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PublicouMatheushenrique Sousa Alterado mais de 9 anos atrás
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Evolução das Abordagens em Economia Industrial (3)
Ronaldo Fiani Instituto de Economia
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As Origens da Economia Industrial (2)
O Modelo E-C-D sempre teve uma ênfase muito forte na parte empírica. Instituto de Economia
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As Origens da Economia Industrial (2)
Os primeiros estudos empíricos do paradigma E-C-D demonstraram, por exemplo, uma relação positiva entre concentração da indústria (número de vendedores) e lucratividade das empresas. Isso ajudou a impulsionar o paradigma E-C-D. Instituto de Economia
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IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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As Origens da Economia Industrial (2)
Mas ele tinha alguns problemas (ou pelo menos, eram percebidos como problemas). Instituto de Economia
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As Origens da Economia Industrial (2)
Um dos aspectos que será percebido como problema é o fato de que a análise não era tão formalizada quanto a teoria microeconômica convencional. Instituto de Economia
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Isso se tornou mais problemático a partir dos anos , quando impulsionada pelos trabalhos de Arrow e Debreu uma década antes, a teoria microeconômica vai ganhar formalizações cada vez mais sofisticadas. Instituto de Economia
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As Origens da Economia Industrial (2)
Alguns autores passam a denunciar a análise baseada E-C-D como sendo excessivamente empírica e pouco elaborada teoricamente. Todavia, dois outros problemas mais importantes afetariam o paradigma E-C-D. Instituto de Economia
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O primeiro problema com o paradigma E-C-D foi favorecer uma interpretação determinística das relações entre estrutura e conduta por parte das cortes norte-americanas no julgamento de casos de defesa da concorrência. Instituto de Economia
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As Origens da Economia Industrial (2)
Assim, as cortes começam a considerar o tamanho das empresas uma espécie de mal em si mesmo. Instituto de Economia
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As Origens da Economia Industrial (2)
O marco neste sentido foi o caso Alcoa em 1945, quando a empresa foi considerada culpada de tentativa de monopolização do mercado de alumínio. Instituto de Economia
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Isso porque a empresa estava expandindo sua capacidade à frente da expansão da demanda, mantendo assim reserva de capacidade ociosa. Instituto de Economia
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Influenciadas pelo paradigma E-C-D, as cortes tendiam a produzir excessos, além de prejudicar o interesse das grandes empresas. Instituto de Economia
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Um caso de excesso que se tornou referência foi o caso Brown Shoe (1962), em que a corte não permitiu o ato de concentração entre duas empresas produtoras de sapatos (Brown e Kinney), embora elas dispusessem apenas de algo em torno de 5% do mercado nacional. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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O segundo problema, será a percepção de perda de competitividade dos produtos norte-americanos nos anos 1970. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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O aumento das parcelas de mercado absorvidas por produtos alemães e japoneses será interpretada como uma consequência de uma política de defesa da concorrência menos rigorosa nestes países. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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Desse modo, em função de: 1) Interpretações legais polêmicas; IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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2) Um ambiente acadêmico mais favorável a formalizações rigorosas, e 3) Uma inflexão na política antitruste norte-americana com vistas à competição internacional de suas empresas... IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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O paradigma E-C-D vai começar a sofrer fortes críticas, as mais influentes vindas do que ficou conhecido como “escola de Chicago de Economia Industrial”. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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Na verdade, a escola de Chicago não se limitava à Universidade de Chicago. Um dos mais importantes economistas que criticavam o paradigma E-C-D, Harold Demsetz, era da Universidade da California, Los Angelas. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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Na verdade, a primeira geração de economistas de Chicago, Como Henry Simons, que defendeu nos anos 1930 a divisão das grandes empresas. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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Simons acreditava que a maior parte das indústrias poderia ser atendida por um número relativamente grande de empresas, sem que com isso fossem sacrificadas economias de escala significativas. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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As Origens da Economia Industrial (2)
Simons escreveu na Grande Depressão, e acreditava que se a economia continuasse comandada por grandes empresas,a pressão política acabaria por generalizar as empresas públicas. A chamada “segunda geração”de Chicago vai adotar uma abordagem diferente. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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Economistas como Harold Demsetz e Richard Posner vão adotar algumas hipóteses importantes: A primeira de natureza teórica: a base teórica fundamental para a análise dos problemas de Economia Industrial é a “Teoria dos Preços” (Price Theory), ou seja, a teoria microeconômica ortodoxa. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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Isso, obviamente, implica utilizar modelos formalizados, pela crescente formalização da teoria microeconômica. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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A segunda hipótese, de natureza mais metodológica é a de que o modelo de concorrência perfeita em geral fornece uma “boa aproximação” das indústrias no mundo real. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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Isso valeria até mesmo para as indústrias que são imperfeitamente competitivas. Aqui temos de abrir dois parênteses. O primeiro será para o chamado Teorema do Segundo Melhor. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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O Teorema do Segundo Melhor é frequentemente ignorado, embora ele date de 1956, quando foi demonstrado por Richard Lipsey e Kelvin Lancaster. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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O teorema afirma que se houver mais do que uma distorção na economia, nada garante que ao eliminarmos uma distorção estaremos nos aproximando do resultado eficiente. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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O segundo parênteses é para o teorema Sonnenschein-Mantel-Debreu, que afirma que o equilíbrio geral não é nem único, nem estável. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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A razão disto é que o efeito-renda faz com que as próprias curvas de demanda e oferta se desloquem, multiplicando os equilíbrios possíveis e complicando a convergência para qualquer equilíbrio (uma vez fora dele). IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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Apesar disso, com base nestes princípios, os economistas desta segunda geração de Chicago criticavam a relação causa-efeito pressuposta pelo paradigma E-C-D. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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O argumento era o de que, pela falta de uma elaboração teórica mais rigorosa, o sentido assumido pelo E-C-D poderia ser invertido. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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Uma maior concentração industrial pode resultar de uma maior eficiência de determinadas empresas, que por isso cresceriam mais do que as outras, resultando daí a concentração. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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Assim argumentavam esses autores, melhor do que simplesmente assumir que uma elevada concentração significa empresas com poder de mercado e ineficiência... IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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...Seria analisar a conduta das empresas em setores concentrados, examinando a possibilidade destas condutas envolverem ganhos de eficiência para as empresas e os consumidores. Ou seja, argumentava-se a favor de uma maior ênfase na conduta das empresas e menos na estrutura do setor. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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As Origens da Economia Industrial (2)
Essa argumentação efetivamente enfraqueceu o paradigma E-C-D, tanto como base de Economia Industrial, quanto como base de análise de defesa da concorrência. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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As Origens da Economia Industrial (2)
Ao menos nos Estados Unidos. A mudança da ênfase para a conduta vai propiciar a incorporação de Teoria dos Jogos à Economia Industrial. Esta incorporação será conhecida como Nova Organização Industrial (New Industrial Organization). Alguns autores também chamam essa abordagem de pós-Chicago. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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As Origens da Economia Industrial (2)
O mesmo não é necessariamente verdade no caso da Europa, e menos ainda no caso brasileiro. Basta consultar o livro Industrial Organization in Context de Stephen Martin (Oxford: Oxford University Press, 2010) e o Guia para a Análise de Atos de Concentração da SEAE/Min. Faz. IE-UFRJ Prof. R. Fiani
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RONALDO FIANI fiani@ie.ufrj.br
Fim da Terceira Aula RONALDO FIANI Instituto de Economia
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