Reestruturação da mobilidade urbana: pela democratização da circulação em Vila Velha André Tomoyuki Abe ASEVILA–Associação dos Empresários de Vila.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
DESAFIOS DE MOBILIDADE PROPOSTAS DE MÉDIO E LONGO PRAZO
Advertisements

MEIO AMBIENTE E URBANISMO
DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Prof. Antônio César Pinheiro Cotrim
TRANSPORTE URBANO NO BRASIL
PARTICIPAÇÃO POPULAR E PODER PÚBLICO.
DESAFIOS DE MOBILIDADE PROPOSTAS EMERGENCIAIS
COMISSÃO DE VIAÇÃO E TRANSPORTES
Transporte Público Urbano
Segurança e Eng.ª de Tráfego Finalidades e aprendizado
Programa Brasileiro de Acessibilidade Urbana
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
Conferência das Cidades Mato Grosso
Programa STAQ (Sustainable Transport and Air Quality) Projeto Regional Brasil 12ago2010.
Plano de Controle de Poluição Veicular PCPV
Eduardo A. Vasconcellos
Outubro-2006.
A crise De 1998 a 2005, houve queda nas capitais brasileiras da quantidade de passageiros transportados nos Sistemas de Transporte Público de Passageiros.
SEMINÁRIO DE MOBILIDADE URBANA “O acesso ao Porto de Vitória”
PROCESSO DE REVISÃO DO PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO DE SÃO PAULO
Gestão de Trânsito e os Impactos na Mobilidade Urbana
SERRA GAÚCHA NOS TRILHOS CAXIAS DO SUL – 25 E 26 DE AGOSTO DE 2008
SIMBRACS 2013 Otávio Cunha Presidente Executivo
A CONFERÊNCIA DA REFORMA URBANA
Conferência das Cidades Mato Grosso
PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO E MOBILIDADE URBANA
Planejamento da Mobilidade Urbana para Cidades Sustentáveis
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA Faculdade de Tecnologia de Jundiaí TECNÓLOGO EM LOGÍSTICA E TRANSPORTES – GISELLE ROSATTI KRUMMRICH.
Gestão Estratégica na Política Pública
INFRAESTRUTURA CICLOVIÁRIA DE CURITIBA
TRANSPORTES E SISTEMAS VIÁRIOS URBANOS Populações Urbana e Rural Brasil / milhões de habitantes % _______________________________________________________________________________________________________________________________.
Eduardo A Vasconcellos Denatran, 25/9/2006 Qual cidade construímos ? Quais políticas adotamos ? Quais foram os resultados ?
Paradigma do carro Maior velocidade Maior eficiência Maior segurança
ITANHAÉM Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Itanhaém.
Medidas para a Melhoria do Trânsito em São Paulo
Disciplina: INFRAESTRUTURA URBANA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Sugestões Câmara Técnica de Saneamento
Plano Diretor de Mobilidade - PlanMob MitCon/2008
MONITORAMENTO DE VEÍCULOS DE
A Educação como Elemento Chave numa Estratégia de Mobilidade Urbana Tiago Farias Conferência Mobilidade Eléctrica Torres Vedras, 29 de Abril de 2011 Tiago.
Ciclomobilidade: os caminhos legais
TRANSPORTES E SISTEMAS VIÁRIOS URBANOS Populações Urbana e Rural Brasil / milhões de habitantes % _______________________________________________________________________________________________________________________________.
Audiência Pública: 09/04/2015 pedestre integração vias segurança eficiência sustentabilidade ciclista transportes desenvolvimento.
ENGENHARIA DE TRÁFEGO - Princípios Básicos
SEMINÁRIO: Projeto de Lei 3.057/2000 – A Nova Lei de Responsabilidade Territorial Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano PAINEL – A regularização.
FERNANDO REZENDE Tributação imobiliária e desenvolvimento municipal sustentável.
REVISÃO DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL
A Política de Mobilidade Urbana no desenvolvimento das cidades
MODAIS ALTERNATIVOS E PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS
Planejamento Urbano e Plano Diretor
A Importância do Transporte Urbano
Plano de Mobilidade Urbana de Salvador
Centro de Referência de Assistência Social
Gestão e Transporte de Passageiros (GTPA)
Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados Consultoria de Orçamento do Senado Federal Elaboração de Emendas ao Projeto de Lei Orçamentária Anual.
Paradigma do carro Maior velocidade Maior eficiência Maior segurança Importância econômica Cidade como passagem e ponto de chegada.
Bicicleta e mobilidade Conhecendo os dados
REVISÃO DOS CÓDIGOS URBANÍSTICOS PROJETO : REVISÃO DOS CÓDIGOS URBANÍSTICOS.
Mobilidade Urbana.
PLANO DE MOBILIDADE URBANA DE VOLTA REDONDA
Projeto de Lei nº 396/15 (PDDU) Capítulo V – Da Mobilidade Urbana.
Planejamento e Gestão: Implantação dos Planos Municipais de Saneamento Básico Luiz Antônio Castro dos Santos.
Sou + De Bicicleta. Sou + De Bicicleta Plano de Governo de Fernando Haddad 13 Prefeito Propostas para a Bicicleta como fator de Mobilidade Urbana.
Meio ambiente e a Agenda 21 brasileira Professora: Jordana Costa.
Lei da Mobilidade e a Bicicleta CICLODEBATE #5 São Paulo, 03 de julho de 2012.
Município de Guarapuava Secretaria de Habitação e Urbanismo Planejamento Plano Diretor Plano de Ação e Investimentos Atualização
SOS BR-116 Propostas UNISINOS. AÇÕES DESENVOLVIDAS  Política de prioridade ao transporte coletivo.  Implantação de uma Gerência responsável pelo sistema.
Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal Audiências Públicas Investimento e Gestão: Desatando o Nó Logístico do Pais 2º Ciclo Financiamento.
SEMINÁRIO SOS BR-116 ATM - FETERGS. SOS BR-116 ATM - FETERGS Informações Gerais da BR -116: Trânsito superior a veículos/dia Trânsito superior.
Transcrição da apresentação:

Reestruturação da mobilidade urbana: pela democratização da circulação em Vila Velha André Tomoyuki Abe ASEVILA–Associação dos Empresários de Vila Velha 15/9/2010

O CÍRCULO VICIOSO DO CRESCIMENTO URBANO O número de usuários de transporte coletivo tem diminuído e o de automóveis tem aumentado nas cidades brasileiras Crescimento urbano desordenado ou espraiado Deslocamentos em numero crescente e de maior distância Aumento da frota, do tráfego e dos congestionamentos Maior dependência do automóvel Preferência pelo automóvel Menor freqüência do transporte coletivo O CÍRCULO VICIOSO DO CRESCIMENTO URBANO Piora da qualidade do transporte coletivo e tarifas mais elevadas Necessidade de mais obras viárias e infra-estrutura urbana Adaptado do Caderno PlanMob

Metade dos 200 milhões de deslocamentos diários nas cidades brasileiras são realizados a pé ou bicicletas; Da outra metade, 39% são feitas em automoveis e 1% em motocicletas; Os outros 60% são feitos em transporte público, dentre os quais 94% em ônibus. Cada automóvel ocupa 30 m2 de vias, pesa 1.200 kg e transporta 1,3 passageiros, cerca de 100 kg, emitindo 200 g de Co2 por quilometro. Cada onibus ocupa 100 m2 e transporta 40 passageiros. Quem provoca os congestionamentos? Quem polui a cidade? O onibus lento e fumacento?

O Estatuto da Cidade tem como uma das diretrizes a melhoria da acessibilidade a equipamentos e serviços. Traz, entre as recomendações, a de que as cidades maiores elaborem Planos Diretores de Transporte e Mobilidade – PlanMob. O Plan Mob deve ser compatível com o Plano Diretor Municipal ou ser nele inserido. Deve respeitar as caracteristicas de cada cidade, priorizar o transporte coletivo sobre o individual.

Capa da Cartilha PlanMob Fonte: site MinCidades

A abordagem do PlanMob é sistêmica e multidisciplinar Contudo, as abordagens geralmente propostas para a circulação urbana têm se concentrado nos modos motorizados, principalmente o individual, contemplando a organização da circulação, o transporte coletivo e a infra-estrutura viária Atualmente a circulação urbana deve ser inserida num contexto mais amplo, abrangente e integrado: o de mobilidade urbana A mobilidade urbana é um atributo das cidades, associada à política urbana, à sustentabilidade ambiental, à inclusão social, à gestão participativa e à equidade no uso do espaço público. A abordagem do PlanMob é sistêmica e multidisciplinar

O PlanMob tem ainda como componentes intrínsecos os elementos dos deslocamentos: o sistema viário, as circulações urbanas de veículos, pessoas e bens nos diversos modais, o trânsito e o transporte coletivo mas deve contemplar também a acessibilidade universalizada e a humanização do espaço urbano

Os Planos de Mobilidade devem levar em consideração as dez seguintes diretrizes estratégicas: Diminuir a necessidade de viagens motorizadas – política de uso do solo Reduzir os impactos ambientais da mobilidade urbana – política de desincentivo ao motorizado; Priorizar o transporte coletivo no sistema viário – e melhorar a oferta e qualidade do serviço; Repensar a circulação de veículos – areas com moderação do tráfego e inversão de prioridades; Repensar o desenho urbano – a via não é somente para a circulação de veículos;

Os Planos de Mobilidade devem levar em consideração as dez seguintes diretrizes estratégicas: Propiciar mobilidade às pessoas com deficiência e restrição de mobilidade – nos logradouros e nos coletivos; Desenvolver os meios não motorizados de transporte – deslocamentos sem poluição; Reconhecer a importância do deslocamento pedestrianal – cidade amigável, percursos, paisagens, vitrines; Considerar a alternativa do transporte hidroviário – via aquática de circulação é grátis; Estruturar a gestão local – integração de planejamento, gerencial, operacional e tarifária;

O Ministerio das Cidades tem disponibilizado ampla documentação orientativa às prefeituras municipais para a implantação de políticas publicas voltadas para esse novo conceito de mobilidade.

Fonte: site MinCidades

Fonte: site MinCidades

Acessibilidade: NBR 9050 Fonte: site MinCidades

Fonte: site MinCidades

Fonte: site MinCidades

Como está a mobilidade urbana em Vila Velha?

Mobilidade urbana em Vila Velha Fonte: PDTMU 2007

Mobilidade urbana em Vila Velha Fonte: PDTMU 2007

Mobilidade urbana em Vila Velha Fonte: PDTMU 2007

Mobilidade urbana em Vila Velha Fonte: PDTMU 2007 Modo coletivo 1998 Modo coletivo 2007 Modo coletivo 1998 Modo coletivo 2007 Modo coletivo 1998 Modo coletivo 2007 Modo individual 1998 Modo individual 2007 Modo não motorizado 1998 Modo não motorizado 2007

Mobilidade urbana em Vila Velha Fonte: PDTMU 2007

Tendências de expansão urbana USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA NA RMGV OBJETIVOS A RMGV CARACT. ECONÔMICA USO E OCUPAÇÃO SOLO CIRCULAÇÃO URBANA LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA PLANOS E PROJETOS ANÁLISE INSTITUCIONAL CENÁRIOS FUTUROS Tendências de expansão urbana VILA VELHA verticalização faixa litorânea ao norte; ocupação horizontal em direção ao interior e na orla ao sul do rio Jucu; atividades portuárias em constante conflito com áreas urbanas e ambientais. EXPANSÃO HORIZONTAL EXPANSÃO VERTICAL OCUPAÇÕES PÓS 1990 VETORES EXPANSÃO Fonte: COMDEVIT/IJSN/TECTRAN 2009

Mobilidade urbana em Vila Velha A Lei Municipal 4.575 de 2007 que institui o Plano Diretor Municipal de Vila Velha traz alguns itens referentes à mobilidade urbana: No artigo 6,a mobilidade sustentável e acessibilidade a todos os cidadãos como uma das funções sociais da cidade; A integração metropolitana da mobilidade municipal como um dos objetivos da política urbana de Vila Velha (art. 13); As diretrizes para a melhoria das condições de mobilidade no artigo 36: interligação entre os bairros, priorização do transporte coletivo, vias de bicicletas e sistema aquaviário. Fonte: Lei Municipal 4575/07 VV

Mobilidade urbana em Vila Velha O Plano Diretor Municipal de Vila Velha adota como instrumento para a promoção da mobilidade e acessibilidade o Sistema Municipal de Mobilidade e Acessibilidade (artigo 35). Suas estratégias e diretrizes estão discriminadas no artigo 38. É prevista a elaboração do Plano Municipal de Mobilidade e Acessibilidade para fornecer diretrizes para a implementação da Política Municipal de Mobilidade e Acessibilidade (artigo 37). O conteúdo do Plano Municipal de Mobilidade e Acessibilidade está discriminado no artigo 39, e as diretrizes para a implementaçao no artigo 40. Fonte: Lei Municipal 4575/07 VV

Constata-se, portanto, que o Município de Vila Velha dispõe de instrumentos jurídicos adequados ao encaminhamento de uma política democrática de mobilidade e acessibilidade.

A cidade é de todos, das gerações atuais e futuras. A tarefa de reconstruir a cidade diariamente, para desfrutar hoje e no futuro do espaço em que vivemos coletivamente. Mais do que educação para o trânsito, necessitamos uma reculturalização da mobilidade.

Alem de uma mentalidade evoluída, será necessário viabilizarmos uma re-cidade: uma cidade requalificada, voltada para a economia energética, a gentileza urbana, o convívio entre as pessoas e as locomoções.

Nesse projeto, dois princípios são básicos: 1) cada um de nós algum dia teve ou terá restrição de mobilidade; 2) somos todos mortais.

Obrigado. André Abe abeandre@npd.ufes.br