José André da Costa IFIBE – Passo Fundo - RS PERGUNTA ORIENTADORA:  

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Transcrição da apresentação:

ELEMENTOS PARA REFLETIR/DEBATER A PASTORAL SOCIAL E OS MOVIMENTOS SOCIAIS POPULARES José André da Costa IFIBE – Passo Fundo - RS PERGUNTA ORIENTADORA:   O que significa formar lideranças para atuar nas Pastorais Sociais no contexto contemporâneo com os desafios contextuais e teóricos postos a organização popular? Pontos para a reflexão e debate: a) Contexto de crise da organização popular (de modelo e de formato) com tensionamentos fortes:    Institucionalidade: regulação x emancipacão;

Agenda própria e incidência política x transformar institucionalidade em efetividade; Disputar agenda própria na sociedade e na institucionalidade; efetivação de lutas – gap entre agenda própria e institucionalidade (antes do gap entre institucionalidade e efetividade); Agenda corporativa x agenda republicana, O movimento Popular e a Pastoral Social precisam ter agendas propriamente públicas e universais;   Formação de sujeitos (lideranças) contra “encastelamento” contrasta com necessidade de afirmação de “referenciais” com maior permanência;

  Identidade difusa dos “atingidos” pela Pastoral Social, mesmo que “sejam agricultores familiares” ou “trabalhadores/as Urbanos”. Posicionamento ideológico de visão de futuro (entre ser complementar ou alternativo com vista a Soberania Popular) é mais tendente a primeira que a segunda, mas com tensões fortes em relação a segunda. Igreja tem se posicionado mais em perspectiva “reformista” em termos ideológicos; Como compor a Proposta ético-evangélica em confronto ao sistema financeiro concentrador que contrasta frontalmente com perspectivas do Projeto de Jesus, que são as vias da Justiça?

b) Retorna o centro do debate do ponto de vista econômico Concentração ou distribuição?   Como articular a perspectiva da “Justiça Evangélica” com as lógicas de reconhecimento, articulando as lutas por igualdade e reconhecimento em perspectiva de fortalecimento da autonomia e soberania popular? Resistir ao modelo e sua ideologia (neurose individual e patologia social); Conceito de consciência crítica como finalidade da formação/educação popular parece “capturado”, em parte, pelas lógicas regressivas da massificação: como escapar delas e fazer frente a elas?

c) A Finalidade da Pastoral Social e do Movimento social popular: A finalidade da Pastoral popular é formação de sujeitos crentes, críticos, políticos resistentes e solidários/as como forma de fazer frente à regressividade da massificação, do controle e normatização.   Para enfrentar o tecnicismo que marca a sociedade de massa está em jogo reposicionar a centralidade da ética e da política (e a possibilidade de “juízo reflexivo”). Perspectiva da integralidade da formação/educação como núcleo estruturante do posicionamento que se traduz em justiça, sustentabilidade, reconhecimento, distribuição e a que sejam capazes de movimentação da sociedade – questão é mais de construção de “disposições” (Aristóteles) do que de capacidades/faculdades (Kant).

d) Sujeito Histórico concreto Trata-se de pensar o tema a partir de sujeitos históricos, do sujeito histórico concreto: 1- A Igreja, sempre estabeleceu pontes com a educação popular – que tem como fundo a utopia;   2- A sensação que dá, em alguns momentos, é que os movimentos populares e as Pastorais parecem ter “aberto mão da utopia” ou ao menos isto está amplamente tensionado e mostra terreno confuso no “espectro ideológico”. 3- As relações de produção da agricultura familiar e algumas iniciativas urbanas mantêm-se em aspectos em posições pré-capitalistas convivendo com outras que são tipicamente capitalistas em dinâmicas que pretendem uma nova economia: solidária.

4- O papel do campesinato na teoria da revolução sempre foi de reação mais do que de vanguarda – os processos de modernização das relações o fizeram se integrar de forma submetida e subalterna.   5- Alternativas produzidas geraram sobre-trabalho sem novas relações produzidas a partir do processo – só reforçam as velhas. 6- A questão de fundo é: Como repensar a relação campo-cidade que já não se sustenta analiticamente como superada considerando as relações de produção ainda existentes no campo.

e) A crise ambiental/energética jogou na cara da economia da abundância a escassez: As soluções melhores que a esquerda produziu são mitigadoras/compensatórias ou, na pior hipótese, restauracionistas. Num contexto de financeirizaçao da economia e da vida, como atuar na perspectiva de nova economia. A questão é saber até que ponto os movimentos alternativos lidam bem com estas crises.

f) A Necessidade de uma Leitura Crítica A Leitura crítica reforça os seguintes elementos: Fortalecimento da necessidade de retomar a leitura e compreensão da realidade (VER);   Conhecer matrizes teóricas fundamentadoras e orientadoras de posicionamentos para identificar alternativas (JULGAR); Orientar posicionamentos de ação (AGIR). Como a Pastoral Social pode ser propositiva e/ou receptiva nesses novos processos de formação num contexto de tendência à despolitização (pesquisa)? Há um tema de fundo a discutir na formação que são as matrizes referenciais, inclusive fazendo revisões críticas dos velhos referenciais.

  Século XX fez aposta em Manhattam, Apolo e Genoma, qual a aposta do século XXI. (Parece não estar desenhada). A promessa no início do século era a de resolver os gargalos do século XX (ODM). Mas o advento do 11/09 mudou toda a agenda. Por outro lado, os megaprojetos do século XX terão suas consequências no século XXI, especialmente = Genoma e Manhattam. Há um “casamento” entre Estado e Mercado contra a Sociedade civil, deixando o “social” abandonado. Trata-se de fazer uma “revolução semântica” como solução, esta é a grande tarefa para a formação popular (Pastorais e Movimentos Populares).