UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO NUTRIÇÃO CLÍNICA II PROF. ALEXANDRA ANASTACIO
ESÔFAGO Quando o bolo alimentar é movimentado voluntariamente da boca para a faringe, ocorre o relaxamento do enfíncter superior,o alimento desloca-se para dentro do esôfago e o esfíncter esofagiano inferior relaxa para receber o bolo alimentar através do esôfago para o estômago Distúrbios são provocados: obstrução, inflamação ou alteração no mecanismo de deglutição
ESÔFAGO
ESÔFAGO Resultante do RGE sobre a mucosa do esôfago inferior Sintoma comum associado a esta inflamação é a pirose- dor em queimação na região epigástrica e subesternal Outros sintomas: regurgitação e a disfagia Gravidade irá depender : composição, frequência, volume do refluxo ; resistência da mucosa; taxa de esvaziamento do esôfago e tempo do esvaziamento gástrico competência do EEI- tabagismo, relaxantes de musculatura lisa, gestação, anticoncepcionais orais com progesterona, segunda fase do ciclo menstrual normal , uso de aspirina e de antiinflamatórios não-hormonais ( uso crônico em pessoas pré dispostas)
ESOFAGITE Infecção viral Ingestão de substâncias irritantes AGUDA Infecção viral Ingestão de substâncias irritantes Uso de sonda CRÔNICA Hérnia de hiato Aumento da pressão intra-abdominal Vômitos recorrentes Redução da pressão no EEI Esvaziamento gástrico demorado ULCERAÇÕES, CICATRIZAÇÕES, ESTENOSE, DISFAGIA
MODIFICAÇÃO COMPORTAMENTAL Evitar ficar deitado após as refeições Evitar fazer as refeições até 3 horas antes de dormir Evitar usar roupas apertadas Evitar o tabagismo Perda de peso ( o emagrecimento não reduz os sintomas de refluxo)
CUIDADOS NUTRICIONAIS OBJETIVOS: Prevenir a dor e irritação da mucosa esofágica inflamada durante a fase aguda Dieta líquida Evitar alimentos que possam obstruir o esôfago ou causar a perfuração ( ex. biscoitos tipo chips, biscoitos crocantes e alimentos com casca ) Evitar alimentos de pH ácido como sucos cítricos, tomates, refrigerantes Evitar condimentos apimentados: pimentas, industrializados
CUIDADOS NUTRICIONAIS OBJETIVOS: Prevenir o refluxo esofágico Evitar alimentos que podem reduzir a pressão no EEI: gorduras da dieta, álcool e carminativos ( hortelã e menta) - levam a redução no EEI
CUIDADOS NUTRICIONAIS OBJETIVOS: Reduzir a capacidade erosiva ou acidez das secreções gástricas Evitar o consumo de bebidas alcóolicas fermentadas ( cerveja, vinho) e refrigerantes, chocolate, café Evitar refeições de grandes volumes ricas em gorduras e proteínas Refeições de alta densidade retardam o esvaziamento gástrico
TRATAMENTO CLÍNICO/CIRÚRGICO Pode ser tratado com diversos medicamentos dependendo da doença de base e de sua gravidade: uso de bloqueadores de receptor de histamina-2 ou inibidores da bomba de prótons ( reduzem a sec. Gástrica); antiácidos ( diminuem o pH ácido) ; antibióticos ( tratam a gastrite bacteriana) ; aumentam a pressão no EEI( anticolinérgicos) e uso de agentes pró-cinéticos ( aumentam a velocidade de esvaziamento gástrico) Após 3 a 4 meses de tratamento clínico sem sucesso- tratamento cirúrgico através da fundoplicatura ( procedimento cirúrgico no qual o fundo gástrico é passado ao redor da porção distal do esôfago para se limitar o refluxo)
CONDUTAS NUTRICIONAIS VET: ANP. Obesidade pressão no EEI PROTEÍNAS: Hiper- libera gastrina e a pressão no EEI e cicatrização CHO- normo a hipo evitar fermentação GORDURAS: Normo a hipo ( 20%) estimula a CCK ( diminui a PEEI) LÍQUIDOS: Normo a hipo (1,2 ml/Kcal ). Cuidado com as purinas em caldos, são excitantes do TGI VITAMINAS: ANP com destaque para : B ( impte no metabolismo de ptn, CH, lipídios), C ( síntese de colágeno , antiinflamatório , melhora cicatrização, A e aumenta a absorção de ferro ), folato ( anemia ) MINERAIS: ANP. Destaque para: Ferro e potássio , enxofre ( desconforto e aumento da pressão intraabdominal) FRACIONAMENTO: Aumentado e reduzido volume – evitar distensão, desconforto, aumento da pressão intrabdominal e estimulação do ácido gástrico TEMPERATURA: Normal sem temperaturas extremas CONSISTÊNCIA: ANP ( Líquida a branda)
OUTROS ELEMENTOS Infusos concentrados: isentos ( pressão no EEI e excitam a mucosa do TGI) Alimentos flatulentos, fermentativos: isentos ( distensão, desconforto, aumento da pressão intrabdominal) Leite desnatado: libera gastrina e aumenta a pressão EEI Fumo > resposta secretora ácida
HÉRNIA DE HIATO Fisiopatologia Comumente contribui para o RGE e esofagite Corresponde a uma protuberância de uma porção do estômago para dentro da cavidade torácica através do hiato esofágico no diafragma: HÉRNIA DE HIATO PARAESOFÁGICO ( mais comum) SINTOMAS: dificuldade de inspiração profunda em decúbito dorsal ( deitados) ou curvados para frente, desconforto epigástrico após refeições altamente calóricas e de grande volume devido á distensão gástrica
HÉRNIA DE HIATO CUIDADOS NUTRICIONAIS OBJTIVOS: Redução dos sintomas em pacientes com refluxo ou outros sintomas TRATAMENTO: Retirada dos mesmos tipos de alimentos que estão contra-indicados na esofagite ( aqueles que podem aumentar o refluxo ou secreção gástrica) Consumo de refeições de menor volume, densidade , hipolipídicas Cirurgia é raro e em último caso- dieta e controle de sintomas são preferidos
ACALASIA Acalásia é um dos vários tipos de desordem motora do esôfago . É caracterizado pela ausência de contrações musculares na porção inferior do esôfago e falha na abertura do esfíncter esofagiano inferior (grupo muscular que fica fechado em repouso , impedindo o retorno do ácido do estômago para o esôfago – DRGE) . Esta falha impede o alimento de chegar até o estômago. Pessoas com acalásia tem dificuldade progressiva em ingerir alimentos sólidos até líquidos com o passar dos anos. Geralmente apresentam regurgitação (retorno do alimento até a boca antes de chegar no estômago) e algumas vezes dor no peito. Pode haver perda de peso progressiva.