OBSESSÕES E COMPULSÕES

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Transcrição da apresentação:

OBSESSÕES E COMPULSÕES TEORIA E TÉCNICAS EM TCC ADRIANO TRASSANTES OLIVEIRA CARLOS EDUARDO POLESE

obsessões São pensamentos, imagens ou impulsos intrusivos e sem sentido, em sua maioria, aos quais o indivíduo tenta resistir ou tenta eliminar. (Barlow e Durand, 2011) São acompanhadas de sentimentos desconfortáveis como medo, repugnância, dúvida ou sensação de que as coisas devem ser feitas somente de determinada maneira. (Steketee e Pigott, 2009)

OBSESSÕES Alguns tipos: Ideias obsessivas Imagens obsessivas Convicções obsessivas Ruminações obsessivas Impulsos obsessivos Medos obsessivos (Steketee e Pigott, 2009)

Compulsões Ações usadas para suprimir as obsessões e oferecer alívio. No TOC, difere de outros comportamentos compulsivos na medida em que não proporcionam prazer a pessoa, ao contrário, ela realiza para obter alívio do desconforto com suas obsessões. (Barlow e Durand, 2011; Steketee e Pigott, 2009)

compulsões O comportamento compulsivo é normalmente desencadeado por estados de humor disfóricos e estados ansiosos, em determinadas situações, faz com que a pessoa se sinta impelida, tomada por desejo muito forte de realizar uma ação que gera prazer. A compulsão pode proporcionar distração de pensamentos desagradáveis, constituindo-se em uma forma de se dar prazer, mesmo que de curta duração, reduzir sentimentos de tédio e solidão. (Duchesne et al., 2007; Filho, Maglhães e Tavares, 2009)

compulsões Por vezes, esse episódio é sucedido por um intenso mal-estar subjetivo, caracterizado por sentimentos de angústia, tristeza, culpa, vergonha e/ou repulsa por si mesmo. Alguns tipos de compulsão: Alimentar Compras Sexual Trabalho Arrancar cabelos (Duchesne et al., 2007; Filho, Maglhães e Tavares, 2009; Steketee e Pigott, 2009)

técnicAS

Exposição e prevenção de resposta A EPR baseia-se na relação funcional entre obsessões e compulsões e objetiva enfraquecer as associações entre obsessões e aumento da ansiedade e entre compulsões e alívio de ansiedade. (Prazeres et al., 2007) Na técnica de exposição e prevenção de respostas, o paciente é exposto a situação temida, prevenindo-se a resposta (comportamento de evitação e ritual) até que a ansiedade diminua. (Gabbard, 2009) Consiste em dois componentes principais: exposição ao vivo ou na imaginação, e prevenção de resposta. (Steketee e Pigott, 2009)

Exposição e prevenção de resposta Exposição ao vivo Consiste em aproximadamente 1 ou 2 horas de confrontação com o estímulo temido. Hierarquia de situações temidas. Modelação pode ser útil. Fenômeno da habituação. Exposição na imaginação Usada sempre que a exposição ao vivo for impossível. (Cordioli, 2007; Prazeres et al., 2007; Steketee e Pigott, 2009)

Exposição e prevenção de resposta Envolve a proibição do comportamento ritualístico, tanto durante quanto entre as sessões de terapia, por várias horas por dia. Autoimposta pelo paciente. Descrever os sentimentos do paciente. Em essência é a mesma, independente da compulsão. Papel do apoiador. (Cordioli, 2007; Prazeres et al., 2007; Steketee e Pigott, 2009)

Exposição e prevenção de resposta Não indicada: Gravemente deprimidos ou que deliram. Têm obsessões sexuais/religiosas. Convencidos que suas preocupações são reais ou racionais. (Steketee e Pigott, 2009)

treinamento da Reversão de hábitos O TRH é uma combinação de técnicas comportamentais que trata os chamados transtornos do hábito, incluindo-se nesse grupo o ato de arrancar cabelo e de chupar o dedo polegar e os tiques. (Toledo et al., 2010) De acordo Martin e Pear (2009), esse método possui, basicamente, três componentes: O paciente aprende a descrever e a identificar o comportamento- problema. Treinamento de um comportamento incompatível ou concorrente. O paciente revê as inconveniências causadas pelo transtorno, registra e faz gráficos do comportamento.

Tratamento de algumas compulsões

tricotilomania O tratamento comportamental mais eficaz é o TRH. (Toledo et al., 2009) Goulart-Junior e Britto (2010), realizaram um estudo com uma mulher de 21 anos, solteira, estudante universitária e que foi diagnosticada como portadora da tricotilomania. Foram 4 meses de intervenção, com duas sessões semanais de 50 minutos. Segundo o estudo, o TRH se mostrou efetivo em modificar consideravelmente a compulsão apresentada pela participante. Follow-up após 30 dias.

(Filho, Maglhães e Tavares, 2009) Compulsão alimentar Bulimia Nervosa Tratamento, em média, ao longo de 20 sessões (seis meses). O programa tem 4 estágios: Primeiro: Psicoeducativo. Segundo: Monitoramento dos comportamentos alimentares. Terceiro: Estratégias comportamentais para previnir os episódios de compulsão. Quarto: Prevenção de recaídas e manutenção do tratamento. (Filho, Maglhães e Tavares, 2009)

Compulsão alimentar Compulsão alimentar periódica Foi desenvolvido a partir do modelo utilizado para a BN, tendo sido necessárias algumas adaptações às diferenças entre estas duas síndromes. Modificação de hábitos alimentares Aumento da atividade física Abordagem da auto-estima Avaliação de eficácia (Duchesne et al., 2007)

Compulsão alimentar

Compulsão por compras TCC como um comportamento crônico e repetitivo que é difícil de ser interrompido e que tem consequências prejudiciais, além disso, ele ocorre em resposta a eventos ou sentimentos negativos. Incapacidade em resistir à urgência em comprar, preocupação mal adaptativa com as compras e o prejuízo que o acompanha. Não há tratamento padrão para o TCC e muito do que tem sido descrito reflete a orientação teórica do autor. A exposição a estímulos e prevenção de respostas pode ser útil. (Tavares et al., 2008)

Transtorno obsessivo compulsivo EPR constitui a primeira linha para tratamento na predominância de rituais e sintomas leves e moderados. Eficaz na redução de sintomas em 70% dos pacientes. Outras técnicas comportamentais da TCC: Modelação, auto-monitoramento, uso de registros e diários. (Cordioli, 2008)

Transtorno obsessivo compulsivo Quando há: Predomínio de obsessões, EPR não funcionou, convicções muito rígidas, podemos usar Técnicas Cognitivas. Identificar P. A., crenças. Exames de vantagens e desvantagens (Custo-Benefício). Lembretes. (Cordioli, 2008)

Transtorno obsessivo compulsivo Entre 10 e 15 seções. Entre 3 e 6 meses. Para alta: Sessões de reforço pós-término. Prevenção: Como perceber se pode estar tendo recaída. (Cordioli, 2008)

referências Barlow, D. e Durand, V. (2011) Psicopatologia: uma abordagem integrada. -4º edição- Porto Alegre:Artmed. Cordioli, A. (2007) Toc – Manual de terapia cognitivo-comportamental para o transtorno obsessivo-compulsivo. (1º edição). Porto Alegre: Artmed. Cordioli, A. (2008) - A terapia cognitivo-comportamental no transtorno obsessivo- compulsivo.Rev. Bras. Psiquiatr. vol.30 suppl.2 São Paulo. Duchesne, M. (2007) Evidências sobre a terapia cognitivo-comportamental no tratamento de obesos com transtorno da compulsão alimentar periódica. Rev Psiquiatr RS. 2007;29(1):80-92. Filho, T., Magalhães, P. e Tavares, B. ( 2009) A terapia cognitivo-comportamental e seus efeitos no tratamento dos transtornos do comportamento alimentar. Revista de Psicologia da IMED, vol.1, n.2, p. 160-168. Goulart-Junior, R. e Britto, I. (2010) Intervenção analítico-comportamental em tricotilomania. Rev. bras. ter. comport. cogn. vol.12 no.1-2, p. 224-237.

referências Martin, G. e Pear, J. (2009) Modificação de comportamento: o que é e como fazer (8º edição). Tradução de N.C. Aguirre. São Paulo: Roca Prazeres, A. (2007) Terapias de base cognitivo-comportamental do transtorno obsessivo- compulsivo: revisão sistemática da última década. Rev Bras Psiquiatr. Steketee, G. e Pigott, T. Transtorno obsessivo-compulsivo (2009) -3º edição- Porto Alegre: Artmed. Tavares et al., (2008) Compras compulsivas: uma revisão e um relato de caso. Rev Bras Psiquiatr. Toledo , E. et al. (2010) Tricotilomania. Revista de psiquiatria clínica. Vol. 37, n6, p.261- 270.