene da ração Limitar o consumo de forragens de crucíferas e reforçar os aportes de iodo e selénio Evitar o desenvolvimento de bolores (silo bem compactado e hermeticamente fechado)

75 ALIMENTAÇÃO E PATOLOGIA NO INÍCIO DA LACTAÇÃO
Erros alimentares Acetonemia «Hepatose» Perturbações da reprodução Recomendações Metrite Infertilidade Energia < > Matérias < Minerais: Ca < - P < - Mg < - Oligo < Vitamina A < Vitamina D < >> ++++ ++ + +++ + quantidade (+energia) de ração/dia ± flushing estimulante ou pós-estro UI7VL/d * INRA 1988 ** USA National Research Council

76 TRANSFORMANDO DESAFIOS EM OPORTUNIDADES

77

78 MUITO OBRIGADO


Carregar ppt "Carlos Cortes, DVM Praia da vitória 25 Março 2011."

Apresentações semelhantes


Anúncios Google