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Introdução: Referencial Teórico:

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Apresentação em tema: "Introdução: Referencial Teórico:"— Transcrição da apresentação:

1 Introdução: Referencial Teórico:
O termo eugenia foi criado pelo inglês Francis Galton ( ) e significa “boa geração”. A eugenia era a ideia de que a espécie humana deveria passar por uma seleção genética artificial até alcançar sua “melhor forma”. Esse pensamento dividia os seres humanos entre "superiores e inferiores” pelo critério da hereditariedade. A pessoa considerada inferior estaria destinada a ser pobre, como explica Maria Maciel: "Justificam-se, assim, as condições de vida pelas condições biológicas, o que equivale dizer que o pobre era pobre por ser inferior, nascendo predestinado a pobreza”. (MACIEL, 1999, p.121). A eugenia foi importada para o Brasil na década de 1910 e foi difundida por vários pensadores, incluindo Renato Kehl. Aqui, interagiu com o racismo já existente, fruto de séculos de escravidão. O movimento eugênico no Brasil foi mascarado por embasamentos pseudocientíficos, mas na verdade escondiam uma ideologia preconceituosa. Esse persistente ocultamento do racismo por trás do mérito individual influenciou a sociedade em que vivemos hoje, na qual o preconceito racial já é naturalizado. Referencial Teórico: Pesquisamos, neste trabalho, como a eugenia chegou ao Brasil e interagiu com o racismo e as teorias já existentes no território. Nos baseamos no texto Eugenia no Brasil (MACIEL, 1999). Vê-se que os pensadores eugênicos no Brasil refletiam e polemizavam sobre a mestiçagem. Os eugenistas positivos pensavam a mestiçagem como uma forma de “branquear” a população. Já para os eugenistas negativos a mestiçagem era um tipo de degeneração da raça. Essa visão eugênica positiva a respeito da mestiçagem no Brasil sustentou uma política de branqueamento de longo prazo, tema estudado a partir do texto Ideologia do Branqueamento (HOFBAUER, 2000). A proposta de branqueamento da população brasileira através da miscigenação era fundamentada por um ideal eugênico branco europeu que visava assim “melhorar” geneticamente o brasileiro. A política de branqueamento incentivou a miscigenação e esta por sua vez passou a ser um dos principais argumentos para o mito da democracia racial (DOMINGUES, 2003). Gilberto Freyre foi quem sinalizou essa ideologia com roupagem de ciência, mas a idéia já vinha sendo apresentada por autores anteriores, como os viajantes europeus do século XIX. De acordo com o mito, a miscigenação no Brasil indicava que aqui negros e brancos viviam numa “harmonia racial” – e a miscigenação era quase uma “comprovação” disto. Mas, por trás dessa “harmonia racial”, ocultava-se uma discriminação de fundo eugênico, já que a miscigenação foi mais um dado da eugenia positiva do que uma “harmonia”. O caráter ideológico dessas teorias perpetuadas no tempo contribuiu para a ocultação do racismo na sociedade brasileira atual.

2 “A redenção de Cam” - Modesto Brocos – 1985
Considerações Finais: A partir do embasamento histórico pudemos perceber que a eugenia interagiu com teorias racistas vigentes no Brasil. Essa interação ajudou no enraizamento do racismo no país, que ainda continua sendo um aspecto ocultado, mas naturalizado. Na aplicação do questionário obtivemos duas conclusões: primeiro, as pessoas reconhecem o racismo como algo próximo delas. Quando perguntadas se existia racismo no bairro em que elas se encontravam, 86% responderam que sim. Quando perguntadas se conheciam alguém racista 70% das pessoas responderam que sim. Contudo, 88% das pessoas entrevistadas não se consideram racistas. Com isso, podemos perceber que as pessoas reconhecem o racismo em sua volta (bairro) e nas pessoas que elas conhecem, mas não em si próprias. Ou seja, o racismo é algo associado “ao outro”. É importante também ressaltar que existe certa passividade em relação ao racismo: 46% das pessoas entrevistadas afirmaram que não reagiriam a uma situação de racismo. Isso mostra que há uma naturalização desse fenômeno social, que certamente é fruto de uma história que incentivou teorias com caráter ideológico, como a eugenia.     “A redenção de Cam” - Modesto Brocos – 1985 Óleo sobre tela Referências Bibliográficas: ALVES,José E. Diniz.Malthusianismo,neomalthusianismo e direitos reprodutivos.Publicado em:EcoDebate, DOMINGUES, Petrônio José. O mito da democracia racial e a mestiçagem em São Paulo ( ). Tempos Históricos (EDUNIOESTE), Marechal Cândido Rondon/PR, v. 5/6, p , 2003. HOFBAUER, Andreas. Ideologia do branqueamento - racismo à brasileira? In: VI Congresso Luso-Afro-Brasileiro, 2000, Porto. Actas do VI Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais. Porto, v. II. p. 7-12 MACIEL, M. E. A Eugenia no Brasil. Anos 90, Porto Alegre, RS, v. nº 11, p , 1999.


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