PSICOLOGIA DO ESPORTE DELSON FERNANDO CRUZ

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Transcrição da apresentação:

PSICOLOGIA DO ESPORTE DELSON FERNANDO CRUZ LETÍCIA DE FÁTIMA GARCIA DA SILVA MARCIA SOARES ROSIANE MARQUES ROZIANE DE PAULO EULARIO

PSICOLOGIA DO ESPORTE Uma forma de se começar a falar sobre Psicologia do Esporte é falando de João Carvalhaes, pioneiro na introdução desse tipo de prática no Brasil. Em 1958, ele começava a praticar esse tipo de psicologia com a equipe que disputaria o Campeonato Mundial de Futebol. Foi nesse ano que ganhamos o primeiro título mundial. Desde então, a Psicologia do Esporte é uma área emergente de atuação, embora tenha se firmado mais efetivamente após os anos 90. A Psicologia do Esporte Em como objetivo compreender e lidar com os fatores psíquicos que interferem nas ações do exercício físico e no esporte. Além disso, precisamos estar atentos na influência dos fatores cognitivos, motivacionais e emocionais que estão diretamente ligados na questão do desempenho esportivo. O Psicólogo do Esporte Precisa estar atento a tudo que diz respeito ao atleta. Precisa trabalhar toda a sua história de vida dentro do esporte e dentro da modalidade. É importante lembrar que o atleta, antes de ser um atleta é um ser humano e precisa ser tratado como tal. O trabalho com equipe multidisciplinar (Psicólogo/ Médico/ Fisioterapeuta/ Nutricionista/ Educador Físico...) tem mostrado um resultado interessante para o atleta, seja de modalidade individual ou coletiva. O trabalho precisa envolver todas as áreas, para que o trabalho seja realmente efetivo. O trabalho na área é realizado nos períodos pré-competitivos, durante a competição e pós-competitivos, dando assim um suporte completo ao atleta e a equipe.

O QUE FAZ A PSICOLOGIA DO ESPORTE? O psicólogo do esporte não deve se limitar a trabalhar com a preparação psicológica dos atletas apenas para melhorar seu rendimento, mas também, deve se preocupar com o bem estar dos mesmos. O esporte abre as portas para inseguranças, medos, ansiedades, estresses, agressões humanas e somatizações. Outra questão presente na vida do esportista é a aposentadoria, pois essa é uma carreira de curta duração. Por essas e por outras, o atleta vive na fronteira do desequilíbrio emocional. O trabalho do psicólogo é fazer com que o atleta busque o equilíbrio, tanto físico quanto mental. O psicólogo do esporte trabalha no sentido de desenvolver no atleta maior percepção de seu corpo e mente. Os resultados são muitos, como aumento da concentração durante jogos, diminuição do estresse, automatização de cuidados básicos, velocidade de raciocínio para melhores respostas durante o jogo, entre outras.

O PSICOLOGO DO ESPORTE EXERCE ALGUMAS FUNÇÕES BÁSICAS, SENDO ELAS: -Investigadora: Lida com os processos psicológicos básicos aplicados a atividade física; -Educativa: Lida com a questão dos princípios e das técnicas psicológicas, ou seja, cursos e seminários para atletas, técnicos e árbitros...; -Clínica: Lida diretamente com os problemas psicológicos (patologias) que interferem na prática esportiva.

ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PSICOLOGO DO ESPORTE: O Psicólogo do esporte pode trabalhar através de diferentes elementos: pesquisa, ensino e intervenção. - Esporte escolar: visa a análise e compreensão dos processos de ensino, formação e educação da criança. O psicólogo funciona como um mediador na relação e interação professor/aluno/pais; PSICOLOGO ESPORTE ESCOLAR ESPORTE RECREATIVO OU DE TEMPO LIVRE REABILITAÇÃO ESPORTE DE AUTORENDIMENTO PROJETOS SOCIAIS - Esporte recreativo ou de tempo livre: busca o estudo e intervenção sobre a prática de atividades físicas desenvolvidas em tempo livre, visando à análise do comportamento recreativo dos grupos de diferentes faixas etárias; - Reabilitação: é voltada para a prática de atividade física esportiva para indivíduos com certas limitações (ex: atleta lesionado). Tem como finalidade principal, a promoção da saúde do indivíduo. A ideia é proporcionar a regulação psíquica do indivíduo através da conduta esportiva; - Esporte de alto rendimento: visa basicamente a atuação sobre os fatores que influenciam diretamente na questão da performance e desempenho do atleta e/ou equipe. Cabe ao Psicólogo observar as condições institucionais, grupais e individuais; - Projetos Sociais: é necessário conhecer as questões culturais da instituição, para que se possa avaliar e desenvolver noções básicas de cidadania, dentro da demanda da instituição.

“Quem quer que esteja fisicamente bem preparado pode fazer coisas incríveis com seu corpo. Mas quem junta a um corpo em forma uma cabeça bem cuidada é capaz de feitos excepcionais.” (Alexander Popov, melhor nadador da Olimpíada de 1996)

ENTREVISTA COM PSICOLOGO   Dietmar Samulski analisa como a psicologia do esporte pode favorecer atletas e treinadores sexta-feira, 25 de junho de 2010, às 7h27 Doutor em psicologia do esporte pela Universidade de Colônia (Alemanha), Samulski acompanhou a delegação brasileira nas últimas três Paraolimpíadas (Sydney, Atenas e Pequim) e nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, na qual o Brasil apresentou seu melhor desempenho na história da competição. Atualmente, é presidente da Sociedade Sul-Americana de Psicologia do Esporte (Sosupe) e desenvolve pesquisas sobre estresse psíquico, qualidade de vida e recuperação de atletas. Nessa entrevista ao Portal UFMG, o pesquisador fala sobre Copa do Mundo e a importância do treinamento psicológico para o desenvolvimento do atleta. Professor Dietmar Martin Samulski, do Departamento de Esporte da Escola de Educação Física da UFMG

Como a psicologia do esporte vem sendo apropriada atualmente na preparação dos atletas? O treinamento esportivo moderno deve ser interdisciplinar, portanto o atleta precisa de uma preparação não só física, mas também mental. Por isso a importância da psicologia do esporte. Ela melhora a motivação do atleta e desenvolve habilidades mentais como autoconfiança e capacidade de concentração. Existem estudos que mostram que, para formar um atleta vencedor em dez anos, são necessárias de 12 a 15 mil horas de treinamento sistemático e aplicado. Ou seja, é um trabalho muito duro. Oferecer assistência psicológica a esses atletas é importante para fazê-los superar os obstáculos, além de contruibuir para sua formação intelectual. Por isso que muitos clubes de futebol já desenvolvem esse tipo de trabalho desde as categorias de base. Professor Dietmar Martin Samulski, do Departamento de Esporte da Escola de Educação Física da UFMG

Falando de futebol, em época de Copa do Mundo, a pressão sobre os jogadores da seleção brasileira é muito grande. Como é o trabalho desenvolvido pela psicologia do esporte com esses atletas? Na seleção brasileira de futebol, podemos destacar o caso do Kaká, que é o grande ídolo da equipe e estava até pouco tempo atrás se recuperando de uma lesão. A pressão que ele sofreu para estar em forma a tempo de atuar bem na Copa foi muito grande. Na verdade, ainda é. Estudos que nós realizamos com pesquisadores da Fisioterapia mostram que o apoio psicológico a atletas lesionados nessa fase de preparação apresentam resultados muito positivos. É o que chamamos de terapia integrada: a combinação de técnicas da fisioterapia e técnicas psicológicas, como relaxamento e automotivação. Os dados mostram que os atletas se recuperam muito mais rápido com esse programa integrado do que fazendo a recuperação tradicional. Professor Dietmar Martin Samulski, do Departamento de Esporte da Escola de Educação Física da UFMG

E no caso dos treinadores E no caso dos treinadores? Nessa Copa, já vimos desentendimentos entre o técnico da França e seus jogadores. Como a psicologia do esporte pode agir nesses casos? Nos últimos dez anos, surgiu uma preocupação muito grande com a preparação psicológica dos treinadores. Muitas vezes, os técnicos não estão preparados mentalmente para enfrentar as situações de dificuldades. A psicologia do esporte pode capacitar os treinadores em diversas competências: motivação, liderança, como criar a união de grupo. Além disso, muitos treinadores têm problemas em se comunicar com a mídia. É preciso um treinamento específico nesse campo também. Professor Dietmar Martin Samulski, do Departamento de Esporte da Escola de Educação Física da UFMG

O Psicólogo do Esporte atua exclusivamente na resolução de problemas O Psicólogo do Esporte atua exclusivamente na resolução de problemas? Não. As pessoas geralmente consideram o psicólogo como um profissional cuja competência é resolver problemas. De fato, o psicólogo atua em muitas áreas tendo que cumprir esta tarefa, porém o trabalho psicológico não se limita a resolução de problemas mas também na possibilidade de criação de um ambiente saudável que possa oferecer melhores condições para o bom desenvolvimento das pessoas que nele convivem . Desta forma, quando pensamos no esporte devemos considerar que, criar condições saudáveis para a execução de qualquer atividade neste ambiente contribui não só no sentido de evitar o aparecimento de possíveis problemas, mas também para uma melhora na qualidade de vida das pessoas. Professor Dietmar Martin Samulski, do Departamento de Esporte da Escola de Educação Física da UFMG

A qualidade de vida desses profissionais pode ser afetada pela pressão psicológica a que são submetidos? Sim. Existem estudos norte-americanos com técnicos profissionais que mostram que a expectativa de vida deles é dois a três anos inferior à media da população por causa do estresse. E não é só a pressão psicológica: muitos técnicos estão fisicamente despreparados, possuem distúrbios de alimentação, não conseguem dormir. Tudo isso influencia negativamente a qualidade de vida desses profissionais. Um dos estudos que eu estou orientando atualmente analisa o fenômeno do burnout em treinadores de diversas modalidades esportivas. Burnout seria um estado de desmotivação pessoal e exaustão emocional do indivíduo. É um fenômeno identificado, por exemplo, em médicos-cirurgiões que trabalham em excesso e sob grande responsabilidade. O que nós percebemos é que técnicos esportivos correm grandes riscos de burnout. No futebol, principalmente, o risco de burnout é muito elevado devido à pressão psicológica e à necessidade de apresentar bons resultados. É preciso entender que a psicologia do esporte não prepara só o atleta. Treinadores, árbitros e dirigentes também sofrem grande pressão e precisam de assistência psicológica. Professor Dietmar Martin Samulski, do Departamento de Esporte da Escola de Educação Física da UFMG

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