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Leonardo Rodriguez Médico Residente R3 Cirurgia Geral

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Apresentação em tema: "Leonardo Rodriguez Médico Residente R3 Cirurgia Geral"— Transcrição da apresentação:

1 Leonardo Rodriguez Médico Residente R3 Cirurgia Geral
Ministério da Saúde Hospital Federal Cardoso Fontes Serviço de Cirurgia Geral Sessão Clínica Leonardo Rodriguez Médico Residente R3 Cirurgia Geral

2 Trauma

3 Trauma

4 Roteiro Introdução Avaliação Inicial do Politraumatizado
Avaliação Inicial do Trauma de Abdome Trauma Aberto Trauma Fechado Laparotomia de Emergência Controle do Sangramento Lesão Hepática

5 Introdução Representa a 7ª causa de morte globalmente.
Principal causa de morte em crianças e adultos até os 44 anos nos EUA. Representa 1 a cada 6 internações hospitalares nos EUA. Responsável por mortes por ano no Brasil. Responsável por de lesões/ano. Responsável por mortes nos EUA em 2000 e 5,8 milhões de mortes mundialmente no mesmo ano. Mata mais crianças e adultos entre 1 e 34 anos que todas as doenças combinadas nos EUA. Segunda maior causa de morte no Brasil, só perdendo para as doenças cardiovasculares. Custo total do trauma nos EUA estimado em 200 bilhões de dólares por ano. Considerado uma doença, e a única totalmente evitável.

6 Introdução Mortalidade no Trauma segue padrão trimodal (Trunkey, 1982): 1º pico: Segundos a minutos após o trauma Decorrentes de lesões graves como lacerações de aorta, traumatismo cardíaco e lesões à medula espinhal e tronco cerebral (causas mais comuns) 50% dos casos de óbito 2º pico: Primeiras horas do evento traumático Potencialmente evitáveis Principais causas de óbito: hemorragias e lesões do SNC 30% dos casos de óbito Atendimento inicial adequado sabidamente interfere na sobrevida “GOLDEN HOUR” 3º pico: Após 24 horas do evento traumático Decorrentes de complicações sistêmicas como infecções, falência orgânica múltipla e embolia pulmonar (causas mais comuns) 20% dos casos de óbito

7 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
ATLS Consiste em Exame Primário rápido voltado a identificação das lesões que ameaçam a vida. O exame primário deve ser feito em não mais de 5 a 10 minutos e é conduzido de acordo com o mnemônico ABCDE do trauma (ATLS): A (Airway) – Vias aéreas + proteção da coluna cervical B (Breathing) – Respiração e ventilação C (Circulation) – Circulação com controle da hemorragia D (Disability) – Incapacidade, estado neurológico E (Exposure) – Exposição com controle do ambiente Só se passa para o próximo passo após o anterior ter sido completamente resolvido.

8 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
A – Manutenção das vias aéreas e controle da coluna cervical Permeabilidade das vias aéreas é a 1ª medida do atendimento. Retirada de corpos estranhos. Estabilização das vias aéreas: chin lift (elevação do queixo), jaw trust (anteriorização da mandíbula). Indicações de Via Aérea Definitiva: Apnéia Glasgow < 8 – Principal Indicação Proteção das vias aéreas inferiores contra broncoaspiração gástrica ou de sangue Comprometimento iminente das vias aéreas (lesão por inalação, fraturas faciais, convulsões reentrantes) TCE necessitando de hiperventilação Incapacidade de manter oxigenação adequada com ventilação não-invasiva

9 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
A – Manutenção das vias aéreas e controle da coluna cervical Métodos de acesso à Via Aérea Definitiva: Intubação Endotraqueal Orotraqueal Nasotraqueal Via Aérea Cirúrgica Cricotireoidostomia Cirúrgica Traqueostomia Cricotireoidostomia por Punção

10 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
A – Manutenção das vias aéreas e controle da coluna cervical Métodos de acesso à Via Aérea Definitiva: Intubação Endotraqueal Orotraqueal Acesso de escolha Evitar agravamento de lesão cervical Sequência rápida

11 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
A – Manutenção das vias aéreas e controle da coluna cervical Métodos de acesso à Via Aérea Definitiva: Intubação Endotraqueal Orotraqueal Nasotraqueal Exige paciente alerta e colaborativo Contra-indicações: apnéia e trauma de face

12 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
A – Manutenção das vias aéreas e controle da coluna cervical Métodos de acesso à Via Aérea Definitiva: Intubação Endotraqueal Orotraqueal Nasotraqueal Via Aérea Cirúrgica Cricotireoidostomia Cirúrgica Traqueostomia Cricotireoidostomia por Punção

13 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
A – Manutenção das vias aéreas e controle da coluna cervical Métodos de acesso à Via Aérea Definitiva: Via Aérea Cirúrgica Indicações Trauma maxilo-facial extenso Distorção anatômica resultante de trauma no pescoço Incapacidade de visualização das cordas vocais (acúmulo de sangue ou edema na via aérea)

14 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
A – Manutenção das vias aéreas e controle da coluna cervical Métodos de acesso à Via Aérea Definitiva: Via Aérea Cirúrgica Cricotireoidostomia Cirúrgica Traqueostomia

15 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
A – Manutenção das vias aéreas e controle da coluna cervical Métodos de acesso à Via Aérea Definitiva: Via Aérea Cirúrgica Cricotireoidostomia Cirúrgica Incisão transversa cervical sobre a membrana cricotireóide Principal indicação: Trauma de face Contra-indicado em menores de 12 anos (risco de estenose subglótica) (Sabiston – 8 anos)

16 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
A – Manutenção das vias aéreas e controle da coluna cervical Métodos de acesso à Via Aérea Definitiva: Via Aérea Cirúrgica Cricotireoidostomia Cirúrgica Traqueostomia

17 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
A – Manutenção das vias aéreas e controle da coluna cervical Métodos de acesso à Via Aérea Definitiva: Via Aérea Cirúrgica Traqueostomia Método de exceção Indicada nas fraturas de laringe Método de acesso a via aérea em crianças menores de 12 anos

18 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
A – Manutenção das vias aéreas e controle da coluna cervical Métodos de acesso à Via Aérea Definitiva: Intubação Endotraqueal Orotraqueal Nasotraqueal Via Aérea Cirúrgica Cricotireoidostomia Cirúrgica Traqueostomia Cricotireoidostomia por Punção

19 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
A – Manutenção das vias aéreas e controle da coluna cervical Métodos de acesso à Via Aérea Definitiva: Cricotireoidostomia por Punção Punção da membrana cricotireóide com cânula fina Usar em situações com indicação de via aérea cirúrgica, porém quando a mesma deve ser acessada de imediata, em segundos. Exemplo: paciente com trauma maxilo-facial extenso, desenvolve subitamente apnéia. Não usar por mais de 30 minutos (retenção CO2), procedendo-se assim que possível via aérea cirúrgica Uso autorizado em menores de 13 anos

20 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
A – Manutenção das vias aéreas e controle da coluna cervical Colar cervical – todo paciente com trauma fechado acima das clavículas, alteração do nível de consciência ou vítima de trauma multissistêmico deve ser considerado portador de lesão cervical até se prove o contrário. Suspeita clínica de lesão à medula espinhal é indicação de prancha longa.

21 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
B – Respiração e ventilação Oxigênio suplementar em todos os pacientes Cânula de Guedel, Máscara de O2 ou TOT Monitorização da saturação sempre que possível Oximetria de pulso Gasometria arterial Manter SatO2 > 94 % Inspeção, palpação percussão e ausculta Ventilação mecânica: Lesão grave à parede torácica Diminuição do drive respiratório Hipoxemia com infiltrado no parênquima

22 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
B – Respiração e ventilação Identificar e tratar: Pneumotórax hipertensivo Pneumotórax aberto Hemotórax maciço Tamponamento cardíaco Tórax instável com contusão pulmonar Diagnóstico clínico e tratamento imediato

23 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
C – Circulação com controle da hemorragia Todo politraumatizado com hipotensão e taquicardia deve ser considerado hipovolêmico até que se prove o contrário. Monitorar FC, PA, diurese e nível de consciência. Ausculta e monitorização cardíacas. 2 acessos periféricos de grosso calibre. MMSS (Jelco 14 ou 16) Jugular externa ou dissecção de safena magna quando insucesso nos MMSS Acesso profundo reservado para indisponibilidade de acesso periférico Femoral é a preferência Intra-óssea (platô tibial)– opção em menores de 6 anos Veias do escalpo – escolha em menores de 18 meses Sangue: hematócrito e tipagem Infusão de soluções cristalóides aquecidas. Preferência: Ringer Lactato a 39ºC. Hemorragias externas são controladas no exame físico primário por meio de compressão direta.

24 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
C – Circulação com controle da hemorragia Reposição padrão: Ringer Lactato 2000ml EV (Sabiston – 1000ml) (ou 20 ml/kg em crianças) Repetir infusão caso persista instabilidade hemodinâmica Hemoderivados indicados na ausência de resposta (Graus 3 e 4) Avaliar resposta através da melhora do nível de consciência, FC, PA, FR e palidez cutâneo-mucosa. Manter diurese > 0,5ml/kg/h (1ml/kg/h em menores de 12 anos e 2ml/kg/h em < 1 ano) Hipotensão refratária: Sangramento ativo Choque cardiogênico Pneumotórax hipertensivo (mais comum) Tamponamento cardíaco Contusão cardíaca / IAM Embolia gasosa ou gordurosa Choque neurogênico Insuficiência supra-renal

25 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
Graus de Perda Volêmica e Tipos de Reposição Percentual da Perda Freq. Cardíaca Pressão Sistólica Respiração Débito Urinário Reposição Grau 1 Menor que 15% (até 750ml) 60 a 100 Normal 14 a 20 Maior que 35 ml/h Cristalóide Grau 2 15 a 30 % (750 a 1500ml) Maior que 100 20 a 30 20 a 30 ml/h Grau 3 30 a 40 % (1500 a 2000ml) Maior que 120 < 90 mmHg 30 a 40 5 a 15 ml/h + Sangue Grau 4 Maior que 40% (Perda > 2000ml) Maior que 140 Choque Maior que 40 Muito baixo

26 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
D – Avaliação neurológica Exame neurológico rápido. Avaliação da reatividade das pupilas. Avaliação do nível de consciência pela Escala de Coma de Glasgow. Procurar sinais de localização de déficit motor e lesão de pares cranianos. Movimentação das extremidades. Alteração no nível de consciência Hipoxemia, Hipotensão, Uso de álcool/drogas Traumatismos do SNC Manter PA Sistólica > 90mmHg e PaO2 > 60 mmHg. Glasgow < 8 = Coma. Coma = via aérea definitiva (Indicação Absoluta).

27 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
D – Avaliação neurológica Escala de Coma de Glasgow (ECG / GCS) Abertura ocular Resposta motora Resposta verbal Espontânea 4 Obedece a comandos 6 Orientado 5 Ao estímulo verbal 3 Localiza dor Confuso Ao estímulo doloroso 2 Flexão normal (retirada) Palavras inapropriadas Flexão anormal (decorticação) Sons incompreensíveis Extensão (descerebração) Sem resposta 1 Sem resposta (flacidez)

28 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
D – Avaliação neurológica Classificação da gravidade do TCE: Leve – Glasgow > 13 Moderado – Glasgow entre 9 e 12. Indica internação e TC Crânio Grave – Glasgow < 8. Indica TOT, VM com hiperventilação, Internação, TC Crânio e CTI (monitorizar PA e PIC) Sinais clínicos de Gravidade: Sinal de Battle (equimose retro-auricular) Sinal do Guaxinim (equimose retro-orbitária) Rinorragia Otorragia Lesões focais Hematoma Subdural Agudo Hematoma Epidural Lesões Difusas Lesão Axonal Difusa Concussão Cerebral

29 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
E – Exposição com controle do ambiente Despir totalmente o paciente Avaliar lesões associadas como fraturas, lesões corto-contusas e pulsos periféricos Avaliar dorso, períneo e extremidades Evitar hipotermia Cobertores Mantas térmicas Fluidos aquecidos

30 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
Medidas auxiliares à avaliação primária: Monitorização não-invasiva ECG Oxímetro de pulso Pressão Arterial Gasometria arterial Cateterização Vesical Importante para avaliação da reposição volêmica Contra-indicado se suspeita de lesão uretral (sangue no meato peniano, equimose perineal, sangue no escroto, deslocamento da próstata ou fratura pélvica) CNG Evitar risco de broncoaspiração Indicada em pacientes em Ventilação Mecânica ou com trauma abdominal Contra-indicada na suspeita de fratura de base do crânio e da lâmina crivosa (passar orogástrica) Radiografias e procedimentos diagnósticos Só indicado na avaliação primária quando disponível na Sala de Trauma, e após a estabilidade hemodinâmica RX Cervical perfil, Tórax AP e Bacia AP FAST e LPD

31 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
O Exame Secundário só deve ser iniciado após o término do Exame Primário, tendo-se alcançado a reanimação e normalização das funções vitais. Consiste na história detalhada e no exame físico detalhado. História: Mecanismo do trauma História Clínica A M P L A: A – Alergia M – Medicamentos P – Passado médico, “prenhez” L – Líquidos e sólidos ingeridos A – Ambiente do trauma

32 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
Avaliação Secundária – Exame Físico: Exame físico detalhado e pormenorizado dos pés à cabeça, na procura de lesões não observadas inicialmente. “Dedos e tubos em todos os orifícios” Sistematização: Cabeça, face e pescoço; Tórax; Abdome, períneo, reto e vagina; Sistema musculoesquelético; Exame neurológico completo Toque retal – avaliar crepitação (lesão retroperitoneal) e status da próstata (lesão uretral) Exames laboratoriais e radiológicos mais específicos LPD, USG Abdome, cateterismo nasogástrico e vesical

33 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
Medidas auxiliares à Avaliação Secundária: Investigação de lesões específicas dos diversos órgãos e aparelhos TC RX contrastados RX contrastados de extremidades Endoscopias Ultrassonografias Uretrocistografia

34 Avaliação Inicial ao Politraumatizado
Reavaliação, Monitorização Contínua e Cuidados Definitivos Após a Avaliação Secundária Monitorização contínua dos sinais vitais através de exame físico seriado Paciente deve ser constantemente avaliado, tratando eventuais alterações Tratamento específico das lesões Momento de transferir o paciente em caso de carência de recursos Não retardar a transferência para realizar exames diagnósticos nesta fase

35 Avaliação Inicial do Trauma de Abdome
Muito comum 25 a 36% dos pacientes politraumatizados necessitam de laparotomia. Classificação do Trauma Abdominal Aberto (penetrante) Mais comum no Brasil Lesões de alças intestinais (52%), seguido de lesões de fígado (28%) e baço (7%) Fechado (contuso) Mais comum nos EUA Lesões de baço, seguido de fígado e alças intestinais de delgado 5 a 8 % necessitam de laparotomia

36 Avaliação Inicial do Trauma de Abdome
Propedêutica do Trauma Abdominal Lavado Peritoneal Diagnóstico (LPD) Exame rápido e o mais sensível para diagnóstico de hemoperitônio Colocação de cateter na cavidade peritoneal, linha média, infra-umbilical LPD positivo quando Aspiração de 10 ml de sangue não diluído. Infusão de 1000ml SF 0,9% e aspiração de 200ml. Laboratório: Hemácias > /mm3 (1.000 a no Trauma Aberto e no Trauma Torácico inferior com lesão no diafragma) Leucócitos > 500 células/mm3 Amilase > 175 UI/dl Detecção de bile, bactérias ou restos alimentares Indicações: Pacientes INSTÁVEIS Choque ou hipotensão inexplicáveis Exame físico não confiável, paciente anestesiado, drogado ou com alteração do sensório, TCE, TRM Trauma penetrante: só em FAB com penetração peritoneal e exame físico negativo Contra-indicação: clara indicação de laparotomia Contra-indicação relativa: gravidez, obesidade e laparotomia prévia Baixa especificidade: Atentar para lesões retroperitoneais ou fraturas pélvicas, que podem ou não positivar o LPD

37 Avaliação Inicial do Trauma de Abdome
Lavado Peritoneal Diagnóstico (LPD) Principais limitações: Hematoma retroperitoneal Pode não diagnosticar lesões do retroperitônio, rim, duodeno, pâncreas e bexiga extra-peritoneal Lesões diafragmáticas Lesões intestinais discretas e de vísceras ocas Pode dar resultados falso-positivos nos sangramentos provenientes da parede abdominal.

38 Avaliação Inicial do Trauma de Abdome
Propedêutica do Trauma Abdominal USG Objetiva evidenciar líquido livre na cavidade FAST (Focused Assessment Sonography for Trauma) Preferencialmente realizado na Sala de Trauma, à beira do leito, quando disponível Exame rápido (3 minutos) e confiável, avalia abdome e algumas estruturas torácicas Objetivo: identificar líquido livre, e detecta coleções de 250 ml ou maiores Avalia 4 pontos: Subxifóide – avaliação dos seios cardio-frênicos e pericárdio QSD – avaliação do seio costo-frênico D, espaço de Morison, fígado e rim D QSE – avaliação do seio costo-frênico E, baço e rim E Supra-púbico – avaliação da bexiga e fundo-de-saco de Douglas Limitações: resultados falso-negativos para lesões retroperitoneais e de vísceras ocas; operador-dependente Indicado no paciente INSTÁVEL Paciente instável, com FAST positivo = Laparotomia Paciente estável, com FAST positivo = complementar com TC Abdome Paciente estável, com FAST Normal = observação

39 Avaliação Inicial do Trauma de Abdome
Propedêutica do Trauma Abdominal TC Melhor exame no paciente Estável, cuja conduta inicial é Conservadora. Ideal para Trauma Fechado, desde que com Estabilidade Hemodinâmica Alta especificidade: 92 a 98% Permite diagnóstico de lesões peritoneais de vísceras ocas e sólidas Avaliação adequada do retroperitônio, dos traumas duodenais, pancreáticos e renais Permite acompanhamento conservador de lesões em órgãos sólidos (fígado, baço e rim) Avalia perfusão renal (contraste venoso) e vísceras ocas (contraste oral) Pacientes com lesões em outros sistemas (ex. TCE) são bons candidatos à TC Não-invasivo Contra-indicações: Instabilidade hemodinâmica, alergia a contraste iodado, não-colaboração do doente e demora na disponibilidade do recurso Indicado SOMENTE no paciente ESTÁVEL Hemodinamicamente.

40 Avaliação Inicial do Trauma de Abdome
Propedêutica do Trauma Abdominal Laparoscopia Uso limitado Pode ser usado nos traumas fechados sem instabilidade hemodinâmica Melhores indicações: Avaliar lesões diafragmáticas em feridas penetrantes tóraco-abdominais Avaliar feridas tangenciais da parede abdominal (avaliar penetração da cavidade) Angiografia Casos selecionados Avaliação de trombose da artéria renal Manejo da hemorragia de fraturas pélvicas (angiografia + embolização) Manejo de sangramentos menores da artéria hepática ou esplênica

41 Avaliação Inicial do Trauma de Abdome
LPD FAST TC Abdome Indicações Doente instável Documentação de sangramento Documentação de líquido livre Doente estável Documentação de lesão visceral Vantagens - Diagnóstico precoce e sensível Não-invasiva Possível repetição Diagnóstico precoce Acurácia de 86 a 97% Especificidade para definir a lesão Avaliação eficaz do retroperitônio Acurácia de 98% Desvantagens Invasivo Não diagnostica lesões do diafragma e do retroperitônio Operador-dependente Não diagnostica lesões do diafragma, delgado e pâncreas Distorção por meteorismo e enfisema de subcutâneo Custo alto Não diagnostica lesões de diafragma e delgado

42 Trauma Aberto Perfuração por Arma de Fogo (PAF)
É igual a Laparotomia Exploradora Únicas possíveis exceções: Lesões tangenciais no QSD do abdome no paciente ESTÁVEL clinicamente, onde pode-se adotar conduta expectante. Feridas na transição tóraco-abdominal, sem irritação peritoneal, com exame do abdome normal, indica-se a Laparoscopia. Ferida por Arma Branca (FAB) Risco menor de lesão grave Indicações de Laparotomia imediata: Evisceração Irritação peritoneal Se ESTABILIDADE hemodinâmica, explorar a ferida, avaliar trajeto da lesão e fazer exames específicos Fistulografia Laparoscopia Lavado Peritoneal Diagnóstico (positivo no Trauma Aberto se 1000 a 5000 hemácias/mm3) – Acurácia de 90% Exame físico seriado – Acurácia de 94% Índice de 20% de laparotomias não-terapêuticas nos ferimentos penetrantes

43 Trauma Aberto Trauma Abdominal Aberto Paciente instável? Não Sim
Ferimento por arma de fogo? Não Sim Indicação clínica ou ao RX simples de Lapa Exploradora? Não Sim Laparotomia Exploradora Laparoscopia ou TC com triplo contraste ou Observação Clínica

44 Trauma Fechado Grande desafio propedêutico.
Lesões por compressão, esmagamento, cisalhamento ou desaceleração. Acidentes automobilísticos respondem por 60%. Vísceras parenquimatosas são as mais acometidas: baço (25 a 45%) e fígado. Exame físico sensível e confiável no paciente desperto, hemodinamicamente estável e sem lesões em outros sistemas. Desafio no paciente comatoso, vítima de TCE e/ou com lesões multissistêmicas. Doentes com trauma abdominal fechados que se apresentam hipotensos, sem resposta à reposição volêmica ou com sinais de peritonite, devem ser submetidos a Laparotomia Exploradora precocemente.

45 Avaliação inicial do Trauma de Abdome
Trauma Abdominal Fechado ATLS e radiografias iniciais Hemodinamicamente Estável Hemodinamicamente Instável LPD ou FAST Suspeita de lesão do diafragma TC Abdome Procurar outra causa de choque Negativo Positivo Normal Laparoscopia Observação Hemoperitônio Lesão Grave de órgão sólido Lesão de víscera oca Hemoperitônio Sem lesão de órgão sólido Laparotomia Exploradora

46 Laparotomia de Emergência
Toda laparotomia do trauma obedece à mesma seqüência metódica e prática:

47 Laparotomia de Emergência
Ganhando o acesso A Laparotomia no trauma deve ser rápida e direta. Entre na cavidade peritonial com uma grande incisão mediana xifopubiana. Quanto menos estável o paciente, mais rápido você deve mergulhar na cavidade. Não perder tempo caçando hemácias com o bisturi elétrico. Entrar com três cortes longos e precisos de bisturi frio: 1º - da pele ao subcutâneo 2º - do subcutâneo à linha alba na aponeurose 3º - da aponeurose à gordura pré-peritoneal.

48 Laparotomia de Emergência
Ganhando o acesso Esqueça a dança elaborada de dar um pique no peritônio entre duas Kellys levantadas. Enfie o dedo na lâmina fina de peritônio ou no defeito peritonial comumente encontrado imediatamente acima da cicatriz umbilical e entre na cavidade. Corte o peritônio com um par de tesouras fortes, juntamente com a gordura peritoneal sobrejacente. Proteja as alças para baixo e corte o falciforme entre pinças. Você entrou.

49 Laparotomia de Emergência
Uma vez dentro do abdome... Uma vez dentro do abdome, eviscere imediatamente o intestino na sua direção (p/ a direita e para cima). Não coloque compressas antes de eviscerar. Após eviscerar, retire os coágulos com as mãos e as compressas, aspire rapidamente o sangue e parta para a hemostasia temporária.

50 Laparotomia de Emergência
Uma vez dentro do abdome... Escolha a técnica hemostática temporária com base no mecanismo da lesão. Em trauma contuso, comece com um tamponamento empírico. Comece com o QSD, colocando compressas em cima e abaixo do fígado. Tampone a goteira parietocólica direita. Mova-se para o QSE, puxe o baço gentilmente na sua direção e tampone-o com compressas. Crie um sanduíche por compressão medial do baço.

51 Laparotomia de Emergência
Uma vez dentro do abdome... Tampone a pelve. Se o sangue estiver se acumulando no intestino eviscerado, a causa será um sangramento mesentérico. Em traumas penetrantes, eviscere e vá direto para a origem do sangramento. Em um paciente exsangüinando, considere a compressão da aorta.

52 Laparotomia de Emergência
Explorando a cavidade peritoneal Uma vez tendo temporariamente controlado o sangramento, explorar rapidamente a cavidade. Explorar os compartimentos: Supramesocólico: fígado, estômago e baço Inframesocólico: intestino delgado, cólon, bexiga e os órgãos reprodutores femininos

53 Laparotomia de Emergência
Explorando a cavidade peritoneal Comece a exploração pelo compartimento inframesocólico, levantando o cólon transverso cranialmente e examinando o intestino do Treitz ao reto. Corra as alças, prestando especial atenção ao mesentério. Não esquecer da face posterior do cólon transverso e às flexuras hepática e esplênica. Não esquecer da bexiga e dos órgãos reprodutores femininos.

54 Laparotomia de Emergência
Explorando a cavidade peritoneal Passe para o compartimento supramesocólico, empurrando o cólon transverso caudalmente. Inspecione e palpe o fígado e a vesícula biliar Palpe o rim direito. Inspecione o estômago por todo o trajeto, da junção esofagogástrica ao duodeno. Amplie a exposição do duodeno com uma manobra de Kocher. Palpe o baço e o rim esquerdo. Inspecionar ambos os hemidiafragmas e avaliar se o mesmo se encontra plano ou abaulado para o abdome.

55 Laparotomia de Emergência
Explorando a cavidade peritoneal Agora explore a retrocavidade. Enquanto seu assistente segura o estômago e o cólon transverso para cima, esticando o grande omento, faça uma abertura no lado esquerdo do omento (tipicamente menos vascularizado). Você acessará a parede posterior do estômago, o corpo e a cauda do pâncreas. Você explorou toda a cavidade peritoneal.

56 Laparotomia de Emergência
Explorando o retroperitônio Cavidade ok. E o retroperitônio? Jamais esquecer do retroperitônio. Para chegar a ele, necessário ir para trás dos órgãos intraperitoneais.

57 Laparotomia de Emergência
Explorando o retroperitônio A exposição total do retroperitônio é impossível; o ponto chave é a exposição limitada das estruturas retroperitoneais relevantes através da rotação medial dos órgãos intraperitoneais adjacentes. Decida qual estrutura retroperitoneal explorar guiado pela suspeita clínica do que pode estar lesado, baseado na trajetória do projétil ou na presença de hematoma retroperitoneal. Mantenha uma exploração retroperitoneal focada e limitada.

58 Laparotomia de Emergência
Explorando o retroperitônio Rotação medial das vísceras do flanco esquerdo (Manobra de Mattox) Torna possível o acesso à área menos acessível do retroperitônio: o segmento medial do andar supramesocólico (aorta supra-renal e seus ramos). Acesso: Comece pela mobilização da porção mais baixa do cólon descendente, puxando o cólon esquerdo para a linha média. Faça a incisão na linha de Toldt e mobilize o cólon descendente de baixo para cima, em direção ao ângulo esplênico. Continue seu movimento para cima ao longo da mesma linha, que se estende lateralmente ao baço.

59 Laparotomia de Emergência
Explorando o retroperitônio Rotação medial das vísceras do flanco esquerdo (Manobra de Mattox) Acesso: Continue a manobra para cima até o hiato diafragmático, possibilitado a incisão lateral do pilar diafragmático esquerdo, e fazer a dissecção romba ao redor da aorta com deu dedo, para ganhar acesso à aorta torácica distal ao nível de T6 (acesso à aorta proximal sem abrir o tórax). Este movimento possibilita a rotação do baço, do pâncreas e do rim esquerdo medialmente. Se o seu alvo é a própria aorta ou seus ramos anteriores, gire o rim esquerdo juntamente com os outros órgãos esquerdos. Se o seu alvo for o rim esquerdo, os vasos renais, ou a parede ântero-lateral da aorta, deixe o rim no seu lugar e inicie um plano cirúrgico anterior a ele.

60 Laparotomia de Emergência
Explorando o retroperitônio Rotação medial das vísceras do flanco esquerdo (Manobra de Mattox) Acesso: A manobra completa dá acesso à aorta abdominal e à maioria dos seus ramos, incluindo artérias celíaca, mesentérica superior, renal esquerda e ilíaca esquerda. Na maioria das situações que requererem essa manobra, o hematoma retroperitoneal vai fazer a maior parte da dissecção por você, permitindo a execução da manobra de forma romba e rápida. A realidade é bem dura e diferente das bonitas ilustrações. Checar o baço de perto ao terminar esta manobra. Comum lesá-lo ao executar esta manobra. Cuidado com a avulsão da veia lombar ascendente enquanto se mobiliza o rim esquerdo.

61 Laparotomia de Emergência
Explorando o retroperitônio Rotação medial das vísceras do flanco direito Realizada em três estágios; cada estágio possibilita uma exposição progressivamente melhor do retroperitônio. 1º estágio: Manobra de Kocher Mobilização do arco duodenal e cabeça do pâncreas. Identifique o duodeno e incise o peritônio posterior lateralmente a ele. Enfie sua mão atrás do duodeno e da cabeça do pâncreas para levantá-los. Continue mobilizando o arco duodenal a partir do ducto biliar comum superiormente e da veia mesentérica superior inferiormente. Pode ser necessário mobilizar também a flexura hepática. Rebata mediamente o arco duodenal e a cabeça do pâncreas para visualizar a VCI e o hilo renal direito.

62 Laparotomia de Emergência
Explorando o retroperitônio Rotação medial das vísceras do flanco direito 2º estágio: Manobra de Kocher estendida Exposição mais ampla do retroperitônio. Após completar a manobra de Kocher, continue a incisão no peritônio posterior em direção caudal para a linha branca da fáscia de Toldt, imediatamente lateral ao cólon direito. Mobilize totalmente o cólon direito e rebata-o medialmente. A manobra de Kocher estendida lhe dá acesso a toda a VCI infra-hepática, ao rim direito, ao hilo renal e aos vasos ilíacos direitos.

63 Laparotomia de Emergência
Explorando o retroperitônio Rotação medial das vísceras do flanco direito 3º estágio: Manobra de Cattel-Braasch Após completar a manobra de Kocher estendida, continue a incisão no peritônio posterior próximo ao ceco. Recolha o intestino delgado para a direita e cranialmente, e incise a linha de fusão entre o mesentério do intestino delgado e o peritônio posterior medialmente, do ceco para o ligamento de Treitz (uma curta distância). Traga todo o intestino delgado e o cólon direito para fora do abdome e vire-os para cima, sobre o tórax.

64 Laparotomia de Emergência
Explorando o retroperitônio Rotação medial das vísceras do flanco direito 3º estágio: Manobra de Cattel-Braasch A manobra de Cattel-Braasch começa no ducto biliar comum e termina no ligamento de Treitz. Cuidado com a lesão da VMS na raiz do mesentério, uma vez que o cólon direito estará sustentado apenas pelo seu próprio mesentério. Trações inadvertidas podem avulsionar a veia cólica direita da VMS. Quando completa, permite uma visão panorâmica de todo o retroperitônio inframesocólico, com acesso à terceira e quarta porções do duodeno, aos vasos mesentéricos superiores, à aorta infra-renal e VCI, ambas as artérias e veias renais e aos vasos ilíacos dos dois lados. É uma exposição impressionante.

65 Controle do Sangramento
O controle do sangramento é uma resposta escalonada. Comece com a opção hemostática mais simples. Não fazer nada é uma ótima escolha, principalmente para sangramentos de órgãos sólidos. Outras opções: Compressão manual ou digital Eletrocoagulação Ligadura Suturas hemostáticas Aplicação de compressas Tamponamento com balonete Reparo vascular clássico Sempre tenha uma opção hemostática alternativa. Definir conduta entre Controle Temporário ou Controle Definitivo.

66 Controle do Sangramento
Controle Temporário Primeiro passo nos sangramentos maciços. Soluções temporárias devem ser rápidas, efetivas e atraumáticas. Quando a fonte de sangramento é inacessível ou de difícil, manobras temporárias podem se tornar medidas definitivas quando funcionam e não há melhor opção. Não tentar pinçamento às cegas em meio a uma poça de sangue. Pinçamento às cegas é sinal de pânico. Aplicação temporária de compressas é uma boa opção para superfícies difusamente sangrantes ou cavidades. Controlar o pedículo é uma opção para órgãos com pedículo acessível (baço, fígado, rim, pulmão, intestino). Uma vez obtido o controle temporário, distinguir se trata-se de um PEQUENO ou um GRANDE PROBLEMA.

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Controle Temporário Pequeno Problema: hemorragia esplênica, laceração pulmonar periférica, lesão hepática leve, sangramento mesentérico periférico. Grande Problema: lesão hepática complexa, sangramento da veia ilíaca ou de artéria intercostal posterior profunda na parte inferior do tórax, sangramento da raiz do mesentério, hematoma supramesocólico na linha média, hemorragia livre das veias retroepáticas. Não ficar cara-a-cara com um Grande Problema. Você perderá. Tendo-se identificado um Grande Problema, PARE! Não tente um controle imediato do sangramento. Organize e otimize o seu ataque.

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Controle Temporário

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Controle Temporário Lidando com uma Grande Problema: Avise a equipe de anestesiologistas que você está se preparando para uma perda sanguínea maciça. Solicite aumento da reposição volêmica e pelo menos oito a 10 unidades de sangue. Exija equipamento vascular e de toracotomia pronto e disponível. Solicite a instrumentadora porta-agulhas apropriados e já montados com vários fios de polipropileno 3-0 a 5-0. Providenciar suas próximas duas a três opções hemostáticas como sonda de Foley ou cateter de Fogarty. Avalie sua equipe cirúrgica. Peça ajuda, se possível. Melhore sua exposição. Aumente sua incisão, insira um afastador auto-estático, reposicione seus assistentes. Enquanto isso, não mexa no controle temporário (não mexa nas compressas, mantenha a pressão manual, não movimente as pinças)!! Não fuce! Seja uma rocha. Sempre peque por excesso de cautela. Na dúvida, trate um problema hemorrágico como Grande. Só inicie sua batalha sob circunstâncias favoráveis.

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Controle Temporário Opções Hemostáticas Pressão manual ou digital Excelente primeira escolha. Rápido, instintivo, completamente atraumático e muito eficaz. Comprima você ou seu assistente um fígado lesado com ambas as mãos. É rápido e eficaz. Pince uma fonte de sangramento mesentérico entre seu indicador e o polegar.

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Controle Temporário Opções Hemostáticas Tamponamento por compressas Uma das técnicas pouco valorizadas e mais mal ensinadas da cirurgia do trauma. Muito eficiente em Grandes Problemas. Fazê-lo precocemente, quando ainda há capacidade em formar coágulos. Duas formas possíveis: De fora para dentro De dentro para fora De fora para dentro – por fora do órgão lesado, de modo a criar dois vetores opostos de pressão que comprimem o tecido lesado entre eles. FAZER UM SANDUÍCHE. Muito útil no fígado lesado ou múltiplas lesões em um órgão sólido: duas camadas de compressas (anterior e posterior), ancoradas pela parede abdominal, diafragma, e outros órgãos abdominais. Mattox

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Controle Temporário Opções Hemostáticas Tamponamento por compressas Duas formas possíveis: De fora para dentro De dentro para fora De dentro para fora – rechear uma fenda ou cavidade sangrando ativamente com uma compressa, que fica empurrando as paredes do parênquima lesado de dentro para fora. Útil em feridas perineais profundas de uma fratura pélvica aberta ou em fraturas estreladas da cúpula do lobo hepático direito (pode exigir uma combinação de ambas as técnicas).

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Controle Temporário Opções Hemostáticas Tamponamento por compressas Evitar o excesso de compressas. Atentar para a PA do paciente. Se esta cair de repente, pode haver excesso de compressas comprimindo a Cava Inferior e reduzindo o retorno venoso. Remova algumas compressas e reavalie. Seja paranóico. Cheque se as compressas estão encharcadas antes de fechar o paciente. Caso afirmativo, refazer seu tamponamento ou utilize outra técnica hemostática. Não confie apenas na coagulação do paciente. Esteja certo de ter alcançado o controle efetivo do sangramento.

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Controle Temporário Opções Hemostáticas Sutura hemostática às cegas (em forma de 8) Controlar fonte de sangramento invisível ou retraída dentro dos tecidos. Fonte indisponível para pinçamento e ligadura, mas é possível imaginar onde se encontra. Usar fio monofilamentar (não “serrar” o tecido) com agulha grande e apropriada à situação. Passe o primeiro ponto e levante o tecido suspendendo os fios. Depois passe mais um ponto para hemostasia. Se a hemostasia não for alcançada com quatro pontos, provavelmente não funcionará com mais. Mude de estratégia. Enquanto estiver usando esta estratégia, sempre planeje sua próxima alternativa.

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Controle Temporário Opções Hemostáticas Clampeamento aórtico Uma das manobras heróicas tradicionais na cirurgia do trauma. Usado como adjunto à reanimação em um paciente que está entrando em choque ou para controle global proximal em um grande trauma vascular abdominal. Corrige temporariamente os valores da PA, mas ao preço de uma isquemia visceral global. Acesso: tracione o estômago para baixo e pressione diretamente o pequeno omento em sua porção avascular. Sinta a aorta pulsando imediatamente abaixo e à direita do esôfago e comprima contra a coluna. Se o objetivo é apenas reanimação, a compressão manual é freqüentemente suficiente. Se for necessário o controle aórtico, continue com o clampeamento da aorta supracelíaca através do abdome.

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Controle Temporário Opções Hemostáticas Clampeamento aórtico supracelíaco Clampeamento da aorta torácica baixa através do abdome. Estratégia necessária para fugir do tecido fibroso e neural periaórtico densos no segmento da aorta entre os ligamentos diafragmáticos, tornando difícil o clampeamento. Portanto, ascender para o tórax inferior é a melhor opção. Acesso: Mobilize o lobo lateral E do fígado incisando o ligamento triangular esquerdo. Divulsione com os dedos abrindo o pequeno omento imediatamente à direita da pequena curvatura do estômago, e insira um Deaver dentro do orifício. A tração do estômago e do duodeno para a esquerda expõe o peritônio posterior da retrocavidade e, embaixo dele, o pilar direito do diafragma.

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Controle Temporário Opções Hemostáticas Clampeamento aórtico supracelíaco Acesso: Palpe o pulso da aorta acima da borda superior do pâncreas para se orientar. Divulsionando com os dedos, faça um orifício no retroperitônio, e, então, usando os dedos ou tesoura de Mayo com pontas rombas, separe os dois feixes do pilar direito do diafragma para expor a parede anterior da parte mais baixa da aorta torácica.

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Controle Temporário Opções Hemostáticas Clampeamento aórtico supracelíaco Acesso: Usando os dedos da mão esquerda, crie espaço suficiente dos dois lados da aorta para acomodar uma pinça. Essa é toda a dissecção que você precisa. Pegue um clamp aórtico e leve-o até a posição correta, usando os dedos da sua mão esquerda como guia. Clampeie e cheque o pulso da aorta distal. Envolva-a com uma fita cardíaca e fixe-a ao campo acima do tórax inferior do paciente. Você terminou.

79 Lesão Hepática O Fígado Lesado: “O Mestre Ninja” (Mattox).
Ao identificar-se uma lesão hepática, resista à vontade de fazer um reparo imediato e continue com o inventário da cavidade. Opções principais para controle temporário: Compressão manual Compressão entre as palmas das mãos do assistente. Permite a mobilização hepática em volta do fígado lesado. Tamponamento temporário Boa manobra, principalmente quando se está certo que o fígado é o maior responsável pelo sangramento. Comprima o lobo lesado num sanduíche de compressas acima e abaixo dele. Retorne pouco tempo depois para revisar a hemostasia. Manobra de Pringle Considerar quando persistir o sangramento apesar do tamponamento com compressas. Consiste em ocluir o fluxo de entrada da tríade portal.

80 Lesão Hepática Controle Temporário Manobra de Pringle – Acesso:
Faça um pertuito na porção avascular do omento menor, à esquerda da tríade portal, insira um dedo dentro do recesso do pequeno omento, e gentilmente, apreenda a tríade portal entre o polegar e o indicador. Se a manobra funcionar e o sangramento pára, substitua seus dedos por um clamp vascular aórtico grande, um torniquete de Rummel ou uma clamp gastrointestinal delicado. Tempo máximo de minutos.

81 Lesão Hepática Controle Temporário Manobra de Pringle

82 Lesão Hepática Controle Temporário
Falhas na manobra hemostática temporária: Erro técnico. Sangramento arterial. Compressas não adiantam Necessário interromper o fluxo que irriga a área. Sangramento aparentemente arterial que não interrompe ao Pringle Possível origem anômala da artéria hepática. Tentar o clampeamento aórtico supracelíaco. Sangue escuro que escorre nos recessos profundos atrás do fígado Lesão venosa retroepática. Se não houver certeza, solicitar ao anestesiologista para desconectar o paciente do respirador. Se o sangramento reduzir, confirma-se a suspeita Faça uma incisão no falciforme, segure-o com uma pinça e empurre-o posteriormente e para a esquerda, inclinando o fígado para trás. Isso permite um controle temporário do sangramento enquanto você organiza seu ataque.

83 Lesão Hepática Mobilização do lobo lesado
Necessário em qualquer reparo de lesão hepática, a não ser em lacerações periféricas e anteriores. Objetivo: trazer o fígado para a linha média. Acesso: Seccione o falciforme entre pinças e libere-o até o diafragma, expondo a área nua do fígado. Isole o ligamento triangular E e continue a incisão para o interior dos ligamentos coronários anterior e posterior. Cuidado com a veia frênica. Coloque a mão atrás do lobo direito e rode-o medialmente, esticando o ligamento triangular direito. Agora seccione-o com segurança. Libere o coronário anterior e o posterior. Cuidado com a cápsula hepática e o diafragma direito. Mobilize o lobo lesado para lidar face a face com ele. NÃO MOBILIZAR O FÍGADO SE A SUSPEITA FOR LESÃO VENOSA RETROEPÁTICA! É uma receita para o desastre.

84 Lesão Hepática Opções Hemostáticas Definitivas Eletrocauterização:
Usar em lacerações profundas Programe o cautério para MATAR, e castigue a superfície cruenta que está sangrando, focando nas bordas rotas da cápsula hepática. Aplique o cautério na ponta do aspirador e obtenha um efeito mais amplo. Use um bisturi elétrico com feixe de argônio, se disponível ou um agente hemostático tópico.

85 Lesão Hepática Opções Hemostáticas Definitivas Hepatorrafia
Boa estratégia para sangramentos não controlados com a cauterização. Hepatorrafias têm má reputação, pois causam necrose de tecido incorporado ao ponto, predispondo à infecção, porém sua eficácia supera suas complicações no fígado gravemente lesado de um paciente gravíssimo. “Um paciente vivo com alguma necrose hepática é muito melhor que um morto.” (Mattox) Use a hepatorrafia como solução para recuar rapidamente. Necessária uma cápsula razoavelmente intacta para segurar as bordas. Use fio Catgut cromado 0 com agulha grande de ponta romba. Introduzir a agulha perpendicularmente, e não obliquamente, pegue uma boa quantidade de tecido, e use ou não retalho de epíplon.

86 Lesão Hepática Opções Hemostáticas Definitivas
Hepatotomia com ligadura vascular seletiva Técnica útil para controlar um sangramento oriundo da profundidade do órgão. Útil quando identifica-se uma hemorragia arterial vinda de uma ferida profunda. Não feche a laceração, abra-a ainda mais e persiga tenazmente os sangramentos arteriais ocultos. Procure o centro do perigo. Técnica: Faça o Pringle. Seccione a cápsula hepática com o cautério para estender a laceração. Abra o parênquima na direção da lesão com dissecção romba (ex.:dedos). Exponha a lesão com um par de afastadores Deaver dentro da laceração. Durante a abertura e exposição, o parênquima se desintegra, enquanto os vasos e estruturas ductais permanecem intactas e podem ser controladas, ligadas e seccionadas, permitindo que se aprofunde mais. Prefere-se as ligaduras com pontos aos clipes metálicos, pois os últimos podem se soltar Hepatotomia com ligadura vascular seletiva é mais fácil de dizer do que de fazer. Envolve perda sanguínea contínua, consome tempo e pode gerar iatrogenia. Só usar após reanimação do paciente, depois de organizar seu ataque e se o cirurgião for experiente.

87 Lesão Hepática Opções Hemostáticas Definitivas
Tamponamento com epíplon Útil para preencher o espaço morto no parênquima hepático após hepatotomia com ligadura seletiva, ou para tamponar lesões hepáticas profundas combinadas à hepatorrafia. Técnica: Separe o grande epíplon do cólon transverso ao longo da linha avascular. Selecione uma área saudável (normalmente à D) e seccione-o longitudinalmente em direção à grande curvatura do estômago. Vire a língua de epíplon mobilizada superiormente até o fígado lesado e fixe-a com vários pontos frouxos de Catgut cromado 0. Outra opção: recheie a laceração com o epíplon preenchendo o espaço e aproxime a laceração frouxamente com vários pontos no fígado sobre a compressa epiplóica. Epíplon é amigo. Preencha grandes defeitos do parênquima com ele.

88 Lesão Hepática Opções Hemostáticas Definitivas Tamponamento com balão
Usado em lesão transfixante do fígado. Uma forma engenhosa e fácil para resolver um problema grave. Pertuito largo (<2cm de diâmetro), usar tubo de Blakemore Insira no pertuito de forma que o balão gástrico, inflado no lado de fora do orifício de saída do fígado, sirva como âncora para evitar deslocamento do tubo. Infle o balão esofágico no pertuito até que o sangramento pare. Pertuito estreito (<2cm), ou curto para um Blakemore Improvisar um balão usando um cateter de nelaton por dentro de um dreno de penrose, amarrado com dois fios grossos na extremidade distal e na extremidade proximal em volta do cateter, criando um balão em forma de salsicha. Teste o balão injetando SF0,9% pelo cateter e pinçando-o na sua extremidade proximal. Observe se não existem vazamentos. Insira o balão vazio dentro do trajeto e exteriorize a outra extremidade por contra-incisão na parede abdominal, como se fosse um dreno. Infle o balão com SF0,9% e observe o sangramento cessar. Fixe à pele e deixe a extremidade externa pinçada. Remova o balão à beira do leito com segurança em horas. Desinsufle o cateter e mantenha-o no lugar por 6-8 horas. Se não houver evidência de sangramento, puxe-o para fora.

89 Lesão Hepática Opções Hemostáticas Definitivas
Angiografia com embolização seletiva Funciona como um “tamponamento extra” após a colocação das compressas. Útil quando não há segurança da completa hemostasia do tamponamento realizado. Pode ser intra-operatória na sala ou pós-operatória imediata. Decisão deve ser precoce. Medida auxiliar para um tamponamento eficaz; são é um substituto de uma hemostasia mal feita.

90 Lesão Hepática Opções Hemostáticas Definitivas
Desbridamento resseccional Usado quando há uma porção substancial do lobo hepático destruída, com sangramento profuso. Técnica: O assistente comprime com as mãos o parênquima não-lesado, em volta da área lesada a ser ressecada. Ajuste o cautério no máximo e defina a linha de ressecção, imediatamente exterior à área lesada, dentro do tecido hepático sadio. Faça a fratura digital e a ligadura seletiva ao longo da linha de ressecção criada. Usar grampeador linear com carga vascular, se disponível. Esta técnica leva tempo e envolve perda sanguínea considerável. Não tentar em pacientes exsangüinantes. Organize seu ataque e reanime o doente antes de começar. Ligadura da artéria hepática Tamponamento com envelope de tela absorvível Esmagar o tecido hepático lesado dentro do envelope (em forma de pão árabe), sem apertar.

91 Lesão Hepática A Lesão Venosa Retroepática
Sangue escuro escorrendo de um orifício hepático profundo, ou por detrás e ao redor do fígado, sem resposta à Manobra de Pringle. Geralmente sinal de lesão da VCI retroepática ou das veias hepáticas, as estruturas vasculares menos acessíveis do abdome. Proibido acessar e delimitar a lesão, sem antes controlar primeiro a hemorragia (destamponamento do sangramento ao mobilizar o fígado). Shunt átrio-cava – técnica clássica para controle prévio da hemorragia, porém com resultados desencorajadores, mesmo nas mãos mais experientes. Sem heroísmos fúteis; use o bom senso. As retroepáticas são um sistema de baixa pressão sujeito a contenção e tamponamento (usando ligamentos suspensores do fígado, o diafragma direito e o próprio fígado). A melhor opção, portanto, é conter a lesão, não tentar consertá-la.

92 Lesão Hepática A Lesão Venosa Retroepática Opções reais:
Deixe o hematoma retroepático em paz. Não mobilize o fígado e não explore o hematoma. Preocupe-se com as outras lesões. Se um volume significativo de sangue escuro estiver escorrendo de um orifício profundo no parênquima hepático, tampe o buraco. Comprima-o com compressa, epíplon, tamponamento com balão, qualquer coisa serve, apenas tape o buraco. Quando o sangramento emanar por detrás do fígado, tente determinar se a fonte está abaixo ou atrás dele. Lesões da VCI abaixo do fígado (segmentos pararrenal e suprarrenal) são acessíveis para reparo direto. E o shunt átrio-cava? Só sob circunstâncias muito específicas, com dois cirurgiões experientes trabalhando simultaneamente no tórax e no abdome, com equipamento disponível e sangramento temporariamente controlado.

93 Lesão Hepática A Lesão Venosa Retroepática Shunt átrio-cava Técnica:
Esternotomia mediana. Confecção de bolsa de tabaco na aurícula direita do coração com polipropileno 3-0 e um torniquete de Rummel. Envolvimento da VCI supradiafragmática dentro do pericárdio com uma fita cardíaca em outro torniquete de Rummel. Usar um TOT nº 9, com um orifícil lateral realizado a 17 cm da ponta. Pinçar o TOT proximalmente. Inserir o shunt no átrio em direção ao abdome, com a curvatura do tubo voltada anteriormente, com cuidado para não introduzir sua extremidade distal em uma veia hepática. Inflar o balão na extremidade distal e inferior do TOT. O shunt não elimina o sangramento, mas permite a visualização da lesão até que você a alcance e a repare.

94 Lesão Hepática A Lesão Venosa Retroepática Shunt átrio-cava

95 Lesão Hepática Trauma biliar
A simples drenagem é uma solução temporária altamente eficaz para o trauma biliar. E só.

96 Uma singela homenagem...

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98

99 Obrigado!


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