CONHECIMENTOS PSICOLÓGICOS NO BRASIL A produção de conhecimento pertinente a área da Psicologia iniciou-se no Brasil logo após o descobrimento, precisamente.

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CONHECIMENTOS PSICOLÓGICOS NO BRASIL A produção de conhecimento pertinente a área da Psicologia iniciou-se no Brasil logo após o descobrimento, precisamente no período inicial de colonização.

Antunes (2001) divide a produção do conhecimento psicológico no Brasil em dois períodos: Pensamento psicológico e Psicologia Cientifica. É possível ainda, subdividir estes períodos em dois. PSICOLOGIA NO BRASIL PENSAMENTO PSICOLOGICO PSICOLOGIA CIENTÍFICA Pré-institucional 1500- 1808 Período institucional 1808-1890 Pré-reconhecimento da profissão 1890-1962 Pós-reconhecimento da profissão 1962 até hoje

PERÍODO PRÉ-INTITUCIONAL No período pré-institucional (1500 -1808), destaca-se estudos, análises e discussões sobre formas de atuação sobre os chamados fatos psíquicos. Os autores eram na sua maioria brasileiros, formados em universidades européias, com função religiosa ou política na Colônia. As obras eram editadas na Europa. Os temas estudados neste período eram: • emoções e sua cura (Padre Vieira); • formação da personalidade (Alexandre de Gusmão), com ênfase no processo educativo;  • relação homem-trabalho, adaptação ao ambiente e formação do caráter brasileiro (Padre Vieira e Mello Franco); e • loucura e sexualidade (Mello Franco). 

PERÍODO INSTITUCIONAL (1808 -1890) Após a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil (1808), inicia-se o período onde o conhecimento psicológico foi produzido vinculado a dois tipos de instituições: educacionais e médicas. 

A produção vinculada às instituições educacionais se ambientou nas primeiras escolas normais brasileiras, foi realizada principalmente por teólogos, professores e médicos, na sua maioria composta por obras de cunho filosófico, que tinham como preocupação fundamental o desenvolvimento das faculdades psíquicas da criança, em especial a inteligência. Os temas estudados foram: • fundamento da vida psíquica (alma, eu, consciência); • fenômenos psíquicos (percepção, emoção, cognição); e • aplicação deste conhecimento acima da elaboração de métodos de ensino eficazes.

A produção vinculada às instituições médicas se desenvolveu principalmente por meio da teses de doutoramento (espécie de trabalho de conclusão de curso) das faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia. As áreas de interesse eram a Medicina Legal e a Medicina Social. Dentro delas destacam-se os estudos sobre: • emoções; • loucura (diagnóstico e tratamento de alucinações mentais, ações preventivas); • epilepsia e crime; • sexualidade (prostituição, ninfomania); e • higiene escolar.

PERÍODO PRÉ –RECONHECIMENTO DA PROFISSÃO (1890 – 1962) No período pré-reconhecimento da profissão (1890 – 1962) foi se desenhando progressivamente o perfil do psicólogo como um profissional diferenciado do médico e do pedagogo. Este reconhecimento da especificidade da atuação do psicólogo foi se desenvolvendo dentro do seio das mesmas instituições em que a Psicologia era construída e aplicada desde o período anterior (educacionais e médicas), e se estendeu para outra nova, ligadas as primeiras mais voltadas para a seleção e orientação profissional. Alguns fatos merecem destaque:

Criação de laboratórios de Psicologia nos Hospícios e Asilos, a exemplo do Laboratório de Psicologia da Colônia de Psicopatas do Engenho de Dentro (1923) com seus estudos e aplicações na seleção e orientação profissional em psicoterapia, espaço de formação de psicólogos brasileiros.  • Criação de gabinetes de psicologia e das “Jornadas Brasileiras de Psicologia” pelas Ligas de Higiene Mental. • A valorização do conhecimento dos aspectos psicológicos envolvidos no crime e delinqüência por Nina Rodrigues. • A criação do Pedagogium (1890) onde foi fundado o primeiro laboratório de Psicologia do Brasil, com registros claros de estudos sobre a dinâmica do pensamento humano (Manoel Bonfim).

• A aplicação do conhecimento e técnicas psicológicas à seleção e orientação profissional no Instituto de Psicologia de Pernambuco, posteriormente transformado em Instituto de Seleção e Orientação Profissional – o ISOP (Ulysses Pernambucano). • Os cursos promovidos juntamente com psicólogos estrangeiros para a formação docente na Escola de Aperfeiçoamento Pedagógico de Belo Horizonte, onde foi criada uma classe para crianças com deficiência mental, germe da Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais (Helena Antipoff). • O Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo onde se aplicou pela primeira vez a Psicologia ao trabalho no Brasil (Roberto Mangé).

Após a efervescência do período anterior, incrementou-se a demanda por profissionais psicólogos no Brasil. Em consequência disso, surgem os primeiros cursos universitários de formação no Brasil, em Minas Gerais, Brasília e São Paulo no final da década de 50 e início da década da 60. Em 27 de agosto de 1962 foi publicado o Decreto Lei 4119, que reconhecia e regulamentava a profissão no Brasil.

ANTUNES, M. A. M. A Psicologia no Brasil: leitura histórica sobre sua constituição. São Paulo: UNIMARCO / EDUC, 2001.