A ORDEM DAS AÇÕES PRÁTICAS

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Transcrição da apresentação:

A ORDEM DAS AÇÕES PRÁTICAS UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO DISCIPLINA ABSTRAÇÃO REFLEXIONANTE PROFESSOR FERNANDO BECKER Capítulo 10 A ORDEM DAS AÇÕES PRÁTICAS Gisele Alt de Oliveira Liseane Silveira Camargo 6 de maio de 2008

A ordem direta Abstração da ordem: - Análise das seqüências numéricas ou espaciais. - Análise na descrição das ações de inteligência.

Experimentos 1) Fazer com que a boneca alcance um pote em um armário tendo que empilhar móveis para alcançá-lo (do mais largo ao mais estreito). 2) Fazer com a boneca consiga pegar um cesto do outro lado de um açude, utilizando uma vara de pescar para isso (a vara precisa ser montada através de pedaços que vão do maior ao menor).

Condutas investigadas Sujeito descreve as tarefas de acordo com as ações solicitadas pelo pesquisador.Observa-se: Há conservação da ordem de sucessão dos objetos? Retém na memória, comparando as situações solicitadas? É capaz de fazer generalização?

Estágios Nível IA: Faz o empilhamento na ordem do mais largo ao mais estreito. Descreve a sucessão das ações mas não encontra algo em comum entre os experimentos. A ARF está em atraso à AR. Há um começo de AR porque ultrapassa AE, já que envolve uma ordem temporal. O que falta a AR é avançar no que diz respeito à diferença entre “forma” e “conteúdo”.

Estágios Nível IB: Apresentam argumentos pertinentes em favor da forma mas negam a semelhança entre os experimentos. A ARF comporta um esforço reflexivo de retração e aí os sujeitos deste nível intermediário recaem nos conteúdos.

Estágios Nível II: Duas novidades são atingidas: 1) a ARF dissocia forma comum e conteúdo variáveis entre as duas leis e 2) nas questões de generalização os sujeitos constroem séries análogas.

Etapas da Abstração Reflexionante Traduz a ação bem sucedida, depreendendo condições objetivas – posições e grandezas; Indica os caracteres comuns às duas leis da série, embora sem crer numa forma; Adquire a “forma” e consegue fazer a generalização.

A ordem direta e inversa Para a ação direta é necessária uma ação inversa. Experimentos: Vestir e despir a boneca. Construir e desfazer a torre (observando a ordem da desconstrução).

Estágios Nível IA: Ordenam em seqüência as ações, mas não há uma forma de comparação nem generalização. (P.170-171). Os sujeitos descrevem bem o que vêem (torre e roupas), explicando: Faz-se uma coisa para desfazê-la; Faz-se numa ordem serial; A ordem é imposta por exigência dos fatos. Nível IB: Reações análogas às encontradas no experimento precedente: Percebe as semelhanças dos objetos sobre as ações, em parte. Não dissocia forma comum do conteúdo variável. (p.172)

Estágios Nível IIA: Admite uma semelhança entre as duas ações, sentido direto e inverso. Correspondência termo a termo. Justificam corretamente a semelhança pela dupla direto-inverso, realizando correspondências (roupas e torre). (p.173-174) os sujeitos: a) Retiram do que precede a idéia de uma forma comum às ações ou operações, aquilo que não viam nos níveis anteriores. b) Aplicam (generalização) esta forma comum aos objetos, podendo contê-las ou não implicá-los. Exs. DAN e TOP (móveis), DIS (pesos) etc.

Estágios Nível IIB e Estágio III: Maior penetração de palavras ao diferenciar tipos de ordem e ao integrá-los numa forma comum da ordem em geral. “Operações sobre operações” – característica das operações formais. Ex. (FRA e ISA) (p.176-177)

Conclusões: A fonte das novidades, a equilibração e as relações entre a compreensão e a extensão das estruturas “O equilíbrio cognitivo não é um estado de inatividade, mas de constantes trocas e, se há equilíbrio, é porque estas preservam a conservação do sistema” (p.282). São condições para a equilibração: - Acomodação dos esquemas que conduz a uma diferenciação progressiva que enriquece e conserva o estado anterior. - Assimilação recíproca dos esquemas em subsistemas e destes entre si, enriquecendo-se mutuamente. - Integração de subsistemas em totalidades caracterizadas por leis de composição, à medida que suas propriedades diferenciadas podem ser reconstruídas a partir do sistema global. Ver características dos desequilíbrios, p.283.

Conclusões: A fonte das novidades, a equilibração e as relações entre a compreensão e a extensão das estruturas “Cada novidade endógena consiste na realização de possibilidades abertas pelas construções do nível precedente” (p.283). “Todo o segredo dessas novidades deve, então, ser procurado no equilíbrio das diferenciações e das integrações. [...] Daí o princípio comum da formação das novidades: a abstração reflexionante conduz a generalizações, por isso mesmo construtivas, e não simplesmente indutivas ou extensivas como a abstração empírica” (p. 284).