O Início de uma Grupoterapia Analítica: Uma Primeira Sessão

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Transcrição da apresentação:

O Início de uma Grupoterapia Analítica: Uma Primeira Sessão Bárbara Verza 11/09/09

Exemplo Clínico Trata-se de um grupo que foi formado por um terapeuta iniciante, com uma razoável formação em teoria e técnica da psicanálise individual; é o seu primeiro grupo com finalidades terapêuticas de pretensão analítica; a seleção e composição visou a pacientes adultos de ambos sexos e com um grau médio de neurose.

Composição do grupo Ana: 25 anos, médica, solteira. Problemas de desajustes com o namorado. Bia: 29 anos, psicóloga, casada, três filhos. Dificuldades de relacionamento com todos em geral. Cida: 27 anos, professora, casada, um filho. Excessiva timidez.

Composição do grupo Diva: 26 anos, arquiteta, solteira. Dificuldades de estabelecer vínculos com o sexo oposto. Intensa sudorese nas mãos. Ênio: 28 anos, gerente de vendas, solteiro. Permanente estado de angústia. Fábio: 22 anos, estudante de medicina, solteiro. Exagerada inibição social. Gil: 23 anos, estudante de arquitetura, solteiro. Manifestações fóbicas.

Comentários (1) Nem todos os grupoterapeutas procedem assim. Pode-se iniciar com a combinação de regras básicas ou deixar que o grupo tome a iniciativa de expor suas respectivas dúvidas e angústias.

Comentários (2) A presença do terapeuta e um enquadre inusitado mudou o comportamento do grupo, em que o silêncio estava expressando a emergência de expectativas e ansiedades. Trabalhar com um nível médio de ansiedade.

Comentários (3) É a forma mais comum de enfrentar a ansiedade frente ao desconhecido. (4) Uso de mecanismos defensivos, tipo negação. Distribuição de papéis: um contemporizador.

Comentários (5) Persiste a ansiedade diante de uma situação nova e estranha... O grupo, como uma totalidade, está dividido, ou seja, dissociado. (6) Contestação de uma afirmação distorcida. A atividade interpretativa alivia a tensão do grupo e também destaca o papel que cada um começa a exercer.

Comentários (7) Um grupo em início tem a necessidade de saber se o seu terapeuta é possuidor da capacidade de se comportar como um “bom continente” para poder conter aqueles medos e angústias que cada um não tolera de si próprio.

Comentários (8) Responder a cada um, neste momento, reforçaria a dependência e as individualidades. (9) O terapeuta não assume o papel que o grupo espera dele, e vai sendo marginalizado, enquanto emerge um líder inicial de características maníacas.

Comentários (10) Paciente mal selecionado para a composição deste grupo. Sentimento contratransferencial: necessidade de contar com alguém falante e agitado. (11) Ansiedades emergentes. Emerge uma ansiedade de tipo depressivo,culpas pelas perdas e de um medo que a vida psíquica de cada um esteja irreversivelmente estragada.

Comentários (12) Comunica sua ansiedade através de uma linguagem não-verbal, tanto sob a forma da ação simbólica, como através da linguagem da somatização. (13) Interpretações no aqui-agora transferencial.

Comentários (14) Ao término da sessão, intervenção que sintetiza os principais movimentos que ocorreram ao longo dela, com a finalidade de integrar os aspectos dissociados.