Linguagem política? Debate político? Assenta em quê?

Linguagem Política A aquisição da competência linguística capacita o indivíduo“para compreender o importantíssimo papel desempenhado pela magia, inclusive pelas palavras mágicas, na história política do homem.” (Lasswell, 1979: 15)

Linguagem Política (cont.) LASSWELL (1979: 18): A linguagem da política é a linguagem do poder, da decisão, que regista e modifica decisões. “É o grito de guerra, o veredicto e a sentença, são as normas, os decretos e regulamentos, o juramento de posse, as notícias controversas, os comentários e debates.”

Linguagem Política (cont.) LASSWELL (1979: 18): Delimita dois aspectos da linguagem: (1) o “semântico; (2) “o sintático”. A semântica política encarrega-se de examinar as palavras-chave, os slogans e as doutrinas na perspetiva de como são interpretados, descodificados, e a sintaxe política das relações lógicas e gramaticais, das supostas consistências ou inconsistências entre diferentes doutrinas.

Linguagem Política (cont.) Giovanni Sartori (1981: 14) identifica, na linguagem, duas dimensões: (1) a emotiva e (2) a lógica. Explica que “a linguagem emotiva nos influencia mais do que a linguagem lógica, desprovida de paixão” e que “o homem age calorosamente quando “apaixonado”, tocado na sua fé, sentimentos, paixões; quando estimulado pelo uso emocional da linguagem.”

Debate Político Debate televisivo: “Excelente técnica de mediatização para matérias que suscitam opiniões divergentes” (Nilza Sena, 2002: 47). A “legitimidade do debate é assegurada pela pretensão de garantir o acesso ao medium e o confronto de opiniões diferentes”, que dialogam no espaço público, intentanto atingir determinados níveis de persuasão (Adriano Duarte Rodrigues, 1999: 155).

Debate Político “Os debates políticos cumprem uma função cerimonial, renovando o carácter democrático de uma comunidade.” (Edward A. Hinck, 1993: 7) “Os debates políticos devem ser para o público. De todas as fontes disponíveis numa campanha para a educação do voto, somente os debates proporcionam aos votantes uma oportunidade para ver os candidatos lado a lado por um longo período de tempo.” (Diana B. Carlin, 1994: 3)

Debate Político (mediatizado) Confronto em que candidatos políticos, se colocam frente-a-frente e que, conduzidos por um mediador – tendencialmente jornalista –, expõem as suas ideias, atacam e revelam as fragilidades do adversário, usam dos seus dotes, quer de argumentação, quer de oratória, para ganharem a atenção do eleitorado, o persuadirem e conquistarem o seu voto.

Objetivos Consumatório: Grau de consumação ou recompensa que os debatentes sentem de imediato por se aperceberem da eficácia e do desempenho positivos que conseguiram; Instrumental: Possibilidade de conseguir captar audiências e persuadir potenciais eleitorores. (David K. Berlo, 1999: 18)

Comunicação Não-Verbal Contacto físico e proxemia; Orientação; Olhar; Aparência; Movimentos da cabeça; Expressão facial; Quinese ou linguagem gestual; Postura; Contacto visual. (Nilza Sena, 2002: 60-61)

Regras de Captação de Atenção A) recorrência ou repetição; B) redundância; C) estruturação de ordenamento lógico; D) articulação dialética; E) estilo analógico; F) recurso à metáfora. (Nilza Sena, 2002: 64)

Tipos de Discurso Político Esclarecedor e Informativo; Doutrinário-Ideológico; Apelativo; Persuasivo. (Nilza Sena, 2002: 83-84)

Tipo de Argumentação Política Racional; Emocional; Sugestiva ou subliminar. (Nilza Sena, 2002: 81)

Contexto Comunicacional Habilidades Comunicativas; Atitudes ou Posicionamentos; Nível de Conhecimentos; Capital Simbólico no Sistema Sociopolítico. (Nilza Sena, 2002: 79)

Debate Político Exercício: http://www.youtube.com/watch?v=EjGW68YV3yI Introdução: Questões à queima-roupa; Contrapropaganda; Remate Final (0: 59:00): Síntese das propostas

Bibliografia Adriano Duarte Rodrigues (1999), Comunicação e Cultura – A Experiência Cultural na Era da Informação. Lisboa: Editorial Presença. David K. Berlo (1999), O Processo de Comunicação: Introdução à Teoria e à Prática. São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora Ltda. Diana B. Carlin (1994), “A Rationale for a Focus Group Study”. In Diana B. Carlin e Mitchell S. McKinney (ed.), The 1992 Presidential Debates in Focus. Westport, Connecticut, London: Praeger. Edward A. Hinck (1993), Enacting the Presidency – Political Argument, Presidential Debates, and Presidential Character. Westport, Connecticut, London: Praeger. Giovanni Sartori (1981), A Política. Brasília: Universidade de Brasília. Harold Lasswell (1979), A Linguagem da Política, trad. de Lúcia Dauster Vivacqua e Silva; Sônia de Castro Neves. Brasília: Editora Universidade de Brasília. Nilza Mouzinho de Sena (2002), A Interpretação Política do Debate Televisivo 1974/1999. Lisboa: ISCSP. Nilza Mouzinho de Sena (2006), “As Regras e os Equívocos do Discurso Político”. In Manuel Meirinho Martins (org.) (2006), Comunicação e Marketing Político – Contributos Pedagógicos. Lisboa: ISCSP, pp. 29-46.