TEMPOS MODERNOS CAP. 8 - TRABALHADORES, UNI-VOS! 1º ANO - Sociologia.

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Transcrição da apresentação:

TEMPOS MODERNOS CAP. 8 - TRABALHADORES, UNI-VOS! 1º ANO - Sociologia

Karl Einrich Marx foi economista político, sociólogo e revolucionário alemão. É considerado, ao lado de Émile Durkheim e Max Weber, um dos fundadores da Sociologia. Seus escritos foram influenciados principalmente por três correntes de pensamento: a economia clássica inglesa, associada ao utilitarismo; o socialismo francês; e o idealismo filosófico de Friedrich Hegel. APRESENTANDO KARL MARX (Trier, Prússia, 5 de maio de 1818 – Londres, Inglaterra, 14 de março de 1883)

As ideias de Marx foram tão controversas quanto influentes. Na Sociologia, pode-se dizer que todos os que vieram depois tiveram, de alguma forma, de dialogar com suas teorias – seja para criticá-las, seja para apoiá-las. No terreno da política, as ideias de Marx inspiraram a formação de partidos comunistas em diversos países – inclusive no Brasil – e serviram de base para a construção de Estados socialistas, como a extinta União Soviética, a China e Cuba.

Uma de suas obras mais conhecidas é o Manifesto comunista, originalmente intitulado Manifesto do Partido Comunista, escrito em parceria com Friedrich Engels, que foi publicado em 1848 e se tornou um marco para o chamado socialismo científico. Após 1848, Marx publicou estudos no campo da economia política em que aprofundou o estudo do capitalismo. Nessa fase, sua principal obra foi O capital, que teve o primeiro volume publicado em 1867, e os dois seguintes, em 1885 e 1894, postumamente.

Karl Marx, assim como Durkheim, acreditava ser possível um conhecimento capaz de levar à construção de uma sociedade mais justa. Durkheim, como já vimos, considerava que o caminho era a ética do mercado, a ser regulada pelas corporações profissionais. E Marx? Marx vê a sociedade – e também a natureza – como uma composição entre o novo e o velho, entre forças contrárias que se complementam e cooperam umas com as outras, mas também se enfrentam. Esse embate provoca, inevitavelmente, uma série de mudanças sociais. Para Marx, a história da humanidade é a história desse embate constante entre o velho e o novo, entre os interesses dos que já foram e dos que ainda estão por vir. Da cooperação à propriedade privada

Assim como Durkheim, Marx também recorre ao exemplo das “sociedades primitivas” para contar a história dessas transformações, que, em sua concepção, marcariam a evolução da humanidade. Os homens e as mulheres dessas sociedades, para satisfazer suas necessidades primárias – alimentação, abrigo, reprodução –, engajavam-se em um sistema de cooperação harmônico. Não se produzia mais do que se era capaz de se consumir diariamente. Não havia nada que excedesse, ou seja, que ficasse acumulado. E, porque não se produzia um excedente que pudesse ser apropriado por uns e não por outros, não havia superiores e inferiores, não havia antagonismo e conflito de interesses. Da cooperação à propriedade privada

No processo de transformação criativa da natureza, os seres humanos foram sofisticando suas ferramentas e sua maneira de trabalhar, e assim foram se tornando capazes de produzir mais. Produzindo mais, foram acumulando. As necessidades primárias foram atendidas, e aí vieram outras necessidades – uma alimentação mais requintada, uma casa maior, um parceiro mais interessante. Os excedentes, porém, não eram suficientes para serem divididos igualmente entre todos. O que fazer? Em algum momento da história da humanidade, alguns decidiram se apropriar desse excedente em detrimento dos demais. Esse seria o princípio da propriedade privada. Da cooperação à propriedade privada

Marx, aliás, não foi o primeiro a levantar essa questão. Inspirou-se nesse ponto nos filósofos iluministas do século XVIII, principalmente em Jean-Jacques Rousseau (1712–1778), para quem a propriedade privada originou todos os males que se seguiram na história da humanidade: crimes, guerras, mortes, misérias e horrores. Da cooperação à propriedade privada

É da divisão do trabalho que se originam as classes sociais. São elas, segundo Marx, os principais atores do drama histórico. A cooperação característica das sociedades primitivas deixa de ser harmônica e torna-se antagônica. Os seres continuam dependendo uns dos outros, mas agora a divisão do trabalho estabelece uma hierarquia, funda uma desigualdade que opõe os que têm e os que não têm. As classes sociais

Todas as relações entre as pessoas, assim como todos os sistemas de ideias, são concebidos por Marx como enraizados em períodos históricos específicos. Apesar de afirmar que a luta de classes marca toda a história da humanidade, ele também enfatiza que essas lutas diferem de acordo com os estágios históricos. Os protagonistas desse enfrentamento não são sempre os mesmos. As classes sociais

Ainda que possa haver semelhanças entre o escravo da Roma antiga, o servo da Idade Média e o operário da indústria, seus desafios são outros, e sua luta não é a mesma. O regime de trabalho é penoso para os três, mas servos não eram escravos, assim como operários não são servos. Qual a diferença? As classes sociais

O escravo não pactua, não é parte interessada em um contrato, não tem direitos a serem respeitados. É apenas propriedade de alguém e, como tal, pode ser vendido ou trocado de acordo com a vontade do proprietário. O servo não é um trabalhador livre, mas também não pertence ao senhor. Há um conjunto de deveres e obrigações que o senhor e o servo devem observar, apesar da balança pender muito mais para o lado do senhor. As classes sociais

O burguês capitalista não tem essa mesma relação com seus empregados. Sua única obrigação é o pagamento de um salário em troca de um número determinado de horas de trabalho. São, portanto, as relações de propriedade que dão origem às diferentes classes sociais. O pertencimento de classe é, em larga medida, aquilo que nos define. É o que estabelece os nossos valores e os princípios do nosso comportamento. As classes sociais

A divisão da sociedade em classes dá origem a diferentes percepções políticas, éticas, filosóficas e religiosas. Essas percepções e visões de mundo – a ideologia, no vocabulário de Marx – tendem a consolidar o poder e a autoridade da classe dominante. Isso não quer dizer, contudo, que os dominados não possam desafiar esse poder e essa autoridade. Mas, para virar o jogo, seria preciso que houvesse uma “tomada de consciência” por parte da classe dominada. As classes sociais

Além de inspirar homens e mulheres com seus livros e artigos, Marx procurou colocar em prática suas ideias. Ao lado de líderes trabalhadores, participou da fundação da Liga Comunista (em fins de 1847) e da Associação Internacional dos trabalhadores, ou Primeira Internacional (em 1864). Essas duas organizações reuniam trabalhadores em luta contra o sistema econômico capitalista e a favor da propriedade coletiva dos bens. Para Marx, era fundamental participar de organizações como essas, pois ele via como inseparáveis a teorização e a atuação política. Era o que chamava de práxis, resumido na seguinte frase: Teoria e prática “Até hoje os filósofos não fizeram mais do que interpretar o mundo; é preciso agora transformá-lo”.

Essa transformação a que Marx se refere é, ao mesmo tempo, um projeto intelectual de compreensão da realidade e um projeto político de superação do sistema capitalista. Apesar de ter escrito sobre diferentes sistemas de propriedade e produção, é o sistema capitalista que mobiliza seu interesse intelectual e sua energia política. Marx olha para o capitalismo com profunda fascinação. Em nenhum outro momento da história a humanidade foi capaz de realizar tanto, de produzir com tanta velocidade um número tão grande de bens. Em um espaço de tempo relativamente curto em termos históricos, o capitalismo revolucionou as formas de produzir, viver e pensar. Teoria e prática

Contudo, porque a humanidade não seguia investindo todas as energias para tornar o mundo mais justo? Por que a capacidade produtiva de que o capitalismo dispõe não é mobilizada a favor da construção de uma vida melhor para todos? Se nunca os seres humanos haviam produzido tanto, por que tanta miséria? Foram perguntas como essas que Marx e vários outros pensadores se fizeram. O que Marx propunha, então, é que as capacidades de produção e inovação que o capitalismo trouxe fossem reorganizadas em favor não de uma única classe social, mas do conjunto da sociedade. Teoria e prática “O livre desenvolvimento de cada um será a condição para o livre desenvolvimento de todos”.

E o que seria preciso fazer para chegar a esse “livre desenvolvimento de todos”? Como superar o capitalismo e chegar a uma sociedade em que a riqueza seja distribuída entre todos aqueles que ajudam a construí-la? Voltamos à ideia do embate entre o novo e o velho; O capitalismo que era o “novo” do feudalismo, se tornara o “velho” de uma nova forma de organização social – o socialismo. A burguesia que era o “novo” do senhor feudal, representava o “velho” na perspectiva do proletariado. O proletariado, sendo a única classe social que “já não tem nada a perder”, constituindo a maioria da sociedade, tornara-se capaz de conduzir o processo de libertação de toda a humanidade. Teoria e prática

Para Marx, esse era um processo que começaria com o socialismo em uma nação e se encerraria com o comunismo em todo o planeta. Tal posicionamento teórico e ideológico justifica sua participação na organização da Liga Comunista e da Primeira Internacional; Estas eram instituições políticas que tinham como objetivo ajudar os trabalhadores de todo o mundo nessa jornada. Teoria e prática “Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência.”