A abordagem Neo-Schumpeteriana/Evolucionista da firma

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Inovação e difusão tecnológica
Advertisements

2 Competindo com Tecnologia da Informação Sistemas de Informação – James A. OBrien – Editora Saraiva Cadeias de Valor Baseadas na Internet Marketing Pesquisa.
Sistema de Informação Gerencial
Mestrado em Gestão e Conservação da Natureza
A. Introdução 1. Objecto de estudo: empresas, mercados e sistemas; estruturas e comportamentos 1.1. Objecto da Economia Industrial e da Empresa 1.2. Conceitos.
ESCOLA DE SISTEMA. PROF ELCIO HENRIQUE –
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL - UEMS
Inovação CONCEITOS TIPOS 6 INSIGHTS SOBRE INOVAÇÃO FONTES DE INOVAÇÃO
Administração Estratégica
Balanced Scorecard.
CAPÍTULO 7 INOVAÇÃO NO PROCESSO.
COMPLEXIDADE SISTÊMICA
DINÂMICA TECNOLÓGICA E EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA INDUSTRIAL
O Modelo de Oligopólio de J. Bain
Bibliografia: texto [11]
Ambiente tecnológico e Estratégias de inovação
Diversificação como estratégia de crescimento
ABORDAGENS CONTEMPORÂNEAS DA FIRMA
ABORDAGENS CONTEMPORÂNEAS DA FIRMA Bibliografia de referência Textos 10 e 11.
EFETIVIDADE, EFICIÊNCIA E EFICÁCIA
Fontes de Inovação na Empresa

Administração de Sistemas de Informação II
Curso Ciência, Tecnologia e Sociedade Aula 1 – Crise, novas tecnologias e mudança social Textos Hobsbawn e Castells.
GF 115: Economia do Desenvolvimento Prof. Rui Albuquerque SESSÃO 10 – CONCEITOS ECONÔMICOS 14 de outubro de 2008.
Conhecimento e Inovação nas Empresas Renata Lèbre La Rovere
Anne-Marie Maculan COPPE - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Gestão do Conhecimento na prática
O processo de coletar os requisitos (escopo do cliente)
Regional Clusters and Firm Strategy
Noções de Estratégia “Se os segredos da estratégia corporativa pudessem ser adquiridos por US$ 50,00, não precisaríamos pagar um salário tão alto aos gerentes.
CIÊNCIA E TECNOLOGIA O Engenheiro deve desenvolver suas atividades com o auxílio da pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico. A pesquisa e o.
16 de novembro de 2010, Rio de Janeiro
XIII Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa e VII Encontro Nacional do Fórum de Extensão das IES Particulares – FOREXP Belo Horizonte, 20 e 21 de.
Motivação à qualidade São os clientes e usuários que decidem se um produto ou serviço atende às suas necessidades e satisfaz às suas expectativas Esta.
BENCHMARKING.
Mudança e Inovação Tecnológica
Modelo de Excelência em Gestão
Tema Gestão do Conhecimento:.
Introdução a Microeconomia
Teorias Modernas de Gestão
Engenharia de Software
GESTÃO DAS INFORMAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO
Avaliação integrada e Somativa em TD&E
Flávia Consoni Centro Universitário da FEI.
Ciências Contábeis - Executivo Contabilidade Gerencial
Estratégia Organizacional
CONCORRÊNCIA E MUDANÇA TECNOLÓGICA
DISCIPLINA Pesquisa de Tecnologias Emergentes - PTE Profa. Eliane
Trabalho de Conclusão do Curso
ANÁLISE ESTRUTURADA DE SISTEMAS
CONCORRÊNCIA E MUDANÇA TECNOLÓGICA
Conceitos de Administração e Ética Empresarial
Principais atitudes e comportamentos dos bons profissionais
Estruturas Organizacionais
Equipe Prof. Henrique Freitas
Capítulo 1 A administração hoje.
Administração Interdisciplinar
A ADMINISTRAÇÃO HOJE 1.
INOVAÇÃO Referencial Teórico Profª Andréa Ribeiro.
Gestão da Tecnologia da Informação Turma 2008 Disciplina Inovação Tecnológica Prof. Ronaldo Barbosa
Trajetorias das politicas de C&T no Brasil Aula 2 – Algumas categorias de análise necessárias para pensar a economia da inovação industrial
Capítulo 4 – Inovação e Evolução Industrial
PROJETO DE PESQUISA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE NA GESTÃO DO TRÁFEGO URBANO ATRAVÉS DO ESTUDO DO BENCHMARKING ENTRE OS CENTROS DE CONTROLE.
Poupança, acumulação de capital e produto
Tendências atuais do ECLE
Planejamento estratégico
GESTÃO ORGANIZACIONAL
Mapeamento do Perfil Processos 1. Fornecimento 1A. Cadeia de Fornecedores (atuais e potenciais) 1B. Produtos (matérias-primas e insumos) /serviços fornecidos.
MÉTODOS PARTICIPATIVOS Interação entre agricultores familiares, extensionistas e pesquisadores Disciplina: Extensão Rural Curso Técnico em Agropecuária.
Transcrição da apresentação:

A abordagem Neo-Schumpeteriana/Evolucionista da firma Bibliografia de referência Texto 13

A teoria Evolucionista da firma A concepção da empresa como sendo um conjunto único de recursos produtivos em constante transformação, cuja distribuição, entre os diferentes usos e ao longo do tempo, é condicionada por: - Decisões administrativas; - Capacitações e recursos acumulados pela firma; - Balizamentos “estruturais”: expressos nos paradigmas tecnológicos e nos fatores institucionais (organizações formais e todas as formas de organização, convenções, regras de comportamento, etc, que possam afetar a conduta das empresas.

O significado essencial da teoria evolucionista da firma Foco central da Teoria A criação e evolução das capacitações ou competências Tecnológicas e Organizacionais das firmas

O que é específico a essa concepção de firma: a firma como um conjunto único de recursos produtivos em constante transformação pelo efeito dos processos de aprendizado

Conceitos-chave da teoria evolucionista da firma Paradigmas tecnológicos Pode ser definido como um “padrão” de solução de problemas técnico-econômicos selecionados baseados em princípios altamente selecionados derivados das ciências naturais. Define simultaneamente um conjunto de artefatos básicos (produtos tecnológicos) e um conjunto de heurísticas ( procedimentos).

Conceitos-chave da teoria evolucionista da firma Trajetórias tecnológicas É definida como o padrão da atividade “normal” de solução de problemas (i.e. de “progresso”) no campo de um paradigma tecnológico. A trajetória tecnológica representa a “avenida tecnológica” definida pelo paradigma tecnológico. (pode ser no plural: trajetórias).

Conceitos-chave da teoria evolucionista da firma O conceito de paradigma tecnológico nos leva à definição de três outros conceitos-chave: Oportunidade tecnológica: Refere-se ao potencial de exploração e ou desenvolvimentos ulteriores de uma dada tecnologia, o que inclui a taxa de retorno econômico projetada para tais ou quais inovações.

Conceitos-chave da teoria evolucionista da firma Cumulatividade: Traduz a hipótese de que o que as firmas serão capazes de fazer tecnologicamente no futuro está estreitamente relacionado com o que elas foram capazes de fazer no passado. A direção imprimida ao progresso técnico não é aleatória, mas condicionada por padrões de evolução tecnológica previamente experimentados.  

Conceitos-chave da teoria evolucionista da firma Apropriabilidade: Refere-se às propriedades do conhecimento ou produto tecnológico, e às características dos mercados e do ambiente legal, que afetam a condição de apropriação privada do retorno econômico (rendas schumpeterianas) associado aos investimentos inovativos.  

Conceitos-chave da teoria evolucionista da firma Na perspectiva evolucionária, os Paradigmas e Trajetórias tecnológicos constituem a principal ferramenta para a análise das fontes, direção e ritmo e impactos da mudança tecnológica sobre a evolução das firmas e da estrutura industrial.

Conceitos-chave da teoria evolucionista da firma Rotina Pode ser definida, de forma genérica, como um padrão de solução repetitivo para problemas semelhantes. Este “padrão de solução” se faz incorporado em pessoas ou organizações ( como a firma). Tipos de rotinas: Rotinas operacionais - atividades correntes Rotinas de decisão – ex: investimento Rotinas criativas – atividade de inovação

Conceitos-chave da teoria evolucionista da firma Aprendizado (tecnológico e organizacional) Responde pela fonte principal de mudança técnica (evolução) das firmas e do sistema econômico. O aprendizado pode ocorrer por via formal ou informal; envolver fontes internas ou externas às firmas; ser mais ou menos imitável ou transferível.

Principais fontes de aprendizado: Learning by doing Ocorre durante o processo de manufatura em si, através do envolvimento direto da empresa no processo de produção. Ex: recall da chevrolett, Fiat ... Learning by using Ocorre através da utilização do produto pelo usuário final; cabe à empresa buscar aproveitar esse conhecimento Ex: produtores agrícolas da região X sugerem adaptações nas máquinas agrícolas vendidas naquela região.

Principais fontes de aprendizado: Learning by advances in science and technology Consiste na absorção pela empresa de novos conhecimentos ou tecnologias gerados por institutos de pesquisa, universidades, etc. Ex: utilização da soja na geração de biodisel Learning from inter-industry spillovers Ocorre através da absorção de conhecimentos relacionados ao que outras empresas estão fazendo. Ex: imitação tecnológica através da engenharia reversa

Principais fontes de aprendizado: Learning by interacting Ocorre quando uma empresa troca informações ou realiza alguma forma de cooperação com outra empresa. Ex: acordos de cooperação tecnológica Learning by searching Ocorre naquela situação em que o processo de busca de novas tecnologias ocorre internamente à empresa, à base de seus departamentos de P&D e de engenharia e design de produtos.

A consideração das formas de aprendizado permite concluir que: Os recursos produtivos não se resumem a um estoque dado e imutável de insumos materiais e humanos Eles consistem um conjunto único de serviços e rendimentos potenciais – a depender de como venham ser explorados pelas firmas. Este é o sentido da abordagem das “capacitações dinâmicas” – que representa muito bem o enfoque evolucionista da firma.

ORIGINALIDADE DESTE ENFOQUE A percepção de que os ‘fatores essenciais’ ao processo de produção não são os recursos produtivos em si, mas os serviços prestados pelo uso desses recursos e os rendimentos obtidos com o seu emprego. A hipótese é que: Sempre que um recurso produtivo estiver ocioso, os serviços por ele prestados serão nulos, e os rendimentos com ele obtidos, idem.  

Exemplo: Uma empresa multinacional possui um laboratório de Pesquisa & Desenvolvimento: Recursos produtivos (RP): equipamentos sofisticados + pesquisadores e técnicos de altíssima qualificação. RP ociosos  rendimento  0 RP sendo explorados  rendimento  0

ORIGINALIDADE DESTE ENFOQUE Observe que: (1) Os rendimentos obtidos pela firmas depende não dos recursos em si, mas da eficiência com que eles estarão sendo empregados e da capacidade de encontrar para eles novas aplicações. (2) Não se trata, aqui, de eficiência maximizadora e estática, mas de eficiência criativa e dinâmica.  

Alguns principais autores da teoria evolucionária da firma David Teece Cristopher Freeman Richard Nelson Keity Pavitt Giovanni Dosi J. Stanley Metcalfe Nathan Rosenberg Bengt-Ake Lundvall Franco Malerba Luigi Orsenigo