O Planejamento Estratégico como instrumento de recuperação e a necessidade da participação de terceiros no Plano de Recuperação Judicial.

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Transcrição da apresentação:

O Planejamento Estratégico como instrumento de recuperação e a necessidade da participação de terceiros no Plano de Recuperação Judicial

Roteiro Proposto Introdução Plano de Recuperação Judicial Contexto / Problema Objetivos da nova lei Plano de Recuperação Judicial Elementos do planejamento estratégico A participação de terceiros na elaboração e condução do plano Elementos do planejamento estratégico sob a ótica do Plano de Recuperação Judicial 10/04/2017

Introdução – o problema Com a nova lei, as empresas têm a necessidade de elaborar um planejamento econômico-financeiro Empresas em crise estão mais sensíveis às variações do ambiente externo Os principais elementos que compõe as diferentes metodologias de elaboração de um planejamento estratégico podem ser adaptados ao processo que irá culminar no Plano de Recuperação Judicial? 10/04/2017

O Plano de Recuperação Judicial: Objetivos Papel social Mantém a competição entre as empresas Benefício da sociedade Dar uma segunda chance ao empresário Proteger contra ações de credores Incentivar a busca de auxílio o quanto antes 10/04/2017

Planejamento Estratégico: Características Básicas Pontos comuns: Grupo patrocinador Análise do ambiente interno à empresa Análise do ambiente externo à empresa Estabelecimento de metas e objetivos Formulação de projetos e planos de ação Avaliação e controle do plano 10/04/2017

O Plano de Recuperação Judicial: Aspectos estratégicos Identificação do grupo patrocinador - Quem deve elaborar o plano? Devedor  estímulo Participação dos credores e demais atores envolvidos  comprometimento 10/04/2017

O Plano de Recuperação Judicial: Aspectos estratégicos Análise do ambiente interno - Como a empresa chegou à necessidade do pedido de Recuperação Judicial? Má administração e decisões econômicas incorretas Colapso financeiro é precedido por sinais de carência em estágios progressivos Problemas têm caráter gerencial e operacional  reflexos na atividade financeira 10/04/2017

O Plano de Recuperação Judicial: Aspectos estratégicos Análise do ambiente externo - O que pode afetar o Plano de Recuperação Judicial? - Quais são os pontos críticos do Plano? Prazo de elaboração do plano é escasso Estabelecer canais imediatos de negociação Credores financeiros  caixa Fornecedores  não interrupção do fornecimento Clientes  manutenção de acordos e contratos Empregados  motivação e evitar perda de qualidade Metas e Objetivos Evitar a cadeia: rumores medo desconfiança ações reativas Necessidade de se trabalhar com cenários Sensibilidade ao ambiente externo  ambiente econômico e concorrência 10/04/2017

A Participação de Terceiros no PRJ Credores Financiadores (Bancos, Factorings e Acionistas) Dentro do período de elaboração do plano, a empresa deverá determinar se haverá caixa suficiente para pagar os créditos trabalhistas em atraso em até um ano e se haverá caixa para pagar as despesas decorrentes do processo de reestruturação, tais como: remuneração dos advogados, administrador judicial, custas processuais, custos demissionais e outras. Num quadro de pré-insolvência financeira, sempre haverá a dúvida se aparecerão entidades dispostas a financiar as atividades da empresa. Esse canal de negociação (credores financiadores) é o maior responsável pelo sucesso da gestão do caixa da empresa. Credores Fornecedores O segundo do canal de negociação diz respeito aos fornecedores. Caso as negociações entre a empresa devedora e seus fornecedores não sejam iniciadas imediatamente após o pedido de recuperação, haverá sério risco de interrupção de fornecimento. Isso comprometeria o nível de caixa e estoque da empresa e poderia levar a uma paralisação das atividades por falta de matéria-prima, até se atingir um acordo. 10/04/2017

A Participação de Terceiros no PRJ Clientes Os clientes são outro ponto a ser observado com cuidado. Existe a possibilidade de que eles busquem outras empresas mais seguras para fazer negócio. Principalmente se houver risco de interrupção de abastecimento. Por outro lado, um relacionamento bom com clientes pode permitir inclusive estreitamento dos prazos de recebimento, aliviando o fluxo de caixa. A análise do setor em que a empresa está envolvida e dos concorrentes existentes é fundamental para avaliar o risco de perda de clientes. “os clientes podem confundir recuperação com liquidação judicial. Se eles acreditarem que a empresa irá fechar, irão buscar outros fornecedores. É comum que as empresas encontrem dificuldades em vender seus produtos para clientes que temem que as mercadorias não serão entregues”. (PEARCE II, 1998, p. 68, trad. por este autor). Trabalhadores O quarto canal de negociação deve ser estabelecido com os funcionários. A eventual necessidade de redução do quadro pode levar a situações de conflitos com o sindicato. Mais ainda, é a possível perda de profissionais qualificados e de nível gerencial, fruto de uma procura por empregos mais seguros. Embora isso raramente aconteça de início, deve haver uma preocupação no plano quanto a esse fator, principalmente no caso de empresas com atividades especializadas. 10/04/2017

O Plano de Recuperação Judicial: Aspectos estratégicos Metas e Objetivos - Como a empresa pretende solucionar seus problemas e se recuperar? Retorno ao fluxo de caixa positivo Eliminação dos focos de prejuízo Buscar novas formas de capitalização 10/04/2017

O Plano de Recuperação Judicial: Aspectos estratégicos Plano de Ação - Quais as ações mais comumente empregadas em um Plano de Recuperação? Reduzir escopo de atuação Remodelagem do negócio Análise de fatores específicos que afetam a decisão 10/04/2017

O Plano de Recuperação Judicial: Aspectos estratégicos Controle e Avaliação - Qual o papel do comitê e do Administrador Judicial? Experiência em administração de crises Estabelecer correções do plano Estabelecer indicadores de desempenho 10/04/2017

Conclusão Portanto, o estabelecimento imediato de um canal de comunicação entre credores financiadores, fornecedores, clientes e empregados é condição necessária e primordial para condução do plano de recuperação. “O segredo pode criar uma cadeia “rumores-medo-desconfiança-ações reativas” que irão prejudicar o sucesso da reorganização” (PEARCE II, 1998). Além dos aspectos internos que levaram a empresa ao colapso financeiro, outros fatores externos podem ter ocorrido ou poderão ocorrer no decorrer do período em que a empresa estiver sob recuperação judicial. Geralmente, os fatores ligados ao ambiente são variáveis incontroláveis para a empresa. Prever e tratar as ameaças e oportunidades advindas desse ambiente é importante para qualquer organização. No caso de uma empresa em crise, isso pode significar a diferença entre a recuperação e a falência. 10/04/2017

Conclusão Causas externas de uma performance ruim da empresa, as quais mesmo as melhores decisões não podem evitar, incluem recessão econômica, regulamentação ou desregulamentação econômica, além de outras manobras que interrompam abruptamente o poder competitivo da empresa, tais como práticas de dumping, cartelização e outras. Se os credores forem convencidos de que as causas para o fracasso da empresa foram externas e que tais problemas têm pouca probabilidade de ocorrer novamente, então as chances da empresa receber ajuda durante a recuperação judicial serão bem maiores. Se, por outro lado, o cenário permanecer desfavorável e sem perspectivas de mudança, o incentivo dos credores para apoiar um plano de recuperação será enfraquecido. O movimento da concorrência pode ser outro fator que desencadeie uma queda ou aumento nas chances de sucesso da empresa. Num mercado muito competitivo, com participantes grandes e bem estruturados, as chances de retomada serão pequenas, pois os concorrentes logo tratarão de ocupar o espaço deixado pela empresa em dificuldades. Por outro lado, num mercado em expansão ou com poucos competidores, as chances de recuperação crescem, uma vez que há demanda crescente ou os clientes e fornecedores provavelmente ficarão receosos de ter suas compras ou vendas concentradas em poder de menos empresas. 10/04/2017