A Ocupação dos Tempos Livres A Ocupação de Tempos Livres do Público Infantil e a Formação de Animadores Culturais Sílvia Madeira / 2007.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
I MOSTRA DA POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO NO ESTADO DE SANTA CATARINA HUMANIZ HF MORAES, Cladis Loren Kiefer* GERENT, Katia Melo Machado** CRUZ, Eva Zelnir ***
Advertisements

Um Novo Olhar... Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais
Cultura de Paz Experiências Educacionais no Brasil Audiência Pública Câmara dos Deputados outubro de 2015.
Reunião Pedagógica Educação Infantil 2012 Coordenadora Pedagógica: Ana Cristina Fonseca 1.
GEOMETRIA PARA ALUNOS SURDOS POR MEIO DO TANGRAM
Orientação Escolar e Profissional Escola Secundária Inês de Castro 2015/ º ano! E AGORA? E AGORA?
SAÚDE - conceitos algo difícil de definir não é concreto uma construção mental um artefacto ou construção lógica* “ uma palavra que expressa uma abstração.
RCM 5873 “Tópicos Em Educação nas Profissões da Saúde II” Prof. Dr. Antonio Pazin Filho Profa. Dra. Margaret de Castro Profa. Dra. Maria Paula Panuncio-Pinto.
Instituição do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica Profa. Dra. Catarina de Almeida Santos – Faculdade de Educação/UnB Campanha Nacional Pelo.
Helder Silva – Monitor CID Jairse Freire – Coordenadora Nélson Lima- Dinamizador Comunitário Graciete Borges- Voluntária Débora Semedo- Técnica Otília.
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS Conversando sobre educação a distância Mirza Seabra Toschi setembro de 2009.
Reflexões Gerais. A importância do livro na sociedade atual “O livro é de fundamental importância para o desenvolvimento e para o crescimento intelectual.
FILOSOFIA PNLD Apresentação da área A Filosofia no Ensino Médio e no PNLD.
Profa. Ma. Ana Lúcia Antônio – SAS/SEJUSP Prof. Me Leandro Araújo –OMEP/CEDCA A FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA E SEUS REFLEXOS NA SOCIOEDUCAÇÃO Profa. Ma. Ana Lúcia.
Diretoria de Ensino PCNP Isabel Bonadio.
A POLÍTICA DE DIREITOS HUMANOS E O EXERCÍCIO DA CIDADANIA.
Escolas Sustentáveis. Caderno temático Vamos Cuidar do Brasil com Escolas Sustentáveis ://conferenciainfanto.mec.gov.br/index.php/
PONTUAÇÕES PSICOPEDAGOGICAS Sandra L. Guimarães Florianópolis, Maio/ 2008.
RECUPERAÇÃO CONTÍNUA Resgatando Habilidades em Defasagem
O Lar Dom Bosco é uma obra social da Inspetoria Salesiana São Pio X, criado em 1990 para atender meninos e meninas em situação de moradia na rua; Desenvolve.
ATIVIDADES ACADÊMICO- CIENTÍFICO-CULTURAIS Professor Domingos Aguiar.
Fonte: Pesquisa Nacional realizada pelo Conselho Federal de Administração O PERFIL, A ATUAÇÃO E AS OPORTUNIDADES DE TRABALHO PARA O ADMINISTRADOR PROFISSIONAL.
Para entender o que é política pública Produção cultural
Trabalhando com Recreação. Vinicius Cavallari – Vani Zacharias
A História, área disciplinar estruturante Porquê? Porque não existe desenvolvimento abrangente e equitativo sem análise crítica da tessitura histórica.
"Lição de vida, Cultivar oportunidades" PROJETO HELP Horta Educativa, Lúdica e Produtiva Bruno Portelada Elisabete Marques
Avaliação da qualidade de vida à escala local questões metodológicas questões metodológicas SEMINÁRIO “OCUPAÇÃO DISPERSA DO TERRITÓRIO URBANO” 7 de Março.
Curso de Gestão Democrática CENTRO MUNICIPAL DE ESTUDOS E PROJETOS EDUCACIONAIS JULIETA DINIZ – CEMEPE Júnia Alba Gonçalves Iraídes Reinaldo da Silva.
“Voluntário Sim!” “Cada um de nós deve ser a própria mudança que deseja ver no mundo.” Mahatma Gandhi “Cada um de nós deve ser a própria mudança que deseja.
LAN 5844 PREPARAÇÃO PEDAGOGICA EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS 2014 Professor responsável Dra. Gilma Lucazechi Sturion
Seminário “O PNE e o futuro da Educação Brasileira" Luiz Dourado CNE.
Instrutivo para Recrutamento e Seleção da Equipe Regional 2011 PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA – PIP/CBC IMPLEMENTAÇÃO DOS CBC – ANOS FINAIS DO ENSINO.
A cultura e suas transformações, ou seria imposições?
SADC CSTL Reunião de Partilha 20 de Novembro de 2014 Hotel Southern Sun, Joanesburgo, África do Sul Revisão da Estrutura MER/MAR do CSTL.
COMPONENTE EXTERNA DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE.
Curso: Licenciatura Plena em Física Disciplina: Didática Prof. Giovana Gomes Albino Tendência Progressista Libertadora Origem e concepções.
I NGLÊS IV- MARKETING TURÍSTICO 2011/2012 Enquadramento : A UC de Inglês IV surge inserida no curso de Marketing Turístico com o intuito de desenvolver.
Prof. Dr° Vagner Custódio
Formadora Residente Celeste Lopes 29 de Setembro de  Desenvolvimento linguístico Desenvolvimento da linguagem oral.
Educação e Arte. Desenvolver programas educativos junto às comunidades circunvizinhas a sede da Escola Ecológica para a construção da consciência planetária,
Cultura Viva – Participação do IPEA 1. Apresentação do conjunto das avaliações – 1.1 Cultura Viva – avaliação do programa arte educação e cidadania – 1.2.
LDB E A PSICOLOGIA Profª Cristina Pinho.
Contos de Encontro. Contos de Encontro Objetivo Criação de uma memória de contos, narrativas e outros saberes preservados numa plataforma digital enquanto.
6º ENCONTRO DE FORMAÇÃO CONTINUADA TEMÁTICA: EDUCAÇÃO INCLUSIVA.
Retomando o conceito de texto Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira I Professor: Marcel Matias.
Curso de Extensão e Aperfeiçoamento em Gestão Cultural Empreendedorismo Cultural e Criativo.
Gestão de Pessoas II Aula 24 GESTÃO DE PESSOAS DESENVOLVIMENTO DE ESPELHOS.
Gestão das organizações. O que é uma organização? Organização: “Grupo social em que existe uma divisão funcional do trabalho e que visa atingir através.
Por que Aprender? Prof. José Anizio Marim PUC-Campinas.
Caminhos das Definições DUMAZEDIER, Joffre. Sociologia empírica do Lazer. São Paulo: Perspectiva pp
Tendência Progressista Libertadora Origem e concepções
Empreende dorismo Enquadramento Histórico. empreendedorismo  As preocupações com a temática do empreendedorismo são relativamente recentes  O mundo.
Mesa Temática II: Esporte Rodolfo Novellino Benda Centro Esportivo Universitário Diretor.
Maria Izabel de Freitas Filhote defesadotrabalhador.blogspo...trabalhadores.jpg412 x k - jpg ANAMNESE OCUPACIONAL.
DOCÊCIA NA UNIVERSIDADE MARCOS MASETTO (ORG.). Professor universitário O professor universitário é um profissional da educação na atividade docente. Mas.
7 Núcleos Geradores de Unidades de Competência: Áreas “gémeas” de Competências-Chave: Apresentação do Referencial de Competências-Chave de Nível Secundário.
As empresas têm que estar conscientes que o desenvolvimento económico já não se pode fazer como no passado, à custa da degradação do capital natural.
Socialização das aulas nas salas inclusivas. OBJETIVO DO TRABALHO DE PESQUISA EM SALA INCLUSIVA 1-Nas construções de conceitos 1-Nas construções de conceitos:
CURSO BÁSICO DESPORTO. Objeto e Âmbito Experiência-piloto a iniciar no ano escolar de A experiência-piloto integrará alunos do 7.º ano de escolaridade.
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS E A DIDÁTICA
A produção do conhecimento em Educação Profissional Ensino Médio integrado aos cursos técnicos de nível médio A produção do conhecimento em Educação Profissional.
MÚSICAS DO MUNDO Magda Dourado Pucci Berenice de Almeida Vivemos um momento especial da história da Educação Musical Brasileira merecedor de um “abre-te.
PLANEJAMENTO DA AÇÃO DOCENTE Erika dos Reis Gusmão Andrade Rosália de Fátima e Silva DEPED/PPGEd/UFRN 1.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE A CRÔNICA ALÉM DA SALA DE AULA Ana Paula Fidelis RUFINO (UFRN)
GESTÃO DE EQUIPAS Marta Sampaio
7 Núcleos Geradores de Unidades de Competência: Áreas “gémeas” de Competências-Chave: Apresentação do Referencial de Competências-Chave de Nível Secundário.
Celso Favaretto. Pesquisador, Doutor em Filosofia, concentração em estética, pela Universidade de São Paulo. Foi professor de Filosofia e Estética em.
Dinâmicas de grupo nos processos seletivos Recrutamento e Seleção Profa. Marta Ajej.
PROGRAMA ESPORTE E LAZER DA CIDADE
Transcrição da apresentação:

A Ocupação dos Tempos Livres A Ocupação de Tempos Livres do Público Infantil e a Formação de Animadores Culturais Sílvia Madeira / 2007

A Ocupação dos Tempos Livres Dedicatória e Agradecimentos À Ana (joaninha), ao Edgar, à Maria e ao Luís, alunos finalistas do Curso de Animação Cultural e Educação Comunitária, que no presente ano lectivo centraram as suas monografias finais sobre temas de animação socioeducativa. A todos os alunos, que nos últimos dez anos, através da orientação das respectivas monografias me permitiram a actualização nesta área de Pedagogia em Contextos não Formais.

Um pouco de história... Antes do 25 de Abril de 1974 Colónia Balnear do “Século” CAI da Gulbenkian E ainda, com um cariz muito diferente:. A Mocidade Portuguesa. O Movimento Escutista Depois do 25 de Abril de 1974 Os primeiros ATL (CATL, OTL); Da função assistencial à função pedagógica; Factores a ter em conta:. As alterações sócio-políticas. As alterações familiares. O contexto urbano / suburbano

Definir tempo livre Por oposição a tempo de trabalho Tempo de trabalho vs tempo não empregue no trabalho 1.Tempo para satisfazer necessidades fisiológicas, obrigações paraprofissionais, familiares, sociais e religiosas; 2.Tempo livre.

Definir tempo livre Em relação com outros tempos Tempo não disponível: 1.Trabalho (remunerado, doméstico e ocupações para laborais); 2.Obrigações não laborais (necessidades fisiológicas, obrigações familiares e obrigações sociais). Tempo disponível: 1.Ocupações auto – impostas (actividades voluntárias de carácter social, actividades religiosas, actividades institucionalizadas de formação); 2.Tempo livre (ocupações pessoais não autotélicas, tempo livre estéril, desocupado e ócio). Autotelia, autotélico : que não apresenta qq finalidade ou objectivo fora ou para além de si mesmo – a arte pela arte, p.ex.

Definir ócio Dumazedier, J. (1971) “o ócio é um conjunto de ocupações a que o indivíduo se pode entregar de maneira completamente voluntária, seja para descansar, seja para divertir-se, seja para desenvolver informação ou formação desinteressadas, participação social voluntária, depois de se ter libertado das suas obrigações profissionais, familiares e sociais.” O ócio pressupõe: 1.Tempo não ocupado por trabalho ou por qualquer outro tipo de obrigação; 2.Autonomia / atitude o indivíduo actua com plena autonomia segundo um plano pessoal relativamente a qualquer actividade desenvolvida; 3.Tipo de actividade livre escolha e realização.

Definir ócio Puig Rovira e Trilla (1987) “o ócio consiste em viver livremente o tempo livre. (...) pensamos que o ócio implica associar ao tempo livre – a liberdade de – um conjunto de atitudes pessoais que conduzem a própria actividade pelos caminhos da liberdade positiva – a liberdade para. O ócio é tempo livre mais liberdade pessoal.” 1. Tempo; 2. Liberdade; 3. Responsabilidade; 4. Expressão livre e criativa; 5. Prazer; 6. Satisfação de necessidades pessoais (descanso, distracção ou diversão e desenvolvimento pessoal).

Definir ócio 4 tipos de actividade de ócio: 1.Componente física/actividade corporal passear, fazer excursões, todo o tipo de desporto. 2. Actividades práticas implicam uma produção concreta e requerem um qualquer tipo de trabalho manual: “bricolage”, jardinagem, trabalhos manuais. 3.Actividades culturais práticas culturais, tanto as mais elitistas como as de massa, participativas e criativas ou passivas: assistir a espectáculos de teatro, cinema, tv e rádio, ler, participar em conferências. 4.Actividades de carácter social ou colectivo relações interpessoais: conversas de café, encontros em associações, festas de amigos ou familiares e a própria vida familiar.

Tempo Livre e qualidade de vida Vantagens dos tempos livres 1.Libertação 2.Adesão voluntária 3.Criatividade 4.Iniciativa 5.Reflexão 6.Espírito de equipa Riscos dos tempos livres 1.Ociosidade 2.Desaproveitamento do tempo 3.Desordem 4.Superficialidade 5.Imposição

Uma pedagogia dos/para os tempos livres? A não obrigatoriedade; O carácter lúdico; O carácter hedonista, de prazer; O carácter formativo. Objecto da pedagogia do ócio: 1.Educar no ócio: aproveitando o tempo livre. 2.Educar para o ócio: o tempo livre como objectivo da intervenção pedagógica. 3.Educar através do ócio: através de actividades com carácter de ócio, informais, lúdicas.

Uma pedagogia dos/para os tempos livres? Educar no tempo livre O tempo livre como âmbito temporal da educação. 1.Objectivos “distantes” do ócio: cursos de reciclagem profissional. 2.Objectivos relacionados com o ócio. Educar para o tempo livre O tempo livre como objectivo educativo. 1.Durante o tempo livre. 2.Noutros tempos/espaços não necessariamente de ócio (escola) Educar através/mediante o tempo livre Em espaços como ludotecas, clubes infantis, colónias de férias e outros. Em espaços, tempos e através de actividades características do tempo livre. Puig Rovira e Trilla (1987)

Uma pedagogia dos/para os tempos livres? Os projectos socioeducativos. 1.A educação pela arte. 2.A educação para os valores. 3.Os espaços culturais. Os projectos lúdicos. 1.A importância do jogo. 2.A festa. Ainda que usualmente se associe os “tempos livres” à população infanto-juvenil, estas linhas orientadoras podem ser adaptadas a outras faixas etárias.

A função do animador A formação: 1.Educação não formal; 2.Dinâmica de grupo; 3.Metodologia de projecto; 4.Expressões. O perfil: 1.Não directivo; 2.Conhecedor das necessidades do público – alvo; 3.Bom comunicador; 4.Com capacidade de gerir conflitos; 5.Com capacidade de promover a participação activa do público.

Alguns projectos Património Jogos Tradicionais Animação do Conto e da Leitura Educação para os Valores Educação para o Ambiente Educação pela Arte Diferenças? De metodologias De estratégias De valorização da participação activa da criança De valorização do projecto em vez das “técnicas”

Alguma bibliografia Almeida, P.N. (1998) Educação Lúdica – Técnicas e Jogos Pedagógicos, São Paulo: Ed. Loyola Brougère, G. (1998) Jogo e Educação, Porto Alegre: Artes Médicas Mason, R. (2001) Por uma Arte – Educação Multicultural, Campinas: Mercado das Letras Parcerisa, A. (1999) Didáctica en la Educación Social – Enseñar y aprender fuera de la escuela, Barcelona: Graó Puig Rovira, J.M. e Trilla, J. (1987) La Pedagogia del Ocio, Barcelona: Laertes Sousa Lopes, M. (2006) Animação Sociocultural em Portugal, Chaves: Intervenção Trilla, J. (1996) La Educación fuera de la Escuela – Ámbitos no formales y educación social, Barcelona: Ariel