CONTRATO DE DEPÓSITO. CONCEITO : contrato em que uma das partes (depositário) recebe da outra (depositante), uma coisa móvel, para guardá-la, com a obrigação.

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Transcrição da apresentação:

CONTRATO DE DEPÓSITO

CONCEITO : contrato em que uma das partes (depositário) recebe da outra (depositante), uma coisa móvel, para guardá-la, com a obrigação de restituí-la na ocasião ajustada e quando lhe for reclamada. Art Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até que o depositante o reclame. Exemplos : guarda de automóveis em garagens, de vestuário em teatros, de jóia e valores em cofres de aluguel, etc.

CARACTERÍSTICAS Guarda de coisa alheia. A guarda deve constituir a função primordial do contrato e não secundária como simples consequência de outra convenção. Diferença entre comodato, transporte, locação, etc. Art Sob pena de responder por perdas e danos, não poderá o depositário, sem licença expressa do depositante, servir-se da coisa depositada, nem a dar em depósito a outrem. Parágrafo único. Se o depositário, devidamente autorizado, confiar a coisa em depósito a terceiro, será responsável se agiu com culpa na escolha deste. Entrega da coisa pelo depositante ao depositário (natureza real do contrato). Natureza móvel da coisa. Art. 627 Contudo, apesar do art. 627 aludir apenas a objeto móvel, a doutrina e a jurisprudência não excluem a possibilidade de se pôr em deposito um bem imóvel. ex. depósito judicial.

Obrigação de restituir Art. 633: Ainda que o contrato fixe prazo à restituição, o depositário entregará o depósito logo que se lhe exija, salvo se tiver o direito de retenção a que se refere o art. 644, se o objeto for judicialmente embargado, se sobre ele pender execução, notificada ao depositário, ou se houver motivo razoável de suspeitar que a coisa foi dolosamente obtida. Art O depositário poderá reter o depósito até que se lhe pague a retribuição devida, o líquido valor das despesas, ou dos prejuízos a que se refere o artigo anterior, provando imediatamente esses prejuízos ou essas despesas. Parágrafo único. Se essas dívidas, despesas ou prejuízos não forem provados suficientemente, ou forem ilíquidos, o depositário poderá exigir caução idônea do depositante ou, na falta desta, a remoção da coisa para o Depósito Público, até que se liquidem. Art O depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisa depositada o cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como a restituí-la, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante.

Gratuito, salvo se houver disposição em contrário. Art O contrato de depósito é gratuito, exceto se houver convenção em contrário, se resultante de atividade negocial ou se o depositário o praticar por profissão. Parágrafo único. Se o depósito for oneroso e a retribuição do depositário não constar de lei, nem resultar de ajuste, será determinada pelos usos do lugar, e, na falta destes, por arbitramento. Quando remunerado é contrato bilateral ; Sendo gratuito é unilateral. Art O depositante é obrigado a pagar ao depositário as despesas feitas com a coisa, e os prejuízos que do depósito provierem.

ESPÉCIES DE DEPÓSITOS : Voluntário e necessário O necessário divide-se em: legal, miserável ou do hospedeiro; Regular ( coisa infungível ) e irregular ( coisa fungível ); O depósito contratual: resulta do acordo de vontades. O voluntário é o mais comum. O depósito judicial é determinado por mandado do juiz, entregando a alguém coisa móvel ou imóvel, que é objeto de um processo, com finalidade e preservá-la, até que se decida o destino.

DEPÓSITO VOLUNTÁRIO Resulta da vontade das partes. A lei exige a forma escrita para a prova do depósito. Art O depósito voluntário provar-se-á por escrito. Capacidade das partes: o depositário deverá ser pessoa capaz de se obrigar. Os menores relativamente incapazes podem efetuar depósito e movimentar conta, desde que autorizados por seus representantes. Art Se o depositário se tornar incapaz, a pessoa que lhe assumir a administração dos bens diligenciará imediatamente restituir a coisa depositada e, não querendo ou não podendo o depositante recebê-la, recolhê-la-á ao Depósito Público ou promoverá nomeação de outro depositário.

OBRIGAÇÃO DO DEPOSITANTE Pagar o valor combinado quando for depósito oneroso. Reembolsar as despesas que o depositário teve com o depósito da coisa. Indenizar o depositário pelos prejuízos oriundos do depósito. Art O depositante é obrigado a pagar ao depositário as despesas feitas com a coisa, e os prejuízos que do depósito provierem.

OBRIGAÇÃO DO DEPOSITÁRIO Guardar, conservar e restituir a coisa. Art O depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisa depositada o cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como a restituí-la, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante. Art Ao depositário será facultado, outrossim, requerer depósito judicial da coisa, quando, por motivo plausível, não a possa guardar, e o depositante não queira recebê-la. Art O depositário não responde pelos casos de força maior; mas, para que lhe valha a escusa, terá de prová-los. O depositário responde por culpa e dolo se a coisa perecer ou deteriorar, tanto no depósito gratuito como no oneroso. Art O depositário poderá reter o depósito até que se lhe pague a retribuição devida, o líquido valor das despesas, ou dos prejuízos a que se refere o artigo anterior, provando imediatamente esses prejuízos ou essas despesas.

DEPÓSITO NECESSÁRIO : Art É depósito necessário: I - o que se faz em desempenho de obrigação legal; (ex. depósito efetuado pelo administrador de bens do depositário que se tornou incapaz – art. 641; art. 345 CC) II - o que se efetua por ocasião de alguma calamidade, como o incêndio, a inundação, o naufrágio ou o saque. Art O depósito a que se refere o inciso I do artigo antecedente, reger-se-á pela disposição da respectiva lei, e, no silêncio ou deficiência dela, pelas concernentes ao depósito voluntário. Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se aos depósitos previstos no inciso II do artigo antecedente, podendo estes certificarem-se por qualquer meio de prova. Pode ser demonstrado por qualquer meio de prova, não se exigindo que seja escrita.

Depósito legal – previsto no inciso I do art Decorre do desempenho de obrigação imposta pela lei. Depósito miserável – previsto no inciso II do art Em estado de calamidade o depositante verifica a necessidade de deixar seus bens (que correm risco de perecer) com a primeira pessoa que aceitar guardá-los. Art O depósito necessário não se presume gratuito. Na hipótese do art. 649, a remuneração pelo depósito está incluída no preço da hospedagem.

Depósito do hospedeiro Ex. internato, hospital, contrato de hospedagem. Art Aos depósitos previstos no artigo antecedente é equiparado o das bagagens dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde estiverem. Parágrafo único. Os hospedeiros responderão como depositários, assim como pelos furtos e roubos que perpetrarem as pessoas empregadas ou admitidas nos seus estabelecimentos. Art Cessa, nos casos do artigo antecedente, a responsabilidade dos hospedeiros, se provarem que os fatos prejudiciais aos viajantes ou hóspedes não podiam ter sido evitados. Também os casos fortuitos e de força maior excluem a responsabilidade dos hospedeiros. Regido pelas disposições do CDC. Não admite cláusula de “não responsabilidade pelos bens dos hóspedes”.

DEPÓSITO IRREGULAR Depósito de coisa fungível (ex. depósito de dinheiro nos bancos). Art O depósito de coisas fungíveis, em que o depositário se obrigue a restituir objetos do mesmo gênero, qualidade e quantidade, regular-se-á pelo disposto acerca do mútuo.

AÇÃO DE DEPÓSITO Todas as modalidades de depósito contratual permitem o ajuizamento de ação de depósito, com a finalidade de compelir o depositário a restituir a coisa. Nos depósitos judiciais não é preciso ação de depósito, pois o juiz determinará a restituição da coisa nos próprios autos em que efetuou o depósito. Para depósito irregular deve-se utilizar a ação de cobrança.

PRISÃO DO DEPOSITÁRIO INFIEL Art Seja o depósito voluntário ou necessário, o depositário que não o restituir quando exigido será compelido a fazê-lo mediante prisão não excedente a um ano, e ressarcir os prejuízos. Súmula vinculante 25 STF : “É ILÍCITA A PRISÃO CIVIL DE DEPOSITÁRIO INFIEL, QUALQUER QUE SEJA A MODALIDADE DO DEPÓSITO.” Súmula 419 STJ : “DESCABE A PRISÃO CIVIL DO DEPOSITÁRIO JUDICIAL INFIEL”.

A empresa Mega Grãos, mediante contrato de depósito, manteve armazenado mil sacas de arroz de propriedade de José Pedro por mais de quatro anos, sem que tenha recebido a remuneração estipulada para tanto. Ocorre que o depositante está reclamando a restituição do bem depositado, mas se recusa a efetuar o pagamento do valor apresentado. Como advogado da empresa depositária, indique qual (is) o(s) direito(s) que assiste seu cliente, bem como a(s) providência(s) judicial (is) que pode ser tomada. (Fonte: TJRS, Agravo de Instrumento nº , DJ 26/03/2012)