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“8 DE MARÇO: UMA QUESTÃO DE GÉNERO NA MULHER BIBLIOTECÁRIA PORTUGUESA” Rosa Maria Oliveira Biblioteca Municipal de Lousada romyoliv@gmail.com 6 de Março.

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1 “8 DE MARÇO: UMA QUESTÃO DE GÉNERO NA MULHER BIBLIOTECÁRIA PORTUGUESA” Rosa Maria Oliveira Biblioteca Municipal de Lousada 6 de Março de 2012

2 A situação laboral das mulheres nas bibliotecas portuguesas é um tema que me é muito caro pois há xx anos que trabalho em bibliotecas e experienciado e vivido as dúvidas, as incertezas, as esperanças e as alegrias do que é trabalhar de e para a comunidade, do que é ser mulher num contexto de trabalho em que quem dita as regras são os homens (ou mulheres que lhes aprenderam os gestos e as maneiras…). Por esta ser uma profissão maioritariamente feminina, é impossível deixar de notar no dia-a-dia o esforço que todas fazem para conjugar as exigências desta que é uma profissão cada vez mais técnica e exigente com as suas vidas pessoais, algo que de resto deverá ser extensível a muitas outras profissões que sejam exercidas na maioria por mulheres. Procurei perceber um pouco melhor os contornos desta realidade, na perspetiva de que, conhecendo as causas é possível ajudar a melhorar os efeitos, deste que não deixa de ser um desequilíbrio de representação de homens e mulheres nas várias estruturas das quais se compõem a biblioteconomia. Este desequilíbrio, se optarmos por assumir que de facto existe, manifesta-se das mais diversas formas. Considerando que homens e mulheres têm um contributo válido a dar quer para a estrutura técnica quer para a estrutura decisional, podemos e devemos fazer muito mais para que as Ciências da Informação sejam um espaço de encontro de competências e que tenham uma valorização social equiparada a outras ciências afins que porventura têm sabido gerir melhor a diferença e conquistar um lugar nos mecanismos de recompensa social.

3 Introdução Ciências da Informação
Progressiva inserção da biblioteconomia no contexto ciência moderna Antiguidade …………. Sec XVII e XIX ………………………………………..Sec XXI….. Desde a antiguidade que o valor dos registos e acervos históricos para a humanidade desempenha um papel fundamental na memória científica das sociedades. Da laboriosa estruturação de fontes bibliográficas passando pelo surgimento da figura do bibliotecário durante o Renascimento e pelo surgimento de escolas no século XVII e XIX até aos dias de hoje, verificou-se uma progressiva inserção da biblioteconomia no contexto da ciência moderna. Essa inserção passou pelo registo sistemático de conhecimentos técnicos compilados, aprofundamento da cientificidade das práticas até ao surgimento das Ciências da Informação enquanto tal. Atualmente, vivemos num mundo técnico-científico (união da ciência com a tecnologia) em que a subjectividade se conjuga com padrões específicos de especialização. É neste contexto que se inscreve a inserção laboral da mulher bibliotecária. Registo de conhecimentos técnicos compilados Aprofundamento da cientificidade das práticas Ciências da Informação Vive-se atualmente num mundo técnico-científico (união da ciência com a tecnologia) em que a subjetividade se conjuga com padrões específicos de especialização Contexto da Inserção laboral da mulher bibliotecária

4 Introdução | Origem e desenvolvimento do tema
“The world is made up of great divides - divides of nations, wealth, race, religion, education, class, gender, and sexuality - all constructs created by human agency.” ( Epstein, 2007, p.19) Limites da desigualdade na profissão de bibliotecária Feminização A dicotomização da sociedade tem sido uma constante ao longo da história: ricos e pobres, brancos e negros, homens e mulheres… Estas formas de diferenciar os indivíduos no tecido social têm gerado inúmeras disfuncionalidades que a ciência se tem ocupado a estudar com algum detalhe. A temática em estudo incide sobre a inserção laboral da mulher bibliotecária pois, de facto, esta profissão apresenta níveis de feminização elevados que não são certamente alheios aos construtos sociais. Esses construtos têm levado à feminização de certas profissões às quais tem estado associada alguma desvalorização profissional (e.g. menor reconhecimento social das profissões exercidas maioritariamente por mulheres). Esta realidade impõe limites objectivos e subjectivos por exemplo à progressão na carreira e acesso a cargos dirigentes e, neste domínio, têm-se registado, diferentes avanços e recuos nas últimas décadas. Parece ser incontestável que aquilo que se espera ser o papel do homem e da mulher tem as suas fronteiras por uma ética eminentemente produtiva, com reflexos na esfera laboral, que determina ainda hoje por exemplo que a maternidade seja vista nas empresas como algo que vai interferir com a produtividade global e faz com que a compatibilização da carreira com a família seja ainda tema de debate. Desvalorização profissional Avanços e Recuos Dicotomização Limites à progressão na carreira e acesso a cargos dirigentes Desvalorização em função da idade Aquilo que se espera ser o papel dos agentes produtivos tem as suas fronteiras delimitadas pela “ética”, sendo esta ética em grande parte a ética produtiva com reflexos na esfera laboral

5 1 2 3 4 5 Introdução | Objetivos científicos Objectivo Geral
Refletir sobre os pressupostos e condicionantes desta profissão, nomeadamente no que diz respeito à sua feminização Analisar, refletir e conhecer o enquadramento laboral das mulheres bibliotecárias em Portugal no contexto das novas exigências da profissão e face à evolução da auto-imagem percebida dos seus profissionais. Traçar um retrato da profissão na atualidade tendo em conta a sua evolução histórica 2 3 Obter um retrato do auto-conceito dos e das profissionais desta área 4 Identificar as perspetivas e opiniões dos profissionais face ao seu enquadramento de carreira 5 Perspecivar o enquadramento futuro da profissão, num contexto em que o mercado de trabalho se revela cada vez mais competitivo em todas as áreas e exige dos seus profissionais um conjunto alargado de saberes e competências

6 Considerações Históricas
1. Registos eclesiásticos, paroquiais ou de filósofos e intelectuais Manifestação ancestral do valor dos registos e acervos históricos para a humanidade A organização de livros e registos escritos permitia manter a estrutura social e de poder e influência de classe. Primeiro sem um método científico definido e, progressivamente, criando-se regras e sistematizando os acervos. Não é possível datar as primeiras coletâneas temáticas pois estas terão sido motivadas por diversas circunstâncias ao longo da história da humanidade. Faz parte da natureza humana manter a marca da sua passagem por este mundo através de manifestações artísticas, de objectos de culto e todo o tipo de simbologias que são também registos voluntários produzidos pelas comunidades desde tempos ancestrais. As formas incipientes de cadastro e averbamento são abundantes e a maioria delas terá sido motivada pela necessidade de realizar contagens da população para efeitos de cobrança de impostos e imposição de leis régias ou determinações feudais, com vista a controlar os súbditos e reunir os meios financeiros necessários para perpetuar o poder. Com escassos recursos e sem um método científico definido, os primeiros acervos e arquivos foram sendo constituídos progressivamente pelos elementos do clero, particularmente monges ou em paróquias como forma de organizar os aglomerados populacionais em ordem a determinadas características ou atributos. Os registos eclesiásticos foram os primeiros processos a atestar o valor dos registos e acervos históricos para a humanidade. Os pioneiros na organização de livros e registos escritos foram os elementos do clero, tidos como detentores quase exclusivos do conhecimento e saber livresco. Esta foi das primeiras manifestações do quanto os registos e acervos históricos eram importantes para a humanidade, ainda que a sistematização inicial dos registos não obedecesse a um método científico específico ou normalizado. A manutenção e organização deste saber outorgava poder e influência junto de toda a pirâmide social. A figura do bibliotecário surgiu durante o Renascimento dado que na Europa, ao longo da época medieval, os conventos e mosteiros constituíam centros culturais onde freiras e monges desempenhavam o papel de bibliotecários, embora esse trabalho tenha permanecido à margem da sociedade durante um largo período. Nos séculos XI e XII, os centros de aprendizagem foram sendo progressivamente transferidos para as escolas técnicas da época e, mais tarde, para as universidades. No meio universitário, os livros eram guardados não existindo propriamente uma actividade profissional que cuidasse de os guardar e manter. A laboriosa estruturação de fontes bibliográficas que deu origem à própria Biblioteca, que só a partir do século XIX se afirmou como uma Instituição. Para além do saber livresco a que tinham acesso monges e elementos do clero, a existência da Biblioteca prometia estender o saber a cada vez mais estratos sociais, sendo este um primeiro passo para a democratização do saber! Este é talvez dos mais importantes contributos que a biblioteca teve para o desenvolvimento: o acesso tendencialmente livre à informação (sabemos que em numerosas ocasiões da história foram impostas limitações no acesso a certos tipos de livros mas esse nunca foi o espírito da biblioteca!). Com o surgimento das bibliotecas de forma mais generalizada abriram-se também numerosas oportunidades para aprofundar os aspectos técnicos da sistematização de informação. 2. Renascimento Surge a figura do bibliotecário e aumenta a importância social dos livros A laboriosa estruturação ancestral de fontes bibliográficas que deu mais tarde origem à própria Biblioteca foi o primeiro contributo para a democratização do saber!

7 Considerações Históricas
Nos EUA o número de bibliotecas cresceu rapidamente e a 2ª Guerra Mundial acelerou o processo 3. Surgimento das bibliotecas (séc. XIX – meados séc. XX) A profissão de bibliotecário/a principiou por ser marcadamente masculina até que um bibliotecário de prestígio internacional, Melvin Dewey (considerado o pai da profissão), começa a defender a incorporação das mulheres na profissão Nos anos 50 e 60, as bibliotecas passaram a ter um papel importante no contexto do novo modelo de desenvolvimento na medida em que funcionavam como suporte à aprendizagem de uma grande quantidade de jovens em idade escolar (baby boomers) Foi nos Estados Unidos que a profissão de bibliotecário/a se formou e cresceu rapidamente. Em meados do século XIX existia já um grande número de bibliotecários e começaram a surgir associações regionais como a Young Men’s Library Association (YMLA) de Atlanta. Todo este movimento culminou com a criação, em 1876, da American Library Association (ALA) e com a fundação de uma escola de bibliotecários na Universidade de Columbia em 1887. A profissão de bibliotecário/a principiou por ser marcadamente masculina até que um bibliotecário de prestígio internacional, Melvin Dewey (considerado o pai da profissão), começa a defender a incorporação das mulheres na profissão de bibliotecário/a. 4. Séc. XX e XXI … A instituição Biblioteca no século XXI foi profunda e subitamente alterada pela disseminação de tecnologias que generalizaram o acesso remoto à informação A crescente procura de informação arquivística favoreceu que cada vez mais profissionais procurassem esta atividade profissional, alargando a presença feminina neste domínio No final do século XX a presença física na biblioteca deixou de ser necessário para garantir o acesso á informação e o papel do bibliotecário alterou-se profundamente

8 Enfoques de análise No estudo da situação laboral das mulheres bibliotecárias há a considerar diversos enfoques: Huntington(1996) A Desigualdade de género MEADOWS (1998) Demarcação profissional e divisão social do trabalho LARSON (1977) Territórios profissionais e matrizes de competências Os enfoque ao tema proposto passa por vários prismas de análise: Desigualdade de género: Contribuiu historicamente para uma diferenciação dos papeis feminino e masculino É, nos dias de hoje, nos países ocidentais, não institucional, mas sim mais subjectiva (e portanto mais difícil de medir) Tem condicionado silenciosamente o acesso a cargos dirigentes e a presença das mulheres nas hierarquias: Nações Unidas, num relatório publicado em 2005, concluem que entre 1995 e o ano de referência do relatório a proporção de mulheres (considerando todos os países estudados por este organismo) diminuiu em cargos electivos e executivos. As percentagens de participação feminina a este nível situam-se na vizinhança de 10% e a tendência observada parece ser descendente e não ascendente Demarcação profissional e divisão social do trabalho: aspectos de ordem cultural e religiosa pela sua variabilidade e enorme dimensão, produzem uma enorme diferenciação ainda nos dias de hoje na forma como é encarado o papel da mulher. O mercado laboral reflecte isso mesmo, verificando-se ainda uma forte demarcação profissional Territórios profissionais e matrizes de competências: Hierarquização de funções e estruturas de liderança: Inserção profissional feminina: Ideologia de género em contexto profissional : Percursos de entrada na profissão (em Portugal): Para além dos aspectos que sobressaem da revisão da literatura, foram conduzidas análises empíricas directamente junto dos profissionais e futuros profissionais da área. WHITE (2006) Hierarquização de funções e estruturas de liderança ONU Inserção profissional feminina HILDERBRAND (2000) Ideologia de género em contexto profissional OCHÔA & GASPAR (2006) Percursos de entrada na profissão (em Portugal) + Para além dos aspetos que sobressaem da revisão da literatura, foram conduzidas análises empíricas diretamente junto dos profissionais e futuros profissionais da área

9 Estado da Questão | Desigualdade de género
O surgimento do mainstreaming de género está associado à inscrição do tema da desigualdade de género na agenda política internacional Equidade ao nível das representações Equidade ao nível das práticas Equidade ao nível das políticas Nas últimas décadas, o surgimento do mainstreaming de género está associado à inscrição do tema da desigualdade de género na agenda política internacional Mainstreaming de Género

10 Demarcação Profissional
Concentração do emprego em 20 países da OCDE, por tipo de profissão e sexo – profissões dominantemente exercidas por mulheres (% de homens e mulheres) A demarcação profissional é patente quando se observa uma tão grande desproporção da representação das mulheres em certa áreas profissionais como a educação, enfermagem, docência primária Fonte: OCDE, Emploment Outlook 2004, com base no European Labour Survey (adaptado)

11 Demarcação Profissional
Percentagem de mulheres e homens empregada/os como arquivistas, bibliotecária/os e profissionais ligados à informação (Archivists, librarians and related information professionals) A demarcação profissional não é tão acentuada na biblioteconomia como em outras áreas mas a diferença é acentuada (mais em Portugal do que em Espanha) Fonte: OCDE, 2000

12 Atualmente, a situação laboral da mulher bibliotecária tem de ser vista à luz do mainstreaming de género que se criou nos anos 80 e 90 com a realização de conferências mundiais dedicadas ao tema. O trabalho nas bibliotecas foi primordialmente permeável à contratação de mulheres por ser considerado uma extensão do padrão tradicional de comportamento da mulher. Mas na década de 80 começaram a surgir os primeiros exames à condição laboral das mulheres na profissão. Esta altura do século XX foi marcada pelo surgimento de uma profusão de estudos e dados acerca da presença feminina e masculina na profissão o que coincidiu com uma crescente noção de quais os aspectos importantes para perspectivar a situação das mulheres bibliotecárias. Em particular, estes estudos demonstraram que as reformas elaboradas para o bem da profissão acabaram por ser prejudiciais para a situação laboral feminina (Hildenbrand, 2000, p.55). Desde a altura em que as mulheres começaram a desempenhar tarefas na biblioteca que toda a literatura indica que os homens acolheram positivamente a sua presença por considerarem que estas poderiam dar um contributo positivo pois poderiam prolongar o seu papel tradicional como prestadoras de serviço. Mas qualquer sugestão de que as mulheres poderiam obter postos mais elevados sofreu sempre forte contestação. Se a quantidade de mulheres nos parlamentos nacionais ou em cargos directivos no mundo empresarial não parece, por si só, atestar que esta participação será mais igualitária face aos homens. Ao invés, outros factores se apresentam como mais sugestivos do reforço desta participação: a presença em condições de igualdade deve ser assegurada no âmbito das estruturas críticas de decisão e influência nos destinos colectivos.

13 Presença na hierarquia Realização profissional
Baixos salários Baixo reconhecimento social da profissão Crescente complexidade Formação Presença na hierarquia Realização profissional Em síntese, o panorama da inserção laboral das mulheres bibliotecárias em Portugal é marcado por baixos salários e de um baixo reconhecimento social de uma profissão que apresenta uma crescente complexidade, a qual requer formação, algo que nem sempre é tido como indispensável no contexto das ciências da informação e que obstaculiza a progressão profissional, a presença na hierarquia e a realização profissional. Este panorama afecta particularmente as mulheres, não só porque são em maior número na profissão, mas também porque a intensidade com que os problemas da profissão se manifestam é mais elevada no feminino.

14 Amostras Questionário a profissionais Questionário Estudantes
176 profissionais de biblioteconomia Entrevistas a mulheres bibliotecárias Amostra: 31 mulheres bibliotecárias Questionário Estudantes Amostra: 49 estudantes de Ciências da Informação

15 Entrevista mulheres bibliotecárias com êxito na profissão

16 Resultados |Questionário aplicado a profissionais de biblioteconomia

17 Resultados |Questionário aplicado a profissionais de biblioteconomia

18 Resultados |Questionário aplicado a profissionais de biblioteconomia

19 Resultados |Questionário aplicado a profissionais de biblioteconomia
Pessoas que fizeram uma opção pela profissão por vocação e depois de terem tido experiência profissional. Traectória pessoal mais consolidada, participam em pelo menos uma associação profissional e declaram-se felizes na profissão que escolheram. Pessoas mais novas que fizeram a sua opção de carreira com base na saída profissional. Estão atualmente inseridas na carreira técnica e afirmam não estar totalmente felizes na sua profissão.

20 Resultados | Questionário aplicado a profissionais de biblioteconomia

21 Resultados | Entrevista mulheres bibliotecárias com êxito na profissão
Perfil Assertivo «Eu acho que deveria …»; «Para mim…»; «Não vejo as coisas nesses termos, penso que…» «Temos que ser ambiciosas e lutar por aquilo que desejamos…» Autonomia Assertividade Dinamismo Perfil Resignação «A sociedade é assim…» «Espero que as mentalidades mudem…» «O machismo social dominante na sociedade…» Mainstreaming social Conformismo Perfil Pessimista «… as pessoas esgotam-se nos trabalhos de rotina e não são estimuladas para fazer trabalho de investigação …» «Triunfar?! Penso que os técnicos nunca triunfam, porque os políticos não deixam…» Descrença Indiferença Foram encontrados 3 tipos de perfis nas entrevistas realizadas. De salientar que estes perfis não traduzem qualquer avaliação da personalidade das entrevistadas. Os perfis de tipo mais conformista ou pessimista nesta análise não correspondem necessariamente a traços de personalidade. Trata-se apenas de tipificações que foram úteis para classificar as respostas dadas e diferenciar posicionamentos das entrevistadas relativamente às matérias em estudo. Perfil Assertivo esta classificação foi atribuída às respostas que, pelo seu conteúdo, demonstravam uma atitude pró-activa relativamente ao tema da pergunta. Um dos aspectos considerados foi a valorização da iniciativa individual de cada um mobilizar, activamente, a sua capacidade de intervenção para mudar o estado de coisas. «Eu acho que deveria …»; «Para mim…»; «Não vejo as coisas nesses termos, penso que…» «Temos que ser ambiciosas e lutar por aquilo que desejamos…» Perfil Resignação Assim, nesta categoria foram classificadas as respostas que pela sua tendência de seguir a opinião mais generalizada se enquadravam num tipo de resposta de alguma forma resignado com o actual estado de coisas e em que a perspectiva era a de que, individualmente, pouco é possível fazer para inverter as situações. «A sociedade é assim…» «Espero que as mentalidades mudem…» «O machismo social dominante na sociedade…» Perfil Pessimista Enquadra afirmações que revelavam alguma descrença relativamente à possibilidade de se agir ou mudar o status quo. A indiferença ou pessimismo manifestado transpareceram em expressões como: «…há sempre algo que não se consegue concretizar» «… as pessoas esgotam-se nos trabalhos de rotina e não são estimuladas para fazer trabalho de investigação ou não estão vocacionadas para tal…» «…enquanto se assumir esta posição as coisas não mudam…» «Triunfar?! Penso que os técnicos nunca triunfam, porque os políticos não deixam…»

22 Resultados | Entrevista mulheres bibliotecárias com êxito na profissão
Assertividade Resignação Pessimismo Aspeos de realização profissional Ambições profissionais Planeamento da carreira Reação à discriminação Motivos da desigualdade de oportunidades entre mulheres e homens Dificuldades na vida profissional das mulheres Forma de lidar com pressões políticas Forma de lidar com conflitos com colegas de trabalho Capacidades e atitudes femininas e êxito profissional das mulheres Não existe na percepção subjectiva das mulheres, a predominância de um perfil de tipo pessimista/descrente. Os aspectos que colhem respostas de tipo mais assertivo Em nenhum dos pontos analisados sobressai o perfil de pessimismo/descrença/indiferença de forma marcada na percepção subjectiva das entrevistadas

23 Resultados | Entrevista mulheres bibliotecárias com êxito na profissão
O QUE DIZ A LITERATURA… O QUE DIZEM AS MULHERES… Discriminação Contradição entre a auto perceção da discriminação e a discriminação efetiva Mulheres dizem-se sobrecarregadas no seu quotidiano mas afirmam nunca ter sentido discriminação de género exercida sobre si Escolha da profissão A profissão de bibliotecária como um serviço social “Contribuir para o bem da comunidade”; “Poder, de alguma forma, agir para que a minha comunidade tivesse acesso à informação a aos bens culturais” “Realizar uma atividade do meu agrado” “Por uma questão de Realização Profissional”. Valorização Profissional Auto culpabilização pelo facto de a profissão não ser devidamente valorizada. “O trabalho que realizei é visível mas não reconhecido pela direção superior da instituição” “… no atual local de trabalho não antevejo perspetivas de evolução”. a vontade de integrar a profissão tende a partir de um interesse próprio por contribuir para o bem da comunidade. A profissão foi, maioritariamente escolhida no sentido de se tornar uma opção de carreira

24 Resultados | Entrevista mulheres bibliotecárias com êxito na profissão
O QUE DIZ A LITERATURA… O QUE DIZEM AS MULHERES… Planeamento da trajetória profissional … devido a fatores de dificuldade de acesso ao mercado de trabalho … à vontade de desempenhar funções que lhes dessem realização pessoal mais do que realização material Mulheres afirmam que a entrada na profissão se deveu ao gosto em desenvolver um trabalho comunitário. Suporte familiar e atividade profissional Compatibilização das atividades de suporte familiar e doméstico tendem a ser conjugadas com ocupações profissionais em regime de part- time ou de baixa posição hierárquica. Todas as mulheres referiram sentir-se sobrecarregadas pela combinação das exigências laborais e familiares. Este aspeto não é porém associado a qualquer fator de discriminação em particular (sendo mesmo encarado quase como uma inevitabilidade). Acesso à estrutura decisional Exclusão da esfera decisional Auto anulação Maioria das mulheres remeter-se a uma posição de auto anulação por estar consciente de que uma vez chamada a dar um contributo permanente e ativo em termos decisionais, a sobrecarga familiar a impediria de estar disponível a todo o tempo para responder a esse tipo de exigência. a vontade de integrar a profissão tende a partir de um interesse próprio por contribuir para o bem da comunidade. A profissão foi, maioritariamente escolhida no sentido de se tornar uma opção de carreira

25 Resultados | Questionário a estudantes de Ciências da Informação
Organização 4,36 Respeito pelos direitos individuais 4,33 Responsabilidade individual no trabalho 4,26 Importância da qualidade Sentir-se apoiado 4,19 Atitudes 1= menos imp. ….. 5= mais imp. + DIFERENÇAS ESTATISTICAMENTE SIGNIFICATIVAS NAS RESPOSTAS FEMININAS E MASCULINAS: Boas relações com os superiores O trabalho encaixa na minha vida pessoal Tranquilo Trabalho com prestígio Responsabilidade individual no trabalho 4,33 Filosofia de trabalho clara 4,22 Organização As tarefas estão bem definidas Companheirismo Agressividade 2,26 Previsível 2,98 Trabalhar muitas horas 3,00 Que corre riscos 3,29 Enfrentamento directo dos conflitos 3,34 - Agressividade 2,56 Trabalhar muitas horas 2,67 Tranquilo 3,00 Previsível 3,11 O trabalho encaixa na minha vida pessoal 3,22

26 Resultados | Questionário a estudantes de Ciências da Informação
Responsabilidade 4,63 Honestidade 4,47 Educação 4,40 Valores 1= menos imp. ….. 5= mais imp. + DIFERENÇAS ESTATISTICAMENTE SIGNIFICATIVAS NAS RESPOSTAS FEMININAS E MASCULINAS: Liberdade Alegria Educação 4,33 Alegria 4,22 Responsabilidade Capacidade de amar 3,33 Obediência 3,39 Capacidade de perdoar 3,45 - Lógica 3,77 Obediência 3,55 Capacidade de perdoar 3,66

27 Resultados | Questionário a estudantes de Ciências da Informação
todos os homens se posicionaram no grupo, associado principalmente aos valores pragmáticos um terço das mulheres posicionou –se no grupo em que há menor consenso e que apresenta uma maior diferença relativa entre valores subjetivos e pragmáticos Valores: predomina o efeito cultural Distinguem-se dois tipos de valores: subjetivos e pragmáticos Em ambos os grupos de estudantes encontrados são mais valorizados os valores pragmáticos Os ‘valores’ associados à profissão distinguiram-se entre valores de carácter subjectivo e valores de carácter mais pragmático.

28 Resultados | Questionário a estudantes de Ciências da Informação
Atitudes: espaço de representações com significados distintos Distinguem-se três tipos de atitudes: Colaboração, Responsabilização e Partilha Ambiente de Trabalho e Reconhecimento Ambição, Reflexão e Espírito Analítico Existe heterogeneidade mas as mulheres valorizam mais cada um das tipologias de atitudes encontradas Colaboração, Responsabilização e Partilha Ambiente de Trabalho e Reconhecimento Ambição, Reflexão e Espírito Analítico

29 Conclusões| Hipóteses
Hip 2. Repercussões do padrão de feminização no desempenho profissional Hip 1. Condicionantes de género vs Percurso profissional barreiras institucionais foram largamente ultrapassadas, o mesmo não se aplica às barreiras invisíveis percurso profissional foi realizado à custa de fatores de ordem pessoal: a atual inserção laboral despende em grande parte da atitude adotada face aos condicionalismos do percurso profissional trajetórias pessoais e profissionais específicas, bem como a valorização individual da profissão, contribuem para a inserção laboral desigualdade de género encarada de uma forma pragmática e assertiva ou como um mal da sociedade que se espera que sejam as outras gerações a mudar afluência de mulheres à profissão de bibliotecária potenciou a sua feminização e persistência do sexo masculino nos cargos de direção O imobilismo e a inércia organizacionais contribuíram para perpetuar algumas das desigualdades que marcaram o início da feminização de certas profissões, nomeadamente na biblioteconomia os fatores atitudinais que englobam aspetos de colaboração, responsabilização e partilha e que valorizam uma boa atitude perante o ambiente de trabalho e o reconhecimento, estão mais fortemente correlacionados com os valores subjetivos atitudes de carácter racional que englobam aspetos de ambição, reflexão e espírito analítico estão mais fortemente relacionadas com aqueles que se designou de valores pragmáticos

30 Conclusões| Hipóteses
Hip 3. perfil de inserção laboral marcado por um fraco auto-conceito profissional. Hip 4. Estratégias dos futuros profissionais condicionadas pelas limitações da atividade a reduzida valorização profissional desta atividade surge para os seus profissionais ligada à sua invisibilidade social, bem como à forma como os agentes entendem que esta tem um papel secundário na economia as mulheres construíam o seu novo enquadramento profissional e apreenderam novos papéis sociais, delimitados por aspetos normativos de grande relevância há um sentimento generalizado por parte de atuais e futuros profissionais de que a profissão não é suficientemente valorizada à medida que vão progredindo na sua formação os estudantes vão-se tornando mais reativos aos possíveis constrangimentos que perspetivam encontrar ao longo da sua profissão a atividade profissional que interessa a uma maior percentagem de alunos do primeiro ano é aquela que agradaria a uma menor percentagem de estudantes do terceiro - trabalhar num arquivo administrativo (sector público) À medida que progridem no curso, os estudantes vão-se identificando mais com ele e revelam-se menos disponíveis para eventuais desistências, apesar do sentimento de que a profissão não é suficientemente valorizada Relativamente às hipóteses inicialmente formuladas,

31 Seguir Melhorando… Novos desafios, novos protagonistas
Novos quadros mentais A participação das mulheres na vida pública, através do mundo do trabalho, fez emergir questões sociais que permaneceram ao longo dos séculos relativamente afastadas da consciência coletiva Complexidade técnica As práticas no âmbito da profissão de bibliotecária/o evoluíram no sentido não só de se tornarem mais complexas mas também de se ajustarem à evolução do mercado de oferta de informação e conhecimento Desafios Necessidade de novas abordagens

32 Valorização da profissão de bibliotecária
Seguir Melhorando… Superação do constrangimento de género Enfoque nos protagonistas e não apenas nos processos Aprofundamento das condições objetivas para o exercício da profissão Valorização da profissão de bibliotecária

33 “Todos sabemos que as atividades que temos vindo a desempenhar não são negligenciáveis, nem sequer contrárias àquelas que deveremos desenvolver. Temos que lhes acrescentar valor… enquanto profissionais de Informação-Documentação, devemos acompanhar a evolução em diferentes áreas, … integrando-as nos serviços que prestamos, o que exige de nós grande flexibilidade e permanente atenção à mudança”. ( Ochôa & Gaspar, 2006, p .291 e 13) Muito Obrigado VIVA A MULHER


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