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Prof.ª Drª Teresa Cristina Barbo Siqueira
Transcrição da apresentação:

Signos Signos construídos socialmente: Língua – representação simbólica ▼ Fala , discurso A fala, entendida como instrumento ou signo, tem um papel fundamental de organizadora da atividade prática e das funções psicológicas humanas. Segundo Vygotsky, a verdadeira essência do comportamento humano complexo se dá a partir da unidade dialética da atividade simbólica – a fala – e a atividade prática.

Na perspectiva vygotskiana O desenvolvimento das funções intelectuais especificamente humanas é mediado socialmente pelos signos e pelo outro. Ao internalizar as experiências fornecidas pela cultura, a criança reconstrói individualmente os modos de ação realizados externamente e aprende a organizar os próprios processos mentais. O indivíduo deixa , portanto, de se basear em signos externos e começa a se apoiar em recursos internalizados, tais como: imagens, representações mentais, conceitos...

Relação entre pensamento e linguagem - 1 Função básica da linguagem: Comunicação – intercâmbio social - estabelecimento de contato com outras pessoas. Ex: resolução de problema,como pegar o brigadeiro em cima do armário, a criança faz apelos verbais ao adulto. Neste estágio a fala é global, não é utilizada como instrumento do pensamento, não servem como planejamento de seqüências de atividades. Aos poucos, a fala socializada, que antes era dirigida ao adulto para resolver um problema, é internalizada, ou seja, a criança passa a apelar a si mesma para a solucionar uma questão: é o chamado discurso interior.

Relação entre pensamento e linguagem -2 Função planejadora – a criança estabelece um diálogo com ela mesma, sem vocalização, com vistas a encontrar uma forma de solucionar um problema. Ex: fala para ela mesma - preciso arrumar um jeito de pegar o brigadeiro...posso usar aquele banquinho ... A fala passa a preceder a ação e funcionar como auxílio de um plano já concebido, mas não executado. Nesse momento a criança passa a poder prever, comparar, deduzir... A criança consegue ir além das impressões imediatas, planejar uma ação futura.

A aquisição da linguagem escrita O domínio desse sistema complexo de signos fornece novo instrumento de pensamento, na medida em que aumenta a capacidade de memória, registro de informações, propicia diferentes formas de organizar a ação e permite um outro tipo de acesso ao patrimônio da cultura humana, registrado em livros e outros textos. Promove modos diferentes e ainda mais abstratos de pensar, de se relacionar com as pessoas e com o conhecimento

Aquisição de linguagem escrita Vygotsky faz importante crítica à visão, presente tanto em pedagogia como em psicologia, que considera o aprendizado da escrita apenas como habilidade motora. A complexidade do processo da escrita está associado ao fato de a escrita ser um sistema de representação da realidade extremamente sofisticado, que se constitui num conjunto de “símbolos de segunda ordem, os símbolos escritos funcionam como designações dos símbolos verbais. A compreensão da linguagem escrita é efetuada, primeiramente, através da linguagem falada: no entanto essa via é reduzida, abreviada, e a linguagem falada desaparece como elo intermediário”(Vygotsky, 2000, p.140)

Aquisição de linguagem escrita O aprendizado da linguagem escrita envolve a elaboração de todo um sistema de representação simbólica da realidade. Há uma espécie de continuidade entre as diversas atividades simbólicas. Os gestos, o desenho e o brinquedo. Estas atividades contribuem para o desenvolvimento da representação simbólica (onde signos representam significados), e, consequentemente, para o processo de aquisição da linguagem escrita.

A interação entre aprendizado e desenvolvimento O aprendizado da criança se inicia muito antes dela freqüentar uma escola, mas o aprendizado escolar introduz elementos novos no seu desenvolvimento. Níveis de desenvolvimento: Desenvolvimento real ou efetivo – aquelas conquistas que já estão consolidadas na criança, aquelas funções ou capacidades que já aprendeu e domina, pois já consegue utilizar sozinha, sem assistência de alguém mais experiente da cultura. Desenvolvimento potencial – aquilo que a criança é capaz de fazer, só que mediante a ajuda de outra pessoa. Nesse caso, a criança realiza tarefas e soluciona problemas através do diálogo, da colaboração, da imitação, da experiência compartilhada e das pistas que lhe são oferecidas.

Zona de desenvolvimento proximal A distância entre aquilo que ela é capaz de fazer de forma autônoma e aquilo que ela realiza em colaboração com os outros elementos de seu grupo social caracteriza aquilo que Vygotsky chamou de “zona de desenvolvimento potencial ou proximal”. Zona de desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram, que estão em processo de maturação, funções que amadurecerão, mas que estão em estado embrionário.

O processo de formação de conceitos Na perspectiva vygotskyana, os conceitos são entendidos como sistema de relações e generalização contidos nas palavras e determinado por um processo histórico cultural. São construções culturais, internalizadas pelos indivíduos ao longo de seu processo de desenvolvimento. As crianças realizam uma série de aprendizados, no seu cotidiano, observando, experimentando, imitando e recebendo instruções das pessoas mais experientes da sua cultura, aprende a fazer perguntas e também a obter respostas para uma série de questões. Conceitos cotidianos referem-se aqueles conceitos construídos a partir da observação, manipulação e vivência direta da criança. Ex: gato, livro...

Conceitos científicos Conceitos científicos se relacionam àqueles eventos não diretamente acessíveis à observação ou ação imediata da criança: são os conhecimentos sistematizados, adquiridos nas interações escolarizadas. Ex: na escola o conceito gato será ampliado, mais abstrato e abrangente, com diferentes graus de generalização: gato mamífero, vertebrado, animal, ser vivo... O processo de formação de conceitos é longo e complexo, envolve operações intelectuais dirigidas – atenção deliberada, memória lógica, abstração, capacidade de comparar e diferenciar.

O papel do ensino escolar O pensamento conceitual é uma conquista que depende não somente do esforço individual mas principalmente do contexto em que o indivíduo se insere, que define, aliás seu “ponto de chegada”. O aprendizado escolar exerce significativa influência no desenvolvimento das funções psicológicas superiores, justamente na fase em que elas estão em amadurecimento.

A função da brincadeira O termo brinquedo, empregado por Vygotsky, se refere principalmente à atividade, ao ato de brincar. Dedica-se, mais especificamente, ao jogo de papéis ou à brincadeira de “faz-de-conta”. Este tipo de brincadeira é característico nas crianças que aprendem a falar, e que, portanto, já são capazes de representar simbolicamente e de se envolver numa situação imaginária. A imaginação é um modo de funcionamento psicológico especificamente humano. Até três anos de idade as crianças não conseguem agir de forma independente do que vêem.Tendem a querer satisfazer seus desejos imediatamente.

Função da brincadeira Na idade pré-escolar ocorre uma diferenciação entre os campos de significado e de visão. O pensamento que antes era determinado pelos objetos do exterior passa a ser regido pelas idéias. Ex: cabo de vassoura pode ser cavalinho... A criança passa a criar uma situação imaginária, como forma de satisfazer seus desejos. Por exemplo, quer dirigir um carro , remar um barco, mas ainda não é capaz de dominar essas situações, então através do brinquedo, ela projeta-se nas atividades dos adultos procurando ser coerente com os papéis assumidos.

A função da brincadeira Toda situação imaginária contém regras de comportamento condizentes com aquilo que está sendo representado. Reafirmando, mesmo havendo uma significativa distância entre o comportamento na vida real e o comportamento no brinquedo, a atuação no mundo imaginário e o estabelecimento de regras a serem seguidas criam uma "zona de desenvolvimento proximal", já que impulsionam conceitos e processos em desenvolvimento, para a criança. A partir do brinquedo ocorrem transformações internas no desenvolvimento da criança.

IMPLICAÇÕES DA ABORDAGEM DE VYGOTSKY PARA A EDUCAÇÃO Valorização do papel da escola O bom ensino é o que se adianta ao desenvolvimento Papel do outro na construção do conhecimento O papel da imitação no aprendizado O papel do professor na dinâmica das interações interpessoais e na interação das crianças com os objetos de conhecimento

Bibliografia: REGO, Teresa C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação.Petrópolis, RJ: Vozes,1995. VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

PIAGET X VYGOTSKY Piaget não aceita em suas provas "ajudas externas", por considerá-las inviáveis para detectar e possibilitar a evolução mental do sujeito. Vygotsky não só as aceita, como as considera fundamentais para o processo evolutivo.

PIAGET X VYGOTSKY Um dos pontos divergentes entre Piaget e Vygotsky está centrado na concepção de desenvolvimento. A teoria piagetiana considera o desenvolvimento em sua forma retrospectiva, isto é, o nível mental atingido determina o que o sujeito pode fazer. A teoria vygotskyana, considera desenvolvimento na dimensão prospectiva, ou seja, enfatiza que o processo em formação pode ser concluído através da ajuda oferecida ao sujeito na realização de uma tarefa.

PIAGET X VYGOTSKY Piaget leva em conta o desenvolvimento como um limite para adequar o tipo de conteúdo de ensino a um nível evolutivo do aluno. Vygotsky tem estabelecido que o conteúdo é uma seqüência que permite o progresso de forma adequada, impulsionando ao longo de novas aquisições, sem esperar a maturação "mecânica" e com isso  evitando que possa pressupor dificuldades para prosperar por não gerar um desequilíbrio adequado. É desta concepção que Vygotsky afirma que a aprendizagem vai à frente do desenvolvimento.

Vygotsky Profundamente influenciado pelos postulados marxistas, afirma que a origem das atividades psicológicas devem ser procuradas nas relações sociais do indivíduo com o meio externo. Entende que o ser humano não é um produto de seu contexto social, mas também um agente ativo da criação desse contexto. Para compreender as formas especificamente humanas é necessário descobrir a relação entre a dimensão biológica - os processos naturais - maturação física e os mecanismos sensoriais - e a cultural - mecanismos gerais através do qual a sociedade e a história moldam a estrutura humana.