Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo Danças Folclóricas e Populares Definindo e discutindo conceitos Profª Danúbia Aires.

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Transcrição da apresentação:

Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo Danças Folclóricas e Populares Definindo e discutindo conceitos Profª Danúbia Aires

Cultura No campo teórico e político dos Estudos Culturais a cultura é entendida como espaço de luta, ou seja, qualquer transmissão cultural é sempre travada, disputada, conquistada e transformada pelos grupos envolvidos. Sendo uma construção que ocorre nas relações entre os diversos grupos sociais e entre seus membros (HALL, 2003). Os conhecimentos são construídos culturalmente pelas pessoas, que carregam em seu próprio corpo uma diversidade de especificidades culturais. “Quando um grupo compartilha uma cultura, compartilha um conjunto de significados construídos, ensinados e aprendidos nas práticas de utilização da linguagem” (MOREIRA e CANDAU, 2007, p. 27). Com a globalização da economia e os avanços tecnológicos, a mídia intensifica a mistura das culturas e difunde formas particulares e únicas de ser, implicando na produção de perfis e de um padrão a serem consumidos pelas diversas subjetividades, independentemente de contexto geográfico, cultural, dentre outros; o que contribui para que as identidades locais fixas desapareçam para dar lugar a identidades globalizadas flexíveis.

Cultura pode ser considerada como tudo que o homem, através da sua racionalidade, mais precisamente da inteligência, consegue executar. Dessa forma, todos os povos e sociedades possuem sua cultura por mais tradicional e arcaica que seja, pois todos os conhecimentos adquiridos são passados das gerações passadas para as futuras.

Identidade(s) De acordo com o antrop ó logo Kabengele Munanga: A identidade é uma realidade sempre presente em todas as sociedades humanas. Qualquer grupo humano, atrav é s do seu sistema axiol ó gico(conceito de valor/ valores predominantes de determinada sociedade) sempre selecionou alguns aspectos pertinentes de sua cultura para definir-se em contraposi ç ão ao alheio. A defini ç ão de si (autodefini ç ão) e a defini ç ão dos outros ( identidade atribu í da) têm fun ç ões conhecidas: a defesa da unidade do grupo, a prote ç ão do territ ó rio contra inimigos externos, as manipula ç ões ideol ó gicas por interesses econômicos, pol í ticos, psicol ó gicos, etc. (MUNANGA, 1994: ).

Para Hall (citado por NUNES e R Ú BIO, 2008, p.56) a identidade é um processo discursivo, sendo formada culturalmente mediante circunstâncias hist ó ricas e experiências pessoais que levam o sujeito a assumir determinadas posi ç ões de sujeito tempor á rias. Para o autor, a identidade pode ser compreendida como um conjunto de caracter í sticas pelas quais os grupos se definem como grupos e marca, ao mesmo tempo, aquilo que eles não são. Nesta dial é tica, segundo Nunes e R ú bio (2008, p.56) [...] ao projetar as identidades adequadas, as pol í ticas educacionais, estabelecem quais posi ç ões os sujeitos da educa ç ão deverão assumir enquanto cidadãos.

MULTICULTURALISMO: Coexistência de v á rias culturas no mesmo espa ç o, no mesmo pa í s, na mesma cidade, na mesma escola. Para Gon ç alves e Silva; “ embora o multiculturalismo tenha se transformado, com apoio da m í dia e das redes informais, em um fenômeno globalizado, ele teve in í cio em pa í ses nos quais a diversidade cultural é vista como um problema para a constru ç ão da unidade nacional. (...) Em suma, o multiculturalismo, desde sua origem, aparece como princ í pio é tico que tem orientado a a ç ão de grupos culturalmente dominados, aos quais foi negado o direito de preservar suas caracter í sticas culturais ” (2001, p ).

PLURALISMO: Esse termo se refere à s rela ç ões sociais em que grupos distintos em v á rios aspectos compartilham outros tantos aspectos de uma cultura e um conjunto de institui ç ões comuns. Cada grupo preserva as suas pr ó prias origens é tnicas ao perpetuar culturas espec í ficas (ou “ subculturas ” ) na forma de igrejas, neg ó cios, clubes e m í dia. Existem dois tipos b á sicos de pluralismo: o cultural e o estrutural. O pluralismo cultural ocorre quando os grupos têm reconhecidos e respeitados sua pr ó pria religião, suas visões de mundo, seus costumes, suas atitudes e seus estilos de vida em geral, e compartilham outros com grupos diferentes. O pluralismo estrutural ocorre quando os grupos têm as suas pr ó prias estruturas e institui ç ões sociais enquanto compartilham outras. O pluralismo, como ferramenta anal í tica, pretende explicar como grupos diferentes, com diferentes “ bagagens culturais ”, e talvez interesses distintos, podem viver juntos sem que a sua diversidade se torne motivo de conflito.

Diversidade “ Assumir a diversidade cultural significa muito mais do que um elogio à s diferen ç as. Representa não somente fazer uma reflexão mais densa sobre as particularidades dos grupos sociais, mas, tamb é m, implementar pol í ticas p ú blicas, alterar rela ç ões de poder, redefinir escolhas, tomar novos rumos e questionar a nossa visão de democracia ” (GOMES, 2003).

ETNIA No campo intelectual, muitos profissionais preferem usar o termo etnia para se referir aos negros e negras, entre outros grupos sociais, discordando do uso do termo ra ç a. Ao usarem o termo etnia, estes intelectuais o fazem por acharem que, se falarmos em ra ç a ficamos presos ao determinismo biol ó gico, à id é ia de que a humanidade se divide em ra ç as superiores e inferiores, a qual j á foi abolida pela biologia e pela gen é tica. Contudo, o Movimento Negro e alguns soci ó logos, quando usam o termo ra ç a, não o fazem alicer ç ados na id é ia de ra ç as superiores e inferiores, como originalmente era usada no s é culo XIX. Pelo contr á rio, usam-no com uma nova interpreta ç ão, que se baseia na dimensão social e pol í tica do referido termo.

Dessa forma, etnia é o outro termo ou conceito usado para se referir ao pertencimento ancestral e é tnico/racial dos negros e outros grupos em nossa sociedade. Os que partilham dessa visão entendem por etnia: Um grupo possuidor de algum grau de coerência e solidariedade, composto por pessoas conscientes, pelo menos em forma latente, de terem origens e interesses comuns. Um grupo é tnico não é mero agrupamento de pessoas ou de um setor da popula ç ão, mas uma agrega ç ão consciente de pessoas unidas ou proximamente relacionadas por experiências compartilhadas (CASHMORE, 2000: 196). Ou, ainda: um grupo social cuja identidade se define pela comunidade de l í ngua, cultura, tradi ç ões, monumentos hist ó ricos e territ ó rios (BOBBIO, 1992: 449).

Etnocentrismo O etnocentrismo é um termo que designa o sentimento de superioridade que uma cultura tem em rela ç ão a outras. Consiste em postular indevidamente como valores universais os valores pr ó prios da sociedade e da cultura a que o indiv í duo pertence. O etnocêntrico acredita que os seus valores e a sua cultura são os melhores, os mais corretos e isso lhe é suficiente. Ele não alimenta necessariamente o desejo de aniquilar e destruir o outro, mas, sim, de evit á -lo ou at é mesmo de transform á -lo ou convertê-lo, pois carrega em si a id é ia de recusa da diferen ç a. Os sentimentos etnocêntricos estão enraizados na humanidade e por isso mesmo são dif í ceis de ser controlados. Por é m, quando esse tipo de sentimento se exacerba, produzindo uma id é ia de que o outro, visto como o diferente, apresenta al é m das diferen ç as consideradas objetivas, uma inferioridade biol ó gica, o etnocentrismo pode se transformar em racismo.

Folclore A palavra Folclore prov é m do neologismo inglês folk-lore (saber do povo) cunhado por Williem John Thoms, em 1846, para denominar um campo de estudos at é então identificado como "antiguidades populares" ou "literatura popular".

O folclore é o retrato da cultura de um povo! Nesse sentido amplo de "saber do povo", a ideia de folclore designa muito simplesmente as formas de conhecimento expressas nas cria ç ões culturais dos diversos grupos de uma sociedade. Não apresenta autor conhecido, é obra do povo que a cria. As danças folclóricas e populares vão passando de geração à geração, valorizando e perpetuando a tradição de uma cultura.

Danças Folclóricas Brasileiras Segundo PINTO (1983), os folcloristas classificam as danças brasileiras por suas origens: De inspiração ameríndia ( indígena americana), como a caboclinha, caipó, cateretê e caruru ou cururu; De inspiração européia ( espanhóis, holandeses, portugueses), como bumba-meu-boi, chegança, quadrilha, chula, fandango e frevo; De inspiração africana, como baião, batuque, coco, jongo, maxixe, samba, congada e lundu, maracatu.

A maioria das danças folclóricas, se constituem dos significados que então estavam diretamente ligados a vida das pessoas: - Religiosos ( místicos); - Guerreiros ( as guerras faziam parte da vida de praticamente todos os povos durante um grande período histórico); - A produtividade nas colheitas.

Felícitas (1988) destaca que o folclore brasileiro, é sem dúvida, o mais exuberante e o mais original do mundo inteiro, devido a grande variedade dos povos que trouxeram as tradições dos seus países de origem, que vieram aqui se caldear com os índios.

Bibliografia NUNES, M. L. F; RÚBIO, K. O(s) currículos da Educação Física e as constituição da identidade de seus sujeitos. Currículo sem fronteiras, v. 8, n. 2, p.55 – 77, julho/dezembro de Disponivel em Acesso 11 fev GOMES, Nilma Lino. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais no Brasil: uma breve discussão. In: Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal nº /03 Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005, p BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Brasília: SECAD.2006