ATUALIZAÇÃO NO TRATAMENTO DA FIBRILAÇÃO ATRIAL Giordano Bruno
FIBRILAÇÃO ATRIAL (FA) Definição Arritmia mais comum (0,4%) Eleva 2 vezes o potencial de mortalidade
IMPORTÂNCIA
? Origem CLASSIFICAÇÃO Aguda Persistente Crônica Paroxística Permanente Origem Multifocal Focal 2d 60d ? Chance de reversão
Precipitantes cardiovasculares e não-cardiovasculares da FA ELEVAÇÃO DA PRESSÃO ATRIAL Valvopatia mitral ou tricúspide Cardiomiopatia Tumores ou trombos cardíacos Distúrbios associados a válvulas semilunares HAS ou HAP (embolia pulmonar) ISQUEMIA ATRIAL Doença coronariana Doença inflamatória Pericardite, miocardite Amiloidose Alterações próprias da idade Dça. infiltrativa ATIVIDADE SIMPÁTICA ELEVADA Hipertireoidismo Feocromocitoma Ansiedade Álcool induzida por exercício Drogas INTOXICANTES Álcool, CO, gás venenoso ATIVIDADE PARASSIMPÁTICA EXACERBADA IDIOPÁTICA NEUROGÊNICO Hemorragia subaracnóide AVC extenso PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO Cirurgia cardíaca ou pulmonar Pneumonia Pericardite Hipóxia Trauma cardíaco NEOPLASIA primária ou metastática envolvendo ou adjacente à parede atrial CARDIOPATIA CONGÊNITA Particularmente CIA
OBJETIVOS 1 - CONTROLE DA FC 2 - REVERSÃO PARA RITMO SINUSAL 3 - MANUTENÇAO PARA RITMO SINUSAL 4 - PROFILAXIA DE TROMBOEMBOLISMO Fatores : Duração da FA Cardiopatia subjacente Riscos - taquicardia, fen. embólicos, efeitos adversos de antiarrítmicos
1 - CONTROLE DA FREQUENCIA CARDÍACA FA crônica FA aguda FC - sintomas, descompensações, taquiCMP Bloqueadores de cálcio - Diltiazem, Verapamil Betabloqueadores Digitálicos Amiodarona Situações Específicas Disfunção ventricular DNS
1 - CONTROLE DA FREQUENCIA CARDÍACA CASOS REFRATÁRIOS Associação de drogas Considerar reversão TERAPIA NÃO FARMACOLÓGICA Ablação AV com implante de MP Ablaçao atrial - cirúrgica (Maze) ou eletrofisiol. - Convencional , por RF e crioablação Quando assoc. a flutter - ablação com RF Ablação focal - FA focal vv. pulmonares
ABLAÇÃO FOCAL
2 - REVERSÃO PARA RITMO SINUSAL FA aguda - sem história de paroxismos FA < 12meses - sem contra-indicações FA > 12 meses Falha no controle da FC Sintomas recorrentes graves Todos (?) - AFFIRM Trial ICC Tromboembolismo Angina Contra-indicações • Falência prévia • FA Paroxística • AE > 55 • Duração > 1ano • História de bradicardia / DNS • Intoxic. digitálica • Hipocalemia • Fatores causais não tratados • Trombo atrial
2 - REVERSÃO PARA RITMO SINUSAL REVERSÃO QUÍMICA (+ Efetiva quando FA aguda) Quinidina V.O Efeitos Pró-arrítmicos Propafenona VO / EV - Monitorização ECG Procainamida EV - Acentuados : HVE, ICC Amiodarona - Eficaz (princ. FA crônica), Efeito tardio Tab. 1- Esquemas para cardioversão química (Dalmo Moreira) Droga Sucesso Placebo Propafenona oral 76% 37% Propafenona EV 83% 34% Amiodarona EV 68% 60% Procainamida EV 69% 38%
2 - REVERSÃO PARA RITMO SINUSAL REVERSÃO ELÉTRICA Uso de antiarrítmicos associados • Limiar • Risco de recidiva • Droga de manutenção 48h antes (amiodarona - 7dias) Verapamil pré-procedimento (JACC 1999) Internação - Anestesia geral Sequência choque 150 - 200 - 300 - 360J 2 Protocolos : anticoag. 3 sem. antes x guiado por ETE ETE sistemática em pacientes de muito alto risco Anticoagulação 30 dias após, ou mais se alto risco de reci- diva
Maddaloni, Napoli, Rozzano, Arienzo and Polla, Italy JACC 1999 PRETREATMENT WITH VERAPAMIL IN PATIENTS WITH PERSISTENT OR CHRONIC ATRIAL FIBRILLATION WHO UNDERWENT ELECTRICAL CARDIOVERSION Antonio De Simone, MD,* Giuseppe Stabile, MD,* Dino Franco Vitale, MD,† Pietro Turco, MD,* Maurizio Di Stasio, MD,* Ferdinando Petrazzuoli, MD,* Maurizio Gasparini, MD,‡ Carmine De Matteis, MD,§ Raffaele Rotunno, MD,\ Tommaso Di Napoli, MD\ Maddaloni, Napoli, Rozzano, Arienzo and Polla, Italy N=107 Propafenona 900mg/dia 3dias antes, 3 meses após Cardioversão Verapamil 3 dias antes 3 dias após Verapamil 3 dias antes 3 meses após 30,3% 10% 5.99% p=0,04 p=0,01 Recorrência
- 2 - REVERSÃO PARA RITMO SINUSAL CARDIOVERSÃO >48h s/ ETE <48h A.C. 3s <48h ETE + - A.C. 4-6s CARDIOVERSÃO Reversão Não-Reversão Manter A.C. e tentar com outra droga A.C por 30 dias + Droga manutenção
Eventos hemorrágicos 2,9% 5,5% 0,03 NEJM 2001 USE OF TRANSESOPHAGEAL ECHOCARDIOGRAPHY TO GUIDE CARDIOVERSION IN PATIENTS WITH ATRIAL FIBRILLATION (ACUTE) Allan L. K Lein , M.D., Et Al for the Assessment Of Cardioversion Using Transesophageal Echocardiography Investigators FA>2 dias Eventos embólicos 0,8% 0,5% 0,50 Eventos hemorrágicos 2,9% 5,5% 0,03 Tempo para cardioversão 3 ± 5.6d 30.5 ± 10,6d <0,001 Sucesso cardioversão 71,1% 65,2% 0,03 N=1222 Guiado por ETE Convencional p
3 – MANUTENÇÃO NO RITMO SINUSAL FA aguda – curta duração (30-90dias) FA crônica – curta duração / indefinido Preditores de recorrência : • Recorrência prévia • AE • ICC • MCPH • EESS SV Holter • HAS • Valvopatia mitral • Fatores causais não tratados • Idade avançada FA paroxística – indefinido - Desde que resposta terapêutica - Holter com número e duração episódios Quinidina Propafenona Procainamida Sotalol Amiodarona + eficaz, + segura em cardiopatas Situações Específicas Influência vagal – Drogas grupo I Influência adrenérgicas – sotalol, amiodarona, propafenona
3 – MANUTENÇÃO NO RITMO SINUSAL Suggested Approach for the selection of antiarrythmic Therapy to Maintain Sinus Rhythm after Cardioversion - Fig 2 - Rodney Falk, Atrial Fibrilation, NEJM Vol 344, 14 - 2001 Dofetilide Dofetilide Dofetilide Amiodarone Amiodarone Amiodarone Sotalol Sotalol Propafenona Disopyramide Quinidine? Flecainida Disopyramide Lone AF Hypertension CAD without Heart failure Heart failure or FE < 35%
AMIODARONE TO PREVENT RECURRENCE OF ATRIAL FIBRILLATION NEJM 2000 AMIODARONE TO PREVENT RECURRENCE OF ATRIAL FIBRILLATION Denis Roy , M.D.,Et Al – For The Canadian Trial Of Atrial Fibrillation Investigators N=403 P < 0,001
ATRIAL FIBRILLATION: CURRENT KNOWLEDGE AND RECOMMENDATIONS FOR MANAGEMENT S. Lévy, et al - European Heart Journal (1998) 19, 1294–1320 Recorrência durante os 3 primeiros meses = falha do antiarrítmico Recorrência > 3-9 meses = não indica falha, repetir cardioversão . com mesmo regime
4 – PROFILAXIA DO TROMBOEMBOLISMO Embolismo cerebral 2/3 – 71% com déficit permanente Após embolia – 40% recorre 1mês, 60% recorre após 1 ano Risco AVC – 5x FA não-reumática, 27x na FA reumática FATORES DE RISCO PARA TROMBOEMBOLISMO NA FA • Trombo atrial (contraste espontâneo ?) • AVC / AIT Prévio • Cardiopatia dilatada / ICC • Valvopatia mitral • Próteses (metálica > biológica) • HAS • DM • Idade > 65 anos ; > 75 anos • AE > 50mm Warfarin – INR alvo 2 – 3 Aspirina 325mg/dia – menos efetivo que warfarin, melhor que placebo somente quando paciente de baixo risco.
RECOMENDAÇÕES PARA PROFILAXIA DE TROMBOEMBOLISMO 4 – PROFILAXIA DO TROMBOEMBOLISMO RECOMENDAÇÕES PARA PROFILAXIA DE TROMBOEMBOLISMO Sem fatores de risco Algum fator risco < 65 Anos AAS (??) Warfarin 65-75 Anos AAS Warfarin > 75 anos Warfarin* Warfarin * Usar Aspirina na presença de contra-indicação Laupacis A et al, Antithrombotic therapy in atrial fibrillation. Chest 1998;114:Suppl:579S-589S.
FA PAROXÍSTICA Evolui para FA crônica > 2 – 15 anos Mesmo risco de AVC que a FA crônica Uso de drogas : Propafenona Flecainida Sotalol TERAPIA NÃO-FARMACOLÓGICA Marca-passo biatrial - duração P, trials não controlados sugerem que episódios de FA Desfibriladores atriais implantáveis Ablação AV com implante de MP Eventos – não abole Sem provas que risco de embolismo
SITUAÇÕES ESPECIAIS FA IDIOPÁTICA FA TIREOTOXICOSE (10-20%) Comum em homens 40-50anos, Relacionada a álcool, estímulo parassimpático e simpático. Maioria reverte expontaneamente Não necessita de drogas para prevenção FA TIREOTOXICOSE (10-20%) Tratamento causa de base (antitiroid, iodo, corticóide) Beta-bloqueadores Alto índice de recidiva enquanto pcte. descompensado FA PÓS-CIRURGIA CARDÍACA Prevenção (?) – beta-bloqueador Tratamento – controle FC, caso não reversão expontânea reversão : procainamida, propafenona, amiodarona
Cardioversão Elétrica FA AGUDA Instável Controle da FC S/N Reversão Expontânea Avaliar necessidade: F. tireoideana, Ionograma, ECO, Enzimas HNF HBPM Cardioversão Química Ibutilide Propafenona Flecainida Quinidina Amiodarona Cardioversão Elétrica From Rodney H. Falk, M.D. Atrial Fibrilation – NEJM, 344, 14, 2001