A CONSTITUIÇÃO HISTÓRICA DO TRABALHO DOCENTE

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Na espécie humana temos o ser masculino e o ser feminino
Advertisements

CONCEPÇÕES DE PEDAGOGAS EM (FORM)AÇÃO DOCENTE SOBRE A PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO Alessandra G. L. Saraiva 2004.
A FALSA DICOTOMIA ENTRE O DIREITO PÚBLICO E O DIREITO PRIVADO.
“Perfil da Comunidade Escolar CEM 03” Ceilândia-DF
Para viver, aprender e trabalhar bem em uma sociedade cada vez mais complexa, rica em informação e baseada em conhecimento, os alunos e professores devem.
Ms. Edimar Sartoro - O ESTADO DA ARTE DA PESQUISA SOBRE O FRACASSO ESCOLAR ( ): UM ESTUDO INTRODUTÓRIO Ms. Edimar.
Compromisso Todos pela Educação Decreto n. 6
RESOLUÇÃO SE 93, de 08/12/2010 ESTUDOS DE RECUPERAÇÃO AOS ALUNOS DO CICLO II DO ENSINO FUNDAMENTAL E DO ENSINO MÉDIO.
06 DE SETEMBRO DE 2006 FORUM PERMANENTE DE DESAFIOS DO MAGISTÉRIO CCG/CORI/FE/RAC/ACORDE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA.
PROFISSIONALIZAÇÃO DO PROFESSOR: PROBLEMAS E PERSPECTIVAS
TEMA 2: A SOCIOLOGIA E SUAS BASES FUNDACIONAIS
Didática? Didáticas? Qual Didática?
Quem somos nós, professores e professoras? Docência: que ofício é esse? VI Congresso IBOPE - UNESCO.
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO FUNDAMENTOS DA GESTÃO
PLANO DE TRABALHO DOCENTE
PAULO HARTUNG LELO COIMBRA
Educação no contexto do Trabalho
REDE DE ENSINO MÉDIO TÉCNICO
Perfil do Profissional
TRÍADE ESCOLAR Chamo de tríade escolar os três pilares que formam uma escola, eles tem o mesmo grau de importância para que uma escola seja um lugar do.
Gestão da Aprendizagem Escolar UM GESTAR EM CADA ESCOLA
LICENCIATURA EM LETRAS-PORTUGUÊS UAB – UNB
Fundamentos Histórico-Filosóficos da Educação
A formação do professor na contemporaneidade: desafios e perspectivas
DISCUTINDO UMA CONCPÇÃO EMANCIPADORA DE AVALIAÇÃO
Prof. Daniela Reis.
Estrutura familiar e dinâmica social
Abordagens Pedagógicas Libertária e Libertadora
A EMERGÊNCIA DA SOCIOLOGIA
TEMA: O TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA
Professor Profissional
Formação de Professores na Perspectiva da Educação Inclusiva
Maria Isabel de Almeida Fac. de Educação – USP GEPEFE/FEUSP
INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA
Jennyane de Vasconcelos Ramos PROFISSIONALIZAÇÃO DO PROFESSOR NA CONTEMPORANEIDADE Pedagoga e Bacharel em Fonoaudiologia. Especialista em Docência do Ensino.
Tema 1 A HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: ELEMENTOS HISTÓRICOS DO ENSINO DE HISTÓRIA NO BRASIL.
Capítulo 03 Aula dia 09/09/13 Profª Karina Oliveira Bezerra
EDUCAÇÃO FÍSICA E MODERNIDADE
Elaboração: Profª Elena Mª Billig Mello
A Educação Matemática como Campo Profissional e Científico
SOCIEDADE DE CLASSES, ESTADO E EDUCAÇÃO BRASILEIRA: O PRINCÍPIO EDUCATIVO DO TRABALHO, A GESTÃO EDUCACIONAL, A FORMAÇÃO E A ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHADORES.
MARIA DO SOCORRO VEIGA DA SILVA ODALÉIA DO SOCORRO FERREIRA VIANA
O profissional da gestão escolar e suas implicações
A sociologia e a educação: alguns conceitos e teóricos básicos
História da Educação no Brasil
PROGRAMA EXCELÊNCIA EM GESTÃO EDUCACIONAL
Contexto - as exigências criadas pelas mudanças econômicas e sociais resultantes de um mundo globalizado, dos avanços científicos e tecnológicos e do papel.
A Educação no Brasil Império
O educador na pós-modernidade. Aluna: Adriane Gallo Alcantara da Silva Telessala de Rio Negro/PR.
História da Educação no Brasil
Oficina Concurso Tempos de Escola. O que estas imagens representam para você?
Escola de Formação Política Miguel Arraes
Europa no século XIX História Atualizado em 14 de dezembro de 2011
AS TEORIAS DA EDUCAÇÃO E O PROBLEMA DA MARGINALIDADE
POLÍTICAS PÚBLICAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA.
Estância Turística de Santa Fé do Sul
As Concepções Pedagógicas.
FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO
Plano Nacional de Formação Pedagógica Inicial de Monitores - CEFFA Brasil PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE MONITORES CEFFABRASIL.
FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Promoção da Saúde e as ESP’s do século XXI Antônio Ivo de Carvalho Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca / FIOCRUZ Maio de 2005.
A Didática e as tarefas do professor (LIBÂNEO, 2012, pp )
Sondagem 9ºAno: Revisão dos conteúdos do 8º Ano
OFICINA SOBRE O JOGO Profª. Ms. Erika Suruagy LEPEL/FACED/UFBA.
.....e as políticas de formação formação.....e as políticas de formação formação CARMENISIA JACOBINA AIRES FE/UnB/FORUMDIR 2014.
Despotismo Esclarecido Marquês de Pombal. Ministro e estrangeirado O Marquês de Pombal foi influenciado pelas ideias Iluministas enquanto viveu no estrangeiro.
Metodologia do Ensino de Física PONTOS DE PARTIDA Profa. Dra. Maria Lucia Vital dos Santos Abib Faculdade de Educação-USP Mar/2014.
Processos formativos de professores do ensino superior: o Espaço de Desenvolvimento da Docência – EDD – da UFSCar Maria da Graça Nicoletti Mizukami UFSCar.
Apresentação ApresentaçãoApresentaçãoApresentação.
Prof. Ms. Luiz Fernando Costa.  O conhecimento do contexto histórico geral e específico da área de atuação profissional se mostra importante para uma.
Transcrição da apresentação:

A CONSTITUIÇÃO HISTÓRICA DO TRABALHO DOCENTE In: HYPOLITO, Álvaro Moreira. Trabalho docente, classe social e relações de gênero. Campinas/SP: Papirus, 1997.

Transformações Do trabalho docente De professor a trabalhador da educação Da estrutura e organização escolar

Liberais Igreja Professores leigos Professores do clero Caráter Técnico-profissional Ideais do Iluminismo e do Liberalismo, da Democracia Escola pública, laica e para todos Igreja Professores do clero Vocação e sacerdócio, paroquialismo Concepções conservadoras e autoritárias Escola confecional, para poucos

Professor “o que professa a fé e fidelidade aos princípios da instituição e se doa sacerdotalmente aos alunos, com parca remuneração aqui, mas farta na eternidade” HYPOLITO apud KREUTZ, p. 13.

História Séculos XVI a XIX – disputa política entre Igreja e Liberais pelo controle da educação. Não podemos nos prender a ideia de que o magistério sempre foi por essência uma vocação-sacerdócio. Século XX – desenvolvimento da sociedade: urbanização, industrialização e mudanças no processo de trabalho; mudanças políticas e culturais.

Percebe-se as lutas dos professores para se organizarem como profissionais. Enquanto sacerdócio a profissão detinha prestígio social, autonomia e controle sobre seu trabalho. Contraditoriamente, quando se caminham para a profissionalização vão perdendo o seu prestígio social, a comunidade perde também o controle da moral do professor local.

Mais ligação com a comunidade Professor sacerdotal Mais ligação com a comunidade Mais prestígio social, maior controle e autonomia sobre seu trabalho Professor técnico-profissional Reduz o controle da comunidade na educação escolar Reduz-se o prestígio social, menor controle e autonomia sobre seu trabalho

O Estado assume a responsabilidade de promover, organizar, manter e controlar o sistema público de ensino elementar. O processo de formação da profissão docente foi semelhantes em vários países. No Brasil, especificamente: Jesuítas, aulas régias, Império (família real), imigrantes, Estado Republicano.

Período Republicano: Educação pública, laica e para todos. Mais como discurso, projeto e pensamento republicano. Organização do trabalho escolar X Desorganização do sistema escolar Estado organizador e controlador do sistema => dificuldades. Início da função de inspetor escolar

Revolução na organização escolar => grupos escolares, funções administrativas, fragmentação e divisão do trabalho docente, institutos de formação. Semelhança da organização do trabalho escolar com a organização fabril. Modelo racional de organização absorvidos da lógica gerencial-capitalista do trabalho. Organização que atende a dois objetivos: 1- controlar o sistema escolar e o trabalho docente e 2- formar futuros trabalhadores disciplinados

Professores/as e posição de classe Classes médias? Operariados? Entre os dois? O autor trata especificamente do professor de Ensino Fundamental da rede pública Estudos que apontam o professor como das “classes médias” mostram a contradição na análise de classe social do professor. Citar MELLO apud HYPOLITO, p. 37.

Proletarização – os professores, entre outros trabalhadores, estão submetidos a um processo de proletarização. No entanto, sua posição de classe é ainda contraditória, por suas origens familiares, pela ocupação dos cônjuges, entre outros fatores.