Elisa Vigna Giorgia Fiorini Júlia Balzan

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Transcrição da apresentação:

Elisa Vigna Giorgia Fiorini Júlia Balzan A constituição da autoria a partir da escrita digital na escola pública Angela Maria Plath da Costa Elisa Vigna Giorgia Fiorini Júlia Balzan

Sobre a autora: - Graduada em Letras pela FAPA; - Mestre em Estudos da Linguagem pela UFRGS (estudo das construções de sentidos no Discurso Jurídico); - Foi professora de Língua Portuguesa na Rede Pública de Ensino; - Atualmente, é doutoranda do Programa de Pós Graduação da Letras UFRGS, onde analisa a inclusão digital na escola pública.

Objetivo do artigo: pensar em formas possíveis de leituras do hipertexto no âmbito da escola pública, de acordo com a Análise do Discurso de linha francesa. Projeto “A inclusão digital na escola pública” desenvolvido em duas escolas municipais de Alvorada (RS) com o intuito de fazer com que os alunos se compreendam como sujeitos/autores no ambiente digital. Para tanto, foram analisadas duas turmas de quinta à oitava série, ambas compostas por alunos inseridos em um contexto de vulnerabilidade social, nas quais a autora lecionava Língua Portuguesa.

O ciberespaço na escola: “O uso da tecnologia constitui outro lugar na produção do conhecimento, a partir da entrada do ciberespaço no ambiente escolar.” “[...] instituem-se novos modos de produção das atividades de ensino da linguagem, mediante as possibilidades de acesso ao hipertexto, ou novas condições de produção de leitura e escrita.” POSSIBILIDADE DE RECONFIGURAÇÃO DAS PRÁTICAS DE ENSINO grifei umas partes da segunda citação e coloquei essa setinha porque acho que fica um pouquin mais didático. que cês acham?

Michel Pêcheux (1975): Escola = Aparelho ideológico do Estado Identificação do sujeito a determinado saber, faz com que o sujeito se insira em determinada formação discursiva. Schons (2005): No espaço escolar de uniformização da linguagem e eliminação de qualquer tipo de heterogeneidade, deve-se reinscrever os sujeitos nos saberes.

A escola e o ensino da linguagem: Orlandi (1993), Ferreira (2000): Língua não se reduz à gramática; Sujeito Enunciador – Sujeito Autor “[...] além de ensinar a fala e a escrita, através da função de locutor ou de enunciador, a escola deve elaborar a construção discursiva da experiência de autoria, que se dá em todas as práticas discursivo-sociais. Isso se faz não pelo ensino da repetição de um saber já pronto, mas pela possibilidade de articular, de modo peculiar, os saberes do interdiscurso.”

A inscrição do sujeito na rede de significantes do ciberespaço Ambiente informatizado, no interior da escola pública = mais um espaço inclusivo social de letramento, de assunção do sujeito à experiência da autoria PRÁTICAS SOCIAIS DE USO DA ESCRITA Senna (2007): Letramento concebido como não restrito ao ambiente educacional, mas inerente a todas as instâncias da atividade humana, como prática de cunho interdisciplinar e multidisciplinar, abrangendo a atividade oral e escrita, interferindo “em todos os sistemas de valores do sujeito” O letramento digital funciona como prática discursivo-social de letramento das populações carentes e/ou marginalizadas via instituição escolar, a partir da ação pegagógica do professor, como possibilidade de renovação tanto das práticas sociais da comunidade, quanto das práticas pedagógicas institucionalizadas no âmbito escolar.

TRIPLA RUPTURA NO UNIVERSO DISCURSIVO O ciberespaço é considerado um espaço onde a escrita, em sua reinvenção, situa-se no entremeio do discurso da oralidade e da escrita e adquire características específicas, como fluidez, publicidade, informalidade e interatividade. (Grigoletto, 2009) O trabalho da escola, em suas relações com o hipertexto, deve, segundo Grigoletto, se dar nesse entremeio; no sentido da construção do processo de autoria, tanto na passagem do discurso da oralidade para o da escrita escolar, quanto na legitimação do discurso da internet, onde se pode e deve admitir a irrupção do discurso da oraldade no discurso da escrita. Práticas discursivas que possibilitem ao aluno a sua inscrição nos saberes do hipertexto, de forma a constituí-lo em sujeito através da função da autoria TRIPLA RUPTURA NO UNIVERSO DISCURSIVO “uma nova técnica de inscrição e divulgação do escrito; uma nova relação com os textos e uma nova forma de organização”

Schons (2005, p. 143): A aprendizagem de produção da escrita é constituída “etapa por etapa, tecendo-se fio por fio”: LINGUAGEM TRABALHO TEXTO PROCESSO [Práticas discursivo-pedagógicas de “textualização” que deem conta do processo de estruturação do texto em suas etapas] (...) a autoria submete-se simultaneamente às especificidades dos mecanismos de controle escolar e do ciberespaço. Pode tornar-se coletiva no ambiente virtual, pela interatividade do leitor com o hipertexto. Por meio dessa forma de inscrição, segundo a autora [GRIGOLETTO], cria-se um espaço de leitura e escrita singular, de onde a forma específica de textualização torna intercambiáveis as posições sujeito, autor e leitor. No entremeio entre as determinações da escola e do ciberespaço, é preciso que “a escola pense sobre as peculiaridades, as marcas, os sentidos da escrita virtual, conduzindo o aluno na passagem de um ambiente a outro no processo de autoria” (GRIGOLETTO, p. 12) São os modos específicos de proposição das atividades que permitirão o entrelaçar dos movimentos que vão da oralidade à escrita na escola e da escrita à oralidade no ciberespaço.

Objetivos do Projeto 1º momento: domínio dos mecanismos linguístico-discursivos 2º momento: constituição da função de autoria na leitura e escrita digital Objetivo Principal: promover a inclusão digital das populações carentes ou marginalizadas através do letramento digital, realizando práticas de leitura, escritura e reescritura de textos digitais e do hipertexto, efetivando o pertencimento dos alunos às redes virtuais.

Projeto 1. Por quê? (que motivos/inquietações levaram o professor a propor a atividade) 2. Quem? (alunos: série, turma, escola) 3. Tema? (Temática, assunto) 4. Como? (de que maneira trabalhar a atividade) - enfoque no sujeito/contexto - gêneros e tipos textuais utilizados 5. Produto (produção textual dos alunos, escrita e reescrita) 6. Retorno (aos alunos, à escola, à comunidade)

Contexto 1. Por que: para promover a inclusão e o letramento dos alunos no meio digital, após a chegada dos primeiro computadores à comunidade escolar 2. Quem: alunos de 6ª e da 8ª série do município de Alvorada (RS) 3. Temática: relações sociais na comunidade abrangendo: diversidade, cultura, inclusão digital, valores, higiene, preservação 4. Como: “valorizando o equívoco e redimensionando a ambiguidade” gêneros: contos de fadas; carta, e-mail, notícia e crônica tipos: descritivo e narrativo (6ª e 8ª) e argumentativo (8ª) 5. Produção de textos digitais (Reescrita) 6. Retorno: os trabalhos foram socializados com todos os segmentos da sociedade no dia da entrega das notas

1ª etapa: Produção de texto digital ilustrado nos suportes: editor de textos, editor de imagens, importação de imagens de sites (escritura e reescritura) 2ª etapa: contexto da gripe H1N1 Pesquisa: 4 palavras-chave: saúdeXdoenças e contágioXprevenção Produção escrita: a) organização dos saberes pesquisados em texto; b) escolha de pontos relevantes para criação de slides no programa Power Point; c) apresentação oral para o grande grupo, d) debate. 3ª etapa: pertencimento às redes virtuais gênero: e-mail (troca de correspondências com os colegas e o professor) 4ª etapa: inserção no Orkut e no MSN

Os efeitos de originalidade a partir da escritura digital Debate: “como seria um conto de fadas cujo cenário fosse o contexto social da comunidade escolar” Produção: diálogo entre o conto de fadas clássico e os contos da atualidade Tipologia: Narrativa Simultaneamente à produção textual, foram trabalhados os programas editor de texto, editor de imagens, o acesso à internet, a ilustração de textos pela produção de imagens e pela importação de sites da internet. Pré-produção: 4 períodos para pesquisa e leitura do hipertexto Partiu dos alunos a utilização do corretor ortográfico Exemplo de texto de uma aluna da 6ª série, desenvolvido na 1ª etapa do projeto (Um amor eterno)

Considerações As atividades do projeto possibilitaram a muitos alunos o 1º contato com o ciberespaço Os alunos que já utilizavam computadores no contexto das Lan Houses engajaram-se em uma nova forma de trabalho com o texto A tarefa de reescritura, que já era praticada, foi reconfigurada, pois da antiga tarefa de reescrever todo o texto, passou-se à reescritura pontual ou de partes As possibilidades de “escolhas” entre diferentes relações de ordem linguístico discursivas levaram a coonsiderações sobre a não transparência da língua e a não-univocidade dos sentidos. A concepção de língua, de sujeito e de sentido em que se inscreve o professor é que determinará o modo de trabalho com a leitura e a escrita, tanto na instituição-escola quanto na instituição-ciberespaço (Assim, as atividades propostas podem ou não possibilitar o posicionamento do sujeito na constituição de sua função-autor)

Por que trabalhar no Ciberespaço? “O trabalho disciplinar interativo com ciberespaço instala novas condições de produção e desestabiliza a metodologia tradicional do ensino vinculado à mera transmissão de saberes, pois requer novo olhar sob o texto, o sentido e o sujeito” O papel do professor é reconfigurado, pois não é mais aquele que transmite, mas aquele que conduz o aluno a assumir a função de autoria Por permitir outros modos possíveis na relação sujeito/sentido, o letramento digital, no âmbito das práticas de leitura e escrita escolar, pode conduzir a assunção do sujeito à função de sujeito autor, permitindo à escola abarcar a multiplicidade das posições constituídas na heterogeneidade das relações discursivo-sociais.

Atividade 1) Entrar no Facebook 2) Procurar a página “Sétima Série X” 3) Ler os exemplos de postagens presentes na página 4) Postar uma sugestão de página a ser curtida pelos colegas, explicitando por que é uma página importante/útil/legal 5) Ler as postagens dos colegas 6) Escolher uma postagem para comentar sobre o conteúdo