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CONCORRÊNCIA E MUDANÇA TECNOLÓGICA

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Apresentação em tema: "CONCORRÊNCIA E MUDANÇA TECNOLÓGICA"— Transcrição da apresentação:

1 CONCORRÊNCIA E MUDANÇA TECNOLÓGICA
Mario Possas CONCORRÊNCIA E MUDANÇA TECNOLÓGICA Prof. Mario Possas, IE/UFRJ I - O Mercado e a Dinâmica da Concorrência (2)

2 I.2. Inovações e dinâmica de mercado numa abordagem Schumpeteriana Pressupostos evolucionários
Um enfoque especificamente evolucionário - em qualquer área de conhecimento – deve abranger as seguintes principais características: (1) geração endógena de variedade; (2) presença de mecanismos de seleção; (3) transmissão de caracteres (replicação); e (4) adaptabilidade às mudanças no ambiente. Vejamos melhor cada uma num enfoque econômico, como o de Nelson & Winter.

3 a geração de variedade não se dá como subproduto espontâneo (Biologia), mas deliberado, via inovação - que implica descontinuidade, seja “aos saltos” (Schumpeter), seja incremental (Marshall); mecanismos de seleção baseiam-se no processo de concorrência (schumpeteriana, que implica rivalidade) – e provavelmente são representados pelos fatores de competitividade;

4 a transmissão de caracteres em Economia é menos bem definida que na natureza, mas envolve basicamente replicação, por imitação, aprendizado ou outros meios, de procedimentos, tecnologias e rotinas; e a adaptação às mudanças do ambiente, com base na distinção entre genótipos e fenótipos (quais seriam estes em Economia? Talvez, respectivamente, competências - tecnológicas, organizacionais - e firmas).

5 Nelson & Winter (I): firmas e mercados na dinâmica industrial
Esse quadro de referência teórico vem sendo retomado e desenvolvido nas últimas duas décadas por economistas da corrente neo-schumpeteriana, que em sua vertente mais microeconômica também adotam (e são conhecidos por) a perspectiva evolucionária (e portanto dinâmica) da teoria e da análise microeconômica. Entre seus principais expoentes destacam-se R. Nelson e S. Winter, que inauguraram essa perspectiva com seu livro clássico Uma Teoria Evolucionária da Mudança Econômica (1982).

6 Além de seguir Schumpeter quanto à dinâmica da concorrência e da inovação e sua importância na economia capitalista, propõem romper com os pressupostos metodológicos neoclássicos - especialmente o equilíbrio, substituído pela noção de trajetória; e o de racionalidade substantiva, substituído pelo de racionalidade limitada ou processual de Simon.

7 Na analogia evolucionária proposta por Nelson e Winter são introduzidas as noções básicas de busca (“search”) de inovações, realizada pelas empresas a partir de estratégias; e de seleção (“selection”) dessas inovações pelo mercado - o ambiente de seleção por excelência - e, em parte, por outras instituições (centros de pesquisa, universidades, etc.).

8 embora a unidade de análise schumpeteriana – e neo-schumpeteriana - da concorrência seja a empresa, as condições ambientais são decisivas, seja no nível setorial e de mercado, onde se dá efetivamente o processo de concorrência, seja no nível mais geral, sistêmico, onde se definem externalidades e as políticas (industriais, comerciais, de concorrência).

9 Este tipo de análise microdinâmica, e os modelos desenvolvidos por esses e outros autores dessa corrente, baseiam-se na interação temporal entre as estratégias empresariais - envolvendo a busca de inovações, mas abrangendo outras estratégias competitivas e decisões (produção, investimento, preços) - e o processo de seleção pelo mercado dessas mesmas inovações.

10 A interação dinâmica entre essas estratégias e as estruturas de mercado gera uma dinâmica industrial, pela qual a configuração da indústria, em termos de produtos e processos (tecnologias) utilizados, de market shares, de rentabilidade, de crescimento, etc., vai se transformando ao longo do tempo.

11 A trajetória resultante da indústria - a configuração ou a estrutura da indústria em termos de produtos, tecnologias, participações e concentração de mercado, etc., com mudanças endógenas devidas a inovações e sua seleção pelo mercado - é o principal objeto de análise. Geralmente são utilizadas técnicas de modelagem por simulação, em vez de soluções analíticas, como nos modelos neoclássicos, que em geral só examinam hipotéticas soluções de equilíbrio.

12 Nelson & Winter (II): os processos evolucionários de busca e seleção
Como foi visto, a analogia biológica levou N&W a considerarem duas etapas no processo de evolução econômica: a busca e a seleção, sendo a primeira ligada à ideia de “mutações” por meio de inovações, e a segunda à operação do mercado na filtragem destas inovações.

13 Segundo os autores, a essência do processo econômico evolutivo corresponde à interação dinâmica entre busca e seleção, que gera uma trajetória específica para cada indústria. Vejamos com mais detalhes cada um desses elementos do processo de dinâmica industrial.

14 (1) Busca Para os autores, os elementos básicos do processo de busca são: a irreversibilidade; o seu caráter “contingente” (à trajetória e ao que nela existe para ser “descoberto”); e a incerteza envolvida. A busca é condicionada pela tecnologia, que define as direções prováveis no entorno das tecnologias existentes; as condições de mercado influem basicamente na rentabilidade dos esforços de busca empreendidos.

15 Note-se que, na visão dos autores, a busca de inovações deve ser tratada como um processo estocástico, não só quanto ao sucesso do esforço inovativo, mas quanto aos resultados econômicos da inovação. O processo de busca de inovações segue a adoção de rotinas, que podem ser de três tipos: operacionais; de investimento; de inovação. É possível identificar estratégias de busca, que abrangem as estratégias associadas aos investimentos em P&D e as correspondentes regras de decisão.

16 Pode-se caracterizar as estratégias de busca via P&D em função dos critérios de alocação desses investimentos para diferentes atividades. Elas podem envolver “regras práticas” que abarcam as seguintes dimensões, entre outras: tamanho da firma; sua rentabilidade; ações dos competidores; payoff das linhas de P&D (projetos); viabilidade técnica de determinadas opções tecnológicas (ou sua facilidade); acervo de competências e a experiência já possuída pela firma.

17 Os resultados da implementação de uma estratégia de busca podem ser representados por duas variáveis: a invenção (tecnologias previamente desconhecidas) e o acesso a informações sobre tecnologias semelhantes (“vizinhança” tecnológica). Como já observado, essas variáveis são estocásticas, cuja distribuição é desconhecida e só pode ser modelada sob hipóteses muito simplificadoras. O importante a ser enfatizado é a indeterminação dos resultados das decisões de inovar tomadas sob incerteza.

18 Os autores destacam que as decisões relativas a P&D não são isoladas no tempo, mas cobrem uma sucessão de momentos de decisão, ao longo dos quais se dá o progresso técnico, e que constitui uma trajetória cumulativa, que gera retornos crescentes. Esses retornos crescentes estão associados principalmente ao processo de aprendizado, que sempre acompanha qualquer mudança tecnológica. Tal efeito pode compensar os retornos decrescentes que parecem estar sempre presentes nos investimentos em P&D. Nesse contexto os autores definem seus conceitos de trajetória natural, específico a cada tecnologia, cuja fronteira de possibilidades é dada por um regime tecnológico.

19 (2) Seleção Por sua vez, a seleção se dá basicamente via mercado, podendo envolver outras instituições, inclusive públicas (e.g. centros de pesquisa, universidades). Embora o mercado seja quase sempre predominante no processo de seleção, ele afeta mais diretamente as inovações de produto que as de processo. A variável básica é a lucratividade da inovação, que começa alta e vai declinando com a difusão - embora possa haver exceções.

20 A seleção no mercado se dá por dois mecanismos essenciais de difusão, que devem funcionar conjuntamente: a intensidade do seu uso pelos adotantes (expansão do inovador, difusão entre consumidores) e a difusão por imitação. Assim, os elementos principais que afetam o processo de seleção via mercado são: a lucratividade dos inovadores; o feedback dos lucros dos inovadores sobre seus investimentos em expansão; os mecanismos regulatórios que afetam a difusão e a apropriabilidade da inovação; e os fatores que influenciam o aprendizado entre firmas e a difusão por imitação.

21 Por outro lado, os ambientes de seleção “não-mercado”, embora menos presentes, podem ser também muito importantes. Agências públicas e centros de pesquisa não privados, universitários ou não, podem ter um papel importante na inovação, na qualidade de: responsáveis pelo esforço de pesquisa envolvido; usuários ou demandantes das inovações (em que exercem um papel decisivo pelo seu poder de compra); e financiadores do esforço inovativo, de P&D e outros.


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