ANÁLISE DA FORÇA MUSCULAR DE FLEXO-EXTENSORES DE JOELHO EM DIABÉTICOS TIPO 2 APÓS TREINAMENTO SENSÓRIO MOTOR Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto / Universidade de São Paulo Laboratório de Recursos Fisioterapêuticos Av. Bandeirantes, 3900 - Monte Alegre, Ribeirão Preto - SP, 14049-900 Mariana Barbosa Buzato, Ariane Hidalgo Mansano Pletsch, Nathalia Cristina de Souza Borges, Rinaldo Roberto de Jesus Guirro Tabela 1 – Valores medianos (1ª – 3ª quartil) dos grupos treinamento supervisionado (TS), treinamento domiciliar (TD) e controle (C), nos tempos pré e pós intervenção. (n=81) p<0,05. INTRODUÇÃO O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM-2) é considerado um grande problema de Saúde Publica devido a sua alta prevalência e morbimortalidade, tendo como complicações o déficit no desempenho funcional dos membros inferiores, podendo causar incapacidade física, como redução da força, potência e massa muscular, através de modificações deletérias nas propriedades contráteis musculares e a degeneração dos nervos motores.1,2,3 A diabetes pode acelerar a diminuição da força, especialmente dos membros inferiores.4 Estudos têm encontrado associações entre o aumento da incidência e prevalência da doença com relação a baixos níveis socioeconômicos. 7 Variáveis Grupos Pré Pós Torque-EX TS 89,3 (74 - 104) 81,2 (72 - 101) TD 73,6 (56 - 113) 63,2 (54 - 96) C 82,6 (55 - 112) 71,7 (59 - 101) Trabalho-EX 76,9 (62 - 95) 76,0 (61 - 88) 65,7 (50 - 88) 59,2 (52 - 90) 71.0 (51 - 100) 67,6 (51 - 92) AGO-ANT-EXT 49.9 (44 - 53) 52.6 (43 - 62) 54.1 (45 - 67) 52.1 (48 - 64) 53.3 (42 - 63) 50.5 (43 – 63) Torque-FL 46,2 (33 - 53) 48,7 (31 - 54) 40,4 (30 - 52) 37,8 (32 - 53) 39,2 (32 - 53) 38,7 (32 - 53) Trabalho-FL 45,8 (32 - 53) 46,0 (30 - 53) 36,9 (28 - 51) 37,9 (29 - 51) 36,3 (29 - 54) 38,5 (28 - 60) AGO-ANT-FLE 49,9 (44 - 53) 52,6 (43 - 62) 52,9 (45 - 65) 52,1 (49 - 64) 53,3 (42 - 62) 50,1 (43- 62) OBJETIVO Avaliar os efeitos do treinamento sensório motor (TSM) sobre a força muscular de flexo-extensores de joelho em indivíduos diabéticos tipo 2 (DM-2). MATERIAIS E MÉTODOS Este trabalho tem a aprovação do comitê de ética do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, número de registro 475142, Clinical Trial: NCT01861392. Foram recrutados 81 voluntários diabéticos tipo 2, na faixa etária entre 45 a 64 anos, de ambos os sexos, com glicemia controlada e fisicamente ativos. Os voluntários foram randomizados em três grupos: treinamento supervisionado – TS (n=26), treinamento domiciliar - TD (n=28) e controle - C (n=27), seguindo os critérios de inclusão do estudo. O TS realizou treinamento supervisionado 2 vezes por semana, durante 45 minutos, por um período de 12 semanas, o TD realizou o mesmo protocolo em domicilio e o C não realizou qualquer intervenção física. O treinamento envolveu exercícios de alongamento, equilíbrio e coordenação. Foram coletados o pico de torque e trabalho dos músculos flexores e extensores do joelho, bem como a relação agonista-antagonista, utilizando um dinamômetro isocinético. Os voluntários foram posicionados no dinamômetro isocinético modelo System 4 (Biodex, NY, USA), com joelho e quadril em flexão de 90°, sendo o eixo de rotação do equipamento alinhado com o epicôndilo lateral do fêmur e a carga de resistência colocada cerca de 2cm acima do maléolo lateral. A aquisição dos dados consistiu em cinco contrações concêntrica/concêntrica máxima, de flexão e extensão de joelho, na velocidade angular de 60º/s. 6 A análise estatística foi realizada pelo teste Shapiro-Wilk, seguido do teste Wilkoxon para as comparações ao longo do tempo e o teste Kruskal-Wallis para as comparações entre os grupos, com nível de significância de 5%, o processamento dos dados foi realizado por meio do BioEstat, versão 5.3. . CONCLUSÃO O torque e o trabalho dos músculos flexores e extensores do joelho, bem como a relação agonista-antagonista não apresentaram alterações após treinamento sensório motor em diabéticos do tipo 2. RESULTADOS REFERÊNCIAS As variáveis pico de torque, trabalho e relação agonista-antagonista dos músculos flexores e extensores do joelho não demonstraram diferenças significativas para nenhum dos grupos analisados, nos momentos pré e pós intervenção (Tabela 1). Este resultado se justifica, já que o TSM utilizado no presente estudo não envolvia a aplicação de resistência mecânica, com vistas ao fortalecimento muscular. Oberbach A, et al. Diabetes Care. 2006 29(4):895-900. 2. Iizerman TH, et al. Muscle & Nerve. 2011 44(2):241-245. 3. Andersen H. Diabetes/Metabolism Research And Reviews. 2012 28(S1):89-92. 4. Bazzucchi I, et al. Journal of Electromyigraphy and Kinesiology - 2015 25(5):815-823. 5. Santos AA, et al. Efeito do treinamento proprioceptivo em mulheres diabéticas. Rev Bras Fisioter, 2008, 12(3): 183-7. 6. Watanabe K, et al. Muscle & Nerve. 2013 48(5):806-813. 7. Walker RJ, et al. Effect of diabetes self-efficacy on glycemic control, medication adherence, self-care behaviors, and quality of life in a predominantly low-income, minority population. Ethn Dis. 2014 Summer;24(3):349-55. A D AGRADECIMENTOS