Paula Roberta Ferreira F2 setor retina ISCMSP

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Jarbas de Brito Patologia II
Advertisements

CEFALOSPORINAS 3a e 4a GERAÇÃO
II Curso de Antimicrobianos do Hospital Regional da Asa Sul
Retinopatia diabética e hipertensiva
Osteomielite Aguda, Osteomielite Crônica e Pioartrite
Infecções da Corrente Sanguínea
TESTE DE SUSCEPTIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS (TSA) OU ANTIBIOGRAMA
Paralisia de Bell Carlos Augusto Mauro Luís Gustavo da Silva Batalini.
MENINGITES NA INFÂNCIA
Uso Racional de Antimicrobianos
MICROBIOTA DA ORELHA DE CÃES SEM OTITE DA REGIÃO DE CURITIBA/PR Lucas Lubasinski Daniel IC Voluntária Prof. Luiz Felipe Caron; Isabela Dall’Agnol Canto.
Conteúdo da Avaliação III
PNEUMONIA NOSOCOMIAL: DIAGNÓSTICO, MANEJO E PROFILAXIA
Escolha Antibiótica na UTI
Surg Clin N Am 85 (2005) 1137–1152 Janaína Oliva Oishi 02/08/2006.
ASMA DE DIFÍCIL CONTROLE
Tratamento e Cuidado com Queimados
PNEUMONIAS CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLOGIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Natália Silva Bastos Ribas R1 pediatria/HRAS
Sulfadiazina de Prata 1%
Choque tóxico: relato e caso
Cap Andréa Gomes Hospital Geral de Brasília Serviço de Oftalmologia
CERATOCONJUTIVITE SECA KERATOCONJUNCTIVITIS SICCA
Pneumonia em institucionalizados
Envolvidos em Meningites
QUEIMADURAS OCULARES Dra. Rosangela Rosa da Rosa UCPEL - Oftalmologia.
DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS (DTA)
OTITE MÉDIA AGUDA Prof. Dr. Sergio Albertino otoneurologia.uerj.br.
FARINGITE/AMIGDALITE
MENINGITES NA INFÂNCIA
Candidíase (=candidose, monilíase)
Casos Clínicos Antibióticos
Meningite.
DOENÇAS INFECCIOSAS DO CORAÇÃO
GLOMERULONEFRITE PÓS INFECCIOSA
Artrite Infecciosa Luiz Henrique Sarmanho - R3 Ortopedia/HRT
INFECÇÕE S FÚNGICAS Renata Diniz de Souza – Cirurgia Dentista CRO Mestranda em Clínica Odontológica – Área de Concentração : Diagnóstico.
APESP- A223 Mogi Mirim Seminário de lâminas - Patologia ocular
Infecção urinária febril Maurícia Cammarota
QUEIMADURAS OCULARES Dr. Leonardo Paulino
DOENÇAS INFECCIOSAS DE CÃES
Departamento de Oftalmologia
CENTRO BRASILEIRO DA VISÃO HOSPITAL DE BASE DO DISTRITO FEDERAL
Osteomielite e Artrite séptica
Identificação de Cocos Gram-positivos
Piodermites (Impetigo)
NEUTROPENIA FEBRIL Brasília, 14/6/2011
Osteomielite Diagnóstico e Encaminhamento.
Hemocultura Sangue colhido por venipunção podendo ser introduzido em um ou mais frascos com meio de cultura especial 1 venipunção = 1 HEMOCULTURA Meio.
Infecções da Corrente Sanguínea
OFTALMOLOGIA CASO CLÍNICO 6.
Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL
DISCIPLINA DE PEDIATRIA II
Enterococcus faecalis
Enterocolite Necrosante
Endocardite infecciosa
Pediatria e Oftalmologia Hospital Regional da Asa Sul
INFECÇÃO HOSPITALAR.
DOENÇAS INFECCIOSAS DE CÃES Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria.
Diarreia em crianças FUPAC – Araguari Curso de medicina.
Rinossinusites Crônicas
Infecções Bacterianas da Pele
Testes de sensibilidade aos antimicrobianos
RINOSSINUSITE FÚNGICA
RINOSSINUSITE AGUDA Camila Brandão Camila Sampaio Crislaine Siston.
RINOSSINUSITES Dra. Adriana De Carli
URGÊNCIAS EM OFTALMOLOGIA
Transcrição da apresentação:

Paula Roberta Ferreira F2 setor retina ISCMSP Endoftalmite Paula Roberta Ferreira F2 setor retina ISCMSP

Conceito A endoftalmite infecciosa ocorre quando alguma estrutura intra-ocular é colonizada por microrganismo replicante, causando resposta inflamatória que pode, em casos graves, atingir todos os tecidos oculares. A maioria das endoftalmites é de origem bacteriana, mas fungos, vírus e parasitas também podem causar infecção.

Endoftalmites 2/3 após cirurgias. Incidência após cg de catarata 0,05%-0,16% 25% casos após trauma. Exógena: porta de entrada (trauma ou cg) Endógena: outro foco infeccioso do próprio corpo.

Etiologia Pós-cirúrgica: 70% Aguda: menos de 6 semanas após cirurgia: 94% bacterias gram + ( Staphylococcus coagulase negativo - 70%, Staphylococcus aureus - 10%, Streptococcus - 11% ) 6% bactérias gram negativas. Crônica: mais de 6 semanas após a cirurgia: Propionibacterium acnes, Staphylococcus coagulase negativo e fungos Associada a cg filtrante (trabeculectomia-meses/anos): Streptococcus (47%), Staphylococcus coagulase negativo (22%) e Haemophilus influenzae (16%)

Etiologia 2. Pós- trauma: 20% 3. Endógena: 8% Bacillus cereus (24%), Staphylococcus (39%) e bactérias gram negativas (7%)   3. Endógena: 8% Rara, geralmente causada por fungos (Candida); pode ser causada por Staphylococcus aureus e bactérias gram negativas em pacientes debilitados com septicemia.

Quadro clínico Principais sintomas da endoftalmite aguda são: dor intensa, baixa da acuidade visual, hiperemia, edema palpebral, córnea com edema de vários graus, células e flare intensos em CA, podendo apresentar hipópio e hifema. Membrana inflamatória pupilar, o vítreo com vários graus de opacidade devido a reação inflamatória. O exame de ultrassonografia pode ajudar no diagnóstico.

Quadro clínico Endoftalmite crônica ou endógena Uveíte crônica não granulomatosa, indolente P. acnes pode induzir placas esbranquiçadas no saco capsular Endoftalmite c/ bolhas filtrantes Semelhante a endoftalmite ag, presença de bolha purulenta

Tratamento Curso agudo e fulminante Tratamento – atb empiricamente Intra- vítrea Endovenoso e subconjuntival (barreira hemato-retiniana) VVPP

Endophthalmitis Vitrectomy Study - EVS Obj: avaliar o papel VVPP e atb endovenosos Participantes: pctes com sinais e sintomas de endoftalmite aguda após cg de catarata ou implante de LIO. Randomização: ATB sistêmicos ou não. VVPP imediata ou Injeção IV ATB Resultados coletados: AV e transparência de meios

Endophthalmitis Vitrectomy Study - EVS Não houve diferença AV final ou transparência de meios ATB venosos (amicacina/ceftazidime) Não houve diferença entre VVPP x Injeção IV ATB : pctes AV melhor que percepção luminosa Pctes PL melhor a VVPP

Endoftalmite aguda após cg Se a AV for > PL: colher vítreo para cultura + injeção intravítrea de Vancomicina(2.25mg/0.1ml) + Ceftazidime (1mg/0.1ml) Se a AV for igual a PL: vitrectomia via pars plana + injeção intravítrea de ATB Antibióticos tópicos fortificados 1/1 hora Corticóide tópico (acetato de prednisolona 1%) 2/2 horas Atropina 1% 8/8 horas Antibiótico endovenoso não é utilizado de rotina. Considerar o uso de quinolonas de terceira e quarta geração (gatifloxacina endovenosa ou moxifloxacina 400mg via oral).

Endoftalmite aguda após 5 dias de cg catarata Endoftalmite aguda após 5 dias de cg catarata. Realizado Inj IV ATB – 20/30

Endoftalmite crônica após cg Colher material para cultura (2 semanas) Inj IV ATB e saco capsular VVPP + Injeção IV ATB (remoção seletiva de placa esbranquiçada) VVPP + explante de LIO + retirada de saco capsular + Inj IV ATB.

Endoftalmite após trauma, cg filtrante, endógena Considerar uso de anfotericina B 0.005mg/0.1ml (IV) Semelhante endoftalmite aguda, VVPP mais precoce Blebite (ATB topicos e /ou subconjuntivais) Pior prognóstico. Corticóide IV???

Endoftalmite associada a bolha c 2 anos de cg – VVPP + inj ATB IV

Seguimento 1. Avaliar o paciente a cada 12 horas 2. Melhora da dor. 3. Considerar corticóide oral associado a um protetor gástrico 4. Após 48 horas o paciente deve mostrar sinais de melhora clínica(melhora da dor, diminuição da inflamação, diminuição do hipópio). Considerar nova injeção de antibiótico se não houver melhora (baseado no antibiograma) e se AV for de no mínimo movimentos de mãos. Entretanto, se houver piora do quadro ou AV for de percepção luminosa, realizar vitrectomia.

Prognóstico Depende do microrganismo isolado. Pacientes que atingiram 20/100 ou melhor: Micrococo coagulase negativo 84% Gram negativo 14% Staphylococos aureus 50% Strepcocos 30% Enterococo 14% Pseudomonas ou Bacillus sem relato de preservação visual

Prognóstico EVS 53% preservaram visão de 20/40 ou melhor 15% mantiveram a visão 20/200 ou pior 5% ficaram com percepção luminosa