Nilva de oliveira brito dos santos

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Transcrição da apresentação:

Nilva de oliveira brito dos santos A ESCOLA COMO OBJETO DE ESTUDO Nilva de oliveira brito dos santos

O contexto Muitas instâncias na sociedade lidam com a educação: a família, a igreja, o trabalho , o lazer, os meios de comunicação, uma educação denominada de informal . Sem negar o valor da educação informal, em outros espaços, a Escola é o lugar por excelência, onde o processo de construção do conhecimento se dá de forma sistematizada.

A escola surgindo numa sociedade antiga, a grega, significando o ócio, lazer, será colocada como um dos direitos reivindicados pela burguesia a partir de 1789. Enquanto instituição social, inserida em uma realidade vive um processo contraditório, pois influencia e sofre influências. Sofre influências da concepção de homem, de cultura, de cidadania presentes na sociedade; do poder político do estado;do conhecimento científico e do desenvolvimento da tecnologia (RODRIGUES,1987).

Em cada sociedade, em cada tempo estrutura –se um modelo de escola que lhe é próprio, atravessado por interesses diferenciados. As concepções liberal e progressista, possibilitam a compreensão sobre o papel da escola em diferentes contextos, conforme esclarece Luckesi (1990) Para a pedagogia tradicional o papel da escola é preparar intelectual e moralmente os alunos para assumirem uma posição na sociedade. Problemas sociais pertencem à sociedade.

Numa vertente renovada, a progressivista cabe à escola suprir as experiências que permitam ao aluno educar-se num processo ativo de construção e reconstrução do objeto do conhecimento. Para a renovada não-diretiva, a atenção da escola centra-se nas questões psicológicas, as pedagógicas e sociais ficam em segundo plano. Na vertente tecnicista a escola deve funcionar como modeladora do comportamento humano.

A partir da década de 80 há uma busca por teorias que não apenas se constituíssem como alternativas à pedagogia oficial, mas que a ela se contrapusessem. Emergiu naquele momento a necessidade de construir pedagogias contra-hegemônicas. Pedagogias que se articulassem com os interesses dos dominados.  

A escola inserida em uma sociedade capitalista caracterizada pela divisão em classes sociais não poderá fugir aos determinantes sociais, podendo servir para a reprodução ou para a transformação. Para Saviani (1984) uma pedagogia articulada com os interesses populares “valorizará a escola, não será indiferente ao que ocorre no seu interior; estará empenhada em que a escola funcione bem [...]” (p. 72).

Delineia-se nesse sentido a pedagogia histórico-crítica. Nesta perspectiva, qual a função da escola? Numa perspectiva histórico-crítica cabe à escola promover a socialização do saber por meio da apropriação do conhecimento produzido histórica e socialmente.

Rodrigues (1987) ao discutir as características fundamentais para a escola aponta para: Uma escola democrática: que compreenda o conflito e que seja capaz de administrá-lo. Nesse sentido, a ação colegiada constitui seu instrumento natural; Uma escola de cultura: que socialize o saber, a ciência, a técnica e as artes produzidas socialmente, para que todos tenham acesso a esses bens culturais;

A contemporaneidade histórica da escola: trabalhar no sentido de propiciar ao educando compreensão dessa sociedade capitalista, como ela se organiza e como se organizam as classes sociais; Uma escola que seja comprometida politicamente:prepare o educando para o exercício da cidadania.

As Exigências Para a escola com essas características que professor se faz necessário ? Que seja comprometido com sua tarefa de educar. É preciso ser; Que tenha domínio do conhecimento; Que faça o exercício frequente de ampliação e atualização do conteúdo; Que assuma a tarefa educativa, compreendendo a importância coletiva do seu trabalho.

Saviani ao discutir o papel da escola argumenta: “a escola existe, para propiciar a aquisição dos instrumentos que possibilitam o acesso ao saber elaborado (ciência), bem como o próprio acesso aos rudimentos desse saber (SAVIANI, 2004, p.15). Com esse argumento o autor faz um alerta quanto a importância do currículo escolar.

Discutir a escola enquanto objeto de estudo implica trazer para o centro das discussões a organização curricular, cuja reflexão deve ser permanente e coletiva. A organização curricular constitui pontos de apoio ao planejamento das atividades de ensino e à ação educativa.

O currículo pensado enquanto instrumento através do qual a escola prepara o indivíduo para o exercício da cidadania. Através do currículo abre-se as possibilidades, as janelas, conforme destaca Rodrigues( 1987) para que o educando veja o mundo, se veja nele, compreenda-o para poder intervir. Essas janelas envolvem a disciplina /área do conhecimento com a qual o professor trabalha.

Mas envolve também olhar a escola como um todo Mas envolve também olhar a escola como um todo. O que esta pretende do ponto de vista político e pedagógico. Há um objetivo a ser atingido: apreensão, socialização e produção do conhecimento. Para tanto há que se pensar: Como compreendemos a sociedade atual? Qual é a realidade de nossa escola?

Como esta responde às aspirações dos alunos, professores e comunidade? Qual a concepção de conhecimento, currículo, ensino, aprendizagem e avaliação? Que tipo de gestão? Qual o papel específico de cada membro da comunidade? Qual a relação entre o pedagógico e o administrativo? .

Quais as necessidades de formação dos profissionais que trabalham na escola? Como a escola responde às aspirações dos alunos, professores e comunidade? Qual o papel das instâncias colegiadas? Quais os critérios de avaliação dos discentes,docentes e da própria escola?

O que é a escola? O lugar de um projeto educacional.Instância mediadora e articuladora de dois projetos: o projeto coletivo da sociedade e os projetos existenciais de alunos e professores (MARTINS,1998).

DESAFIO!!! Pensar/Estudar/Discutir e (Re)organizar a Escola, espaço capaz de construir uma forma de enfrentamento para as exigências da sociedade, com todas as suas contradições, num mundo marcado pelas desigualdades e suas consequências em todos os setores.

A todos que aqui se encontram, inseridos nesse grande Programa de Desenvolvimento Educacional- PDE cabe pensar essa instituição enquanto espaço de inovação e investigação. Para tanto, façam a opção por um referencial teórico-metodológico que possibilite refletir e questionar profundamente a escola que aí está e o trabalho educativo realizado, na perspectiva da mudança.

Referências LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez, 1990. MARTINS, Rosilda Baron.Educação para a cidadania: o projeto político-pedagógico como elemento articulador.In. VEIGA, Ilma Passos Alencastro et. al ( Org. ) Escola: espaço do projeto político-pedagógico. Campinas:Papirus,1998. RODRIGUES, Neidson. Da mistificação da escola à escola necessária. São Paulo: Cortez, 1987. SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Campinas:Autores Associados, 2004.