Construindo um plano de mobilização de recursos

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Estratégia de Desenvolvimento Integrado
Advertisements

O PROCESSO INSTITUCIONAL DE AVALIAÇÃO DO PLANO PLURIANUAL
Captação de Recursos e Marketing Social
PARCERIAS: COM QUEM FAZEMOS?
Captação de Recursos Para Projetos Sociais.
Histórico A Natura Cosméticos foi fundada em 1969, por Antonio Seabra e Jean Pierre, com capital de $9.000,00 e um punhado de formulações de cosméticos.
São Paulo, 08 de fevereiro de 2006.
Membros: Maria José Soares Mendes Giannini (FCF/Ar)
UMA ECONOMIA EMANCIPATÓRIA NA PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Conhecendo o meu negócio para criar uma estratégia de Marketing
Governança Corporativa e Responsabilidade Social
Sistemas de Accountability
Nome do Município 00/00/0000 Grupo Votorantim Operações em cerca de 300 municípios brasileiros. Compromisso de contribuir com o desenvolvimento do Brasil.
Empresa Privada – Grandes empresas
O Processo do Planejamento Estratégico Módulo 3
Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização
Auditoria no Terceiro Setor
Projeto Contabilista Solidário
PROJETO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA ARQUITETURA BRASILEIRA
Programas de Incentivo e de Fomento à Inovação às Empresas
Administração Financeira ANÁLISE FUNDAMENTALISTA Aula 10 Prof. Reinaldo Coelho.
2ª Oficina temática Gestão: como fazemos?
dos serviços/processos
A gestão dos recursos, das pessoas, dos serviços e processos
Movimento Brasil Competitivo
Ser referência mundial na promoção da qualidade e gestão para a competitividade da sua região
Plano de Negócio Elber Sales.
Sistema de Informação Pós graduação em gestão de RH
Contador Waldir Ladeira Conselheiro do CRCRJ
1ª Jornada Internacional da Gestão Pública “O caso MDIC”
PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS COMPLEXO PEQUENO PRÍNCIPE
I Seminário de Linhas de Fomento 2009 Rio de Janeiro – 24 de novembro de 2009 FINEP Agência Brasileira da Inovação Ministério da Ciência e Tecnologia.
Soluções CVU para o 3º setor: Planejamento Estratégico
A CONFERÊNCIA DA REFORMA URBANA
O Livro e a Leitura nos Planos Estaduais e Municipais. Apresentação:
“FERRAMENTAS DE APOIO AO EXPORTADOR E CULTURA EXPORTADORA”
ASPECTOS JURÍDICOS RELEVANTES DAS OSCIPS E ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
MINISTRO GUIDO MANTEGA
Talentos para Inovação
Curriculum de Engenharia Metalúrgica para os Tempos Atuais
PROJETOS SOCIAIS IMPORTÂNCIA PARA A SUSTENTABILIDADE
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIOR DEPARTAMENTO DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DO COMÉRCIO.
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIOR FERRAMENTAS DE APOIO AO EXPORTADOR E CULTURA EXPORTADORA ENCOMEX.
Destinação de Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Conheça o Programa Por meio do Programa, Integrantes e Parceiros da Organização apoiam projetos certificados.
Empreendedorismo e Startups
1/40 COMANDO DA 11ª REGIÃO MILITAR PALESTRA AOS MILITARES DA RESERVA, REFORMADOS E PENSIONISTAS - Mar 06 -
Políticas Públicas para APLs de Base Mineral
Rotary International Distrito 4750 Governador Marcos Oliveira Rosa
Gestão de Recursos Humanos Socialmente Responsável
GOVERNANÇA E GESTÃO DE TI NA PMMA
Responsabilidade Social
CONSELHOS GESTORES E SAÚDE: empoderamento e impacto na gestão pública Águeda Wendhausen Maria Elisabeth Kleba.
Marco Lógico Um método para elaboração e gestão de projetos sociais Luis Stephanou abril de 2004 (refeito em agosto de 2004)
1 24/11/2009 BNDES O Setor de Software Brasileiro e o Apoio do BNDES Mauricio Neves Departamento de Indústria Eletrônica Área Industrial Banco Nacional.
É gerar valor compartilhado para colaboradores, clientes, acionistas e sociedade garantindo a perenidade do negócio Performance Sustentável Visão do banco.
A cidadania e a responsabilidade social e ambiental.
ABORDAGEM SISTÊMICA SOBRE CAPTAÇÃO DE RECURSOS FEDERAIS E GESTÃO DE CONVÊNIOS Manaus/AM 2013.
Planejamento e Responsabilidade Social
Projetos Comunitários Lilian Kelian
Principais atitudes e comportamentos dos bons profissionais
Uma Escola do Tamanho do Brasil
VISÃO ESTRATÉGICA NO GERENCIAMENTO DE PESSOAS
Porto Alegre, 05 de junho de 2012 Acompanhamento de políticas públicas para melhoria de desempenho e de resultados IX SERGOP Seminário Rio-Grandense sobre.
Empreendedorismo “Imprendere”
Prof. Dr. Luiz Renato Ignarra.  As entidades do terceiro setor precisam de recursos para ser efetivas quanto para ser sustentáveis.  A existência ou.
Uma estratégia para empresas e governos atuarem juntos por cidades mais justas e sustentáveis Fórum Empresarial de Apoio às Cidades Sustentáveis.
Missão: Ampliar a cultura de doação no Brasil 2 ações: Dia de doar e Certificado PGT.
Captação de Recursos Para Projetos Sociais Profa. Dra. Miryam Schuckar Abril de 2005 Universidade do Sagrado Coração/Bauru.
O BNDES Macapá - AP 04 de dezembro de Quem somos Fundado em 20 de Junho de 1952 Empresa pública de propriedade integral da União Instrumento chave.
Sistemas de Informações Sistemas Informações Empresariais 3. SIG Contábil e Financeiro Márcio Aurélio Ribeiro Moreira
Transcrição da apresentação:

Construindo um plano de mobilização de recursos Carolina Andion

CAMINHO DA AULA Entendendo o investidor social Da captação à mobilização de recursos O Plano de desenvolvimento - Quais são nossas necessidades - Quais são nossos objetivos - Quais as melhores estratégias e fontes - O que cuidar na mobilização - Como promover a fidelização dos investidores

ENTENDENDO O INVESTIDOR SOCIAL: INDIVÍDUO Survey com 1.200 entrevistados promovida por Landim e Scalon (2000) 50% dos brasileiros fazem doação em dinheiro ou em bens para instituições e 30% para pessoas, ou seja, 80% fazem algum tipo de doação; O volume médio de doação é de R$ 158,00 reais por ano e a grande maioria das doações é pequena (apenas 4% das doações são acima de R$ 500,00/ano); A maioria das pessoas investe em instituições religiosas (50,6%) e de assistência social (46,6%); 55% dos doadores são mulheres; Quanto maior a idade, a renda e a escolaridade, maior a probabilidade de doar dinheiro para as instituições; 22,6% das pessoas doam algum tempo para ações sociais voltadas para pessoas ou instituições; A média de horas de trabalho voluntário é de 6 horas mensais e a maioria dos voluntários atua na melhoria da infra-estrutura das instituições e em atividades operacionais; Mais de 70% atuam em instituições religiosas e de assistência.

ENTENDENDO O INVESTIDOR SOCIAL: INDIVÍDUO Pesquisa IDES (2008) 957 pessoas maiores de 18 anos no interior de SP 74% se declaram doadores e 24% voluntárias 56% são mulheres, 40% classe A e B, 20%, 56% mais de 35 anos e 77% mais de 10 anos que reside na cidade 52% doam para a Igreja, 43% dinheiro para organizações, 37% bens para organizações e 35% bens produtos e dinheiro para pessoas necessitadas Valor anual médio de investimento R$ 119 a 336 e média de 10 horas mensais de voluntariado Motivações dos doadores: - o devoto - o comunitário - o retribuidor - o herdeiro - a socialite - o altruísta - o investidor

ENTENDENDO O INVESTIDOR SOCIAL: EMPRESA Pesquisa IPEA (2001) 47 empresas com mais de 500 empregados 2/3 das empresas pesquisadas realizam algum tipo de atividade social não obrigatória (maioria a partir de 1990); O envolvimento é iniciativa dos principais executivos que já têm um envolvimento na comunidade; O que move a maioria dos dirigentes a operar no campo social é a vontade de contribuir para a solução dos problemas sociais do país; Incentivos fiscais influenciam pouco na decisão de doar; Apenas 56% incentivam seus empregados a participarem das ações sociais promovidas pelas empresas; Em 61% dos casos as ações sociais não são formalizadas ou estão desconectadas da missão da empresa; Apenas 44% das empresas possuem um plano definido para a sua atuação na comunidade. 56% têm previsão orçamentária para o seu investimento na comunidade e menos de 10% vinculam esse investimento a sua receita; 50% das empresas não fazem nenhum tipo de avaliação do seu investimento.

Fatores que tem nenhuma, pouca ou moderada influência na decisão: ENTENDENDO O INVESTIDOR SOCIAL: EMPRESA Pesquisa relizada por Pereira (2001) com 236 entrevistados de nível universitário que ocupam cargos de chefia, de gerência ou de diretoria. Mais da metade tem faixa de renda superior a R$ 4.500,00. Fatores que tem nenhuma, pouca ou moderada influência na decisão: Receber uma homenagem pública pela doação 99,6% Se a doação tiver repercussão positiva sobre a minha carreira 95,7% Receber retorno sobre a doação 95,2% Receber algum tipo de reconhecimento 91,7% Possibilidade de descontar no IR a parcela doada 64,8%

ENTENDENDO O INVESTIDOR SOCIAL: EMPRESA Quanto à apresentação da causa Contato direto com a causa 63,6% Vivenciar de perto o problema social 58% Quanto ao tipo de instituição, sua atuação e dirigentes Conhecer a missão e os objetivos da instituição 90,9% Conhecer o trabalho desenvolvido pela instituição 88,3% Quanto à aplicação de recursos Receber informações sobre as realizações da instituição frente aos objetivos que se propõem (78,4%) Publicações da instituição demonstrando a aplicação de seus recursos (72,5%)

DA CAPTAÇÃO À MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS (ARMANI, 2008) Mobilização como eixo estratégico – processo de mudança Mobilizar a base de apoio político – tornar o projeto atraente e cativante (comunicação) Necessidade de preparação

O PLANO DE MOBILIZAÇÃO: ETAPAS Arrumação da casa (Entendendo as nossas necessidades) Planejamento Estabelecendo objetivos e estratégias Fidelização Mantendo os investidores Cultivo de investidores Realizando a mobilização

ARRUMANDO A CASA O planejamento da organização é bem estruturado? A organização conhece suas necessidades? A organização possui um planejamento e gestão financeiros efetivos? - Controle financeiro (DRE, balanço e fluxo de caixa, demonstrativo de origem e aplicação dos recursos DOAR) - Auditorias independentes - Documentação em dia

ARRUMANDO A CASA - necessidades Analise o orçamento, o que está garantido pelas contrapartidas ? O que deve ser mobilizado? - Despesas administrativas (aluguel, luz, telefone, água, contador, pagamento do supervisor e dos técnicos, manutenção, materiais de escritório, entre outros) - Custos das atividades (todos os custos envolvidos na atividades pagamento de pessoal, materiais, transporte, locação de espaço, etc) - Investimentos (ativos, reformas, construções, etc) - Outros

PLANEJAMENTO - OBJETIVOS/RESPONSÁVEIS Com base nas necessidades, deve-se estabelecer qual os objetivos da mobilização: Valores a serem mobilizados Materiais e apoios a serem mobilizados Prazos de mobilização Responsáveis

“NUNCA PENSE QUE VOCÊ PRECISA SE DESCULPAR POR PEDIR A ALGUÉM QUE DOE PARA UMA CAUSA DE VALOR, É COMO SE VOCÊ ESTIVESSE DANDO A ELE A OPORTUNIDADE DE PARTICIPAR DE UM INVESTIMENTO DE ALTO NÍVEL. O DEVER DELE EM DAR É IGUAL AO SEU EM PEDIR” ROCKFELLER

PLANEJAMENTO: FONTES E ESTRATÉGIAS É fundamental conhecer o perfil dos investidores e suas particularidades, antes de iniciar o esforço de mobilização - Identificar o investidor (fonte) e adequar ao objetivo - Determinar as estratégias

PLANEJAMENTO: FONTES E ESTRATÉGIAS As principais fontes de mobilização de recursos são: Indivíduos Empresas Organizações Multilateriais e Não Governamentais Governo Geração de recursos próprios Comunidade Os recursos disponíveis podem ser: Não reembolsáveis Reembolsáveis Incentivos fiscais

PLANEJAMENTO: FONTES E ESTRATÉGIAS INDIVÍDUOS

PLANEJAMENTO: FONTES E ESTRATÉGIAS A IMPORTÂNCIA DAS PESSOAS RECURSOS 20% - 1 DOADOR 20% - 2 DOADORES 20% - 5 DOADORES 20% - 10 DOADORES 20% - 500 DOADORES   LEGITIMIDADE

PLANEJAMENTO: FONTES E ESTRATÉGIAS EMPRESAS Alguns sites de investidores empresariais: www.gife.org.br (Grupo de Fundações Institutos e Empresas) www.ethos.org.br (Instituto Ethos de Responsabilidade Social) Indice de doadores da America Latina (AVINA) www.indicedoadores.org/

PLANEJAMENTO: FONTES E ESTRATÉGIAS ORGANISMOS MULTILATERIAS Alguns sites de organismos multilateriais de financiamento: www.worldbank.org Banco Mundial www.iadb.org/exr/country/eng/brazil/ BID www.caf.com Corporação Andina de Projetos www.acdi-cida.gc.ca/index.htm Agência Canadense de Apoio ao Desenvolvimento (CIDA) Exemplos de ONGs transnacionais que atuam no Brasil: OXFAM;CARE; Save the Children; Visão Mundial; Avina; CARITAS; Church Developement Service (eed@eed.de)

PLANEJAMENTO: FONTES E ESTRATÉGIAS GOVERNOS Alguns sites de organismos governamentais financiamento: www.convenios.gov.br/ Portal de Convênios do Governo Federal www.mdic.gov.br Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil www.planejamento.gov.br Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão do Brasil www.bb.com.br Banco do Brasil www.bndes.gov.br BNDES www.finep.gov.br Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) www.cultura.gov.br Ministério da Cultura www.cidades.gov.br Ministério das Cidades www.saude.gov.br Ministério da Saúde www.mma.gov.br/port/fnma/ Fundo Nacional de Meio Ambiente Fundos Setorias Embaixadas Internacionais

PLANEJAMENTO: FONTES E ESTRATÉGIAS GERAÇÃO DE RECURSOS PRÓPRIOS

PLANEJAMENTO: FONTES E ESTRATÉGIAS OS ATIVOS DA COMUNIDADE

CULTIVO DE INVESTIDORES: MOBILIZAÇÃO Agendamento Preparação, leituras e seleção das pessoas Bons projetos e boa comunicação Brilho nos olhos Seja sucinto SOLICITE! Escute bastante Carta na manga Encaminhamentos

CULTIVO DE INVESTIDORES: MOBILIZAÇÃO E A RESPOSTA É... NÃO... MESMO ASSIM, CULTIVE A RELAÇÃO ENVIE INFORMATIVOS E CONVITES “ RELACIONAMENTOS SÃO AS REAIS FONTES DE RIQUEZA. ISSO É SÓ O COMEÇO. VOCÊ NEM PEGOU NA MÃO ... DEVAGAR NA CONQUISTA”

CULTIVO DE INVESTIDORES: MOBILIZAÇÃO E A RESPOSTA É... SIM! Comemore! Agradeça! CULTIVE O RELACIONAMENTO: CONTRATUALIZE ENVIE RELATÓRIOS E INFORMATIVOS. DIVULGUE! FIDELIZAÇÃO GERA BOCA A BOCA, GARANTIA, RECONHECIMENTO SURPREENDA!

FIDELIZAÇÃO E PÓS-MOBILIZAÇÃO Monitoramento e avaliação Números, dados Meta de captação alcançada? Repensar atitudes em contatos Contabilidade e Auditoria Aprendizado para nova campanha Atualização da base de dados Rede de relacionamento

A ÉTICA NA MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS Cumprir a legislação Trabalhar em troca de remuneração pré-estipulada, não aceitando comissionamento Respeitar o sigilo das informações sobre doadores Controlar o uso dos recursos, de forma transparente (auditorias) e divulgar as informações Manter os doadores informados sobre as implicações fiscais de seus donativos Não aceitar qualquer doação