NÃO ME CONCEBO EDUCADORA SE NÃO FOR INVESTIGADORA. A SALA DE AULA É UM ESPAÇO RIQUÍSSIMO DE POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM. O APROVEITAMENTO DO QUE SUCEDE.

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Transcrição da apresentação:

NÃO ME CONCEBO EDUCADORA SE NÃO FOR INVESTIGADORA. A SALA DE AULA É UM ESPAÇO RIQUÍSSIMO DE POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM. O APROVEITAMENTO DO QUE SUCEDE NESTE ESPAÇO DEPENDE MUITO DA MINHA CURIOSIDADE, DO MEU PENSAR SOBRE O QUE ESTOU PROPONDO E SOBRE O QUE VOU PROPOR. NESTE EXERCÍCIO DE PENSAR SOBRE AS COISAS, A GENTE VAI PERCEBENDO AS NOSSAS INCOERÊNCIAS, VAMOS NOS DANDO CONTA QUE O NOSSO DISCURSO, MUITAS VEZES, CORRE LONGE DAS ATITUDES QUE NA PRÁTICA ASSUMIMOS. O QUE EU ESTOU QUERENDO DIZER, É QUE MUITAS VEZES TEMOS UMA PRÁTICA COERCITIVA, LIMITADORA, MAS UM DISCURSO LIBERTADOR E, A ÚNICA POSSIBILIDADE, QUE EU VEJO, DE SUPERAR ESTAS CONTRADIÇÕES É PESQUISANDO REFLEXIVA E CRITICAMENTE SOBRE O NOSSO TRABALHO PEDAGÓGICO. Didática –psicopedagogia

O fracasso escolar, que se refere às dificuldades de escolarização das crianças das classes populares, têm sua origem na baixa qualidade de ensino da escola pública brasileira, no descompromisso do Estado com a educação do povo, nas políticas públicas educacionais que são feitas de maneira autoritária e desrespeitam professores e alunos, no preconceito existente para com o aluno pobre e sua família, enfim na reprodução no cotidiano da escola dos conflitos inerentes à sociedade de classes, através de práticas e relações escolares que produzem as dificuldades de escolarização.

A história das explicações do fracasso escolar tem demonstrado a relação entre o discurso científico que explica o fenômeno e a ideologia dominante, de acordo com a qual só obtêm sucesso os mais aptos, os mais capazes, culpando os alunos pobres e suas famílias, justificando assim a desigualdade social e ignorando os determinantes escolares e políticos das dificuldades de escolarização 1. Dentre as explicações para o fracasso escolar, se destacam aquelas que atribuem patologias às crianças que não aprendem ou não se comportam conforme a expectativa da escola: as explicações medicalizantes ou patologizantes.

A perspectiva da medicalização do fracasso escolar persiste hoje no cotidiano da escola e atribui patologias às crianças das classes populares com dificuldades de escolarização, culpabilizando-as por suas dificuldades, a despeito de pesquisas 1,4-6 que põem em questão as relações causais entre distúrbios físicos e psicológicos, de um lado, e rendimento escolar, de outro, e que, colocando o foco nos fatores intra-escolares e dando voz às crianças provenientes das classes populares, mostram que elas são, em sua grande maioria, crianças capazes de aprender.

O fracasso escolar considerado como consequência da desnutrição, o que é atribuído mais frequentemente às crianças das classes populares e o fracasso escolar considerado como resultado da existência de disfunções neurológicas, tais como os distúrbios de aprendizagem, a hiperatividade, a disfunção cerebral mínima, a dislexia.

...a escola se constitui como reprodutora das desigualdades sociais e da dominação, por outro revelam que no interior da escola, assim como na sociedade, surgem contradições que favorecem um embate de idéias e atitudes que poderão provocar rupturas nos discursos e práticas cristalizadas que ali se processam.

...convivemos ainda com a predominância dos aspectos biológicos, emocionais, culturais e familiares para explicar as causas do fracasso escolar

Persistindo a tendência em se vincular o fracasso escolar à “deficiência” do aluno, na escola, muitas vezes, as crianças são tratadas como "incompetentes", não tendo o direito de se expressarem, cabendo ao professor incutir-lhes "o" saber. A não adaptação a esse saber é um problema exclusivo da criança-aluno, que por razões pessoais, emocionais, culturais, familiares, etc., não consegue se sair bem.