AVALIAÇÃO: a prova em questão

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Transcrição da apresentação:

AVALIAÇÃO: a prova em questão Uma reflexão à partir da leitura de Moretto. “Prova momento privilegiado de estudo e não um acerto de contas.”

AVALIAR: um constante dilema na vida de alunos e professores Quem já não ouviu alunos se queixarem das avaliações, dizer que foram prejudicados ou que na hora da prova “deu um branco”? Quantas vezes nós professores já nos sentimos culpados pelos resultados alcançados pelos alunos?

Será que o mau resultado da avaliação de muitos alunos deve-se apenas ao fato de não terem estudado o suficiente? Será que a “bomba” não está relacionada com a maneira como conduzimos nossa aula? Será que o mau desempenho de muitos de nossos alunos está relacionado com a forma como elaboramos as questões das provas?

Seria o caso de abolirmos as “famigeradas provas” para não vermos mais os acadêmicos descontentes? Deveríamos, quem sabe, eliminar qualquer forma de avaliação já que sabemos que “o mercado selecionará mais tarde”? Ou deveríamos elaborar provas com questões óbvias que todos acertassem?

Ou, talvez, pudéssemos rever a maneira como elaboramos nossas avaliações, sem eliminá-las e sem “facilitar” demais? Quem sabe, devêssemos fazer da prova “um momento privilegiado de estudo e não um acerto de contas” como nos propõe Moretto no título de sua obra?

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES “Não é acabando com a prova escrita ou oral que melhoraremos o processo de avaliação da aprendizagem, mas ressignificando o instrumento e elaborando-o dentro de uma nova perspectiva pedagógica” (MORETTO, 2001, p. 09).

Um dos grandes problemas das nossas avaliações é que elas valorizam, muitas vezes, apenas uma das funções cognitivas: a memorização. Na chamada “sociedade da informação” outras funções cognitivas como análise, síntese, crítica, reflexão, julgamento, são muito mais necessárias e importantes do que a memorização.

Outro problema comum em nossas avaliações é a falta de uma relação clara entre as questões propostas e os objetivos anunciados em nosso plano de ensino. É também comum que descuidemos da clareza da linguagem, produzindo enunciados dúbios ou até passíveis de interpretações diferentes daquela que pretendíamos.

ALGUNS PRESSUPOSTOS EPISTEMOLÓGICOS Para se avaliar diferente é necessário ensinar diferente. Precisamos superar o paradigma da educação bancária (toma-lá-dá-cá). O aluno não é um simples acumulador de informações, é construtor do seu próprio conhecimento.

O professor não é um mero repassador de informações, mas um mediador entre as concepções prévias do aluno e o objeto de conhecimento em questão. A construção do conhecimento é um processo subjetivo, alimentado pelas condições exteriores proporcionadas pelo mediador. A avaliação da aprendizagem serve tanto ao aluno quanto ao professor.

O conhecimento significativo é estável e estruturado. O conhecimento mecânico é instável e isolado. “Se tivermos que elaborar provas, que sejam bem feitas, atingindo seu real objetivo, que é verificar se houve aprendizagem significativa de conteúdos relevantes” (MORETTO, 2001, p. 96).

CARACTERÍSTICAS DE PROVAS CONSTRUTIVISTAS (Moretto) Contextualização: o texto deve servir de contexto e não de pretexto. Parametrização: indicação clara e precisa dos critérios de correção.

Exploração da capacidade de leitura e escrita do aluno: colocação de textos que exijam a leitura, mesmo curta, e que provoquem respostas argumentativas. Proposição de questões operatórias e não apenas transcritórias: questões operatórias são aquelas que exigem operações mentais mais ou menos complexas.

A PROVA OPERATÓRIA Reconhecimento: exige-se a identificação das propriedades fundamentais dos objetos de estudo. É uma operação mental de pouca complexidade. Palavras-chave: Identifique, nomeie, assinale, cite, complete a lacuna, relacione as colunas.

Compreensão: além da identificação, há a indicação de elementos que dão significado ao objeto: composição, finalidade, características. Palavras-chave: Explique, descreva, apresente características, dê o significado. Nesses casos há um enunciado relativo ao objeto e uma solicitação de descrição ou demonstração.

Aplicação: caracteriza-se pela transposição da compreensão de um objeto de conhecimento. Compreendida uma fórmula ou um conceito eles são aplicados em situações e em problemas semelhantes. Palavras-chave: resolva, determine, calcule, aplique, com base no texto... Há uma situação-problema com parâmetros bem definidos e uma seqüência lógica a ser seguida.

Análise: é uma operação mental que parte de um todo para a compreensão de suas partes. Palavras-chave: analise, faça uma análise, examine os fatos, decomponha. Enuncia-se “o todo” a ser analisado, indicam-se parâmetros para a análise e explicita-se o objetivo da análise.

Síntese: é o inverso da análise, ou seja, relacionam-se diversas partes para estabelecer as características de um todo. Palavras-chave: faça uma síntese, generalize, apresente uma frase-síntese. Há uma apresentação ou indicação das partes e dos elos comuns entre as partes. Solicita-se com precisão o objetivo de chegada (a síntese).

Julgamento ou avaliação: é o nível de maior complexidade Julgamento ou avaliação: é o nível de maior complexidade. Nele há emissão de juízo de valor após análises e/ou sínteses. Palavras-chave: julgue, justifique, argumente, apresente argumentos contrários ou favoráveis. Há a proposição da situação / sentença / fato / discurso, a ser avaliado e a indicação dos parâmetros para julgamento.

ALGUMAS DICAS Determinar com clareza e precisão o objetivo da questão. Verificar se o conteúdo cobrado é importante, relevante no contexto e potencialmente significativo. Buscar concepções prévias do aluno, ligadas ao conteúdo explorado.

Contextualizar a questão, colocando-a num situação de possível compreensão para o aluno. Fazer perguntas de forma clara e precisa. Utilizar linguagem de “aproximação”.