Procedimentos argumentativos Professora Marina Miotto Negrão.

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Transcrição da apresentação:

Procedimentos argumentativos Professora Marina Miotto Negrão

Em seu livro A inter-ação pela linguagem, Ingedore Koch (2004, p.29), afirma que “o uso da linguagem é essencialmente argumentativo”, o que significa que orientamos os enunciados que produzimos no sentido de alcançar determinadas conclusões e não outras. A neutralidade linguística seria uma falácia, uma vez que procuramos dotar nossos enunciados de força argumentativa.

Ducrot, estudioso francês da linguagem, afirma que a argumentatividade está inscrita na própria língua (apud Koch, 2004, 0. 29), isto é, não há linguagem que não seja argumentativa.

Ducrot formula três leis do discurso: Informatividade - (O falante deve dizer ao ouvinte o que o ouvinte desconheça.); Exaustividade – (O emissor deve dar as informações mais fortes que tiver sobre o tema em questão); e Litotes – (O locutor leva o ouvinte a interpretar o enunciado como dizendo mais do que sua significação literal).

Exemplo: - Que achou da minha palestra? - Gostei muito da escolha vocabular, da adjetivação, da ordem de colocação dos elementos (sintaxe), das figuras de linguagem que utilizou.

Pragmática Tem como objeto de estudo as relações sociais do homem por meio da linguagem, ou relações que se estabelecem entre enunciador e enunciatário. De modo geral, as teorias pragmáticas ocupam-se das marcas numa língua, das estruturas argumentativas. Semiótica interessa-se antes por estabelecer os recursos e os mecanismos gerais de argumentação, por meio dos quais o enunciador persuade o enunciatário.

Operadores argumentativos É a expressão usada para designar certos elementos da gramática de uma língua que têm por função a direção (sentido) para qual apontam. Mostram a força argumentativa dos enunciados. Ducrot utiliza duas noções para explicar o funcionamento da argumentação: Escala argumentativa; Classe argumentativa.

Classe Argumentativa: Pedro é bom aluno. Arg. 1. É atencioso nas aulas. Arg. 2. É estudioso. Arg. 3. É disciplinado e não falta às aulas. Arg. 4. Faz os exercícios recomendados pelo professor.

Escala Argumentativa “A transação comercial não pôde ser concretizada com êxito: o pedido foi recusado pelo gerente de vendas, o diretor comercial não concordou com a quantidade pedida, o presidente não aceitou negociar com uma empresa prestes a entrar em recuperação econômica.” Arg. 1. Gerente de vedas. Arg. 2. Diretor comercial. Arg. 3. Presidente da empresa.

Pressupostos São vistos como condições de emprego, lógico ou não. Exemplo: “Roberto continua triste.” Afirmar tristeza atual e Pressupor tristeza anterior. A escolha de pressupostos limita a liberdade do destinatário, porque sua conservação é uma das leis definidoras do discurso. Se o destinatário quiser prosseguir o discurso iniciado, precisa tomar os pressupostos como quadro de referência de sua própria fala.

O pressuposto não é objeto de discussão, pois não se coloca como assunto do discurso que vem a seguir. O ato pressupor um conteúdo consiste em situá-lo como já conhecido do enunciatário e em apresentá-lo como fundo comum, no interior do qual o discurso deve prosseguir. O conteúdo pressuposto garante a coerência, assegura a necessária redundância, enquanto o progresso discursivo se faz no nível do conteúdo posto.

Cida diz a sua amiga Leila: - Estive com Cláudio ontem. Ele estava chateado, porque ainda não convenceu sua mulher a admitir o divórcio consensual.

Sônia diz à amiga, enamorada de Marcelo: - Ontem, encontrei-me com Marcelo, mulher e filho, no teatro.

Subentendidos É uma opção de organização do discurso, que se oferece ao enunciador, e que leva o enunciatário a interpretar o discurso da forma que o enunciador pretende. A grande astúcia do subentendido é fazer com que o enunciatário diga o que o enunciador pretende dizer, mas que, por razões diversas, em geral de ordem social, não deve dizer (BARROS).

Suponhamos o seguinte deiálogo: -Que achou do filme Titanic? -Gostei muito da música. Subentendido: - Não achei o filme bom.

Referência bibliográfica Tomasi, Carolina e João Bosco Medeiros. Comunicação Empresarial. – 2{ ed. – São Paulo:Atlas, 2009.