ATUALIZAÇÃO EM PNEUMOLOGIA Pleura - InCor - FMUSP e FM Jundiaí

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
RADIOGRAFIA DE TÓRAX.
Advertisements

CURSO DE RADIOLOGIA TORÁCICA AULA 06:
Profa. Andréa Mendes Baffa
CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Doenças do Pericardio.
Transplante Hepático Sumara Barral.
Trombose Venosa Profunda
DERRAME PLEURAL CONCEITO FISIOPATOLOGIA CLASSIFICAÇÃO
PNEUMOTÓRAX CONCEITO ACÚMULO DE AR NO ESPAÇO PLEURAL.
Derrame Pleural Prof. Marcos Nascimento
Irrigação do coração Artéria coronária direita
Derrame pleural é a coleção de líquido
Módulo Cirurgia Cabeça e pescoço
Síndrome da veia cava superior
Trauma hepático.
DERRAMES PLEURAIS.
Curso de Patologia II Prof. Jarbas de Brito
Módulo Cirurgia Vascular
SEGMENTAÇÃO HEPÁTICA FERNANDA PEREZ FERNANDA PILOTTO LARISSA PENTEADO
Hemorragia Digestiva no Pós-Operatório
Cristiane Vieira da Cruz
Envolvimento Renal nas Doenças Neoplásicas
CONGRESSO BRASILEIRO DE CANCEROLOGIA 2009
Anatomia e fisiologia animais – circulação
Quando suspeitar de cardiopatia congênita no RN
INTRODUÇÃO À RAGIOLOGIA SIMPLES DO TÓRAX
Prof. Dr. Cyro T. da Silva Junior
VII Sessão Conjunta UERJ-UFRJ Abril
VI CONGRESSO SUL-BRASILEIRO DE CIRURGIA TORÁCICA 12 a 14 de abril de 2012 CAXIAS DO SUL - RS – BRASIL HOTEL INTERCITY PREMIUM Marcos Furian - Cruz Alta.
Sistema cardiocirculatório
FÍSTULAS TRAQUEOESOFÁGICAS E BRONCOPLEURAIS
TROMBOSE.
CIRCULAÇÃO DO SISTEMA GASTROINTESTINAL
Radiografia do Tórax I Dr. José Acúrcio Macedo.
Derrame parapneumônico: Abordagem conservadora ou cirúrgica?
Radiologia e diagnostico POR IMAGEM: Coração parte 2
Pleurodese. Quando e Como?
Relato de Caso IV Curso Nacional de Circulação Pulmonar SBPT-2013 Prof. Dr. Mário Terra Filho Disciplina de Pneumologia-FMUSP.
CARDIOPATIAS CONGÊNITAS CIANOGÊNICAS
Cardiopatias Congênitas
Punção e Biópsia de Pleura
Isquemia Intestinal Definição:
Hospital Regional da Asa Sul – HRAS Unidade de Neonatologia G. Casaccia, F. Crescenzi, S. Palamides, O. A. Catalano, P. Bagolan Pediatric Surgery Int 2006.
DERRAME PLEURAL Prof. Edson Garrido.
Atelectasia Derrame pleural Área focal com aumento de densidade
Faculdade de Medicina da PUCCAMP
Sistema Linfático Prof. Vanessa Bacelar.
Estrutura e Organização
Fisiopatologia do Pâncreas
Fisiologia – Sistema Circulatório
Caso Clínico 1 Diagnóstico Diferencial dos Derrames pleurais
DERRAMES PLEURAIS PARAPNEUMÔNICOS Maurícia Cammarota Unidade de Cirurgia Pediátrica do HRAS/SES/DF 18/4/2008.
Biologia volume único 3.ª edição Armênio Uzunian Ernesto Birner.
APRESENTAÇÃO DE CASO R3 HÉLIO A. R. Jr. ABRIL/2002.
DOENÇAS TORÁCICAS - ASPECTOS RADIOLÓGICOS
GERA 06/08/2015 Natalie L. Leal R4 ICESP.
Módulo II Procedimentos Realizados Indicações
Cardiopatias Congênitas
Narcizo A. Tonet Citologia Clínica
Alexandre Diniz Lacerda
Pseudocistos do pâncreas
1-INTRODUÇÃO Colelitíase transitória e lama biliar são manifestações não raras em pacientes internados em uso de ceftriaxone. A Ceftriaxona é uma Cefalosporina.
Prof Dr: Marcos Antonio Buzinaro Faculdade Atenas Paracatu / MG
AFECÇÕES CIRÚRGICAS DO PERICÁRDIO
Sessão Clínica – SOBED Hospital Madre Teresa - BH Juliana de Sá Moraes (E2) Luana Tose (E1) Orientador: Walton Albuquerque Preceptores: Roberto Motta,
Transcrição da apresentação:

ATUALIZAÇÃO EM PNEUMOLOGIA Pleura - InCor - FMUSP e FM Jundiaí X CURSO NACIONAL DE ATUALIZAÇÃO EM PNEUMOLOGIA 02 a 04 DE ABRIL DE 2009 SÃO PAULO Quilotórax Evaldo Marchi Pleura - InCor - FMUSP e FM Jundiaí São Paulo

INTRODUÇÃO Quilotórax  acúmulo de linfa no espaço pleural Incidência: Causa pouco freqüente de DP 0,25% a 0,5% em cirurgia torácica Quilo  aspecto leitoso (LP rico em gorduras) Mecanismo: obstrução de drenagem do quilo laceração do ducto torácico

ANATOMIA Origem  cisterna do quilo (L2 – L3) Drena linfáticos: intestino, fígado, pulmão, parede abdominal, MMII, pelve Tórax  Hiato aórtico entre a veia ázigos e aorta retro-esôfago cruza para a esquerda em T4 Entra no pescoço anteriormente  veias jugular interna e subclávia esq Vias colaterais  sistema complexo

COMPOSIÇÃO DO QUILO Quilo  estéril (ácidos graxos e lecitina) Proteínas: ½ plasma (absorvida por linfáticos) Predomina linfócitos  drenagem quilotórax depleta imunidade Após 14 dias de drenagem torácica  desnutrição e maior tendência à sepse Ann Thorac Surg 1997; 63(2):327

ETIOLOGIA Congênito Traumático Procedimentos diagnósticos Neoplasias Infecções Miscelânia

ETIOLOGIA Congênito Rara - homens > muheres (2:1) Mortalidade: 15 - 30% Má-formaçao linfática (cromossômicas, vasculares) Atresia do ducto torácico Fístula congênita ducto torácico – pleura Trauma no parto Linfangiectasia Linfangiomatose

Trauma Cervical Excisão de linfonodos Dissecção radical do pescoço Torácico Ligadura de canal arterial persistente (PCA) Correção de coarctação de aorta Esofagectomia Ressecção de aneurisma de aorta torácica Ressecção de tumor mediastinal Pneumectomia esquerda Cirurgias de artéria subclávia esquerda Simpatectomia Abdominal Dissecção radical de linfonodos

ETIOLOGIA Procedimentos Diagnósticos Arteriografia lombar Cateterização de veia subclávia Cateterização de câmaras cardíacas esq Neoplasias (50% das causas em adultos) Benignas Malignas: Linfoproliferativas (+ prevalente) Pulmonar Gástrica Esofago

ETIOLOGIA Infecções Miscelânia Linfadenite tuberculosa Mediastinite inespecífica Linfangite ascendente Filariose Miscelânia Trombose venosa profunda subclávia - jugulares Sd. da Unha Amarela Linfangioleiomiomatose (LAM) Sarcoidose – Amiloidose Sd. de Noonam – Sd. de Gohram Pancreatite – Cirrose hepática Espontânea

ETIOLOGIA Lesões Iatrogênicas Procedimentos cirúrgicos Estreito superior esq. tórax Procedimentos diagnósticos Arteriografia trans-lombar Cateterização venosa central (v. jugular ou subclávia esq.) Derrame Pleural. Roca, 2004

DIAGNÓSTICO Apresentação insidiosa Raro: Taquipnéia, taquicardia e hipotensão Trauma: latência 2 – 10 dias Toracocentese: líquido leitoso inodoro Triglicérides > 110 mg/dL  quilotórax Menos utilizados: quilomicrons Não traumáticos: procurar neoplasia (linfoma) Imagem: achados inespecíficos  TC Tórax auxilia

DIAGNÓSTICO Outros Exames Linfangiografia Ultrassonografia e RNM: achados pouco específicos Linfangiografia Local de lesão e más-formações linfáticas Permite embolização Disponibilidade limitada em nosso meio.

DIAGNÓSTICO Linfangiografia Eur J Cardiothorac Surg 2008; 33:435

Linfangiografia Eur J Cardiothorac Surg 2008; 33:435

Embolização – Ducto Torácico

Quilotórax recidivante 56 anos, masculino Linfoma não Hodgkin QT e RT há 13 anos Sem sinais de recidiva Quilotórax recidivante Linfangiografia Eur J Cardiothorac Surg 2007; 32:536

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Pseudoquilotórax Diferencial com Quilotórax Ocorre em pleuras espessadas - calcificadas Aspecto leitoso: complexos de lecitina-globulina (não linfa) Aparência quilosa Tuberculose ( 50%) e Artrite reumatóide Colesterol LP elevado ( > 200 mg/dL) Cristais de Colesterol (Sudam III negativo)

TRATAMENTO Clínico Conservador Em 25 - 50%  fechamento espontâneo da fístula Jejum + nutrição parenteral Dieta com triglicérides de cadeia média (via portal) Drenagem pleural: expansão pulmonar Somatostatina - Octreotídeo

TRATAMENTO Somatostatina Bloqueio de secreções gástrica, biliar, pancreática e intestinal  secreções digestivas   fluxo do ducto torácico Efeitos adversos: dor abdominal, diarréia, náuseas, hiperglicemia, colelitíase Dose : 1 - 4 µg/kg/min I.V. 5 - 40 µg/kg/dia S.C. 8 x 8 h

TRATAMENTO Octreotídeo Análogo da somatostatina  linfa – liga ao receptor de somatostatina  resistência arteriolar esplâncnica  fluxo sanguíneo gastrointestinal  secreção bíleo-pancreática 100 μg I.V. 8 x 8 h

TRATAMENTO Pleurodese Talco, tetraciclina ou nitrato de prata Associada ao tratamento clínico Radio - Quimioterapia Linfomas mediastinais e carcinomas Irradiação cadeia linfática mediastinal (2.000 rads)

TRATAMENTO CIRURGIA Após 2 a 3 semanas se falha no tratamento clínico Perda de linfa maior: 1.500 mL/dia em adultos 100 mL/dia em crianças Depleção nutricional iminente Encarceramento pulmonar  cirurgia

Derrame Pleural. Ed. Roca, 2004 CIRURGIA Ligadura direta ou em massa do ducto torácico Sutura da fístula do ducto torácico Pleurectomia e pleurodese Anastomose do ducto torácico à veia ázigos Uso de adesivos biológicos (cola de fibrina) Shunt pleuro-peritoneal Derrame Pleural. Ed. Roca, 2004

Tratamento conservador Derrame Pleural Ed. Roca, 2004 Quilotórax pós-operatório Tratamento conservador: Drenagem torácica por até 2 semanas Resolução > 200 mL/24h < 200 mL/24h Persistência do extravazamento CTVA Tratamento conservador por mais 1 semana Extravazamento não identificado Persistência do extravazamento Resolução Clipagem Extravazamento identificado Cola biológica Pleurodese Resolução Cirurgia aberta Persistência do extravazamento

REFERÊNCIAS Nair SK, Petko M, Hayward MP. Aetiology and management of chylothorax in adults. Eur J Cardio-thor Surg 32 (2007) 362-69. Light RW. Pleural Diseases. Williams & Wilkins. 2005. Pêgo-Fernandes PM, Neto DMM, Jatene FB. Quilotórax. In: Vargas FS, Teixeira LR, Marchi E. Derrame pleural. São Paulo: Roca; 2004. p.385-93. Merrigan BA, Winter DC, Sullivan GCO. Chylothorax. Br J Surg 1997; 84:15–20 Doerr CH, Miller D, Ryu JH. Chylothorax. Semin Respir Crit Care Med 2001; 22:617–626 Goldfarb JP. Chylous effusions secondary to pancreatitis: case report and review of the literature. Am J Gastroenterol 1984; 79:133–135 Kollef MH. Recalcitrant chylothorax and chylous ascites associated with hypothyroidism. Mil Med 1993; 158:63–64 Van Renterghem D, Hamers J, De Schryver A, et al. Chylothorax after mantle field irradiation for Hodgkin’s disease. Respiration 1985; 48:188–189 Fairfax AJ, McNabb WR, Spiro SG. Chylothorax: a review of 18 cases. Thorax 1986; 41:880–885 Heidecker JT, Huggins JT, Doelken P, et al. Is it a transudate or an exudate? Keough KMW, Acharya DA et al. A chylous mesenteric cyst and a study of its contents. Dig Dis Sci 1979; 24:797–800 Hillerdal G. Chylothorax and pseudochylothorax. Eur Respir J 1997; 10:1157–1162 Sassoon C, Light R. Chylothorax and pseudochylothorax. Clin Chest Med 1985; 6:163–71

REFERÊNCIAS Doerr CH, Allen MS, Nichols FC, et al. Etiology of chylothorax in 203 patients. Mayo Clin Proc 2005; 80:867–870 Shirai T, Amano J, Takabe K. Thoracoscopic diagnosis and treatment of chylothorax after pneumonectomy. Ann Thorac Surg. 1991; 52(2):306-7. Strausser JL, Flye MW. Management of nontraumatic chylothorax. Ann Thorac Surg. 1981; 31(6):520-6. Romero S, Martin C, Hernandez L, Verdu J, Trigo C, Perez-Mateo M, et al. Chylothorax in cirrhosis of the liver: analysis of its frequency and clinical characteristics. Chest. 1998; 114(1):154-9. Lang-Lazdunski L, Mouroux J, Pons F, Grosdidier G, Martinod E, Elkaim D, et al. Role of videothoracoscopy in chest trauma. Ann Thorac Surg. 1997; 63(2):327-33. Kelly RF, Shumway SJ. Conservative management of postoperative chylothorax using somatostatin. Ann Thorac Surg. 2000; 69(6):1944-5. Vassallo BC, Cavadas D, Beveraggi E, Sivori E. Treatment of postoperative chylothorax through laparoscopic thoracic duct ligation. Eur J Cardiothorac Surg. 2002; 21(3):556-7. Chamberlain M, Ratnatunga C. Late presentation of tension chylothorax following blunt chest trauma. Eur J Cardiothorac Surg. 2000; 18(3):357-9.