Concepção do papel profissional do psicólogo na perspectiva de estudantes de Psicologia Área: Psicologia Pedro Augusto Crocce Carlotto * Nádia Kienen Financiada.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Capítulo 7 Direção.
Advertisements

Relembrando... A Investigação como processo tem seis etapas sucessivas: Construção do problema Entendimento do problema: a partir de quais perspectivas.
CONCEPÇÕES DE PEDAGOGAS EM (FORM)AÇÃO DOCENTE SOBRE A PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO Alessandra G. L. Saraiva 2004.
Estado e Sociedade Civil – Definições e papeis
Pedagogia da pesquisa-ação
Profª Ana Elisa Alencar Silva de Oliveira
Pesquisa Bibliográfica Disciplina de Metodologia da Pesquisa Profª Tereza Yoshiko Kakehashi 1.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA
Escola Superior de Educação
1 Controlo e Aprendizagem Aula Teórico-Prática nº 1 Metodologia experimental Planificação das aulas Temas dos trabalhos de grupo Avaliação.
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Pontíficia Universidade Católica de Goiás
A EJA E O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOS ALUNOS
Medidas de Posição e Dispersão
DEB – ITINERANTE Currículo em Ação.
EDUCAÇÃO PEDAGOGIA E PESQUISA Prof.ª Ms. Graça Ane Hauer
Metodologia Científica Aula 6
EXPERIÊNCIA DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NA UFRN
2009.
A maioria dos fenômenos psicológicos – como o pensamento, a motivação, as emoções, a aprendizagem, a memória, o conhecimento, o raciocínio, a percepção,
ATIVIDADE AVALIATIVA:
Teresinha Cid Constantinidis - UFES Suzana Rodrigues Reno – UFES
Grupo de Trabalho Tabulação Vera Marchesi - Gerente de Qualidade IBOPE Media Information Novembro de 2005.
uma perspectiva curricular relativa às fontes de informação.
Pesquisa e Prática em Educação
Softwares Educativos: possibilidades e limitações
1 Jovens Urbanos 3ª edição Resultados da Avaliação Econômica Jovens Urbanos 3ª edição São Paulo março/2010.
Avaliação de queixas da população atendida em uma
POLÍTICA EDUCACIONAL E FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES
Nomes: Rafael Perez, Lucas Mattos, Ana Carolina, Thábata Tessima e Matheus Sossa 1.
Mayara Reinert Gelamo Orientadora: Tatiana Comiotto Menestrina
Características de um bom professor de biologia
Pedagogia Expansão das IFES Oferece formação Educação infantil Educação infantil Ensino fundamental (anos iniciais) Ensino fundamental (anos.
Similitudes e dissonâncias no percurso de formação: a gestão pedagógica no exercício da docência no Ensino Superior.
Psicologia e Teorias da Aprendizagem
O comportamento informacional dos alunos de cursinho pré-vestibular no processo de escolha da orientação vocacional. Apresentação de trabalho da disciplina.
Instrumentais técnicos
HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA PROFª MSc RITA DE CÁSSIA PAULA SOUZA
26/9/2014www.adesgcascavel.com.br / METODOLOGIA PROFESSOR NILSON R. DE FARIA PÓS-GRADUAÇÃO ADESG / UNIPAN 1.
METODOLOGIA PROFESSOR NILSON R. DE FARIA PÓS-GRADUAÇÃO ADESG / FAMIPAR
um novo caminho para você…
OBJETO DE TRABALHO NA FISIOTERAPIA
ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS
Título do Trabalho: Perfil das crianças e dos adolescentes cadastrados no PSF do Morro da Caixa de Tubarão – SC. CIENCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE Acadêmica.
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
MDIC STI MEC SEMTEC MTE SPEE Oficina de Educação Corporativa oportunidades / desafios PANORAMA DA EDUCAÇÃO CORPORATIVA NO CONTEXTO BRASILEIRO Afrânio Carvalho.
Introdução a Questão Social
METODOLOGIA DA CIÊNCIA
JOÃO GARCIA FURTADO Professor, no momento sem exercer a profissão
Introdução Este estudo irá caracterizar a situação do esporte nas universidades brasileiras assim como a situação do esporte nas universidades norte-americanas.
Área: Relações Internacionais Título – O campo de atuação do profissional de Relações Internacionais na região da Grande Florianópolis: características.
VYGOTSKY: UM OLHAR PARA AS PRÁTICAS DOCENTES DOS ANOS INICIAIS
A Educação Matemática como Campo Profissional e Científico
Avaliação da grade curricular das escolas de medicina do estado de Santa Catarina e a contribuição da disciplina de “Toxicologia”. PUIC Individual. Saúde.
Projeto para avaliação da situação do egresso da Unisul no curso de Odontologia O curso de odontologia da UNISUL tem como filosofia a formação de cirurgiões-dentistas.
Currículo Quais são as finalidades do curso?
CARACTERIZAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE MANEJO DE SITUAÇÕES ESTRESSORAS UTILIZADAS POR JOVENS QUE SE DISTANCIAM FISICAMENTE DE SUAS FAMÍLIAS NUCLEARES PARA CURSAR.
Marcus Vinicius Duarte; Luiz Augusto Oliveira Belmonte (Orientador).
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
Investigar, ensinar e aprender
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS NA PRÁTICA CLÍNICA
Fundamentos do Psicodiagnóstico
Introdução ao Serviço Social
As estratégias de estudo adotadas por estudantes de ensino superior para elaborar conceitos científicos. Área de conhecimento: Psicologia Introdução Produzir.
ET 7: Formação de Professores UTILIZANDO DINÂMICAS PARA A CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O USO DE DROGAS E SEUS EFEITOS Ariana de Melo Borges; Kálita Cristina Marcelino.
Análise do temperamento predominante dos Cursos de Educação Física e Esportes e Educação Física – Licenciatura – da Universidade do Sul de Santa Catarina.
PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE A MANIFESTAÇÃO DO FENÔMENO “BULLYING” EM ALUNOS DAS ESCOLAS ESTADUAIS DE ARARANGUÁ Ciências Humanas/ Linguagens e Artes.
PÓS GRADUAÇÃO DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR
SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS.
Autoras: Maria José Bezerra da Costa Vieira Maria Silva de Brito Rafaelle Batista de Oliveira Prof.ª Cibelle Santiago QUAL O TIPO DE LIDERANÇA EXERCIDO.
Transcrição da apresentação:

Concepção do papel profissional do psicólogo na perspectiva de estudantes de Psicologia Área: Psicologia Pedro Augusto Crocce Carlotto * Nádia Kienen Financiada pelo PUIC – Programa Unisul de Iniciação Científica – Curso de Psicologia – Campus Grande Florianópolis * Financiada pelo PUIC – Programa Unisul de Iniciação Científica – Curso de Psicologia – Campus Grande Florianópolis Introdução Pesquisas sobre a formação do psicólogo indicam deficiências que parecem dificultam a capacitação desse profissional. A opção pela área clínica, por parte dos estudantes de Psicologia, por exemplo, e a sua motivação para atuar nela eram predominantes entre os estudantes (CARVALHO E KAVANO, 1982; CAMPOS, LARGURA E JANKOVIC, 1999; MAGALHÃES, STRALIOTTO, KELLER E GOMES, 2001). Apesar dos esforços para incentivar os estudantes a optarem também por outras áreas de atuação (ou atuarem na clínica usando moldes e concepções de atuação diferentes das tradicionais), tendo em vista a constatação de saturação deste tipo de serviço (e de sua inadequação à realidade brasileira [MELO, 1996]) no mercado, há ainda insistência dos estudantes para atuar neste tipo de modalidade específica. Carvalho (1982) afirma que um dos fatores que influencia a concepção de atuação psicológica dos estudantes é a formação universitária, incluindo o contato com os professores, colegas, outros cursos e etc. Botomé (1988), ao refletir sobre a atuação psicológica, propõe que a multidisciplinaridade seja foco da profissão, bem como a necessidade de identificar e intervir sobre as demandas sociais (advindas de necessidades da população) e não meramente nas demandas mercadológicas (necessidades das empresas, do mercado de trabalho). O autor também afirma que é necessário que o psicólogo não atue apenas nos âmbitos de atuação de menor alcance social (curativo), mas também em âmbitos mais sofisticados e com maior alcance social (preventivo e no relativo à promoção de saúde). Com base neste contexto, houve a necessidade de pesquisa acerca da concepção dos estudantes sobre o papel profissional que o psicólogo tem frente à sociedade, baseando-se inclusive nas variáveis concepção do campo de atuação profissional, concepção de âmbitos de atuação do psicólogo, relação com as diferentes teorias psicológicas e com seus objetos de estudo – pouco investigadas nas pesquisas anteriores referentes à formação do psicólogo. Objetivos 4. Objetivos 4.1. Objetivo geral: Caracterizar a concepção do papel profissional do psicólogo para estudantes ingressantes e finalistas do curso de graduação em Psicologia de universidades públicas e privadas Objetivos específicos: a) Caracterizar a concepção de estudantes de fases iniciais do curso de graduação em Psicologia de Universidade Privada acerca do papel profissional do psicólogo; b) Caracterizar a concepção de estudantes de fases finais do curso de graduação em Psicologia de Universidade Privada a respeito do papel profissional do psicólogo; c) Caracterizar a concepção de estudantes de fases iniciais do curso de graduação em Psicologia de Universidade Pública acerca do papel profissional do psicólogo; d) Caracterizar a concepção de estudantes de fases finais do curso de graduação em Psicologia de Universidade Pública a respeito do papel profissional do psicólogo; e) Comparar as concepções de estudantes de fases iniciais e finais, de Universidades Públicas e Privadas, acerca do papel profissional do psicólogo. Metodologia Foram selecionados 92 estudantes de Psicologia (14 da segunda fase da Universidade Pública, e 23 das 9ª e 10ª fases desta mesma Universidade; 15 da segunda fase da Universidade Privada e 40 da 10ª fase desta mesma Universidade) para compor a população desta pesquisa. Cada estudante respondeu a um questionário contendo, em sua maioria, questões objetivas (total de 16 perguntas). Os dados foram tratados a partir de cálculo percentual,dividindo o total de respostas para cada questão pelo número total de sujeitos da pesquisa (92), de acordo com a fase e com o tipo de Universidade (pública ou privada). Resultados Figura 1 – Distribuição do percentual de estudantes pela concepção deles acerca dos objetos de estudo das diferentes teorias em Psicologia, por fases e por tipo de universidade. É possível verificar que 63% dos estudantes afirmam que as diferentes teorias estudam os mesmos fenômenos psicológicos. Trinta e quatro por cento deles afirmam que cada teoria em Psicologia estuda um tipo de fenômeno psicológico específico. Bock, Furtado e Teixeira (1999) afirmam que cada teoria em Psicologia estuda um objeto de estudo específico. Os estudantes parecem afirmar diferentemente desta concepção. A sua maioria afirma que as diferentes teorias em Psicologia, ainda que sob óticas e pressupostos teóricos diferentes, estudam os mesmos fenômenos psicológicos. Este percentual, pelo que parece, aumenta entre estudantes de décima fase (de ambas as Universidades) e é maior na Universidade Privada (principalmente na décima fase) do que na Universidade Pública. Uma parcela pouco menor afirma que as diferentes teorias estudam fenômenos diferentes, posição defendida por Bock, Furtado e Teixeira (1999). Este percentual não aumenta de forma significativa das segundas para as décimas fases pesquisadas e é maior na Universidade Pública. Figura 2 - Distribuição do porcentual de estudantes pelas suas afirmativas a respeito dos âmbitos de atuação nos quais hoje o psicólogo atua, por fases e por tipo de universidade. A maioria (88%) deles afirma que hoje o psicólogo foca sua atuação no âmbito da promoção de saúde; 31,5% afirmam que o âmbito focado, atualmente, pelo trabalho do psicólogo é o da prevenção de fenômenos psíquicos psicopatológicos. Dezessete por cento apontam o âmbito curativo como sendo o foco do trabalho do psicólogo nos dias de hoje, e 12%, o da manutenção de um estado ótimo de saúde psíquica. É possível verificar que, na atualidade, pelo que parece, os estudantes parecem estar cônscios da necessidade de o psicólogo sair do âmbito meramente curativo (compensação de danos, recuperação de organismos lesados, atenuação de sofrimento psíquico), como colocava Botomé (1988), e adotar outros âmbitos também para sua prática profissional. Os âmbitos mais citados pelos estudantes conferem com os propostos por Botomé (1988) como sendo necessários à profissão: o da prevenção de fenômenos psicopatológicos (impedir a sua ocorrência) e o da promoção de saúde psíquica (aperfeiçoamento de comportamentos já saudáveis e promoção de processos psíquicos saudáveis). É possível perceber que o percentual de afirmações relativas ao âmbito da prevenção de fenômenos psicopatológicos é maior na Universidade Privada, principalmente na décima fase. O percentual referente à promoção de saúde é encontrado com freqüências parecidas em ambas as Universidades, tendendo a aumentar das segundas para as décimas fases. Conclusões Pode-se concluir que os estudantes parecem cônscios da necessidade da postura científica na profissão do psicólogo (seja em qual área de atuação for), da importância da pesquisa científica para a profissão e vice-versa, da necessidade de atuar em âmbitos de atuação mais sofisticados e da complementaridade que as diferentes teorias em Psicologia trazem para a Psicologia como ciência. No entanto, pode-se ressaltar que os estudantes carecem de uma concepção de atuação psicológica de forma mais empreendedora, ou seja, de atuar com segurança ao completar sua graduação em diferentes áreas, contextos e situações que requerem intervenção psicológica. É necessário que seja mais enfatizada a importância da pesquisa científica na formação do psicólogo (nos moldes propostos por Felippe [1993], que afirma que a profissão de psicólogo tem caráter investigativo) e da generalização dos conhecimentos aprendidos a outras situações e contextos de atuação profissional, bem como a identificação de necessidades sociais nas quais o psicólogo possa estar intervindo (e não apenas na repetição de formas de atuação já conhecidas ou postas pelo mercado de trabalho). Há excessiva ênfase dos estudantes pesquisados na necessidade de formações extracurriculares e no empreendedorismo como derivado de características pessoais dos estudantes (motivação, força de vontade, iniciativa em correr atrás de novos conhecimentos ou em empreender na profissão, etc.). Botomé e Rebelatto (1999) afirmam que a capacidade de atuar de tal maneira não depende somente dos estudantes em si, mas também da Universidade, que deve resguardar seu papel como centro de ensino superior e fornecer aos estudantes condições não apenas para atuarem de tal forma, mas também incentivando-os a descobrir novas possibilidades de atuação profissional. É possível perceber que, de um modo geral, não há grande diferença entre os estudantes pesquisados, com exceção no que se refere a Referências Bibliográficas: 1. BOCK, A.M.B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M.L.T.. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia, 13ª ed. ref. e amp.. São Paulo: Saraiva, BOTOMÉ, Silvio Paulo. Em busca de perspectivas para a Psicologia como área de conhecimento e como campo profissional. In: Quem é o Psicólogo Brasileiro? Conselho Federal de Psicologia. São Paulo: EDICON, BOTOMÉ, Silvio Paulo; REBELATTO, José Rubens.. Fisioterapia: possibilidades de redefinição da atuação profissional em relação ao objeto de trabalho, ao conhecimento e ao ensino superior. In: Fisioterapia no Brasil: fundamentos para uma ação preventina e perspectivas profissionais, 2ª ed. São Paulo: Manole, CAMPOS, L.F.L.; LARGURA, W.A.N.; JANKOVIC, A.L.. Efeito da graduação em Psicologia nas escolhas profissionais de seus estudantes. In: PSICO, Porto Alegre, v.30, n.2, p.29-44, jul/dez CARVALHO, A.M.A.; KAVANO, E.A.. Justificativas de opção por área de trabalho em Psicologia: uma análise da imagem da profissão em psicólogos recém-formados. In: Psicologia, 1982, 8(3), p CARVALHO, A.M.A.. A profissão em perspectiva. In: Psicologia, 1982, 8(2), p FELIPPE, Wanderley Chieppe. O psicólogo e sua formação profissional. In: Cad. Psicol. Belo Horizonte, vol.1, n.2, p.93-98, dez/ FELIPPE, Wanderley Chieppe. O psicólogo e sua formação profissional. In: Cad. Psicol., Belo Horizonte, vol.1, n.2, p.93-98, dez/ MAGALHÃES, M.; STRALIOTTO, M.; KELLER, M., GOMES, W. B. Eu quero ajudar as pessoas: a escolha vocacional da Psicologia. Psicologia ciência profissão (online). Junho 2001, vol. 21, nº 2, p , 22 de Abril de Disponível em:. Acesso em: 13 de Setembro de psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S &lng=pt&nrm=iso 9. MELO, Silvia Leser de. A formação do psicólogo. In: Cad. Psicol. Belo Horizonte, v.4, n.5, p.11-17, dez/96. Apoio Financeiro: Unisul