ANALGÉSICOS OPIÓIDES UNIC – UNIVERSIDADE DE CUIABÁ

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Transcrição da apresentação:

ANALGÉSICOS OPIÓIDES UNIC – UNIVERSIDADE DE CUIABÁ UNIDADE – SINOP AEROPORTO ANALGÉSICOS OPIÓIDES Prof. Especialista: Vanessa Bergo Hidalgo Dolce

INTRODUÇÃO Houve a identificação da morfina em 1817, e a descoberta de outros alcalóides do ópio, houve uma utilização desses agentes em larga escala por soldados feridos na Guerra Civil Americana. Em 1950, a morfina foi empregada em anestesia para cirurgia cardíaca. Em 1970, o incentivo às novas drogas, agonistas potentes como, o fentanil, sufentanil entre outros alcalóides.

ANALGÉSICOS AINEs: Analgésicos Opiódes: Fármacos com efeito periférico, sobre a síntese de PGs, sem efeito ao nível da condução do impulso nervoso. Ação analgésica intermediária; Efeito antiinflamatório, antipirético e anti-agregante. Analgésicos Opiódes: Fármacos com ação central sobre receptores opiódes, sem produzirem perda de consciência. Potente ação analgésica; Ação sobre a dor visceral; Tolerância e dependência.

OPIÁCEOS E OPIÓDES Designa qualquer substância com ação semelhante ao ópio (papoula). NATURAIS: Morfina, Codeína, Papaverina, Narcotina, etc. SINTÉTICAS: Metadona, Propoxifeno, etc.

ÓPIO É derivado do opos, uma palavra grega para suco. Extraído por secagem do exaudado leitoso das cápsulas das sementes de Papaver somniferum (papoúla) em estado imaturo; Já utilizado para aliviar a dor desde 1500 A.C.; Introduzido na China no Século XVIII por comerciantes portugueses. Morfina (Morpheus – Deus dos sonhos): Isolamento e teste por Freidrich Sertürner (1803); Estrutura química determinada a meio do Século XX.

OPIÓIDES ENDÓGENOS São substâncias produzidas pelo organismo que tem estrutura semelhante ao ópio. As principais são: Encefalinas, Endorfinas e Dinorfinas. Estas substâncias ligam-se nos receptores farmacológicos do ópio promovendo analgesia.

RECEPTORES OPIÓIDES MÚLTIPLOS Existem espalhados de uma forma generalizada no SNC e em outros tecidos, predominando em regiões como: Hipotálamo (Homeostasia) Sistema Límbico (emoções) Medula (porta de entrada de informações) Também existem receptores concentrados no intestino.

RECEPTORES OPIÓIDES MÚLTIPLOS Mu1: Analgesia supraespinhal. Mu2: Depressão respiratória, dependência, redução dos movimentos do TGI (intestino). Kappa: Analgesia espinhal, sedação, sono, dependência. Gama/Sigma: Ocasiona alterações comportamentais, como, disforias, desilusões, alucinações, delírios e efeitos cardíacos. Delta: Alteração no comportamento afetivo (aceitação à dor).

RECEPTORES OPIÓIDES MÚLTIPLOS As endorfinas e encefalinas têm mais afinidade por receptores Mu e Delta. As dinorfinas têm efeito maior em receptores Kapa. A morfina tem atuação em receptores Mu, mas atua também em Kapa e Delta.

CLASSIFICAÇÃO AGONISTAS FORTES AGONSITAS LEVES AGONISTAS FRACOS - Morfina (Dimorf®), Meperidina (Dimerol®), Tramadol (Tramal®). AGONSITAS LEVES - Codeína (Tylex, Setux®). AGONISTAS FRACOS - Propoxifeno (Doloxene-A®). ANTAGONISTAS - Naloxona (Narcan®).

FARMACOCINÉTICA A cc no SNC é relativamente baixa em relação à outros órgãos, devido a BHE. Compostos como a Heroína e Codeína atravessam mais facilmente a BHE. METABOLISMO Os ésteres (meperidina e heroína) são hidrolisados por esterases hepáticas. EXCREÇÃO Podem ser excretados em forma inalterada ou em metabólitos polares pela urina.

FARMACOCINÉTICA METABÓLITOS NA URINA Codeína – 2 a 4 dias Morfina – 3 dias

ANALGÉSICOS OPIÓDES Droga Padrão – MORFINA. Droga de escolha para a dor aguda intensa. Atividade Principal – Agonista dos receptores Mu (200X). Atua em KAPA e DELTA.

MORFINA – PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS SNC Depressão do Centro da Dor (produz analgesia sem perda de consciência). Depressão do Centro de Vigília. Alterações no Humor (age no sistema límbico). Eventualmente promove confusão mental e dificuldade de raciocínio.

ANALGESIA MEDULAR – KAPA, Mu (menor) - As drogas opióides atuariam inibindo a liberação de neurotransmissores excitatórios (Acetilcolina, Noradrenalina, Dopamina Serotonina e Substância P) na fenda sináptica, não ocorrendo estímulo, não havendo sinal doloroso no córtex medular. ANALGESIA SUPRA-MEDULAR – (Mu) - A liberação da substância P é controlada pelas fibras pré-sinápticas, como as fibras serotoninérgicas e noradrenérgicas supra-medulares. - As drogas opióides alteram a atividade normal das fibras, diminuindo a liberação da substância P, diminuindo a dor. OBS.: Concomitantemente há estimulação dos receptores Delta (sistema límbico) promovendo melhoras no humor, bem-estar.

MORFINA AÇÕES FARMACOLÓGICAS HIPOTÁLAMO – Ligeira queda na temperatura e diminuição do FSH e LH, ocorrendo distúrbios menstruais (amenorréia). SISTEMA RESPIRATÓRIO – Promove depressão respiratória (Mu2) por ação no tronco cerebral. Contra-indicado em pessoas com problemas respiratórios. Em caso de intoxicação causa respiração de Cheyne-Stokes (apnéia e hiperpnéia: respira – pára – respira). SUPRESSÃO DA TOSSE – O efeito da antitussígeno é decorrente da ação direta dos opióides no centro da tosse no tronco cerebral ou em receptores Mu e Kappa localizados na via aérea.

MORFINA AÇÕES FARMACOLÓGICAS Age na AQR: Gerando impulsos para desencadear o vômito. TGI: Diminuições das secreções como a gastrina; Redução dos movimentos peristálticos. Aumento do tônus leva à constipação. Antidiarréico

EFEITOS COLATERAIS MAIS COMUNS – Sedação, constipação intestinal, náuseas e vômitos, boca seca, depressão respiratória, prurido, pele quente e eritematosa, hipotensão arterial, retenção urinária. Amenorréia. Doses altas levam a dependência física e síndrome de abstinência (retirada).

DEPENDÊNCIA E TOLERÂNCIA DEPENDÊNCIA PSÍQUICA Desejo compulsivo de tomar ou de se encontrar sob o efeito do fármaco. Observa-se nos indivíduos que experimentaram, a sensação de EUFORIA. Pode estabelecer-se após a primeira tomada, em indivíduos neuróticos ou psicóticos. DEPENDÊNCIA FÍSICA (SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA) Necessidade da presença de morfina no organismo, sem a qual se desencadeia uma síndrome de abstinência: Inquietação, Nervosismo, Ansiedade, Cólicas Abdominais, Náuseas, Vômitos, Alteração do Trânsito Intestinal, Arritmias Cardíacas, Alterações da P.A. TOLERÂNCIA Necessidade de aumentar progressivamente a dose para obter o mesmo efeito. Sobretudo em relação aos efeitos centrais (analgesia, euforia), mantêm-se os efeitos excitatórios.

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Sedativo-Hipnóticos - Potenciação da depressão do SNC (depressão respiratória) Antipsicóticos - Aumento da sedação - Efeitos variáveis sobre a depressão respiratória

USOS TERAPÊUTICOS DA MORFINA Analgesia – Dores bastante intensas (câncer terminal, etc). Antitussígeno - Calmante de tosses dolorosas (não é de primeira escolha). Antidiarréico – Pois, há a diminuição da secreção ácida do estômago, aumento dos intestinos delgado e grosso, com espasmos periódicos, retardo das ondas de peristaltismo, com redução da absorção de água e, consequentemente, constipação.

COMO MONITORAR O PACIENTE EM USO DE OPIÓIDE POR TEMPO PROLONGADO Quanto as receitas antigas serão abandonadas. O médico deverá prescrever opióides por 1 mês. Outras drogas que alteram o humor devem ser evitadas ou notificadas. Durante o curso do tratamento, o emprego de doses mais elevadas de opióide pode ser necessário caso haja o aumento do estímulo proveniente de outra região não relacionada à doença clínica. Farmácia de referência – isso porque, caso ocorra algum problema com a receita, o contato com a farmácia será imediato. Não se altera dose sem contato com o médico, o ajuste da dose sempre será discutido.

COMO MONITORAR O PACIENTE EM USO DE OPIÓIDE POR TEMPO PROLONGADO Receitas precoces – não se faz nova receita devido a desculpas como roubo, perda ou destruição acidental. Pode haver exceções, dependendo do paciente e da situação. Consultas recomendadas – normalmente da equipe multidisciplinar para abordagem da dor crônica. Não fazer uso de álcool e drogas ilegais. Obtenção da amostra de urina sempre que necessário, para afastar a suspeita de dependência.