Seminário Fora de Área Miguel Quartin Abril 2005

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Movimento em I dimensão
Advertisements

Mecânica Quântica: Função de Onda
UNICAMP Universidade Estadual de Campinas Centro Superior de Educação Tecnológica Divisão de Telecomunicações Propagação de Ondas e Antenas Prof.Dr. Leonardo.
RADIAÇÃO TÉRMICA.
COMUNICAÇÃO DE INFORMAÇÃO A CURTAS DISTÂNCIAS
MÁQUINAS UNIVERSAIS Fabrício Dias
Amostragem/Reconstrução
Análise de Resposta em Freqüência Introdução. 8. 2
Prof. Hebert Monteiro Movimento em I dimensão. Iniciaremos o nosso curso estudando a mecânica como ciência que estuda o movimento. A mecânica é dividida.
Unidade de Aprendizagem 6
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
1 Domínios Finitos A eficiência das programas em domínios finitos (incluindo booleanos) podem ainda ser melhoradas pelo uso de Algoritmos de Propagação.
Integração Numérica – Áreas e Equações
Relatividade Restrita
Modelos no Domínio do Tempo de Sistemas LTI Contínuos
Instituto de Computação - UFF Detecção de Terminação Algoritmos Distribuídos Professora: Lúcia Drummond.
1 Complexidade de Algoritmos Complexidade de pior caso Complexidade de melhor caso de uso bem menos freqüente em algumas situações específicas Complexidade.
1 MergeSort Seja uma lista A de n elementos. O algoritmo consiste das seguintes fases Dividir A em 2 sub-listas de tamanho n/2 Conquistar: ordenar cada.
Métodos Numéricos e Estatísticos
FUNÇÃO MODULAR.
Como Desenvolver Sistemas de Informação
Linguagem de 1ª ordem da teoria de conjuntos
Amintas engenharia.
Teoria da Produção e do Custo
TENSÕES E CORRENTES EM CIRCUITOS TRIFÁSICOS BALANCEADOS Sistemas de potência são alimentados por geradores trifásicos. De maneira ideal, os geradores suprem.
Modelagem Matemática Aplicada à Engenharia Civil
Derivada e integral de uma função
UML - Unified Modeling Language
Fenômenos de Transporte I Aula teórica 11
Conceitos e Definições – Parte 01
Dinâmica do Movimento Plano de um Corpo Rígido: Força e Aceleração
Dinâmica do Movimento Plano de um Corpo Rígido: Força e Aceleração
MECÂNICA - DINÂMICA Cinemática de uma Partícula Cap Exercícios.
Dinâmica de um Ponto Material: Impulso e Quantidade de Movimento
Vibrações moleculares
TMA 01 As Relações de Maxwell Matemática: Se e somente se,
ENG309 – Fenômenos de Transporte III
Conhecimento Científico Noutros conhecimentos...
VALORES ESPERADOS.
Funções e suas propriedades
Cálculo Autoconsistente
TEORIA CINÉTICA DOS GASES Moléculas que colidem com a parede é
Tópicos em Física Clássica
Teorema de Poynting ENGC34 – ELETROMAGNETISMO APLICADO…
Determinantes Conceito Representação Propriedades
EXERCÍCIOS PARA GUARDA-REDES
TERMODINÂMICA Módulo 03 Física 01 Pág
TA 631 – OPERAÇÕES UNITÁRIAS I
1 2 Observa ilustração. Cria um texto. Observa ilustração.
Série de Fourier As séries trigonométricas infinitas formadas por seno e/ou co-seno são chamadas séries de Fourier. Seja a série na forma No conjunto de.
Potencial elétrico Física Giovanni Ávila.
Trabalho e Potencial elétrico (Capítulo 3)
A transformada de Laplace
Escoamento Turbulento
Aula Teórica 2 Difusividade e Fluxo Difusivo.
Eletrodinâmica Aula 12 Prof Paulo Rosa INFI/UFMS.
Campus de Caraguatatuba Aula 2: Somatório e Produtório
Inferência Estatística
Eletromagnetismo I Prof. Paulo Rosa – INFI/UFMS
Professor: ∆lan Mód 02.
Campos elétricos na matéria
Professor Antonio Carlos Coelho
Introdução aos Protocolos de Roteamento Dinâmico
Dinâmica do Movimento Plano de um Corpo Rígido: Força e Aceleração
Propriedades Moleculares da Matéria
Introdução aos Sistemas Dinâmicos
Difusividade e Fluxo Difusivo.
Utilizaremos o conceito de energia no nosso estudo da electricidade
Modelagem Matemática Aplicada à Engenharia Civil
Hidrodinâmica Aula 11 (1 0 Sem./2016) 1. As relações de energia 2.
Transcrição da apresentação:

Seminário Fora de Área Miguel Quartin Abril 2005 Cinética Fracionária Seminário Fora de Área Miguel Quartin Abril 2005

Resumo Motivação Cinética Não-Fracionária Cinética Fracionária Lei de Fick da Difusão e Cam. Aleatória (RW) Teoria de Langevin Eq. de Fokker-Planck Cinética Fracionária Cálculo Fracionário Cam. Aleatória de Tempo Contínuo (CTRW) Eq. de Fokker-Planck Fracionária (FFPE) Outro Exemplo Físico Conclusões Referências

Motivação As leis convencionais que governam a difusão prevêem que o deslocamento médio quadrático r2(t) de partículas imersas em um fluido é dado pela lei de escala: Diversos sistemas físicos, no entanto, violam essa lei de escala. Alguns exemplos são encontrados em: Passagem de moléculas de ssDNA curtas (até 300 nucleotídeos) por membranas; Transporte dispersivo em semicondutores amorfos; Dinâmicas de uma conta em uma rede de polímeros; Ótica quântica; Nestes sistemas, vale:

A Lei de Fick (1855) Teoria fenomenológica da difusão. Premissa básica: a difusão equilibra as concentrações. Análoga à Lei de Ohm e à Lei de Fourier do fluxo de calor Se a condição inicial for Então

A Teoria de Einstein-Smoluchowski (1-D) Hipótese: a cada impacto (que ocorre, em média, após um tempo ) a partícula dá um salto de x=±L (magnitude constante) A probabilidade da partícula se encontrar em m (:= x / L) após n (:= t / ) saltos sucessivos é dada por:

A Teoria de Einstein-Smoluchowski (1-D) Se n  1 (t  ), podemos usar a aprox. de Stirling: Logo, onde Hip. Ergódica Compare com a eq.

Teoria de Langevin (1906) As forças que atuam sobre uma partícula browniana “livre” podem ser decompostas em duas partes Se mostra então que, para t M Se uma partícula de massa pequena estiver sujeita a uma força adicional f(r,t), então: Comparando com a eq. obtida pela Lei de Fick, deduzimos que Relação de Einstein

A Eq. de Fokker-Planck (1913) Simplificação da Equação Mestra para o caso de uma partícula cuja massa é muito maior que a massa das moléculas com as quais colide Considera tanto os impactos descorrelacionados das moléculas como forças externas determinísticas. - j(r,t )

Cálculo Fracionário É desenvolvido há mais de 300 anos por, dentre outros: Laplace, Riemann, Liouville, Heaviside e Erdélyi; Até a década de 90  restrito ao campo da matemática; Recentemente  usado para descrever processos físicos, como difusão (lenta) anômala. (Ex.: r2(t)  t ) Podemos generalizar a eq. acima para a chamada derivada de Riemann-Liouville

Cálculo Fracionário Um modo mais elegante de introduzir derivadas fracionárias é através da identidade integral: A limite inferior A é arbitrário. Normalmente, escolhe-se A = 0 ou A = -. Esta liberdade de definição é vantajosa e permite uma informação física adicional.

Cálculo Fracionário Propriedades interessantes: Estamos interessados em A = 0 e 0 <  < 1

Cam. Aleatórias de Tempo Contínuo (CTRW) Caminhadas aleatórias e difusão servem de interface entre cinética e o cálculo fracionário. RW é o modelo mais simples que leva à eq. de difusão. Nas CTRW, a condição de constância temporal dos passos é retirada. Os intervalos são descritos por uma função de espera (t). Esta função pode ser fruto de obstáculos e armadilhas que atrasam o movimento da partícula. Se o tempo médio de espera  for finito, a Lei de Fick é re-obtida  não nos interessa Se   , a situação muda drasticamente

Cam. Aleatórias de Tempo Contínuo (CTRW) Funções de espera mais utilizadas (0 <  < 1):  < 1  sub-difusão  > 1  super-difusão Pelos mesmos argumentos da teoria de Einstein-Smoluchowski, pode se mostrar que neste caso

t t P(x, t = ) P(x, t = ) x x

Cam. Aleatórias de Tempo Contínuo (CTRW) Rede de percolação tipo “queijo suíço”. Exemplo de sistema onde a difusão é caracterizada por uma CTRW. As partículas ficam presas por algum tempo nos poros (zonas escuras) até voltarem ao fluxo nas “espinhas dorsais” (zonas claras).

A Eq. de Fokker-Planck Fracionária Uma generalização da Lei de Fick consistente com a eq. r2(t)  t  é dada por: Analogamente, podemos generalizar a eq. de Fokker-Planck para: Vantagens sobre a abordagem de CTRW: Torna possível a análise de transporte no espaço de fase; Inclusão de campos externos é imediata.

FFPE em Potenciais Harmônicos Exemplo: difusão em 1-D em um potencial harmônico U(x) = bx2/2 (processo de Ornstein-Uhlenbeck). A tática para a resolução desta equação é aplicar uma Transf. de Fourier em x, seguida de uma Transf. de Laplace em t. Para tal, é necessário introduzir a função de Mittag-Leffler E:

Característica típica de CTRW “largas”

Note a escala logarítmica!

FFPE em Potenciais Harmônicos A eq. de Fokker-Planck tradicional implica em: A FFPE implica em: 1 2 3 4 5 t 0.5 1.5 < x > FPE FFPE

Outro Exemplo Físico Rede de resistores e capacitores Rede de contas e molas em meio viscoso

Conclusões FFPE permite modelar sistemas que apresentam sub-difusão de um modo simples e elegante; A abordagem fracionária é de certo modo equivalente à da generalização da Equação Mestra, mas permite de forma imediata: Inclusão de campos externos; Resolução de problemas de valores de contorno; FFPE possui vantagens sobre modelos de RW; O cálculo fracionário é aplicável a uma razoável diversidade de sistemas físicos.

Referências I. Sokolov, J. Klafter, A. Blumen, Physics Today, vol. 55, n. 11, pág. 48 (2002) R. Pathria, Statistical Mechanics, Pergamon R. Metzler, J. Klafter, Phys. Rep., 339, 1 (2000) R. Metzler, J. Klafter, arXiv:cond-mat/0306599 v1 (2003) Eric W. Weisstein. "Mittag-Leffler Function." From MathWorld -- A Wolfram Web Resource. http://mathworld.wolfram.com/Mittag-LefflerFunction.html W. Schneider, W. Wyss, J. Math. Phys. 30, 134 (1989)