O FENÔMENO BULLYING NA PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES

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Transcrição da apresentação:

O FENÔMENO BULLYING NA PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL Campus Guaíba Curso de Psicologia O FENÔMENO BULLYING NA PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES Cristian Ericksson Colovini * Mara Regina Nieckel da Costa ** Introdução A pesquisa teve como objetivo analisar a percepção que os profissionais da educação têm a cerca do Bullying. Atualmente, a violência escolar é o tema que mais exige atenção dos professores. Quando pensamos em violência escolar, identificamos cenas de alunos trocando xingamento, socos, chutes; ou então, grupos de alunos ou ex-alunos depredando o patrimônio, munidos de armas ou drogas, comprometendo a integridade da vida escolar. Neste contexto, queremos chamar a atenção para um modo de violência que envolve significante número de alunos. Trata-se do Fenômeno Bullying, que se define como um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, adotas por um ou mais alunos contra outro(s), sem motivação evidente, causando dor, angústia e sofrimento (Felizardo, 2007). É mais freqüente na adolescência. Os alunos que estão na adolescência são os mais vulneráveis a desenvolverem comportamentos característicos do fenômeno, segundo Bee (1997), a adolescência é o período que se situa, psicológica e culturalmente, entre a meninice e a vida adulta, não fazendo sentido estabelecer idades que delimitam o início e o fim dessa etapa vital. Objetivos Geral: Identificar a percepção dos profissionais da educação sobre os sintomas característicos do Fenômeno Bullying Específicos: Avaliar o conhecimento dos profissionais da educação acerca do Fenômeno Bullying Analisar o modo como os profissionais da educação lidam com o Fenômeno Bullying na escola Problema de Pesquisa Qual a percepção dos profissionais da educação sobre os sintomas característicos do Fenômeno Bullying? Metodologia A pesquisa foi qualitativa, de cunho exploratório, o o instrumento de estudo foi a entrevista semi-estruturada. Os sujeitos deste estudo foram dois profissionais da educação da rede pública de ensino do Município de Guaíba, Rio Grande do Sul. Apresentação e Discussão dos resultados O estudo revelou que os profissionais da educação não são capazes de identificar os sintomas característicos como parte do fenômeno Bullying e que não têm orientação de como agir diante das dificuldades e suas manifestações. Quanto ao “O comportamento do adolescente na percepção dos professores”, expressaram que este é diferenciado em relação ao comportamento dos adultos, havendo uma tendência natural em buscarem um destaque especial, uma forma de auto-afirmação. Foi abordada a percepção que distingue os alunos “bons” dos alunos “difíceis”, em que os primeiros são aqueles que têm seu comportamento de acordo com o esperado pelo professor, e os demais são aqueles que contestam e desobedecem às normas propostas em sala de aula. Percebe-se que os profissionais tendem a identificar o Bullying naqueles alunos repetentes e fora dos padrões da turma.Na categoria “Causas do Bullying, segundo os professores” os sujeitos elegeram o desejo de ser popular na turma como a mais freqüente. Para isso, os alunos adotam comportamentos que fazem com que os demais colegas voltem a atenção a eles. Para que estes comportamentos sejam eficientes, a humilhação e a ridicularizarão de colegas são freqüentemente utilizadas. Devido à perturbação e à desordem gerada pela agressão, pelas risadas e comentários decorrentes de atitudes de intimidação na escola, avalia-se que tais comportamentos atrapalham o andamento da aula preparada pelo educador, bem como a aprendizagem e a percepção dos alunos em relação aos conteúdos em estudo. Essa situação gera um sofrimento que está além daquilo que podemos observar, gerando o aluno fisicamente desgastado, triste e isolado. O sofrimento, portanto, é tanto físico, como moral e psicológico. Considerações Finais A intensidade das conseqüências do Fenômeno Bullying é um problema universal e está presente em todas as escolas. Gera muito sofrimento, indignação e resistência, especialmente nos adolescentes que – em silêncio ou não – sentem-se ameaçados e desprotegidos. Percebe-se que a vontade e o esforço dos profissionais da Educação e da Psicologia, na luta por mudanças e maior dignidade no ambiente escolar, tornam-se insuficientes diante da opressão, da angústia, da dor e do sofrimento causados pela vitimização que o fenômeno provoca. Mesmo sem saberem que seus alunos estão envolvidos pelo Fenômeno Bullying, os profissionais da educação agem de maneira cautelosa, evitando maiores constrangimentos por parte daqueles que sofrem a agressão e ao mesmo tempo procuram amenizar a situação, tendo-se que tomar atitudes mais severas, envolvendo a direção da escola e a família do aluno. O tema Bullying ainda é muito pouco explorado no Brasil, diferente de outros países, onde o Estado, através de atendimento especializado, dá formação de como agir e prevenir o Bullying. A literatura que fala sobre o assunto é majoritariamente estrangeira, o que dificulta ainda mais o estudo e a reflexão sobre o assunto. Referências Bibliográficas BEE, H. O ciclo vital. Trad. Regina Garcez. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. FELIZARDO, Mário. O Fenômeno Bullying como causa dos massacres em escolas. Iniciativa por um Ambiente Escolar Justo e Solidário. 2007. Disponível em: http://www.diganaoaobullying.com.br/secao_dicas/artigos/artigo _7_eua.htm. Acesso em abril de 2007 LOPES NETO, A.A. Bullying: comportamento agressivo entre estudantes. Jornal de Pediatria Online. Vol. 81, nº 5 (supl.), p. 164-172, 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-5572005000700006&lng= pt&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em abril de 2007 * Acadêmico do Curso de Psicologia da ULBRA-Campus Guaíba (e-mail: cecolovini@yahoo.com.br) ** Professora da disciplina de Pesquisa em Psicologia e Orientadora deste trabalho