HUMANIZAÇÃO E ÉTICA NA ATENÇÃO À SAÚDE
O Programa de Saúde da Família apresenta-se como estratégia de reorganização da atenção à saude, que se caracteriza por um modelo centrado no usuário, demandando das equipes, a incorporação de discussões acerca da necessidade de humanizar a assistência em nosso país. Humanizar significa reconhecer as pessoas que buscam nos serviços de saúde a resolução de suas necessidades de saúde como sujeitos de direitos; é observar cada pessoa e cada família em sua singularidade, em suas necessidades específicas, com sua história particular, com seus valores, crenças e desejoos, ampliando as possibilidades para que possam exercer sua autonomia.
AUTONOMIA Relaciona-se com tomada de decisão. Por pessoa automôma compreende-se aquela que tem condições para deliberar, decidir entre as alternativas que lhe são apresentadas. Tem o direito de ter opiniões próprias, fazer escolhas e agir de acordo com seus valores e crenças. Lembrando que podem haver discordâncias das informações técnicas.
DIREITO A INFORMAÇÃO Na transformação do modelo assistencial a na humanização do atendimento temos que garantir o direito à informação, que é o elemento vital para tomada de decisões. As informações devem ser simples, aproximativas, inteligíveis, legais, respeitosas e suficientes para garantir autonomia.
EVITAR POSTURAS PATERNALISTAS OU AUTORITARISMO Em nome de levar benefícios às pessoas, comumente adotamos posturas paternalistas que impedem a autonomia, aniquilando a manifestação da vontade, dos desejos, sentimentos e crenças de cada um Eticamente, aceita-se que se possa exercer um,a ação persuasiva ou propositiva, não atitudes coercivas ou manipuladoras Ex: expor a alternativa de ação que o profissinal identifica como mais adequada, levando a família a decidir autonomamente.
PRIVACIDADE E CONFIDENCIALIDADE “O mecanismo de regulação da relação profissional-paciente, facilitando o estabelecimento da confiança mútua nacessária ao desenvolvimento do trabalho”. Engloba intimidade, vida privada, e honra das pessoas. O usuário deverá decidir quais informações ele quer que sejam mantidas sob seu controle, e quais e a quem podem ser reveladas.
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL Esta troca de informações é fundamental para o desenvolvimento de um trabalho de qualidade na atenção à saúde das famílias. Porém as informações devem ser limitadas àquelas que cada elemento da equipe necessite para realizar suas atividades específicas em benefício do usuário.
ACS Possui uma situação singular na equipe, uma vez que obrigatoriamente deve residir na área de adscrição da equipe, o que faz com que viva o cotidiano da comunidade com maior intensidade. Ao exercer a função de elo equipe-comunidade, um maior cuidado é necessário para discernir quais informações serão relevantes para gerar benefícios para a comunidade. Cabe ainda considerar a própria privacidade do ACS. Ajuda - Prejudica -
PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA Meio para efetivar a humanização na ateção a saúde. Direito de manifestar sua opinião sobre o serviço, sem o risco de temo ou represálias. Ações descentralizadoras, que redistribuam o poder decisório, aproximando os indivíduos e grupos diretamente interessados nas consequências das ações empreendidas pelos serviços de saúde, facilitam a participação da comunidade nas decisõies a serem tomadas, pois a análise das condições de saúde é feita a partir da situação local. Partilhar decisões é um princípio ético da autonomia dos indivíduos e da coletividade.
CONCLUSÃO Na busca da humanização da atenção à saúde, é essencial a manutenção de atitudes que marquem o respeito pelo usuário, merecendo destaque a exigência de chamar a pessoa pelo nome. Jamais utilizar termos impessoais de pretendido afeto, como “mãe”, “vozinho”, “tio”, “minha querida”, e outros, que podem ser tão ou mais estigmatizantes ou rotuladores como “o aidético”, “ o hipertenso” ou “a casa dos desnutridos”.