Rinossinusite e Rinite Alérgica

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
BRONQUIECTASIA CONCEITO ETIOLOGIA FISIOPATOLOGIA
Advertisements

PNEUMOVIROSE Simone C. F. Simi Talita Treml Fabrício Spacki
Distúrbios do trato respiratório
ASMA ________________________________________________ BIBLIOGRAFIA
MENINGITE CONCEITO: Inflamação das meninges,causada por um organismo viral, bacteriano ou fúngico.
Mini-curso: SINUSITES
RINOSSINUSITE AGUDA Prof. Dr. Lucio A. Castagno Otorrinolaringologia
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DIRETORIA GERAL DE SAÚDE.
ANAMNESE DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
centro de educação integrado
MENINGOCELE E FÍSTULA LIQUÓRICA ASSOCIADA À MENINGITE BACTERIANA POR HAEMOPHILUS INFLUENZAE TIPO A Alexandre Ely Campéas; Alexandre Suzuki Horie; Caline.
ASMA DE DIFÍCIL CONTROLE
PNEUMONIAS CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLOGIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Paula Roberta Ferreira F2 setor retina ISCMSP
Natália Silva Bastos Ribas R1 pediatria/HRAS
Cap Andréa Gomes Hospital Geral de Brasília Serviço de Oftalmologia
Sistema Respiratório.
Alunas: Luciane Garcia Marcia Pickarski
A criança internada na Unidade Intermediária
DOENÇAS RESPITARORIAS I
OTITE MÉDIA AGUDA Prof. Dr. Sergio Albertino otoneurologia.uerj.br.
FARINGITE/AMIGDALITE
Resfriado comum e gripe
Curso sobre uso racional de medicamentos
Doenças de hipersensibilidade: distúrbios causados pela
Viroses Respiratórias
DOENÇAS INFECCIOSAS DO CORAÇÃO
CASO CLÍNICO 4 – ASMA/DPOC
Asma e Rinite Interfaces de uma mesma doença
Sinusite (Rinossinusite): o que o pneumologista precisa saber?
Dr. Fabrício Prado Monteiro Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF
INFECÇÕES DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE
URTICÁRIA AGUDA E ANAFILAXIA NA EMERGÊNCIA: COMO ABORDAR?
Influenza / Gripe → DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO (CID-10: J.09 a J.11)
Cefaléias Dra Norma Fleming.
Sandro Schreiber de Oliveira
Discentes Gleyce Kelly Ribeiro R.A
Dermatites mais comuns tipos e tratamento
Osteomielite Diagnóstico e Encaminhamento.
“GRIPE” A influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do sistema respiratório que tem distribuição global e elevada transmissibilidade. Classicamente,
Curso do 3° ano.
IVAS Infecção Vias Aéreas Superiores
AFECÇÕES DE VIAS AÉREAS SUPERIORES
DISCIPLINA DE PEDIATRIA II
OTITES E SINUSITES GISELE GUIMARÃES MACIEL.
Asma Brônquica na Infância
Rinossinusite alérgica
Morena Morais Rezende Hungria!!
Patologias da Orelha Externa e Média
CASO CLÍNICO 4 – ASMA/DPOC
Cefaléias para o Clínico
Pediatria e Oftalmologia Hospital Regional da Asa Sul
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS Pediátrica
Prof. Dr. José Henrique Pereira Pinto
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS CEFALÉIAS
DISCIPLINA DE ORL PUCSP
UNIC – UNIVERSIDADE DE CUIABÁ UNIDADE – SINOP AEROPORTO
Hipersensibilidade Tipo I
IVAS Bárbara Castro Neves Internato de Pediatria
CASOS CLÍNICOS FOSSAS NASAIS E CAVIDADADES PARANASAIS
Rinossinusites Crônicas
INFLAMAÇÃO AGUDA.
INSTITUTO DE INFECTOLOGIA EMÍLIO RIBAS CENTRO DE ESTUDOS “EMÍLIO RIBAS” APOIO Alexandre Ely Campéas; Alexandre Suzuki Horie; Caline Daisy da Silva; Fernanda.
RINOSSINUSITE FÚNGICA
RINOSSINUSITE AGUDA Camila Brandão Camila Sampaio Crislaine Siston.
PATOLOGIA NASOSINUSAL
RINOSSINUSITES Dra. Adriana De Carli
Transcrição da apresentação:

Rinossinusite e Rinite Alérgica Priscila Mainardes

RINOSSINUSITE resposta inflamatória da membrana mucosa que reveste a cavidade nasal e os seios paranasais; Aguda  até 4 semanas; Sub-aguda  4 a 12 semanas; Crônica  mais que 12 semanas; Recorrente  episódios múltiplos com períodos assintomáticos entre crises; duram menos de 30 dias cada, 3 episódios em 6 meses ou 4 episódios em 12 meses Crônica agudizada complicada  Os pacientes têm sintomas respiratórios residuais e sofrem agudizações, havendo remissão dos sintomas de agudização e permanência dos sintomas residuais após tratamento antimicrobiano;

Agentes etiológicos A maior parte é de origem viral; Suspeitar de uma infecção bacteriana quando a sintomatologia persiste por mais de 10 dias ou quando há piora dos sintomas após 5º dia; Os agentes mais comuns das RSA bacteriana em adultos e cças: Streptococcus pneumoniae e o Haemophilus influenzae (70%); Com menor frequência: Moraxella catarrhalis, Staphylococcus aureus e Streptococcus beta-hemolyticus; Anaeróbios têm um papel significante na RS crônica, tanto em adultos como crianças; predominando: Prevotella, Peptostreptococus e Fusobacterium ssp. infecções mistas (aeróbios e anaeróbios): Streptococcus sp e Staphylococcus aureus algum grau de imunodeficiência: Staphylococcus aureus;

Manifestações Clínicas Os sintomas mais frequentes : obstrução nasal, rinorréia anterior/posterior, febre, tosse, dor/pressão e edema facial, Menos frequentes: halitose, irritação faríngea, dor de garganta, disfonia, otalgia, plenitude auricular; Cefaléia, febre alta e edema facial geralmente indicam maior gravidade do quadro; Ao exame: edema e hiperemia da mucosa nasal, secreção mucopurulenta drenando pela parede posterior da orofaringe;

Aguda x Crônica Diferenciam – se pelo tempo de evolução e pela intensidade dos sintoma; Crônica: quadro clínico mais leve, podendo apresentar períodos de intensificação; Pode se apresentar apenas com obstrução nasal e ou tosse noturna;

Diagnóstico Clínico!!! 2 ou mais fatores maiores ou 1 maior e 2 ou mais menores: Maiores: febre, dor/pressão facial, obstrução ou congestão nasal, secreção purulenta, hiposmia ou anosmia; Menores: cefaléia, halitose, dor em arcada dentária, otalgia ou pressão nos ouvidos, tosse;

Exames Complementares RX: elevados resultados falso positivos e negativos, pouca acurácia na avaliação; TC: avaliação de uma rinossinusite sem melhora com tratamento clínico adequado; na crônica ou recorrente; na suspeita de complicação ou quando há planejamento e indicação cirúrgica; RNM: indicada em conjunto com a tomografia computadorizada na investigação de complicações orbitárias e intracranianas; Endoscopia nasal: todos os pacientes com queixas nasais, pois permite uma melhor visualização das estruturas nasais e na identificação de pólipos, secreções, tumores e malformações entre outras alterações;

Tratamento Medidas gerais: hidratação adequada, umidificação do ambiente e evitar exposição a agentes que causem alergia; Lavagem nasal com solução salina: É importante para todos os pacientes; pode ser usada solução salina fisiológica ou hipertônica; Descongestionantes: tópicos: podem ser usados por um curto período de tempo (no máximo 3 dias); cloridrato de oximetazolina (ex:: Afrin®, Aturgyl®) e nitrato de nafazolina (ex.: Naridrin®, Sorine®). orais (ex.: cloridrato de fenilefrina) : também podem ser utilizados, sendo geralmente disponíveis em apresentações que associam anti-histamínicos orais, pois estes ajudam a diminuir a tosse associada ao quadro gripal; segunda geração (menos sedativos) associados a descongestionantes orais (ex.: Claritin D®, Allegra D® e Zyrtec D®).

Mucolíticos como a N-acetilcisteína (ex Mucolíticos como a N-acetilcisteína (ex.: fluimucil) :geralmente não são indicados, mas podem ser usados para diminuir a viscosidade da secreção, favorecendo o clearance mucociliar; Sprays nasais com corticosteróides: pouco úteis quando se deseja descongestionar agudamente os seios, pois têm efeito moderado somente após a segunda semana de uso; Os corticóides sistêmicos: são utilizados quando existe edema importante da mucosa nasal importante, cefaléia intensa, pólipos ou quadro de sinusite alérgica ou eosinofílica não-alérgica. Devem ser prescritos por via oral e por no máximo 7 dias;

Antibioticoterapia Se não houver melhora após 5 dias de uso, trocar o ATB; Utilizar de 10 a 14 dias na aguda e 3 a 4 semanas na crônica;

Indicação Cirúrgica A cirurgia endoscópica funcional dos seios (FESS): rinossinusite crônica recorrente que não responderam ao tratamento clínico maximizado; complicações de rinossinusites agudas ou crônicas; casos selecionados de pacientes com rinossinusite aguda recorrente; A cirurgia poderá ser indicada se houver um defeito anatômico corrigível cirurgicamente, ex: obstrução do complexo ostiomeatal;

Complicações As complicações das rinossinusites são divididas em orbitárias, ósseas e intracranianas: celulite periorbitária, celulite orbitária, abscesso subperiosteal, abscesso orbitário e trombose do seio cavernoso; meningite, abscesso e cerebrite; osteomielite; Os sinais de alerta na suspeita de uma complicação incluem: ausência de resposta ao antibiótico adequado (72 hrs); presença de edema e/ou eritema palpebral; alteracões visuais; cefaléia intensa e irritabilidade; manifestações de toxemia; manifestações de irritação meníngea. Nos casos de suspeita de complicação  internação, investigação armada (tomografia computadorizada e ressonância magnética) e introdução de antibioticoterapia endovenosa de amplo espectro que atravessa a barreira hematoencefálica;

RINITE ALÉRGICA Definição A rinite alérgica é uma inflamação eosinofílica da mucosa do nariz e dos seios paranasais, de caráter crônico, resultante de uma reação mediada por IgE. Ocorrendo sintomas nasais como: rinorréia anterior e posterior, espirros, obstrução e prurido nasal... Estas duram 2 ou mais dias consecutivos, por mais de 1 hora na maior parte dos dias;

Classificação

Fisiopatologia

Remodelamento da mucosa nasal: Reação mediada por IgE e a presença de eosinófilos na mucosa nasal são capazes de gerar lesão epitelial, hiperplasia de células caliciformes, hipertrofia de glândulas mucosas, aumento da deposição de colágeno e aumento da matriz protéica; inflamação mínima persistente: pacientes portadores de rinite alérgica a ácaros expressam, mesmo fora das crises, moléculas de adesão relacionadas à atração de eosinófilos (ICAM-1) para a mucosa nasal, assim como uma pequena quantidade destas células; vias aéreas unidas: a doença alérgica atinge a via aérea superior e inferior simultaneamente, independentemente da existência de sintomas;

Quadro Clínico prurido nasal, espirros em salva, coriza, obstrução nasal, algumas vezes acompanhados de conjuntivite (prurido ocular, hiperemia conjuntival e lacrimejamento). devemos pesquisar antecedentes pessoais e/ou familiares de outras doenças atópicas como asma e dermatite atópica; Brasil, sintomas mais freqüentes: prurido nasal, congestão nasal, espirros em salva e coriza; Incômodo gerado: a congestão é o mais importante, seguida pelos espirros em salva, prurido nasal e coriza;

Exame: conchas nasais encontram-se empalidecidas; Nas crianças visualizam-se as linhas de Denni-Morgan, pequenas pregas nas pálpebras inferiores, características dos doentes atópicos; prega no dorso nasal - saudação do alérgico; sinais característicos do respirador bucal;

Citológico nasal: a análise das células na secreção nasal pode auxiliar na diferenciação entre rinopatias inflamatórias e infecciosas; Dosagem de imunoglobulinas (IgA, IgE, IgM, IgG): indicada nos casos de rinites infecciosas recorrentes a fim de detectar algum fator predisponente; Hemograma: o aumento dos níveis de eosinófilos (mais de 5% dos leucócitos) pode ser indicativo de doença alérgica; Provocação nasal: aplicação tópica de substâncias capazes de desencadear sintomas nasais e análise da fisiologia nasal pós-provocação

Tratamento

Soluções salinas: remoção mecânica dos alérgenos; Anti-histamínicos: Bloqueiam a ligação da histamina com receptores H¹; Eficaz no controle de espirros, prurido e coriza; ineficaz na obstrução nasal; corticosteróides intranasais: padrão-ouro; se ligam a receptores celulares sendo direcionados ao núcleo das células onde atuarão sobre os genes. Seus efeitos ocorrem pela indução da produção de substâncias antiinflamatórias e da inibição da síntese de mediadores inflamatórios; Antileucotrienos: se ligam a receptores celulares sendo direcionados ao núcleo das células onde atuarão sobre os genes. Seus efeitos ocorrem pela indução da produção de substâncias antiinflamatórias e da inibição da síntese de mediadores inflamatórios; Cromoglicato dissódico: capaz de estabilizar a membrana plasmática dos mastócitos, com isto diminuindo sua ativação e, consequentemente, sua liberação de mediadores químicos, como histamina e leucotrienos; tópico; Imunoterapia específica;

Bibliografia Guideline IVAS - SBORL Tratado de clínica médica, A. C. Lopes; Projeto diretrizes: Rinossinusites; www.medicinaatual.com.br Rinite alérgica (out – 2009) Rinossinusite (ago – 2009) Allergic Rhinitis and its Impact on Asthma (ARIA) 2008 Consenso brasileiro de Rinite 2006;