A força da linguagem 3º ano

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Flávia Motta Representações Sociais do Desenvolvimento Humano Flávia Encarnação Motta Mestranda do PPGP - UFES UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA.
Transcrição da apresentação:

A força da linguagem 3º ano Professor José Roque Pereira de Melo Filósofo e Sociólogo

O poder da Linguagem: O poder da linguagem reside em um processo dialético de ida e volta entre o engajamento e a transcendência, o particular e o universal, em que cada palavra chama outra em meio a um círculo inesgotável de nomeação e renomeação de pensamentos e coisas. O seu devir se expressa na dinâmica perfeita que o obriga a se refazer constantemente. Ao mesmo tempo em que se representa na expressão daquele que cria alguma coisa, fala ou escreve, a linguagem é também um desafio à universalização de uma visão de mundo. Nessa perspectiva, o sentido das ideias e das coisas se determina no plano da linguagem que revela, através da história, infinitos sentidos.

Devir: Para a filosofia, é o movimento pelo qual as coisas ou pessoas se transformam. Significa vir a ser, transformar-se ou tornar-se.

A Linguagem e a realidade: A linguagem nos revela a realidade, incita-nos à procura e promove a convivência. Talvez por isso Heidegger tenha afirmado que ainda que tivéssemos mil olhos e mil ouvidos, mil mãos e mil outros sentidos, e se, contudo, a nossa essência não consistisse no poder da linguagem, nós permaneceríamos vedados como antes que somos. Desde a infância, a linguagem nos insere no mundo objetivo e subjetivo, e nos permite visualizar a totalidade dos entes e das coisas.

A língua é fogo que se amplia, que se desfaz e se refaz, suscitando novos diálogos a partir do esforço no uso e no empenho do bem falar, dando outros significados que alargam e aprofundam nossa relação com as pessoas e as coisas, além de nos aproximar dos fatos, dos sentidos e da esperança. Cada palavra dita, ou ouvida, é um ingrediente do saber que nos põe a buscar e a investigar mais e mais o que está a nossa volta e além de nós. Platão chegou a dizer que o artífice da palavra não pode ser qualquer pessoa, mas somente aquele que olha par ao nome que, por natureza, é próprio de cada coisa. Essa aproximação da verdade é dada em uma procura criadora que tende a resultar na promoção da ralidade.

Sob a inspiração das palavras que falamos, lemos e conhecemos, obtemos o poder para criar mundos e ideias inimagináveis. A linguagem situa o homem como santuário da fala, da escuta e da doação; e cada uma dessas categorias move-o para a convivência, a qual poderá aumentar cada vez mais seu vocabulário e sua habilidade nas relações com os semelhantes e a natureza. Quanto maior a sua força de convivência entre o ritmo, a sonoridade, a imagem e a compreensão que as palavras comunicam. Simples termos como mesa, rio ou árvore tem um incrível poder de inspiração e sedução. Contudo, somente aquele que se detiver a refletir neles penetrará mais profundamente nos mistérios da vida.

Estudiosos da Linguagem:   Ferdinand Saussure Considerado fundador da linguística moderna, Ferdinand Saussure argumenta que a linguagem é um sistema cujos termos são todos solidários, em que o valor de um ser não resulta senão da presença simultânea de outros seres. Nesse processo interativo, o signo linguístico é constituído de arranjos entre significante e significado, que se situam, aparentemente, em lados opostos. O significante é caracterizado pela forma (imagem acústica, sons) e o significado é caracterizado pelo conteúdo (ideia, conceito). De fato, as palavras que circulam na interação entre as pessoas são carregadas de significados, potencializando um poderoso sistema de aliança entre indivíduos em qualquer sociedade.

O ponto de partida no qual se embasou Saussure foi a individualidade do ato expressivo de falar, ou seja, da palavra falada; nela o pensamento é a força estruturante da língua. Esse filósofo suíço organizou seu entendimento sobre a linguagem a partir de perspectivas inversas. A primeira dicotomia está entre significante e significado. Exemplo: Grosso modo: vamos lá. Quando você diz ou escreve "queijo" você tem um significante (a forma), a palavra falada ou escrita. O objeto ou a realidade, aquele negócio branco gostoso proveniente do leite coagulado é o significado (a ideia, o conteúdo). Assim da mesma forma posso falar "queso" em espanhol, ou "cheese" em inglês, o significante muda conforme a língua pois é a forma, mas não o significado.

Mcluhan: Segundo Mcluhan, a linguagem permite que o ser humano agregue e perpetue experiências individuais repletas de elementos, que tendem a se consagrar por meio de novas comunicações que se reproduzem às futuras gerações. Para esse estudioso, a forma natural de maior poder e mais importante da linguagem humana é a falada. Ele explica que a linguagem está repleta de efeitos sensoriais que precisam ser considerados no processo de interpretação dos seus signos. McLuhan defende a primazia da linguagem falada sobre a escrita, a qual é, geralmente, pensada e repensada antes de ser expressa. Já a fala tende a anunciar, de modo natural, os pensamentos mais ou menos como ocorrem na mente e, assim faz emergir o inteiro conteúdo em determinada experiência momentânea. De fato, a transmissão da linguagem falada é bem mais rápida e direta do que a de qualquer texto escrito. No entanto, inúmeras obras escritas podem revelar ricos indicadores sensoriais, enquanto algumas expressões orais podem expressar enunciados meramente abstratos.