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Origens da ciência no Brasil

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Apresentação em tema: "Origens da ciência no Brasil"— Transcrição da apresentação:

1 Origens da ciência no Brasil
Trajetórias das Políticas de C&T no Brasil - Aula 4

2 Fases do desenvolvimento da ciência no Brasil
1. Vinda de pesquisadores do colonizador para coleta de espécimes da fauna, flora, recursos minerais e população na colônia 2. Ciência “colonial”, quando já existem pesquisadores no país, mas treinados na Europa – dependência da infraestrutura e fontes de conhecimento exógenas 3. Aumento do número de pesquisadores e da infraestrutura. Construção de capacitação interna.

3 Fase 1 “ A ciência da fase 1 ocorre como uma extensão do processo geral de exploração, e como tal as ciências associadas dominam nesta fase – subindo de importância ocasionalmente a história natural e a antropologia, com a cartografia, topografia, astronomia e metereologia” (Stepan, 1976, p. 26)

4 Fase 2 Nesta fase as instituições nacionais não são ainda capazes de manter programas de pesquisas A independência política não significa superação da dependência científica

5 Fase 3 Grande número de cientistas trabalhando localmente
Criação de instituições e de capacidade interna de pesquisa

6 Posição de vários países
“Basalla sugere que tanto os Estados Unidos como a Rússia chegaram à fase 3 entre a 1ª e a 2ª Guerra Mundial, equiparando, senão sobrepujando, a ciência européia nessa ocasião. A ciência da Austrália, do Japão e do Canadá ele coloca um degrau abaixo dos EUA e a Rússia. Alguns dos países da América Latina e da África ocupam uma posição ainda mais baixa (...)”(op cit p. 27)

7 Ciência colonial na América espanhola
Colonização espanhola começou antes da revolução científica (sécs. XVI e XVII) e da colonização inglesa Primeira universidade do Novo Mundo: Real e Pontifícia Universidade do México – 1551 Real Pontifícia Universidade de Lima: 1572 “As universidades coloniais espanholas formaram cerca de 150 mil estudantes antes do fim do século XVIII”.

8 O desenvolvimento científico da América Espanhola foi descontínuo
Períodos de estagnação (sécs. XVII e XVIII) seguidos por retomadas (sécs. XVIII e XIX) Pouco valor atribuído à ciência decorrente ‘do tamanho reduzido da comunidade científica” e do fracasso no estabelecimento da autonomia da atividade científica “Na América espanhola a tradição colonial persistiu em parte porque o movimento de independência não resultou num rompimento abrupto com o passado.” (Stepan, p.32)

9 Na América Latina não houve ruptura com o passado
“Na América espanhola a tradição colonial persistiu em parte porque o movimento de independência não resultou num rompimento abrupto com o passado A instituição líder da cultura colonial, a igreja, manteve muitas das suas estruturas e privilégios tradicionais na América Latina, bem como seu papel básico na formação de valores até bem dentro do séc. XIX e isto também foi um fator de persistência das atitudes e valores do passado” .” (Stepan, p.32)

10 A evolução da ciência no Brasil
Os mesmos condicionantes – agudizados - da América espanhola: má qualidade da ciência do país transmissor não rompimento com as tradições coloniais na época da independência imperialismo cultural dos sécs XVII e XVIII

11 A evolução da ciência no Brasil
Os primeiros a fazerem observações da fauna, flora e populações foram os exploradores e colonos – Auguste de Saint Hilaire em 1816; Karl Friederick von Martius e Johann Spix em (produziram o livro texto sobre a botânica brasileira); Charles Darwin, Henry Bates, Alfred Wallace e Richard Spruce (ingleses) e Louis Agassiz (suiço) na segunda metade do século XIX.

12 A evolução da ciência no Brasil
Portugal isolado do pensamento científico do resto do mundo A coroa portuguesa considerava o Brasil apenas fonte de matérias-primas para a exportação Ao contrário da América espanhola, não transferiu instituições de ensino para sua colônia As únicas exceções referiram-se aos trabalhos topográficos e cartográficos necessários às disputas de fronteiras e cultivos de exportação.

13 A evolução da ciência no Brasil
“Dentro do Brasil, os missionários jesuítas continuaram como os principais transmissores do conhecimento europeu até 1759, mas seus esforços para expandir suas atividades educacionais foram impedidos pelas autoridades portuguesas, que temiam o estabelecimento no Brasil de quaisquer instituições que pudessem rivalizar com as de Portugal” (Stepan, p.34)

14 A evolução da ciência no Brasil
“O pedido dos jesuítas e do público para elevar o status do colégio jesuíta da velha capital da Bahia para universidade foi negado, a conselho da Universidade de Coimbra, Portugal”. “Institucionalmente, portanto, a ciência no Brasil ficou muito atrás da América espanhola até o fim do período colonial” (Stepan, p.34)

15 1750: Ponto crítico da história do Brasil
Início do declínio do ciclo do ouro Pombal expulsa os jesuítas do Brasil e fecha suas escolas Formação de sociedades científicas tanto em Portugal como no Brasil, com ênfase no aprendizado “útil” (participantes: médicos e fazendeiros)

16 Transformação a partir de 1808
Vinda da família real Abertura dos portos Abertura ao público de biblioteca real com 60 mil volumes Áreas de interesse científico incentivadas: medicina e engenharia militar

17 Avanços pós vinda da família real
Abertura de cursos de medicina nos hospitais militares da Bahia e do RJ Fundação da Academia Militar em 1810 Fundação do Museu Imperial em 1818 Fundação de instituições voltadas à divulgação da história natural – interesse no mapeamento dos depósitos minerais, descobertas de plantas e animais que pudessem ser consumidos ou exportados, cultivo de plantas estrangeiras...

18 A ciência no Brasil “O fato era que, embora o interesse europeu pela história natural do Brasil estivesse aumentando, os europeus que trabalhavam no Brasil não podiam, por si só, superar a tradicional indiferença brasileira pela ciência”(Stepan, p.40).

19 A ciência no Brasil “As carreiras de muitos dos estrangeiros tiveram lugar independentemente das instituições brasileiras, e a comunicação deles era principalmente com os centros científicos de fora do Brasil”. (...) Falando de maneira geral, pouco havia na sociedade brasileira para encorajar o estudo desinteressado da ciência ou o desenvolvimento da ciência e tecnologia aplicadas antes das últimas décadas do século XIX” (p.40).

20 A ausência de rupturas e a continuidade de um modelo
“Embora o país tivesse sofrido um certo número de mudanças políticas formais nas primeiras décadas do século, inclusive a separação de Portugal seguida pela independência em 1822, a monarquia foi preservada até 1889 e permaneceu como símbolo da continuidade com o passado colonial do Brasil” (Stepan, p.40)

21 A ausência de rupturas e a continuidade de um modelo
“A monarquia ajudou a preservar o poder da elite social e econômica tradicional e seus valores” Economia escravocrata e baseada na monocultura de exportação “A persistência da escravatura até 1888 pode também ter contribuído para a sobrevivência de uma sociedade de plantadores que pouco exigia da ciência” (p.40)

22 A ausência de rupturas e a continuidade de um modelo
“A revolução nos transportes começou no Brasil vagarosamente e só no século XX as estradas de ferro começaram a ligar eficazmente as diferentes regiões do vasto país”(p.40). A imigração também inicialmente não alterou o ritmo da vida brasileira, pois muitos imigrantes, sem instrução ou habilidades técnicas diferenciadas, foram rapidamente absorvidos pelas estruturas sociais existentes.

23 Transformações no cenário brasileiro em fins do século XIX reflexos sobre a ciência
Acontecimentos do período: fim da escravatura, colapso da monarquia e formação da república. Os médicos e cientistas brasileiros até então eram formados na Europa “A ameaça de doenças epidêmicas começou a estimular as autoridades locais e federais a organizarem órgãos de saúde pública, à medida que a ciência progredia” (p. 42) .

24 Transformações no cenário brasileiro em fins do século XIX reflexos sobre a ciência
O desenvolvimento industrial e a implantação de estradas de ferro e redes de eletricidade começou a criar fontes de emprego para engenheiros. Melhoria das comunicações dentro do Brasil e dos contatos do Brasil com o exterior Ausência de ciência experimental no Brasil da época. Naturalistas mais teóricos que práticos. Desprezo pelo trabalho manual, essencial à ciência.

25 Instituições relevantes da época
Museu Imperial – contratação de cientistas estrangeiros, criação de novos departamentos e laboratórios Criação da Escola Politécnica em 1876, como primeira escola de engenharia civil, no RJ Criação da escola de minas em Ouro Preto (1876) Criação da Escola Politécnica de São Paulo em

26 Instituições relevantes da época
Criação do Instituto Agronômico de Campinas (1887) Criação do Instituto Bacteriológico de São Paulo em 1892 Criação do Instituto Soroterápico de Manguinhos em 1900 Criação do Instituto Butantan em 1899 Criação do IPT, a partir do Laboratório de Resistência de Materiais da Escola Politécnica de SP em 1899

27 O cenário de 1900 As oportunidades para as carreiras científicas estavam melhorando, sobretudo em medicina e engenharia O microbiologista Adolfo Lutz e o sanitarista Emílio Ribas estavam em contato com o que ocorria no resto do mundo e publicavam em revistas estrangeiras

28 O cenário no início do século XX
Estrutura produtiva e industrial não requeria aprofundamentos da ciência pura ou aplicada 80% da população era analfabeta Fazendeiros ricos preferiam enviar os filhos para estudar na Europa Elite brasileira tinha pouco interesse e compreensão da ciência moderna

29 O cenário no início do século XX
“Ao contrário dos Estados Unidos, onde a fase crítica do desenvolvimento científico havia ocorrido através do patrocínio privado, o apoio particular à ciência faltava no Brasil (...) porque a ciência e a tecnologia não eram importantes para a elite cultural em 1900” “...Qualquer instituição científica teria que se voltar para os governos federal e estadual como únicas fontes de apoio disponíveis” (p.50).

30 O cenário no início do século XX
O número de instituições científicas e tecnológicas do Brasil no início do século XX ainda era comparativamente pequeno e seu papel era mais de “transmitir conhecimentos obtidos de fora do Brasil do que de encorajar a investigação original”.

31 O cenário no início do século XX
“O isolamento dos cientistas dentro da sociedade brasileira, a falta de equipamentos técnicos e material escrito para o trabalho científico, a ausência de financiamento adequado e de um sistema educacional capaz de produzir estudantes de ciência sugerem que qualquer instituição envolvida em melhorar a qualidade da ciência teria que realizar um grande número de tarefas simultaneamente” (p.51).

32 O cenário no início do século XX
A emergência dos institutos de pesquisa em fins do século XIX e início do século XX dá ao Brasil uma produção científica e tecnológica com característica relativamente independente e socialmente isolada. A criação e manutenção dos institutos dependerá doravante do governo. A trajetória da C&T se fará então mais por “um processo hábil de criação de instituições do que através de uma transformação de valores de âmbito nacional” (Stepan, p.52).

33 Uma experiência distinta: a medicina no Brasil
Fatores impulsionadores: vinda da corte portuguesa e doenças epidêmicas “A capacidade do Instituto Oswaldo Cruz de substituir por uma explicação microbiológica da doença a explicação climática tradicional foi um dos motivos para o prestígio de Oswaldo Cruz no Brasil na década que precedeu a I Guerra Mundial” (Stepan, p.54)

34 Uma experiência distinta: a medicina no Brasil
Doenças já conhecidas encontradas no Brasil: malária, varíola, disenteria, sarampo e tuberculose Doenças novas: úlceras tropicais e febre amarela “O principal estímulo ao estudo médico no Brasil antes de 1808 foi o desejo de compreender as doenças e descobrir plantas com propriedades medicinais” (Stepan, p.55).

35 O Instituto Oswaldo Cruz
Fundado em 1900 como Instituto Soroterápico de Manguinhos para combater as doenças tropicais por meio da produção de soros e vacinas Em 1903 Oswaldo Cruz se torna presidente do então Instituto de Patologia Experimental, transformado em 1907 em Instituto com seu nome, destinado a preparar vacinas e soros, estudar doenças infecciosas e parasitárias, criar escolas e organizar comissões científicas de inquérito.

36 O combate à febre amarela
Necessidade de melhorar a imagem do Brasil no exterior e atrair imigrantes Plano de ação proposto por Oswaldo Cruz ao então presidente Rodrigues Alves: Extermínio do mosquito aedes-aegypti e suas larvas por meio da destruição de seus focos e isolamento dos pacientes com febre amarela Vacinação compulsória da população do RJ contra a varíola Destruição do “rato cinzento” e uso de vacinas e soros para combater a peste.

37 O combate à febre amarela
Criado o Serviço de Profilaxia da Febre Amarela, com a contratação de inspetores sanitários e organização de “brigadas mata-mosquitos” A campanha sanitária, conhecida como de febre amarela, teve história conturbada.

38 As forças contrárias à campanha
Igreja positivista, sob o argumento que limitava a liberdade de escolha Os militares positivistas, sob vários argumentos Comerciantes, pelas intervenções urbanas e divulgação das condições pouco higiênicas da cidade do Rio de Janeiro Opositores de Rodrigues Alves em geral.

39 Imagens da “revolta da vacina”

40 Imagens da “revolta da vacina”

41 Imagens da “revolta da vacina”

42 Imagens da “revolta da vacina”

43 Imagens da “Revolta da Vacina”

44 Imagens da “Revolta da Vacina”

45 Imagens da “Revolta da Vacina”

46 Imagens da “Revolta da Vacina”

47 Imagens da “Revolta da Vacina”

48 Imagens da “Revolta da Vacina”

49 Mais luzes sobre a revolta
Insatisfação generalizada, com alvos difusos “Nem os bondes, nem a iluminação pública têm cousa alguma a ver com a vacina (...) Entretanto, em ruas mais centrais os lampiões foram quebrados, a cidade ficou às escuras, foram atacados e inutilizados muitos bondes” (O Paiz do dia , apud Pereira, 1996, p.94)

50 A visão de Sevcenko Uma “das mais pungentes demonstrações de resistência dos grupos populares do país contra a exploração, a discriminação e o tratamento espúreo a que eram submetidos pela administração pública nessa fase da nossa história”(Sevcenko, apud Pereira, 1996 pp.94-95).

51 Outras considerações A oposição de vários setores da sociedade ao projeto de saneamento obrigatório, incluindo os curandeiros das religiões afro e dos partidários do espiritismo (artigo 156 da proposta de Código Sanitário de Oswaldo Cruz)

52 O desenvolvimento da C&T no Brasil no século XX: o poder das instituições
Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos (1900) Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM (1933) Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT (1934) Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI (1942)

53 1951: o coroamento da institucionalização
Criação da Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior (Decreto nº /51) Criação do CNPq – Conselho Nacional de Pesquisas (Lei nº 1.310/51)

54 1951: o coroamento da institucionalização
“(...) a criação da Capes e do CNPq e a institucionalização da PCT brasileira são processos que devem ser compreendidos como reflexos da modernização da estrutura do Estado” [e] “como produtos da pressão da comunidade de pesquisa” (Brito Dias, p. 92) Principal espaço de articulação e promoção dos interesses da comunidade científica de então: Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC

55 Referências Bibliográficas
Pereira, Leonardo. As barricadas da saúde. Vacina e protesto popular no Rio de Janeiro da Primeira República. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 1996 Motoyama, Shozo (org.) Prelúdio para uma história. Ciência e Tecnologia no Brasil. São Paulo: Edusp/Fapesp, 2004 Stepan, Nancy. Gênese e evolução da ciência brasileira. Rio de Janeiro, Artenova, 1976 Brito Dias, Rafael. Sessenta anos de política científica e tecnológica no Brasil. Unicamp, 2012.


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