PSICOTERAPIA de curta duração

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Transcrição da apresentação:

PSICOTERAPIA de curta duração Uma alternativa para um modelo de saúde

“Um tratamento no qual a extensão, freqüência e duração são determinados pelo mínimo necessário para se atingir a melhor condição possível para um paciente” Garner

PSICOTERAPIA DE CURTA DURAÇÃO  tempo  foco

FOCO Estrutura integrada pelos diversos fatores que se constituem na gênese do que foi escolhido como tema central do tratamento. Uma hipótese ou conjunto de hipóteses, em torno do qual a tarefa do terapeuta é concentrada.

Tipos de Foco Clássico Parcial Múltiplo

SINTOMA = ajustamento criativo. L i nguagem compreendida a ser para que se torne fenomenoló-gicamente visível e intencionali- zada

O Foco será o “para que” que revelará, a cada momento, a intencionalidade na relação. Como uma dança entre figura e fundo, onde cada um revela a existência do outro, O foco revela o objetivo, e o objetivo revela o foco

Como determinar esse mínimo necessário se o processo psicoterápico é construido a cada momento? Como posso prever a priori o tempo que o meu cliente necessitaria para fechar suas gestalten inacabadas? Quem delimitaria o foco de trabalho e como faze-lo?

Trabalhamos com uma visão de tempo existencial, o tempo da experiência imediata vivida pelo cliente e seu psicoterapeuta, onde a awareness e o proceso de mudança têm como pano de fundo o suporte interno do cliente.

PSICOTERAPIA DE CURTA DURAÇÃO MODELOS Psicoterapia focal  foco  tempo

Modelo = trabalho focalizado O foco não funcionaria como um a priori, infringindo um dos princípios do método fenomenológico?

“... é melhor formular a meta em termos de uma área particular que necessita ser trabalhada. Para isto é muito natural o uso metafórico do verbo “focalizar”; ... Essa área assim fica conhecida pelo nome metafórico, o ‘foco’da terapia.” (Malan, 1976) Foco delimitado junto com o cliente Duração como consequência do ritmo do cliente no processo

“O tempo da vivência humana é o tempo da relação “O tempo da vivência humana é o tempo da relação. Diz respeito à duração específica estabelecida entre um homem e seu objeto. O tempo da relação não é meramente linear, mas concernente à vivência, a intensidade do envolvimento dos seres humanos” (Karwowski, 2005)

Foco = delimitado com o cliente Campo delimitado ao fundo de onde as figuras vão emergindo no processo terapêutico Discurso do cliente não é circunscrito ao foco Terapeuta = equalização + foco como fundo.

O momento em que arriscamos abrir mão de qualquer conhecimento, técnica ou experiência anterior e entrar de mãos vazias, vestidos apenas com a nossa humanidade, que quase por milagre toca a humanidade do Outro... Jean Clark Juliano

PSICOTERAPIA DE CURTA DURAÇÃO MODELOS Psicoterapia breve  tempo  foco

O “...termo Breve, que indica um fator específico nessa modalidade de psicoterapia, trata-se eftivamente da limitação do tempo de duração do tratamento determinado desde o início do trabalho”(Ferreira, 1999) Tempo é trazido pelo cliente como parte de sua realidade existencial Foco = queixa + psicodinâmica + tempo disponível

PSICOTERAPIA DE CURTA DURAÇÃO MODELOS Psicoterapia breve tempo  foco Psicoterapia focal foco  tempo Ação terapêutica mini intervenções

Ação Terapêutica Intervenção voltada para a promoção de mudanças.   O trabalho terapêutico gira em torno da situação emergencial trazida pela clientela.

OBJETIVOS Dissolução do sintoma Restauração do equilíbrio que o cliente apresentava anterior ã situação de crise

Meta da terapia O cliente alcançar um nível de integração suficiente que lhe permita levar adiante o próprio processo de desenvolvimento

Atividade do terapeuta CARACTERÍSTICAS  Delimitação de Tempo Foco Atividade do terapeuta

ETAPAS DO PROCESSO Compreensão diagnóstica

Entrevistas iniciais 6 1. Etapa Diagnóstica 1.1 Diagnóstico Clínico Inicial 1.2 Diagnóstico de como este cliente está/ funciona. a) nível de motivação / resistência / introspecção / elaboração b) padrões de contato / evitação c ) reação à facilitação de awareness d) pontos fóbicos e) linguagem e recursos expressivos 1.3 Diagnóstico das Condições de Vida a) situação geográfica b) nível econômico c) disponibilidade de tempo e circunstancial

Entrevistas iniciais 7 2. Devolução das Hipóteses Psicodinâmicas * relação da queixa com o foco * complementação e correção de dados * concordância por parte do terapeuta e cliente em relação ao foco 3. Confronto de Expectativas * expectativas do cliente / o que ele entende por terapia * explicitação da proposta de trabalho / recursos da terapia e auxiliares * explicitação da responsabilidade do cliente no processo 4. Contrato * horário e frequência das sessões / atrasos e faltas / pagamento / * reafirmação do foco / duração média da terapia

ETAPAS DO PROCESSO Compreensão diagnóstica Planejamento terapêutico

Como trabalhar com um modelo que traz a exigência de um planejamento terapêutico?

ETAPAS DO PROCESSO Compreensão diagnóstica Hipótese processual

HIPÓTESE PROCESSUAL Condições espaciais e temporais Formulação psicodinâmica Foco terapêutico clássico parcial múltiplo Conflitos abordados deixados de lado História do cliente forças impulsivas forças restritivas

HIPÓTESE PROCESSUAL 5. Hipótese sequencial (possíveis rumos) 6. Atitude terapêutica apoio insight fortalecimento egóico - Recursos terapêuticos (possibilidades de intervenção) 7. Recursos terapêuticos auxiliares 8. Processo de alta

ETAPAS DO PROCESSO Processo terapêutico Compreensão diagnóstica Hipótese processual Processo terapêutico

Meta da Intervenção de Curta Duração “ Dar ao cliente a custódia sobre seus atos e a auto conquista da consciência”. Joel Latner

PROCESSO DE ALTA  Sinais (evidência de solução de problemas) - diferenças em padrões de comportamento. - alterações na atitude em relação ao foco. - demonstração de progressiva independência - melhora na auto estima e autoconfiança. - mudanças gerais no cliente. - consciência da própria psicodinâmica e das mudanças.

PROCESSO DE ALTA Cliente inicia a discussão Terapeuta  não acelerar precocemente a alta  confiar na rapidez dos resultados Fim do vínculo terapêutico = luto p/ ambos * Separação = privação de gratificação distorcida Importante o terapeuta incentivar a independência do cliente durante o processo

ETAPAS DO PROCESSO Compreensão diagnóstica Hipótese processual Processo terapêutico Acompanhamento posterior

ÂMBITO CLÍNICO Clínica Hospitalar Ambulatorial Foco parcial (sintoma) Consultório Clínica Hospitalar Ambulatorial Foco parcial (sintoma) Hospital b) Consultório / ambulatório - relação com a síndrome - início, duração do sintoma - relação com a família - circunstâncias melhora / piora - relação família síndrome - como se sente - reação família / trabalho / social

ÂMBITO CLÍNICO Awareness: - da situação em si Cada sessão: - de si frente a situação - do que quer fazer - conseqüências - como pode fazer (micro mudanças / micro passo) Dever de casa Cada sessão: início – situar-se com a queixa meio – awareness do cliente fim – micro passo

Ação Terapêutica Na área da Psicologia Comunitária aplica-se a trabalhos com grupos abertos e semi abertos, trabalhos individuais. A flutuação da clientela e a necessidade de manter uma alta motivação para que haja o retorno, são aspectos a serem considerados.  

Cuidados com as “Idéias Psicológicas” em uma “Arena de Ação Social” “É necessário um clima social que encoraje o experienciar e o partilhar de emoções sociais intensas, antes que que qualquer massa crítica de indivíduos arrisque atender abertamente a aspectos muito vulneráveis de si mesmos.” ( Lichtenberg, 1990, p.66)

“ O papel do agente de cura não é curar “ O papel do agente de cura não é curar... É favorecer as capacidades autocurativas, a autopercepção, o amor próprio e a auto- expressão do indivíduo.” Emmet E. Miller

HIPÓTESE PROCESSUAL Instituição e Comunidades Caracterização da clientela: - cultura histórico valores - modus vivendi - necessidades Caracterização do trabalho: - objetivos gerais específicos - impacto 3. Caracterização do local

HIPÓTESE PROCESSUAL 2 Instituição e Comunidades Conflitos : - abordados - deixados de lado definitivo (fogem da ingerência) no momento * Critérios: impacto urgência viabilidade Ciclo de Contato - interrompido - em processo

HIPÓTESE PROCESSUAL Instituição e Comunidades 6. Forças impulsoras restritivas - clientela - ação terapêutica em si (individual e grupal) 7. Hipótese sequencial - projeto global (O que pode acontecer) 8. Recursos

“ Um cronópio pequeninho procurava a chave da porta da rua na mesa de cabeceira, a mesa de cabeceira no quarto de dormir, o quarto de dormir na casa, a casa na rua. Por aqui parava o cronópio, pois para sair à rua precisava da chave da porta.” Cortázar