Responsabilidade do fornecedor de Software e Serviços

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Transcrição da apresentação:

Responsabilidade do fornecedor de Software e Serviços

Conceito de Software: "Art 1º - Programa de computador é a expressão de um conjunto organizado de instruções, em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados".

Em se tratando de um produto informático, não existe software 100% perfeito. É necessário que o fabricante/fornecedor tome as precauções necessárias para informar o consumidor dos riscos que possam existir. Sendo assim, como fica a questão das responsabilidades civil e penal do fabricante/fornecedor de programas de computador?

DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR - CDC O Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90) veio para equilibrar situações, desestimulando o fornecedor de condutas desleais ou abusivas. Para a lei, o fornecedor de software é um fornecedor como outro qualquer, assim como o usuário de software é um consumidor, e, do ponto de vista das relações de consumo, o software é um produto como qualquer outro. Assim, devem ser aplicadas todas as normas previstas no Código de Defesa do Consumidor, bem como as demais disposições legais pertinentes.

No Brasil, o sistema de leis que protegem o consumidor estabelece uma responsabilidade total e indiscutível, para o fornecedor de bens e serviços além de determinar que nenhuma disposição contratual entre fornecedor e consumidor pode contrariar a lei. Não tratamos a questão como na Europa, aqui, a lei não visa regular ou trazer equilíbrio para o comércio de produtos ou mercadorias.

Segundo a lei brasileira todos nós, independentemente da existência de culpa, somos responsáveis, perante nossos consumidores, pela qualidade do que produzimos ou fornecemos e pela qualidade do que nossos fornecedores produzem ou fornecem, independentemente de quem sejamos, pessoas físicas ou empresas públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras e independentemente do que fornecemos, sejam produtos ou serviços de quaisquer espécies

DO DEVER DE INFORMAR: ERRO DO FABRICANTE / FORNECEDOR É de grande importância o dever de informar do fabricante/fornecedor, quando da contratação de um bem e/ou serviço de informática.  Nessas relações envolvendo informática, o detentor da tecnologia, no caso o fabricante ou fornecedor, tem a supremacia na relação, pois, somente este tem capacidade técnica e conhecimentos específicos para mensurar o risco.

DA GARANTIA AOS USUÁRIOS DE PROGRAMAS DE COMPUTADOR Art. 8º da Lei 9.609 de 19 de Fevereiro de 2002: “ Aquele que comercializar programa de computador, quer seja titular dos direitos do programa, quer seja titular dos direitos de comercialização, fica obrigado, no território nacional, durante o prazo de validade técnica da respectiva versão, a assegurar aos respectivos usuários a prestação de serviços técnicos complementares relativos ao adequado funcionamento do programa, consideradas as suas especificações.”

Concorda-se que a lei do software não está clara quando usa a expressão "prazo de validade técnica" sem determinar qual seria este prazo. A lei admite que o software requer um estado de permanente prestação de serviços para poder funcionar sem apresentar erros e que uma forma de consertar erros e fazer evoluir o software é o fornecimento de novas e mais aprimoradas e avançadas versões do programa, ou seja, a lei está admitindo um estado permanente de existência de erros em programas.

Se a própria lei e a prática admitem que não existe software que não apresente problemas como fica a questão da responsabilidade do fornecedor? As características do software fazem-no um ente especial. Nunca antes o Direito tratou de algo semelhante e os tratadistas da teoria da responsabilidade em nenhuma época passada defrontaram igual entidade.

A culpa e a responsabilidade pela ocorrência de determinados tipos de problemas existentes em programas de computador não podem ser imputadas ao produtor do software. Algumas situações traduzem-se como causas externas, situadas fora do controle e das esferas de culpabilidade e responsabilidade do fornecedor/fabricante, ou produtor. Examinado o tipo dos defeitos ocorridos, o usuário deve assumir o risco pelos mesmos.

Parece-nos que, sendo inevitáveis os erros, não pode haver responsabilidade ilimitada. Parece-nos, ainda mais, que, já que se constata impossível para o produtor retirar de um programa toda e qualquer possibilidade de erro dever-se-ia, em contrapartida, limitar-se-lhe a responsabilidade quanto a defeitos do produto e estabelecer, mais acentuadamente, a obrigatoriedade de prestação dos serviços que visem a manter o software em satisfatório estado de funcionamento para o usuário.

UFPE – Universidade Federal de Pernambuco CIn – Centro de Informática Disciplina: Informática e Sociedade Professor: Merval Jurema Adson Luís Aguiar(ala3) Turah Xavier de Almeida(txa)