Inteligência: avanços nos modelos teóricos e nos instrumentos de medida. PRIMI, R.

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1 INTELIGÊNCIA Elie Cheniaux. 2 Introdução A inteligência é um conceito que quase ninguém consegue definir de modo definitivo ou pelo menos amplamente.
Transcrição da apresentação:

Inteligência: avanços nos modelos teóricos e nos instrumentos de medida. PRIMI, R.

A avaliação psicológica permite que as teorias possam ser testadas, eventualmente aprimoradas, contribuindo para a evolução do conhecimento na psicologia. A psicometria começou elaborando instrumentos de medida sem saber bem o que eles mediam, ou seja, sem a compreensão teórica sobre a inteligência.

A inteligência pode ser definida como uma capacidade geral de adaptação.

Inteligência a partir da Psicometria Pesquisas realizadas demonstraram que em mais de um século, existem mais de 8.400 artigos com a palavra inteligência em seu título. Atualmente o modelo Cattell-Horn-Carroll da inteligência baseado na Psicometria vem sendo considerado o “estado de arte”na área.

A concepção de inteligência da abordagem psicométrica está sustentada na análise fatorial. A análise fatorial por sua vez baseia-se nas diferenças individuais reveladas por uma centenas de testes criados para avaliar as capacidades cogntivas. O propósito da análise fatorial é identificar subgrupos de testes que avaliam a mesma capacidade cognitiva.

Na primeira metade do século passado os estudos fatoriais da inteligência debatiam a estrutura (quantas) e definição (quais) das capacidades intelectuais.

Spearman no início do século XX, definiu que toda a atividade intelectual se exprime num fator geral (g) habilidades específicas exigidas em cada teste (s). Esta teoria chamou: Dois fatores ou bi-fatorial. Thorndike (1909), concluiu que não havia indícios e sustentação do sistema bi-fatorial, e concebeu a teoria multifatorial, onde a inteligência seria um produto de um amplo número de capacidades intelectuais diferenciadas, mas inter-relacionadas.

Thurstone (1938) propôs a Teoria das Aptidões Primárias defendendo a inexistência de um fator geral, e no lugar disso, um conjunto de habilidades básicas ou primárias independentes, como : Espacial (fator S), Rapidez de Percepção (P), Numérica (N), Compreensão Verbal (V), Fluência Verbal (W), Memória (M) e o Raciocínio Indutivo (I).

Na segunda metade do século passado esta concepção polarizada evoluiu para um modelo integrado hierárquico chamado de Teoria Gf – Gc (inteligência fluida e cristalizada) iniciada por Catell(1941,1970), desenvolvida e aprimorada por um de seus estudantes chamado Horn (1991). E em, 1993 Carroll fez um estudo aprofundado e publicou a Teoria dos Três Estratos.

O modelo de Gf-Gc de Catell e Horn Em 1942, Raymond Catell, analisando as correlações entre as capacidades primárias de Thurstone e o fator g da teoria bi-fatorial de Spearman, constatou a existência de dois fatores gerais. Alguns anos depois, John Horn confirmou os estudos de Cattell e os fatores gerais passaram a ser designados como “inteligência fluida e cristalizada”.

Inteligência fluida (Gf): associada a componentes não-verbais, pouco dependentes de conhecimentos previamente adquiridos e da influência de aspectos culturais. As operações mentais que as pessoas utilizam frente a uma nova tarefa relativamente nova e que não podem ser executadas automaticamente representam Gf.

Logo, as alterações orgânicas influenciam mais a inteligência fluida do que a cristalizada. A capacidade fluida opera em tarefas que exigem: a formação e o reconhecimento de conceitos, a identificação de relações complexas, a compreensão de implicações e a realização de inferências. G =Gf

Inteligência Cristalizada (Gc): representa tipos de capacidades exigidas na solução da maioria dos complexos problemas cotidianos, sendo reconhecida como “inteligência social”ou “senso comum”. Esta inteligência é desenvolvida a partir de experiências culturais e educacionais, estando presente na maioria das atividades escolares. Ex. Reconhecimento do significado das palavras.

A inteligência cristalizada pode estar relacionada às experiências culturais, a inteligência deste tipo tende a evoluir com o aumento da idade, ao contrário da fluida que parece declinar após a idade de 21 anos, devido `a gradual degeneração das estruturas fisiológicas. Um cuidado é que Gc nao pode ser entendida como sinônimo de desempenho escolar. Pois em medidas realizadas à leitura, matemática e escrita estas habilidades não poderiam ser incluídas junto na formação de um único fator.

Em 1965, John Horn após ter confirmado a existência de um fator fluido e cristalizado, expandiu o modelo proposto por Cattell. Horn acrescentou ao sistema Gf-Gc quatro capacidades cognitivas, entre elas: a de Processamento Visual; Memória a Curto Prazo, Armazenamento e Recuperação a Longo Prazo e Velocidade de Processamento. Posteriormente, duas capacidades foram adicionadas às quatro anteriores: a Rapidez para a Decisão Correta e a de Processamento Auditivo.

E em 1998, McGrew e Flanagan propuseram uma integração das teorias Gf-Gc e dos Três Estratos criando-se a Teoria de Catell-Horn-Carroll – CHC das Habilidades Cognitivas. Este modelo tem uma visão multidimensional com dez fatores ligados a áreas amplas do funcionamento cognitivo. Estas capacidades associam-se aos domínios da linguagem, raciocínio, memória, percepção visual, recepção auditiva, produção de idéias, velocidade cognitiva, conhecimento e rendimento acadêmico.

A THC vem sendo usada para analisar os principais instrumentos e baterias existentes e para entender melhor a natureza das funções cognitivas que eles avaliam.