HIPNOANALGÉSICOS (Analgésicos Opióides)

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Desenho de Fármacos baseado em estrutura de proteínas
Advertisements

Química Inorgânica II Prof. Dr. Ary Maia
Opióides Opióides - são todas as drogas, naturais e sintéticas, com propriedades semelhantes à morfina, incluindo peptídeos endógenos. Opiáceos - são substâncias.
Analgésicos Opióides 1º semestre 2009.
TRANSCRIÇÃO E TRADUÇÃO DE PROTEÍNAS EM PROCARIOTOS
ANTIVIRAIS Inibidores de DNA-polimerase
ANTIBACTERIANOS QUINOLÔNICOS
ANTIBIÓTICOS TETRACICLÍNICOS, ANFENICÓIS, MACROLÍDICOS E
Analgésicos-antiinflamatórios não-esteróides
ANTIBIÓTICOS b-LACTÂMICOS: penicilinas
Colégio Cruz das Almas ISOMERIA Prof.:Camilo Castro.
Design de fármacos.
Aspirina e analgésicos relacionados
Sítios Alvo.
Síntese Protéica - Tradução
ISOMERIA Prof. SIDNEI.
HISTÓRIA DATABELA PERIÓDICA
AULA DE QUÍMICA ASSUNTO: TABELA PERIÓDICA PROF. JÚLIO CÉSAR
ANALGÉSICOS OPIÓIDES.
Princípios de ação dos fármacos
Capítulo 19 Química Orgânica II: Os Grupos Funcionais QGE 001 Prof
Química Orgânica - Revisão
A água e seus efeitos sobre as biomoléculas em solução
As forças Intermoleculares
Introdução a Bioquímica: Biomoléculas
AULA 08 E 09 SÍNTESE PROTÉICA CODIFICAÇÃO GENÉTICA SIRLENE DAS VIRGENS.
ANALGÉSICOS OPIÓIDES.
QUIMICA ORGÂNICA Por Chico Andrade Colégio IDEAL Aracaju/SE
Química dos Compostos de Coordenação
Química Orgânica.
Aminoácidos e Proteínas
LIGAÇÕES QUÍMICAS.
QUÍMICA ORGÂNICA CADEIAS CARBÔNICAS
Ana Paula Sena Ciências Farmacêuticas
Introdução a Interações Moleculares
Estrutura de Proteínas
Analgésicos,Antitérmicos e antiinflamatórios não-esteroides
Opióides Fundação Universidade Federal do Rio Grande
Proteínas, peptídeos e aminoácidos
1.
COLÉGIO INTEGRAÇÃO/ ANGLO
ESTUDO DE BIOEQUIVALÊNCIA DE DUAS FORMULAÇÕES DE MALEATO DE ENALAPRIL
Dogma central da Biologia Molecular:
TABELA PERIÓDICA E LIGAÇÕES IÔNICAS
Capítulo 16 Equilíbrio ácido-base Nomes:Pedro Augusto Rodrigues Tássio de Rezende Prof. Dr. Élcio.
Sitios Alvo.
Aula II : Água, solubilidade e pH
AMINOÁCIDOS Prof. Nilo César do Vale Baracho 2010.
Unifenas Toxocologia Professora Daniella
Propriedades estruturais e ação dos fármacos
CURSO INTENSIVO RESIDÊNCIA DE ANESTESIOLOGIA 2015
Biologia Molecular RNA.
ANESTÉSICOS LOCAIS Guilherme Martins RA Virgínio Rubin RA
COMPOSTOS ORGÂNICOS Prof. Larissa Richter By PresenterMedia.com.
ÁGUA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS ARAPIRACA Enfermagem
ANESTESIA GERAL ANESTESIOLOGIA - UFPE.
FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA
ANALGÉSICOS OPIÁCEOS.
Aula II : Água, solubilidade e pH
Carnes e Peixes Carnes são os músculos de animais usados na alimentação humana. A ingestão de carnes nos países em desenvolvimento é baixa. A prevalência.
Márcio C . Vieira HUCFF-UFRJ
FARMACODINÂMICA Estudo de ações e efeitos de fármacos e seus mecanismos de ação no organismo.
Introdução à Psicofarmacologia Prof. Jorge Tostes
INTEGRAÇÃO E CONTROLE CORPORAL: SISTEMA SENSORIAL
Transcrição e Tradução
Bioquímica:-ÁGUA.
FARMACOLOGIA DA DOR: OPIÓIDES
Introdução à Química dos Compostos
Heroína ALUNOS EDUARDO FALCHETTI SOVRANI FERNANDO HENRIQUE MIOTTO
A Bioquímica das Proteínas
Transcrição da apresentação:

HIPNOANALGÉSICOS (Analgésicos Opióides) Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL-MG Faculdade de Ciências Farmacêuticas QUÍMICA FARMACÊUTICA II HIPNOANALGÉSICOS (Analgésicos Opióides) Prof. Diogo T. Carvalho Alfenas - 2012

Morfina Codeina Papaverina ÓPIO  látex de cápsulas imaturas de Papaver somniferum morfina Opiáceos : analgésicos estruturalmente relacionados à morfina Morfina Codeina Papaverina Opióides: compostos sintéticos, semi-sintéticos, naturais ou endógenos que interagem com receptores opióides no SNC Kerly, 2010

isolamento e purificação de morfina em escala comercial 1833  químicos da Macfarlane-Smith (Edimburgo-Escócia)  isolamento e purificação de morfina em escala comercial 1853  seringa hipodérmica  uso injetável da morfina Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim Paracelso (1490-1541) Friedrich Wilhelm Sertürner (1783-1841) 1803  isolamento da morfina: atividade analgésica láudano  preparado hidroalcoólico de ópio em pó com propriedades analgésicas MORFEU deus grego dos sonhos alcalóide cristalino, branco e amargo Kerly, 2010

1881  identificação de grupos funcionais da morfina 1925  proposição da estrutura química da morfina morfina Sir Robert Robinson (1886-1975) Universidade de Oxford Prêmio Nobel em Química em 1947  investigação de produtos naturais de importância biológica, especialmente alcalóides 1952  síntese total da morfina 1968  validação por cristalografia de raios-X da estrutura proposta por Robinson Kerly, 2010

1975  isolamento de compostos endógenos com atividade 1970s  receptores na membrana das células nervosas que interagiam com opióides  morfina e derivados opióides sintéticos não eram os ligantes naturais dos receptores 1975  isolamento de compostos endógenos com atividade opióide encefalinas  “kaphale”  “da cabeça” R = Tyr Gly Gly Phe Leu-encefalina R Met-encefalina Kerly, 2010

 Identificação de outros opióides endógenos  -endorfina  dinorfinas  endomorfinas (tetrapeptídios) 1 = OH-Tyr-Pro-Trp-Phe-NH2 2 = OH-Tyr-Pro-Phe-Phe-NH2 R Tyr Gly Phe Met-encefalina Leu-encefalina -endorfina dinorfina1-17 dinorfina1-8 dinorfina1-13 α-neoendorfina -neoendorfina nociceptina (1995) -Met -Leu -Met-Thr-Ser-Glu-Lys-Ser10-Gln-Thr-Pro-Leu-Val-Thr-Leu-Phe-Lys-Asn20-Ala-Ile-Ile-Lys-Asn-Ala-Tyr-Lys-Lys-Gly-GluOH31 -Leu-Arg-Arg-Ile-Arg-Pro-Lys-Leu-Lys-Trp-Asp-Asn-Gln -Leu-Arg-Arg-Ile -Leu-Arg-Arg-Ile-Arg-Pro-Lys-Leu-Lys -Leu-Arg-Lys-Tyr-Pro-Lys -Leu-Arg-Lys-Tyr-Pro = Phe-Gly-Gly-Phe-Thr-Gly-Ala-Arg-Lys-Ser-Ala-Arg-Lys-Leu-Ala-Asn-Gln R = Kerly, 2010

RECEPTORES OPÓIDES Receptor Efeitos Agonistas e ligante natural    endomorfina 1 e 2, -endorfina Analgesia Euforia Redução motilidade TGI Imunossupressão Depressão respiratória Emese Tolerância Dependência física  Dinorfinas e -endorfina Sedação Miose Diurese Disforia  Encefalinas e -endorfina Estimulação imunológica Kerly, 2010

SEMELHANÇAS ESTRUTURAIS morfina porção tiramínica meperidina metadona encefalinas Kerly, 2010

morfina ESTRUTURA DA MORFINA – OPIÓIDE EXÓGENO A B D E C morfina 3D 1 morfina A 4 11 10 12 B 16 D caráter básico 15 E 13 9 morfina 3D 5 14 C 6 8 7 configuração absoluta 5(R), 6(S), 9(R), 13(S), 14(R) isômero natural ( ) ou levorrotatório isômero (+ )  sintético e sem atividade analgésica forma de T Kerly, 2010

- RECEPTOR OPIÓIDE Receptor hipotético e ligação iônica farmacóforo + 2 + - ligação iônica ligação H interações de van der Waals e hidrofóbicas RECEPTOR OPIÓIDE GRUPO PROTONÁVEL forma T triângulo farmacofórico ANEL AROMÁTICO GRUPO DOADOR OU ACEPTOR DE LIGAÇÃO DE HIDROGÊNIO

morfina neutra ou base livre (forma não-ionizada): FARMACOCINÉTICA FARMACODINÂMICA ( )-morfina ( )-morfina Base fraca morfina neutra ou base livre (forma não-ionizada): Acesso ao SNC via BHE morfina protonada (forma ionizada da base): interação com receptor Kerly, 2010

PRINCIPAIS VIAS DE METABOLISMO ENVOLVENDO A MORFINA

DESENVOLVIMENTO DE ANÁLOGOS DE MORFINA

6-etilmorfina codeína (ClogP 1,3) morfina (ClogP 1,2) 6-acetilmorfina diamorfina (heroína) (ClogP 1,6)

* diidromorfina redução de insaturação R ainda bioativo! * em relação à morfina R 7 8 diidromorfina redução de insaturação ainda bioativo!

MUDANÇA DE GRUPOS FUNCIONAIS E ADIÇÃO DE NOVO GRUPO EM C-14 R = CH3 oxicodona ~ morfina 3 R = H oximorfona 2,5x morfina 14 C 6 8 7  14-H por 14-OH  atividade analgésica

antagonista em quase todos os tipos de receptores opióides SUBSTITUIÇÃO NO NITROGÊNIO o tamanho do substituinte regula a potência e atividade intrínseca frente ao receptor N-CH3 propriedades agonistas troca por N-CH2CH=CH2 antagonista em quase todos os tipos de receptores opióides

Há limites na extensão/natureza da cadeia n-alquílica? AGONISTA ANTAGONISTA 3 a 5 átomos de carbonos insaturação pequenos anéis

Haveria sítios extras de ligação no receptor ? AGONISTAS X ANTAGONISTAS Haveria sítios extras de ligação no receptor ? região extra de interação? região extra de interação? região extra de interação? região extra de interação?

Interações de N-alilmorfinas região de interação dita antagonista interação forte equatorial região de interação dita agonista interação fraca axial atividade mais voltada a antagonista

AGONISTAS X ANTAGONISTAS Interações de N-feniletilmorfina com sítio hipotético equatorial região de interação antagonista região de interação agonista axial atividade mais voltada a agonista

14 -hidroxila  N substituinte em posição equatorial Influência do grupo 14-hidroxila região de interação antagonista interação forte equatorial axial impedimento estérico ANTAGONISTA PURO! região de interação agonista NALOXONA

DERIVADOS SIMPLIFICADOS DA MORFINA Morfinanos Resultantes da remoção do anel D da morfina

DERIVADOS SIMPLIFICADOS DA MORFINA Benzomorfanos (benzazocinas) Resultantes da remoção dos anéis C e D da morfina

DERIVADOS SIMPLIFICADOS DA MORFINA 4-Fenilpiperidinas Resultantes da remoção dos anéis B, C e D da morfina a nila a a

DERIVADOS SIMPLIFICADOS DA MORFINA Difenilpropilaminas Resultante da remoção dos anéis B, C, D e E da morfina levopropoxifeno